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História Duas Damas - O Começo do Eterno


Escrita por: Quatorzevoltas

Notas do Autor


Estava pensando em fazer um final alternativo pois, como a minha vida, começou com uma história de amor porém, não terminou assim. Apesar que contos terminam, vidas passam...

Música do capítulo: Youth - Daugther. Link nas notas finais.

Capítulo 14 - O Começo do Eterno


- Eu não acredito que a mamãe Aurora tinha se casado! - A expressão dos dois meninos era cômica. As bocas abertas e os olhos arregalados, deixavam seus rostos redondos ainda mais fofos.  

Depois de toda uma vida de experiências, com 45 anos, posso afirmar que tudo vale a pena. Os risos, as lágrimas, as despedidas e os prazeres de encontrar algum novo para a própria vida. Tudo isso, toda a experiência, não só amorosa mas também perdas e dores, nos fazem mais fortes para enfim, entendermos o que é a vida.  

A vida é uma única chance para fazer tudo o que queremos fazer. Para ser aquilo que queremos ser! 

A vida é uma só... Assim como o amor é um só. Mutável, admito. Ás vezes, causa aversão e outras, apenas uma reviravolta sem fim. Porém, apenas um.  

E soube aproveitar bem. Sofri, amei, chorei, ri. Vivi! 

E continuava vivendo agora, junto à Aurora.  

- Pois é, ela casou. Não deu nem três meses do casório e voltou para os meus braços. E sabem por que?! - Ambos balançaram as cabeças, um com a franja lisa em seus olhos e o outro, mais velho, com cachos perfeitos.  

- Porque somos feitas uma para a outra. - A voz suave e ainda mais rouca pela idade, surgiu acompanhada da figura mais linda que já havia visto. Aurora sempre foi linda, de uma beleza invejável porém, grávida, era ainda mais bela. Seu sorriso tímido adentrou meu coração muito antes do seu corpo, agora grande pela gravidez, adentrar o quarto.  

- E como vai minha princesinha? - Alisando a barriga grande e nua, por causa do calor que fazia, senti seu corpo magro e pesado pela da gravidez, sentar em meu colo, de frente para os meninos. Ajeitou seu top nos seios fartos e abraçou meu pescoço.  

- Muito bem e com desejo. Pastel. Tem que ser de frango e catupiry! - Escutei as risadas finas dos dois garotos que levantaram das camas a minha frente, para sentir um puxão em cada braço.  

- Podemos comer também? - Podemos ir com você? 

E lá se vai minha noite quieta com a família antes de acordar cedo. Mas eu não reclamava. Aprendi que agradecer a qualquer coisa que recebia, seja em forma de tapas ou beijos da vida. Eram experiências que eu precisava, mesmo sem saber o porquê.  

Deixando minha mulher grávida e carente em casa, rodei o bairro todo para achar um restaurante aberto que servisse pastéis. 12 pastéis. Um para cada membro da família e o resto para o pequeno monstrinho que iria nascer daqui algumas semanas.  

Novamente em casa, senti a nostalgia invadir minha mente e transbordar pelos meus olhos. No sofá, Aurora cochilava usando apenas o top e uma saia longa de pano leve, com uma mão na barriga e um braço por cima dos olhos. Murilo e Enzo foram correndo para a cozinha pegar os primeiros pastéis, enquanto sorrateiramente, ajoelhei em frente ao monumento que era Aurora.  

Quando nos falamos no primeiro encontro depois da cafeteria, ela havia dito que conversou com a marido no mesmo dia do reencontro e devido a tudo aquilo, ele mesmo pediu o divórcio. Provavelmente não suportou a ideia da própria mulher amar outra mulher. Sua família demorou a respeitar a decisão da filha mais velha porém, mesmo não entendendo como isso tudo foi acontecer, os meninos e a futura princesa da casa eram uma benção para uma filha estéril e duas novas demais para pensar em filhos.  

- Amor? - Alisando sua barriga delicadamente, sentindo os pés pequenos de Lorena, não percebi que Aurora acordou. Perdi a noção do tempo enquanto me achava naqueles olhos escuros e brilhantes.  

- Trouxe todos de frango pra você. - Seu sorriso enorme compensou todo o descanso que eu não tive e nem teria tão cedo. Acompanhando-a para a cozinha, onde encontramos dois pequenos rapazes com o rosto totalmente sujo de massa de pastel com recheio derivado de carne. Enquanto limpava Enzo, Aurora limpava a rosto de Murilo. Mandamos os dois para cima, escovar novamente os dentes enquanto comia, vendo minha mulher devorar os pastéis.  

- Que foi?! - Suja igual os meninos estavam a poucos minutos, fez-me rir de sua expressão inocente.  

- Eu te amo, só isso. - Limpando o rosto macio com o guardanapo branco, vi seus olhos fecharem e um sorriso aparecer em seu rosto redondo pela gravidez.  

- Eu também te amo. Sempre te amei. - Pegando minha mão firmemente em seus dedos finos e quentes, deu mais uma mordida no pastel. Eu ri baixo, enquanto imitava seu movimento com a mão oposta. Fitando sua mão com a aliança dourada no dedo, sorri abertamente. No ouro, meu nome escrito. No final, tudo era um aprendizado enorme para aprendermos a dar o real valor para aquilo que nos pertence.  

E pertencíamos uma outra, pela alma. Desde sempre e nem sabíamos pois quando algo é para acontecer, não precisa da ciência de ninguém pois é realmente o destino.  

E o destino fez desse amor incondicional e inefável, também eterno. Eterno na criação dos nosso filhos. Nas conquistas que obtivemos juntas e deixamos um pedacinho de nós neles e em nossas conquistas.  

Antes não acreditava nisso de amar para sempre porém, descobri que é possível porque cada momento e experiência que vivi com ela e por ela, irá seguir sempre comigo. Todas as lembranças, serão eternas conosco e agora, no fim desse conto porque a história real, está apenas começando.  


Notas Finais


Link: https://www.youtube.com/watch?v=65MDGX0lZPo

Se eu não mudar de ideia, colocarei o capítulo alternativo. Caso contrário, darei a fic como encerrada. Obrigada a todos!


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