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História Duality (HIATUS) - Trouble


Escrita por: elusive

Notas do Autor


Sim, a louca dos capítulos semanais voltou! \o/ Postando hoje porque vou viajar por uns dias e não queria deixar desatualizada antes de partir, até porque já tenho bastante coisa adiantada aqui e não quero ficar guardando capítulo eternamente haha
Agora a história realmente está tomando rumo e, já adiantando os próximos caps da novela para ganhar a curiosidade de vocês: vai ter segredinhos sim, vai ter mais boy lindo chegando pra abalá, vai ter make love e vão ter tretas ainda mais cabeludas :3
Mas agora: boa leitura!

Capítulo 4 - Trouble


Fanfic / Fanfiction Duality (HIATUS) - Trouble

“Everywhere I look there is trouble

Trouble always coming my way”

O ambiente era barulhento, escuro e movimentado o bastante para uma segunda à noite. Era possível sentir cheiro de álcool e tabaco impregnado nas paredes, mas suas narinas eram acostumadas àquele tipo de odor. Ela observava as pessoas e se sentia ridícula. Seu cabelo, ainda úmido do banho, grudava em seu rosto e o vestido floral amarrotado descombinado com o par de tênis azuis a fazia parecer ainda mais estranha ao ambiente. Suas roupas eram de um terrível mau gosto, graças a sua mãe que, por motivos ilógicos, sempre a impedia de fazer compras sozinha.

Sid já tocava com seu set de DJ e alguns malucos dançavam fora do ritmo na pista de dança improvisada enquanto o restante das pessoas tentava se amontoar no balcão de bebida e nas mesas do bar. Quando Corey a chamou para o bar em que o amigo faria sua apresentação como DJ, seus demônios interiores responderam imediatamente por ela. Gostava da ideia de estar numa festa que não fosse as quermesses ou os chás-de-bebê para a qual sua mãe a arrastava, mas sempre que se imaginava desfrutando desses novos prazeres, acreditava que estaria em trajes e situação melhor que a sua no momento.

Ela seguiu Corey antes que pudesse perdê-lo de vista e foi convidada a se juntar a um grupo numa das mesas. Todos pareciam muito sérios e temíveis com suas barbas e cabelos longos e vestes completamente pretas. Em todo o bar, eles certamente seriam o grupo com qual ninguém perturbaria.

Corey se sentou e deixou espaço na ponta do banco estofado para que ela se aproximasse.

— Pessoal, Susannah. Susannah, pessoal.

— É a garota de ontem? — um homem largo sentado no canto oposto perguntou antes de bebericar em sua caneca de chope.

— Acho que dá para vocês usarem outro termo que não seja “a garota de ontem”, não é? — Corey resmungou.

— O que mais, então? A vítima?

— Shawn, não seja ridículo com a garota. — uma mulher loira ao lado do homem fuzilou-o com os olhos. — Querida, nos perdoe. Você se sente bem?

— Sim. Tudo bem. — Susannah tentou se fazer ouvida por cima do barulho.

— Desculpe perguntar, mas eles... Eles conseguiram fazer algo com você? — a mulher juntou as mãos como se realmente se preocupasse.

Susannah entendeu o sentido da questão e se perguntou o quanto e para quantos Corey havia contado sobre a noite anterior.

— Não, eles só... — balançou o dedo indicador na frente do pescoço e sentiu o rosto ficar quente com tantos olhares em sua direção.

— Corey, você deveria ter prestado queixa.

— Eu disse que ela não quis, Chantel. — Corey maneou a mão no ar para chamar atenção de uma garçonete que passava. — Mais cerveja, por favor!

— Eu acho que a garota deve estar se perguntando por que vocês estão comentando sobre a vida dela. — o que falou fumava um cigarro e tinha os cabelos longos caídos nos ombros. — Ela não deve estar exatamente interessada nesse assunto.

— Chris tem razão. — Chantel ajeitou-se ereta em seu assento. — Corey, por que você não nos apresenta para a...?

— Susannah. — a garota completou. — Ou Suze.

— Suze! — a mulher sorriu e deu uma piscadela amigável. — Vamos querido, não seja mal educado. Se ela vai morar com vocês precisa conhecer um pouco de nós também, não acha?

Corey a encarou em silêncio por um tempo.

— Como você sabe que ela...

