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História Duality (HIATUS) - Awaken


Escrita por: elusive

Notas do Autor


Olá pessoas!~
Não faço ideia se alguém vai ler essa fic, mas vamos acreditar que sim, né! Faz muitos anos que não escrevo fanfic, mas faz um tempo que estava louca para voltar para esse mundo, só me faltava a coragem de começar tudo de novo. É minha primeira vez aqui no Spirit também, então sejam amáveis comigo <3 haha
E, claro, espero que gostem do primeiro capítulo e que eu não esteja tão enferrujada nas fanfics!

Capítulo 1 - Awaken


Fanfic / Fanfiction Duality (HIATUS) - Awaken

“Awaken you with little evil inside

[…] I don't want to live with the lie”


 

O relógio digital de luz verde indicavam exatas três horas da manhã.

Estava deitada há cinco horas e por nenhum destes trezentos minutos conseguiu fechar os olhos e dormir. O quarto recebia filetes de luz da iluminação da rua que entravam pelas persianas e a temperatura estava extremamente desconfortável para ela, mas não sabia dizer se eram os graus externos ou o seu nervosismo modificando sua temperatura corporal. O resto da casa dormia em silêncio.

Era madrugada de domingo. Susannah planejara aquilo para o dia seguinte, mas não aguentava mais esperar. Seu corpo tremulava sob o cobertor e a nuca molhava a fronha do travesseiro. Seu estômago estava inquieto, sua cabeça martelava e seu coração estava aflito batendo enlouquecidamente no peito. Sabia que chegara o momento.

Nada estava pronto e ela ainda vestia seu pijama de flanela. Quando o primeiro minuto das três horas passara, ela se levantou da cama de imediato. Era agora.

Buscou sua mochila velha e arrancou todos os livros e papéis de dentro. Tateando pela semiescuridão, foi enfiando, desleixadamente, alguns pertences mais importantes: calcinhas, sutiãs, dois pares de meia, sua carteira e o iPod velho, alguns produtos de higiene e o máximo de roupa que conseguiu juntar dentro da mochila.

Trocou seu pijama por jeans, tênis, uma camiseta ridícula de unicórnio e moletom com capuz. Foi até a cozinha na ponta dos pés, obrigando-se a não fazer ruído algum. Susannah tremia. Conseguiu, com muito esforço para abafar o barulho, juntar numa sacola de papel duas garrafinhas de água, um pacote de cookies e outro de chips, uma maçã e banana. Tinha uma noção do que precisaria levar graças às noites que passara em claro pensando nos mínimos detalhes. Antes de sair, enfiou na mochila um dos canivetes do pai que havia sido largado no balcão.

Chegou à sala ainda na escuridão. Seu corpo parecia tremer cada vez mais e seu suor não parava de escorrer pela testa. Susannah sabia que seu pai guardava dinheiro no escritório, mas não se atreveria ir até lá. Fuçou a bolsa da mãe em busca de notas. Já estava tão nervosa que nem mesmo se preocupou em abafar o som das moedas tilintando enquanto jogava todos os quarenta e sete dólares para dentro de sua mochila. Correu para a porta e destrancou-a com cuidado. Quando se viu do lado de fora da casa e sentiu a brisa noturna tocar-lhe a face, respirou aliviada.

* * *

Teve medo de parar na rodovia àquela hora da madrugada e pedir por carona, mas era sua única opção. Podia dar de cara com um conhecido, já que a cidade era pequena e todos sabiam tudo sobre a vida dos outros, mas nem por isso deixou de correr o risco. Pensou que poderia ser assaltada, morta ou estuprada ali no meio do nada, mas nenhum tipo de violação poderia ser mais traumático que toda sua vida passada junto àquela família.

Passaram-se longos minutos esperando e, de três únicos automóveis que cruzaram a estrada, somente uma velha caminhonete Ford parou no acostamento. Susannah quase congelou de terror, mas suas pernas a impulsionaram para frente, obviamente não obedecendo ao cérebro da garota. Seus demônios interiores queriam libertar-se.

