História Duas formas de te amar - Capítulo 2

~ Giovana Narrando ~

Luiz: Ah Gio, vejo que você já conheceu o menino que veio no lugar seu irmão -- disse.

Pera, esse é o intercambista? 

Voltei meu olhar mais uma vez a aquele garoto bonito, que limpava restos de gramas da sua roupa. Ele olhou para o meu pai e depois para mim e sorriu, e que sorriso meu Deus, tenho certeza que corei. Ele se aproximou de mim e esticou sua mão em minha direção.

xxx: Pleasure, I'm Nathan Barone, ops quer dizer, muito prazer eu sou Nathan Barone -- se auto corrigiu. Apertei a sua mão e ao sentir seus dedos frios tocar os meus, me arrepiei. Não sabia se respondia em português ou inglês.

Gio: Sou Giovana Nunes, mas pode me chamar de Gio -- sorri.

Luiz: Vejo que já se conheceram -- disse atrapalhando nosso momento, tinha até esquecido que ele estava ali -- Venham, vamos almoçar -- disse arrastando o intercambista para dentro de casa me deixando parada ali com cara de taxo.

Fui até a minha mochila que ainda estava jogada no meio da rua e a peguei. Entrei dentro de casa e todos já estavam a mesa conversando, menos Luiza, minha irmã mais nova. Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, jogando a mochila em algum canto e fiz um coque frouxo no cabelo. Coloquei um chinelo e desci as escada, me sentando na mesa, de frente para o intercambista. Meus pais conversavam com ele animadamente, e eu não fiz questão de prestar atenção, até ouvir meu nome na conversa.

Luiz: Giovana, você pode? -- perguntou.

Gio: Sim pai, posso sim -- sorri e balancei a cabeça concordando sem ao menos saber do que se tratava.

Paloma: A que ótimo, espero que se divirtam -- sorriu. 

Eu não sabia o que havia aceitado fazer, mas não me importei. Foi então que percebi que todos já haviam terminado de comer, enquanto eu mal havia tocado no meu prato. Meus pais se levantaram da mesa, sendo acompanhada de Nathan, me deixando completamente sozinha. 

Terminei de almoçar e deixei meu prato na pia, dei graças a Deus de Helena estar trabalhando hoje, se não sobraria para mim lavar toda aquela louça. Subi para o meu quarto e me joguei na cama, não sei quantos minutos eu fiquei olhando para o teto, mas não demorou muito para eu cair no sono. 

( ... )

xxx: Gislaine, Gislaine -- ouvi alguém me chamar e depois me cutucar. Abri os olhos e me deparei com o intercambista próximo do meu rosto -- Finalmente você acordou Gislaine, pensei que você tinha morrido -- riu.

Gio: Meu nome é Giovana -- me fingi de brava.

Nathan: Desculpe -- passou a mão na nuca e ficou vermelho.

Gio: Tudo bem -- disse -- Mas posso saber o por que você me acordou? -- perguntei.

Nathan: Ué, você disse que iria me levar para conhecer a cidade -- disse como se fosse óbvio e sentou-se na ponta da cama.

Gio: Disse? -- minha expressão era de dúvida.

Nathan: Sim, na hora do almoço -- disse.

Gio: Ah então é isso que meu pai pediu para fazer? -- disse como se acabasse de descobrir algo novo.

Nathan: Você nem estava prestando atenção né? -- soltou uma gargalhada gostosa.

Gio: Não -- acabei rindo junto com ele -- Mas o que você quer fazer? -- perguntei quando contive minha risada.

Nathan: Me surpreenda Loira -- sorriu.

Gio: Ok -- disse.

Expulsei Nathan do meu quarto para que eu pudesse me trocar e entrei no banheiro para tomar um banho rápido. Ao sair, me troquei colocando um vestido listrado preto e branco, deixei meu cabelo solto, coloquei um tênis all star branco, passei uma maquiagem básica e finalizei com um batom vermelho. Me olhei uma última vez no espelho e sorri satisfeita com o resultado. 

Peguei minha bolsa com algum dinheiro - caso precisasse comprar algo - e saí do quarto. Quando estava descendo as escadas, me deparei com uma cena desagradável de se ver. Minha irmão se debruçando em cima do Nathan, que eu não sabia se eles estavam conversando ou quase se comendo. Pisei forte ao terminar de descer a escada, voltando a atenção dos dois para mim.

