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História Duality (HIATUS) - Still Of The Night


Escrita por: elusive

Notas do Autor


Olá suas coisas lindas! Mal cheguei e já vou postando mais capítulo para encher vocês, não é meixmo? Agradeço sempre por vocês estarem aqui toda vez, seus comentários me deixam radiante e muito mais confiante e às vezes acho que não consigo retribuir o apoio de vocês :/
Bom, além de Duality não consegui me conter e já estou escrevendo outra fanfic (desta vez de a7x), mas não sei se já devo postar... O negócio é que acho que vou morrer se esperar até o final de Duality para postar mais coisa aqui no Spirit! haha Não sei se alguém leria, afinal já peço muito de vocês por estarem sendo fiéis com essa fic aqui, mas acho que quando a gente tá excitada com uma ideia nova devemos agarrá-la de vez, né? Mas enfim!
Ah, é claro, se eu por acaso disse que leria sua fanfic, perdoem-me pela demora, ok? Estou tentando me organizar no meio de tanta coisa que tenho para ler, estudar e escrever. To quase sem vida social já (como se eu tivesse alguma antes, mas ok) :P

Capítulo 5 - Still Of The Night


Fanfic / Fanfiction Duality (HIATUS) - Still Of The Night

“In the still of the night
I feel my heart beating heavy
Telling me I gotta have more”

Foi impossível controlar Scarlett sem o uso de força bruta e, por causa da baderna, era possível ouvir algumas pessoas ameaçando ligar para a polícia e delegar que a mulher estava sendo agredida. Scarlett era ótima em se colocar em posição de vítima.

Os amigos advertiram que Corey fosse para casa e levasse Susannah consigo, o que quase fez com que Scarlett voasse ao pescoço da garota mais uma vez. No momento o álcool não fazia efeito algum sobre Corey, então não se preocupou em dar partida em seu antigo Dodge Charger preto. O motor ronquejou e o carro partiu ressoando seu típico barulho rua abaixo.

A rádio continuou desligada e Susannah preferiu continuar calada durante todo o percurso. Checava o ponteiro do velocímetro e se agarrava ao estofado de couro toda vez que o automóvel fazia uma curva fechada.

Chegaram à rua do prédio e Corey estacionou numa sombra rente à calçada. O ronco do motor cessou e tudo ficou ainda mais escuro sem a iluminação do painel. Susannah esperava que Corey desse qualquer sinal de saltar do carro, mas depois do interminável silêncio desconfortante, suspirou fundo e encostou a testa no volante.

— Porra, eu nem sem o que dizer... Me desculpe Suze. — ela notou que era a primeira vez que ele a chamava pelo apelido. — Sério, que merda, me desculpe.

— Tudo bem... — ela murmurou ainda encolhida em seu banco.

— Não, pare de dizer que está tudo bem! — ele respirou fundo outra vez para controlar a irritação. — Você não tinha nada a ver com aquilo e foi humilhada por minha culpa.

Ela quis dizer que não era culpa dele, mas continuou calada observando a rua deserta.

— Scarlett é maluca, mas hoje ela se superou. Se eu soubesse que... — ele parou para tomar fôlego e levantou o rosto. — Porra, se eu soubesse que ela apareceria no bar eu nunca teria te levado até lá. Imagino como você deve estar se sentindo... Tudo está sendo uma merda desde ontem, não é?

— Não, na verdade eu estou grata. Você me salvou de coisas muito piores. Eu não sei o que poderia ter acontecido se... — não conseguiu finalizar sua sentença quando a memória da noite anterior relampejou na sua mente.

— Eu sinto que poderia ter feito mais, deveria ter sido mais cuidadoso. Eu poderia ter te poupado da humilhação de hoje e do que aqueles caras fizeram em você.

— Não tinha como você adivinhar, Corey. — um sorriso inocente tomou o canto esquerdo do seu lábio. — E afinal, eu estou bem acostumada com essas coisas...

O loiro virou o rosto para ela. Os olhos azuis dele pareciam a única coisa viva e cintilante meio à má iluminação do ambiente.

— O que quer dizer?

A garganta dela se fechou e o estômago revirou. Aquela era uma parte de sua vida que não contara nem para o motorista da caminhonete que lhe ofereceu carona. Era um pedaço de sua história que a fazia se sentir mal.

— Susannah? — ele insistiu, o torso virado para ela.

A garota levantou o queixo e fitou as íris azuis. Os olhos continuavam parecendo sinceros e confiáveis: idênticos de quando os viu pela primeira vez. E então, mesmo com o coração pesando no peito e a garganta cerrando quase a impedindo de falar, respondeu-o:

— Ele me abusava.

///

Ela se lembrava do calor daquele dia de junho. Era seu aniversário de quinze anos e pela primeira vez sua mãe se preocupou em fazer o bolo favorito da filha. Na verdade, era a primeira vez que comemoraria seu aniversário com um bolo de verdade e não aqueles donuts doces que sempre recebia numa sacola de papel pardo com o fundo geralmente sujo de óleo de fritura. A menina se animou acreditando que seria o seu primeiro aniversário comemorado dignamente, mas mal sabia que seria o primeiro dia de seu maior pesadelo também.