O vidro do carona já estava baixo e lá de dentro ela enxergou um senhor de meia-idade com um bigode grosso que escondia os lábios finos e a barriga tão redonda que quase cobria o volante. O homem ficou olhando para Susannah com o cenho franzido e ela, com a mão na maçaneta, fitou-o de volta.

— Para onde é que você está indo, moça? — o homem finalmente perguntou.

— Para a capital. Eu acho...

— Ah, Des Moines... Bem, esse é meu destino também. Pode entrar.

Não pensou pela última vez, apenas entrou na caminhonete. A porta rangeu tanto para abrir quanto para fechar. Susannah ajeitou sua sacola de suprimentos nos pés e agarrou-se à mochila. Deixou a aba da frente meio aberta para que, caso algo acontecesse, pudesse sacar o canivete com rapidez. Na rádio tocava alguma música que ela reconhecia ser do Creedence Clearwater. Não havia melhor trilha sonora para se despedir do inferno country que ela vivia. A cena era tão clichê que podia até ser risível.

— Por que está fugindo, moça? — o homem perguntou sem tirar a atenção da estrada.

— Como?

— Sou caminhoneiro, já passei por diversas meninas da sua idade no meio da estrada. A última que dei carona foi há... não me lembro, deve ter mais de dez anos. Me trouxe um problema enorme aquela vagabunda. Tinha prometido que nunca mais pararia para garotinhas na estrada.

O peito de Susannah deu um solavanco. Sua cabeça só conseguia pensar no quanto ela se machucaria se ela decidisse pular do caminhonete em movimento.

— Por que decidiu me dar carona, então? — conseguiu perguntar com a voz meio trêmula.

— Não sei. Mas eu só posso lhe dizer que é muita sorte a sua. Porque, de todos que passariam nessa estrada numa madrugada de domingo, pode ter certeza que todos são pervertidos. — ele fez uma pausa e sorriu para ela depois de ver que ela parecia aterrorizada. — E não, eu não sou um deles.

O homem contou a história de tudo o que passou, de como foi roubado e ainda acusado injustamente de abuso sexual. Por sorte, a verdadeira identidade da garota que o acusou foi revelada e ela pagou por tudo o que fez o homem passar. Na época ele quase perdera a guarda de sua filha bebê, além de quase perder seu casamento também.

Depois de tantos detalhes contados, Susannah se acalmou.

— Mas me diga, qual é a sua história? Problema com a família?

— É. — respondeu desanimada. — Eu acho que as histórias se repetem, não é? Garotas de estrada, como você disse, ou estão fugindo de casa ou são vagabundas.

O homem riu e deu de ombros.

— Você deveria ter tomado um ônibus, sabia? O que você fez... Acredito que você precisou de muita coragem, e pelo o que vejo você não é uma garotinha rebelde fugindo dos pais, você parece infeliz mesmo... Mas saiba que o mundo é muito perigoso, não se pode confiar nas pessoas.

— Eu não confio. Meus pais já fizeram todo o trabalho de lavagem cerebral em mim, sobre como o mundo é terrível e como as pessoas são más. Mas... — Susannah respirou fundo. — eu acho que já vi muita coisa ruim dentro da minha própria casa.

Dali em diante o senhor apenas ouviu o desabafo de Susannah. Ela estava agradecida por ter tido a sorte de não ter sido violentada e já se sentia confortável com a presença do homem. Apesar de ainda não saber seu nome, já sabia o bastante sobre ele para julgá-lo como uma boa pessoa.

Com os ruídos da caminhonete e Creedence de música de fundo, Susannah se obrigou a lembrar de tudo o que ainda estava muito fresco em sua memória. E, sem poupar detalhes ao desconhecido, contou como viveu vinte e três anos sendo filha de Joe, um alcoólatra violento e trapaceiro, e Laura Riley, uma ladra adúltera com visíveis transtornos psicológicos.


Notas Finais


Início curtinho só para dar um gostinho. Acredito que essa fic vá ser um pouquinho longa e alguns capítulos serão um pouco arrastados porque gosto de detalhes. Tento ser o mais racional na hora de escrever (na medida do possível né non), então não vai ter instant-love não, mas as coisas vão acontecendo deliciosamente com o tempo... E espero que o tempo esperado valha a pena! haha


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