— James tem uma língua rápida, querido. — Chantel explicou antes mesmo que a pergunta tivesse sido completada. — E ele está certo em nos avisar, afinal, você sempre decide tudo por si mesmo e não se preocupa em consultar os amigos antes de agir, não é mesmo?

A loira abriu um sorriso claramente falso e deixou a tensão estacionar no ar como uma nuvem de chuva. Susannah permaneceu quieta sentindo como se algo fosse sua culpa.

A garçonete chegou à mesa e começou a servir os largos canecos, alguns derramando espuma na mesa, mas isso parecia não incomodar a ninguém. Ela chegou a lançar um olhar torto para Susannah, provavelmente duvidando de sua maioridade, mas seus olhos logo recaíram e se demoraram charmosamente em Corey, que fez questão de devolver o flerte.

— Vamos Corey! — Chantel voltou a chamá-lo, soava animada, mas também poderia ter um toque de impaciência na forma em que falava. — Vamos, apresente-nos à sua nova amiga!

Ele bufou com irritação, parecia guardar palavras que não podia falar no momento. Engoliu rapidamente um quarto de sua bebida antes de começar.

— Certo... Bom, Jay Weinberg, você já conheceu ele. — iniciou apontando para o amigo ao seu lado. — Ele é nossa criança superdotada. Tenta viver vendendo pinturas, mas não está dando muito certo por enquanto, por isso que ele mora comigo.

Jay riu e ignorou o comentário do amigo.

— Ali a gente tem o Chris Fehn. Ele meio que não faz nada da vida.

— Vai à merda, Corey. — o cabeludo mostrou o dedo do meio.

— Bom, eu ainda não acredito que você faz dinheiro jogado aquela coisa de veadinho rico.

— É golfe, retardado. — Chris xingava, mas não parecia realmente irritado com a petulância do menor.

— Tanto faz. Do lado dele, — voltou-se à Susannah — a gente tem a dona Melissa, exímia mulher do Chris.

Melissa sorriu e acenou para a garota.

— Em seguida, — Corey continuou a apresentação — senhor Mick Thomson e a senhora Stacy, eles são professores de música. E não, o Mick não é um ex-presidiário. Pelo menos não ainda...

O grandalhão de cabelos escuros apenas balançou a cabeça sem paciência para responder as gracinhas de Corey.

— Ali dona Chantel e o Shawn Crahan, ou Clown para os íntimos. Ele é produtor audiovisual e o mais rico entre nós. Provavelmente porque Chantel sabe administrar o dinheiro dele...

Chantel soltou uma risada.

— Por último, — apontou para quem ocupava o último lugar na outra ponta da mesa. — James Root, nosso lobo solitário. Ele tem uma oficina de mecânica, então nem sempre você vai ver essa carinha fofa passeando pelo apartamento, apesar de ele sempre reclamar que paga a maior parte do aluguel.

* * *

O resto da noite foi de diversão para Susannah, que soube aproveitar sua liberdade bebendo algumas cervejas — mesmo que tivesse achado o gosto ruim —, comendo nuggets e rindo sem pudores. Ouviu diversas histórias, riu de piadas ruins, sentiu-se respeitada e bem tratada ali, por mais estranha que fosse a eles. Imaginou que se tivesse de definir o sentido de família algum dia, aquele grupo de amigos seria, certamente, a primeira imagem que pipocaria em sua mente. Ela nunca presenciou nada parecido com aquilo e desejou que um dia pudesse ter o prazer de ser querida por amigos de verdade.

À meia-noite Sid já havia finalizado sua playlist e se juntara ao grupo na mesa já abarrotada de pessoas. Agora as caixas de som espalhadas pelo bar tocavam uma sequência de Mötley Crüe e os amontoados de pessoas haviam se dispersado por todo o espaço do salão.

— Merda. — Corey soltou baixinho logo depois de virar seu último gole de cerveja da provável quarta caneca e Susannah, a única que ouvira sua reclamação, seguiu para onde o olhar dele se fixava.

Uma mulher de cabelo loiro-gema vinha cambaleando em seus saltos agulha e minissaia de couro em direção à mesa. A testa de Corey se manteve enrugada e ele não parecia contente com a visão.

— Corey Taylorrr! — a loira puxou o som da última letra como se cantarolasse.

A sua presença fez toda a mesa se calar subitamente. Ela se debruçou para cima de Corey, obrigando Susannah a se afastar da borda da mesa o máximo que pôde.