Seu pai estava fora trabalhando e sua mãe, após cozer a massa branca no forno e cobri-la com chantilly e morangos, prometeu à filha que logo estaria em casa. Saiu acompanhada de um homem estranho que batera à porta. A mulher fez Susannah esperar por mais de quatro horas.

Quando se cansou e a fome apertou, ela mesma enfiou as quinze pequenas velas no bolo, acendeu-as com dificuldade e, fazendo um pedido mental, assoprou-as. Satisfez-se com duas largas fatias e passou o restante da tarde lendo no sofá.

A porta rangeu pouco depois das seis da tarde, mas era seu pai quem voltava para casa. Perguntou pela mulher e Susannah contou o que vira.

— Quem era ele? — o pai questinou. — Quem era o vagabundo da vez, Susannah? Fale!

— Eu não sei! Nunca o vi. Era bem alto, eu acho. Tinha a pele bronzeada e o cabelo cacheado. Parecia um desses mexicanos que vieram trabalhar na fazenda do senhor Wade...

— Ah, aquela vadia!

O pai seguiu com uma série de insultos contra a mãe ausente e embebeu-se com meia garrafa de conhaque que restava guardado no armário da cozinha. As cenas seguintes, na memória de Susannah, eram como filmes fotográficos que não seguiam uma ordem temporal correta.

Ela se lembrava de mãos ásperas e invadindo seu vestido, dentes amarelados em seu campo de visão, hálito forte, tapas ardidos em seu rosto e braços suados que a prendiam contra o sofá. A respiração rápida e quente em seu pescoço a enojava e os toques nada gentis em seu íntimo faziam seus olhos derramarem lágrimas grosas. As mesmas mãos que uma vez serviram de apoio para que ela, quando bebê, aprendesse a andar, agora invadiam-na com estranheza e impureza. De resto, sua cabeça apagara da memória toda e qualquer cena conseguinte. Só se lembrava de dor e nada mais.

Ainda naquele ano teve mais três experiências como aquela e somente aos dezenove os ataques pararam de vez, de forma repentina e inexplicada.

///

Corey não sabia como reagir ao que ouviu. A bile subiu à boca e seu corpo todo se tencionava de revolta, repulsa e aversão. Seu instinto animal estava tão presente em sua pele que, se houvesse a oportunidade no momento, mataria o autor daquela tragédia.

— Mamãe dizia que era minha culpa, apesar de meu pai afirmar que ele fazia aquilo por causa dos erros dela... — a voz da garota soava sibilada e Corey pôde notar que uma lágrima silenciosa dançou pela bochecha da garota e pingou do queixo para seu busto.

— Não... — ele tentou encontrar a voz em sua garganta. — Não, Susannah, não foi sua culpa! A miséria de seus pais jamais será sua culpa.

Ele pensou que qualquer toque poderia ser desconfortável a ela no momento, mas sentiu que deveria abraçá-la. Puxou-a para si e percebeu a necessidade do corpo dela por carinho e compreensão. Seus braços frios se agarraram instintivamente ao corpo dele e ele sentiu que as batidas ritmadas do peito dela sossegavam lentamente o próprio ódio dele.

O silêncio e a escuridão da noite tomou conta do carro. Susannah, ainda abraçada a ele, secou as lágrimas para que não molhasse os ombros da camiseta de Corey. Com a cabeça em seu pescoço sentia cheiro de suor, álcool e os restos de um perfume almiscarado. Ele, por sua vez, foi incapaz de se conter e roçou suavemente a ponta do nariz no pescoço dela. Era morno, fresco e o cheiro era de sabonete.

Susannah sentiu os pelos se eriçarem com o toque e, para sua surpresa, assim que o hálito quente tocou sua nuca, não teve aversão. Esperou para que outra baforada lhe atingisse novamente para reconhecer aquele novo sentimento. Notou que gostava e que fazia seu corpo reagir como se pequenas correntes elétricas percorressem-no.

Uma mão morna subiu-lhe para a nuca e a obrigou a olhar diretamente para os olhos azuis dele. Corey, sem ter controle sob seu corpo, umedeceu os lábios sustentando o olhar dela por alguns segundos antes de se focar nos lábios rosados abaixo dos seus.

Ele sabia que não deveria e não poderia tocá-la daquela forma, não naquele momento tão delicado, mas todo o álcool que ingeriu no bar o deixava impulsivo. Susannah, sentindo o peito vibrar, prestava atenção aos mínimos detalhes que só com a aproximação dos rostos ela pôde contemplar: o azul acinzentando dos olhos dele era hipnótico, o maxilar quadrado ainda apresentava a barba curta e ruiva, e os lábios...

Dos lábios dele ela não conseguiu tomar nota, já que logo se colaram aos seus de forma delicada e gentil. O corpo dela, que até então continuara tensionado e nervoso, relaxou no momento em que a ponta quente da língua dele tomou espaço em sua boca.


Notas Finais


Teeenso! Eu não sei o que vocês vão achar, se foi estranho eles terem essa ceninha logo depois do que a Su contou, mas fluiu assim... Sou doente por ter misturado romance logo após uma miséria daquelas?? socorr haha
A Su como sempre sendo mártir na vida, mas depois de mais algumas tretinhas ela vai saber lidar muito bem com tudo isso, viu? ~~mistério~~
É isso aí. Até a próxima amores! :D


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