História Duas Coroas - The End - Irmãzinha

-Pai...

-Não tente me esconder coisas Juliana... –Sua voz saia fraca e rouca e ele respirava com dificuldade. Abro a camisa de meu pai e posso ver a cicatriz ainda com os pontos. –Eu sei que houve um ataque. Fingi que estava dormindo. –Ele dá uma leve sorriso e pisca para mim.

-Você é impossível Ahren. –Brinco rindo. Me abaixo e beijo sua testa.

-Bom, você só seguiu a tradição da família, sabe? O filhos darem um ataque cardíaco nos pais. –Ele diz isso em tom de brincadeira e eu sorrio.

-Mas eu te dei dois! –Acuso sorrindo. –Você sabe de tudo, não?

-Sou apenas esperto. Thomas já pediu para falar com você? –Me espanto e ele dá um sorriso amargurado. –Imaginei. Também sei que você vai. O general está lá, não? –Ele me lança um olhar travesso tentando me fazer sorrir mesmo em meio a dor. –Você o ama?

Lágrimas despontam dos meus olhos e eu fungo. Inclino-me para frente e abraço meu pai de lado e com cuidado. –Muito! –Fungo apertando sua camisa- Muito mais do que imaginava.

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Os soldados franceses estão em frente ao palácio à minha espera com uma aero-coisa das que já andei meia dúzia de vezes e ainda não aprendi o nome. Iléa está tomada por eles –os soldados de Adela- que diferente do que eu pensava não se foram. Nessas duas semanas após o enterro da rainha quase não vi Edward que ficava ao lado de Isa o tempo todo. Ela acabou aspirando algumas toxinas durante o ataque e durante os exames descobrimos que não só sua vida está em risco, mas duas. Caso Edward fosse mesmo governar Iléa, o que eu duvido muitíssimo, nós teríamos o próximo herdeiro. Isabel está grávida.

Antes de ir resolvo visitar James e consequentemente Mary que está no mesmo quarto que ele. Victor fez de tudo para tirá-la da enfermaria e colocá-la em um quarto particular. James foi junto apenas em respeito a Mary já que Victor e James não se dão muito bem.

Quando entro James está dormindo e Mary ainda desacordada. O único ser acordado é Vick que levanta a cabeça apenas para ver que sou eu e virar a cara novamente. Bufo. –Não quero que você fique chateado comigo. De novo.

-Claro que não quer. Mas também não quer me ouvir. Quer tudo do seu jeito.

-Liam está lá. –Suspiro baixo- Você faria o mesmo por Mary.

Ele se vira bruscamente e anda até mim segurando meus braços. –Não se você...

-Não minta para mim Victor Leger Schreave. Você iria. Iria e não tente me enganar. Odeio quando e faz de vítima Victor. –Ele faz menção falar algo, mas eu o interrompo. –Sabe o que é pior? Saber que nunca brigamos desse jeito enquanto tudo estava bem. Foi só surgirem problemas e agora não consigo mais falar com você. Eu vou ir e por mais que eu tenha tomado um milhão de decisões erradas você sabe que essa é a certa. Só não gosta. –Ele vira o rosto- Se eu não for por bem vou por mal.

-Estão me dando dor de cabeça. –Viro-me para James que acordou e sorrio.

-Eu estou indo.

-Imaginava. –Ele me observa e fecha a cara para logo após abrir um sorriso de lado. –Veio me dar um beijo de despedida, princesa?

Victor nota que eu precisava falar com James e apenas passa a mão nos meus cabelos e beija minha testa saindo em seguida. Me viro novamente para James. –Preciso saber mais sobre o palácio. Adela, Thomas, como as coisas estão...

-Acho que nada que eu disser vai lhe ser útil. Agora as coisas estão diferentes. Não são mais todos que caíram na conversa de Adela, nós vimos a transmissão e sinceramente aquelas desculpas foram ridículas. –Desdenha- Agora Thomas também está livre e todos estão cientes de que há grandes chances da princesa reaparecer. O castelo deve estar bem mais protegido, ou menos... A maioria dos guardas estão por aqui. Iléa foi domada pela França e Adela nesse instante é a pessoa com maior poder, influência e riquezas do mundo.

James, mesmo ainda aqui por causa de estilhaços que perfuraram seu abdômen está ciente de tudo e no comando da nossa “revolução” falha, além das tropas de Iléa. Ele também está praticamente com o controle do pouco que restou de Iléa que podemos chamar de nosso já que meu tio e os príncipes estão arrasados. Eu acabo tendo de ajudar nessa tarefa.

-Mary teve melhoras? –Mary está em coma induzido para que tenha tempo para se recuperar do veneno lançado. Veneno que eu também ingeri em quantidades bem menores.

-Não. Estão tirando ela do coma. –Sua voz soa fria e distante.

-Bom, eu já vou. Estão me esperando lá fora. Até mais general. –Bato em continência.

Ele sorri. –Preferia um beijo. –Pisca. –Até, princesa.

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Engulo em seco pensando em todos os conselhos recebidos, em meu pai magoado com sua ex-esposa e seu filho, James me dizendo que tudo está diferente e Vick que foi totalmente contra minha vinda.

Quando ponho os pés no palácio Francês não faço a mínima ideia do que me espera. O voo –total e completamente diferente do que eu imaginava- foi cheio de mordomias, “altezas” e reverências. Me trataram como uma princesa. Eu ainda sou uma princesa?

Meus pensamentos se vão quando sinto um corpo colidindo com o meu. –Amélia! –Ele segura meu rosto com uma das mãos ainda me abraçando com a outra. –Irmãzinha. –Seu sorriso me amedronta.

~Continua...