Gio: Podemos ir Nathan? -- sorri forçado.

Nathan: Claro -- sorriu sem graça.

Ele ''tirou'' Luiza de seu colo e se levantou. Me aproximei dele e segurei em sua mão, o puxando para fora de casa, sem ao menos falar a Luiza aonde estávamos indo. Eu continuava caminhando rápido sem soltar da mão de Nathan. Senti ele parar, e consequentemente parei também. Voltei meu olhar confuso em sua direção, e o mesmo estava parado com a mão no peito.

Gio: Por que parou? -- perguntei confusa. 

Nathan: Será que poderíamos ir mais de vagar? Pra que toda essa pressa? -- disse ofegante.

Gio: Me desculpe, não havia percebido que caminhava rápido -- disse.

Nathan: E para aonde vamos moça? -- perguntou, ele parecia curioso.

Gio: Vamos para meu lugar favorito dessa cidade -- sorri e voltei a caminhar. Ouvi os passos de Nathan logo atrás de mim, indicando que o mesmo estava me seguindo.

Nathan: Você poderia me falar um pouco de você -- disse me alcançando e caminhando na mesma velocidade que eu.

Gio: O que o cavalheiro gostaria de saber? -- perguntei fixada no caminho.

Nathan: Talvez, se você namora -- disse.

Gio: Assim na lata? Ótima pergunta para começar uma conversa -- disse e o encarei -- E não, eu não tenho namorado -- completei.

Nathan: Bom saber... -- disse.

( ... )

Fomos o caminho todo conversando e conhecendo um ao outro. Descobri que ele também tem 17 anos, que os pais dele são separados, que ele tem duas irmãs mais novas, que são seu xodó. Ele também me contou que sabia tocar um pouco de violão, mas que gostava mesmo de andar de skate e viver aventuras. Caminhamos por cerca de 20 minutos, até pararmos em frente ao meu lugar favorito, o Boliche.

Nathan: Boliche? -- ergueu uma das sobrancelhas.

Gio: Sim sim, por que não gosta? -- perguntei.

Nathan: É que nunca joguei -- disse tímido.

Gio: Então você vai jogar pela primeira vez e vai se apaixonar -- peguei Nathan pela mão e o puxei para dentro do enorme estabelecimento.

Ao passarmos pela enorme porta de vidro, pode-se ouvir uma música que tocava de fundo, que logo reconheci sendo Work da Rihanna and Drake. Fui em direção ao balcão principal, me deparando com um rosto familiar, espera, Poliana está trabalhando aqui?

Gio: Poliana Almeida, o que você está fazendo aqui? -- disse parada em sua frente, a pegando de surpresa.

Poli: Gi, o que faz aqui? -- perguntou surpresa.

Gio: Eu é que te pergunto, o que faz aqui? Por que não me contou que estava trabalhando aqui? -- disse me controlando para não gritar.

Eu e o Poli nunca escondemos nada uma da outra, e saber que ela estavanescondendo aquilo de mim, realmente me magoou. Nathan parou ao meu lado e pegou em minha mão quando percebeu que eu estava a ponto de explodir. Tão pouco tempo e parece que ele já me conhece a anos.

Poli: Gi, eu... -- ela não conseguia dizer.

Gio: Quer saber, não precisa me dizer. Apenas me vê um par de sapatos de número 36 e... -- olhei para o Nathan.

Nathan: 42 por favor -- disse.

Poli apenas pegou o par de calçados para a gente. Peguei o sapato e virei as costas, caminhando até o sofá mais próximo e comecei a tirar meus tênis e colocar a do local. Segundos depois, Nathan se sentou ao meu lado e ficou me observando.

Gio: O que foi? -- disse enquanto amarrava o sapato.

Nathan: O que foi aquilo ali com a menina do balcão? -- perguntou.

Gio: Eu não quero falar sobre isso -- disse e me levantei -- Vai ficar aí parado ou vamos jogar? -- perguntei parando em sua frente de braços cruzados.

Nathan: Vamos jogar claro -- deu um sorriso. 

Enquanto Nathan colocava os sapatos, eu fiquei observando e como esse cara era lindo. Se controle Giovana, se controle. Assim que ele terminou, nos dirigimos a uma pista vazia e peguei uma bola, me posicionando e jogando, acertando 9/10 pinos. Nathan me olhou surpreso e sorriu.