— Eu sabia que podia encontrar você aqui. — ela estava sóbria, apesar de não parecer. — Você está me evitando, Taylor? Já faz dias que eu não te vejo e não consigo nem mesmo falar com você!

— Oi Scarlett. — Corey tentou se esquivar dos braços dela sem parecer rude.

Oi Scarlett? Oi Scarlett, Corey? Isso é tudo o que tem para me dizer, seu idiota? — seu tom de voz já começava a se alterar. — Puta merda, eu sou mesmo uma babaca! Passo o fim de semana sozinha e em plena segunda você está aqui se divertindo com seus amiguinhos, não é? Afinal, você tem todo o tempo do mundo para essa sua ganguezinha idiota!

— Scarlett... — ele tentou.

— Você fodeu quantas esse final de semana? Já engravidou alguém desde a última vez que nos vimos?

Ela começava a ser ouvida pelas mesas vizinhas, que obviamente paravam seus drinks e conversas para ouvirem e assistirem atentamente à cena.

— Scarlett, eu nunca engravidei ninguém, puta que pariu! Você é paranoica!

Ela soltou uma gargalhada irônica e extremamente desconfortante.

Susannah estava encolhida de olho na bolsa que a loira carregava e que, por tanto balançar, estava a pouquíssimos centímetros de atingir seu olho.

— Scarlett está todo mundo olhando... — Melissa, a esposa de Chris, tentou acalmar a mulher com sua voz doce.

— Eu não me importo Melissa! — ela berrou ainda mais alto. — As pessoas precisam mesmo saber de tudo o que ele faz comigo! E vocês são cúmplices das merdas que ele faz, todos vocês hipócritas! Olha aqui mais uma vagabunda para a coleção dele!

Susannah congelou quando notou que era alvo da loira. Ela foi rápida e bruscamente arrancada de seu lugar pelo braço e empurrada para o chão do bar. A mulher caiu por cima dela impedindo-a de levantar e sentiu unhas arranharem o lado do rosto que ainda estava sensível. O burburinho dos curiosos tornou-se gritaria.

— Scarlett! — era a voz de Corey que bramiu num tom muito mais grave e masculino. — Você está louca?

A namorada louca de Corey foi arrastada para longe e Susannah sentiu braços piedosos a levantando. Estava tonta com a rapidez dos movimentos e com a algazarra de barulhos que inundou o bar. Percebeu que fora Sid quem a levantou e que Chantel já estava ao seu lado em posição de defesa.

— Eu não consigo acreditar que vocês vão defendê-la! — a loira continuava berrando descontroladamente. — Por que vocês me tratam dessa maneira? Corey, por que você faz isso comigo?

— Ela não tem nada a ver com isso, Scarlett! E você quer mesmo falar sobre isso? Quer apontar erros? Bom, será que devemos chamar alguns dos seus cafetões para calcularmos quantas vezes você fodeu com outros homens enquanto nós estávamos juntos? E todas as merdas que você fez e eu tive de encobrir para que você não fodesse com a minha vida? — Corey explodia. O sangue subia ao rosto e a voz soava quase animalesca de ódio. — Quantas vezes eu fui contra tudo e todos para salvar a sua bunda e no final você continuava sendo uma vagabunda idiota?

Mick, Shawn e James tentaram dispersar a rodinha de espectadores que se formou ao redor da mesa deles com suas presenças imponentes. Chris segurava Scarlett pelos braços tentando imobilizá-la e afastá-la de Corey.

— Você nunca me deu uma chance de mostrar que eu sou digna de ser sua mulher!

— Você está brincando? Tudo o que você teve nesse tempo que estivemos juntos foram chances, Scarlett. Milhares delas!

— Mas nós ainda estamos juntos, Corey! Eu não vou te deixar e nunca irei desistir de nós dois! — ela agora começava a espernear nos braços de Chris e lágrimas escorriam entre os gritos. — Ouviu bem? Você nunca vai se ver livre de mim! NUNCA! Nenhum de vocês irão se livrar assim tão fácil de mim! Vão ter que me matar para se libertarem de mim, desgraçados!


Notas Finais


Sim, essa Scarlett é a Scarlett ex do Corey mesmo. Eu não tive coragem de colocar a Stephanie como uma vadia louca na história, então decidi usar amores do passado porque sim haha
E, como sempre, obrigada por lerem mais um capítulo ❤


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