História Duas paixões, um só coração - Já chega por hoje senhorita Gilbert

- Não Emily, não existe mais eu e você.

  Essa foi a última frase que eu a ouvi dizer. Depois disso, a mesma saiu dali correndo sem olhar para trás. Eu senti como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada. O tempo passou, eu não a via mais na escola, achei até que havia se mudado para outra escola, mas seu nome estava lá na chamada e todas as vezes que um professor dizia seu nome ou alguém falava dela, meu coração apertava. Sei que foi errado o que eu fiz, mas aquilo me fez me sentir diferente, não me julguem, ela foi a primeira garota com quem eu fiquei, então é normal meus sentimentos ficarem assim. Mas sabe quando você imagina uma vida inteira ao lado de uma pessoa e de uma hora para outra aquilo acaba? Pois é...

  As férias do meio do ano vieram e nada dela aparecer, nem nas redes sociais. Em seu Whatsapp estava “Visto por último 17/05/16”. Aquilo só me deixava ainda mais culpada. As vezes seus pais vinham nos visitar, mas nada dela. Ela nunca aparecia. Minha mãe ficou muito triste quando eu lhe dei a notícia que nós duas não estávamos mais juntas, com meu pai não foi diferente. Duas vezes quando seus pais foram até minha casa, minha mãe perguntou dela, mas seus pais só disseram que ela não pode vir, mas mandou um abraço para ela e meu pai. Eu lhe liguei várias vezes, mas sempre era a mesma coisa, caixa postal. Lhe deixei vários recados, mas duvido muito que ela tenha os ouvido.

  Era dia três de agosto. Juntei minha pouca esperança que ainda tinha em quem sabe vê-la de volta e fui para a escola. Me sentei no mesmo lugar de sempre e fiquei esperando. Vários alunos começaram a entrar na sala comentando sobre como foi suas férias e até o professor entrou, mas nada dela. Até que a porta abriu novamente e adivinhem quem estava lá? Sim... era ela. E estava linda. Céus... parei... mas vamos lá. Ela olhou em volta e seus olhos pousaram sobre mim. Não pude deixar de conter um sorriso. Mas ela não sorriu de volta.

- Senhorita Spiegelman, sente-se com a senhorita Gilbert por favor. – Disse o professor de História e a Joy o encarou com uma cara de poucos amigos para logo vir em minha direção.

  Meu coração simplesmente errou a batida quando ela se sentou ao meu lado e eu pude sentir seu perfume. Um tom amadeirado... pois é... sim ela usa perfume masculino heuheuhe... Ela tirou seus óculos escuros e me olhou de relance. Ela havia passado algo para disfarçar, mas ainda era bem notável suas olheiras. Seus olhos estavam em um tom verde claro sem brilho algum. Ela estava usando uma jaqueta de couro preta por cima da blusa de uniforme como ela sempre fazia, estava usando também uma de suas calças justas que eu tanto amava pois marcava bem suas curvas e tampando um pouco seus cabelos negros estava um gorro preto. Suas unhas estavam perfeitamente pintadas em um tom preto e em sua boca estava um batom vermelho-sangue. “Talvez ela não esteja tão mal assim...” pensei.

- Oi. – Falei em um tom baixo torcendo para que ela me respondesse.

- Hallo. – Disse ela com seu lindo sotaque alemão.

- Como você está?. – Perguntei.

- Como acha que eu estou? – Me encarou séria.

- Des...desculpa. – Suspirei baixo e encarei a mesa.

- Tudo bem. – Deu de ombros. – Eu nem ligo mais.

***

  As aulas já haviam acabado. O corredor já estava vazio. Guardei minhas coisas no meu armário e sai andando. Encontrei a Joyciaine fechando seu armário e a mesma me encarou. Me aproximei a passos lentos até parar em sua frente e ela não moveu um fio de cabelo sequer. Tirei os óculos escuros que ela usava para poder encarar aquela imensidão esverdeada e o guardei no bolso de sua jaqueta. Segurei seu rosto com as duas mãos e aproximei nossos rostos.

- Emily... é melhor não... – Suspirou baixo dando um leve aperto em minha cintura.

- Eu sei... mas eu preciso. – Selei seus lábios e logo iniciei um beijo calmo, mas um tanto necessitado. No começo nossos lábios somente se moviam em sincronia, mas logo o beijo foi ficando mais quente e eu senti minhas costas se chocarem contra um armário frio. – Joy... – Não pude deixar de gemer contra seus lábios quando a mesma chupou minha língua com uma certa força e suas mãos apertaram minha bunda com brutalidade. Eu nunca havia a visto daquele jeito, mas estava adorando, mesmo sendo errado demais. Senti meu corpo ser ainda mais prensado no armário e uma de suas mãos invadiram minha calça enquanto a outra massageava meu seio direito e sua boca mordia e chupava meu ponto de pulso o que com certeza deixaria uma marca enorme. Eu só sabia gemer e puxar seus cabelos com cuidado. Logo dois dedos seus me invadiram de uma forma rápida e eu mordi meu lábio com força reprimindo um gemido alto. – Hmm Joy... isso... – Falei entre gemidos enquanto seus dedos se moviam rapidamente. Ela me encarou com aqueles verdes transbordando desejo e luxúria e me beijou com volúpia estocando seus dedos com mais força em minha intimidade. Segurei em sua nuca com força e a arranhei não me preocupando muito com as marcas que ficariam. Sua língua invadiu minha boca e começou a explorar cada canto como se ela quisesse redecora-la. Seu polegar massageava meu clitóris rapidamente e eu senti meu corpo tremer e depois minhas paredes contraírem para logo gozar em seus dedos. Minhas pernas ficaram fracas e eu achei que iria cair, mas sua mão segurou minha cintura com firmeza e ela me olhou nos olhos enquanto chupava seus dedos lentamente. Aquilo já estava me deixando excitada novamente... A beijei novamente e ela retribuiu para logo se afastar e me encarar.

- Já chega por hoje senhorita Gilbert. – Colocou seus óculos e saiu dali desfilando, como se nada havia acontecido.

- Meu Deus... o que eu fiz... – Suspirei sentindo meu corpo deslizar pelo armário até eu me sentar no chão.