Nathan: Não começa a humilhar já não, sou iniciante poxa -- fez um bico fofo. Ri da sua cara e dei espaço para ele jogar. O mesmo pegou uma bola e se posicionou, respirou fundo e jogou a bola, que foi parar na pista do lado.

Gio: Até que para iniciante você não foi tão mal -- ri.

Nathan: Cala a boca -- riu e me deu um peteleco na orelha.

( ... )

Ficamos jogando por 45min, e o máximo de pinos que o Nathan conseguiu acertar foi 3, o que me fez rir da cara dele por longos minutos. Ele era um cara legal, divertido e bonito. Não podia negar que tinha umas meninas de olho nele, o que me incomodou bastante.

Estávamos sentados na poltrona que tem de frente para pista, rindo ainda das burradas do Nathan, quando observo uma menina vindo em nossa direção, se não me engano o nome dela era Nicole e estudava na mesma escola do que eu.

Nicole: Oi Gio, tudo bem? -- me cumprimentou com um beijo no rosto. Não diria que Nicole é uma menina considerada oferecida, mas ela nunca havia falado comigo, então algo ela quer, e diria que esse algo se chama Nathan.

Gio: Oi, Nicole né? Vou bem -- sorri sem mostrar os dentes.

Nicole: Sim -- ficou sem graça -- Será que você se importaria de seu colega vir me ajudar um minutinho? -- perguntou olhando diretamente para o Nathan.

Gio: Claro que não, se ele quiser ir, sem problema -- dei de ombros.

Ela não deu nem oportunidade dele responder, apenas pegou na mão dele e o saiu arrastando. Peguei meu celular no bolso e havia 6 mensagens só da Poli e 2 do Lucas.

* Conversa no WhatsApp ON *

~Poli Gatosa: GIIO

~Poli Gatosa: GIOVANA NUNES

~Poli Gatosa: Me desculpe amiga, eu iria te contar, só que... 

~Poli Gatosa: Eu não posso... 

~Poli Gatosa: Não me abandone

~Poli Gatosa: Eu preciso de você...

~Gêmeo Gato: Maninha cheguei, a casa deles é maravilhosa, sinto até invejinha. O que achou do garoto que foi no meu lugar?

~Gêmeo Gato: Estou morrendo de saudades de você gêmea, me liga assim que poder. Beijos.

Ignorei a mensagem da Poli, estava chateada com ela ainda e não queria que as coisas ficassem pior com ela. Abri a conversa com o Lucas e comecei a responder.

~Gio Gio: Como foi a chegada aí, eles te receberam bem? Aproveita bem, e manda várias fotos, quero tudo registrado :)

~Gio Gio: Ele é um gatinho, já ficamos umas cinco vezes e ele beija bem (emoji rindo)

~Gio Gio: Estou morrendo de saudades também, te ligo mais tarde, beijos ;)

* Conversa no WhatsApp OFF *

( ... )

Fiquei mexendo no facebook para passar o tempo. Nathan estava demorando, e isso estava me incomodando. Senti a poltrona abaixar, levanto a cabeça, na esperança de ser o Nathan, mas não era ele.

Gio: O que você quer Caíque? -- disse de cara fechada. Ele não desiste nunca.

Caíque: Vim te fazer companhia, está tão sozinha aqui -- chegou mais perto.

Gio: Não estou sozinha, estou muito bem acompanhada afinal -- disse o empurrando para longe de mim.

Caíque: A é? Não é o que me parece, pois é a SUA companhia que está muito bem acompanhado -- disse apontando para o final do corredor que tinha logo ali.

Vi Nathan, aos beijos com Nicole. Olhei para o Caíque e ele sorria feito bobo, como se conseguisse me atingir com aquilo.

Gio: NÃO ADIANTA, não é fazendo essas coisas que você vai me fazer sair com você Caíque. Não é armando um ''plano tosco'' que vai fazer eu correr para os seus braços. Se toca, fazer isso só vai me deixar com mais raiva de você, RAIVA -- disse furiosa.

Caminhei em direção ao banheiro e empurrei a porta com certa brutalidade. Joguei um pouco de água em meu rosto, para ver se o estresse passava. Ao me olhar no espelho, acabei levando um susto.

Gio: O que faz aqui?

( ... ) Continua?