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História Duele el corazón - Dia fatídico


Escrita por: fulltimetrouxa

Capítulo 2 - Dia fatídico


Você já desejou que o tempo congelasse? Não melhor, que ele retrocedesse para uma época melhor? Sim? Não?

Bem, eu queria. Eu queria muito.

Queria parar este dia e apaga-lo da minha memória, da minha existência. Porquê? Porque justamente hoje, era o momento em que a minha vida mudava de oito pra oitenta.

Ok, talvez você não esteja entendendo nada, né? Acredite, eu também não.

Para você ter uma ideia, uma ideia grotesca do que aconteceu comigo, terei que levar você a uma viagem no tempo. Viu? Eu disse que queria voltar a trás.

Então vou contar tudo pra você e depois poderemos discutir se é ou não, a melhor opção ficar nesse passado.

Ah por onde começar? Talvez deva pelo dia que conheci Lauren Michelle Jauregui Morgado Terrence. Um nome grande, né? Pois, tão grande como o número de problemas que ela me trouxe.

Não, melhor. Começaremos pelo início. Minha história com essa mulher começa um pouco antes do momento em que a conheci, na verdade, começa exatamente umas 12 horas antes, quando nesse fatídico dia, resolvi acordar.

Los Angeles, Califórnia. 23 de Janeiro, 2015.

12 horas antes do terrível encontro.

Meu despertador berrava alguma música aleatória enquanto meu cérebro processava a ideia de acordar. Se eu queria ? Não mesmo.

Abri os olhos com alguma dificuldade para poder ver o enorme despertador marcando 8 horas exatas. Suspirei, não estava de todo habituada com esta vida de madrugadora. Na verdade, tudo o que tivesse haver com acordar cedo, não era algo que me habituaria. Nunca.

Depois de quase 15 minutos tentando que o meu cérebro aceitasse que precisava levantar, fui tratar de me alimentar.

Minhas manhãs eram baseadas nisso, acordar, comer e dormir mais um pouco no sofá. Era quase como um ritual, meu dia não poderia começar sem que isso acontecesse.

Quando estava quase pousando para uma pequena sesta no meu aconchegante sofá, a campainha tocou.

- Espero bem que seja um enviado dos céus, porque se não for é pra lá que vai. - Quase gritei enquanto abria a porta.

E realmente não era.

Como um furacão, Normani Kordei entrou no meu pequeno, mas muito aconchegante, apartamento.

- Normani, a anja. - Disse a morena se apoderando do meu trono, vulgo sofá.

- Muito engraçado. - Disse tentando encontrar um espaço para poder sentar.

- Não vai perguntar o que faço aqui? - Ela disse gesticulando, como se fosse algo importante.

- Você vai me contar do mesmo jeito, até porque está interrompendo minha sesta. - Respondi, me ajeitando depois de quase lutar por espaço.

- Vou mesmo. Garota, hoje sua vida vai mudar! - Exclamou soltando um gritinho que quase ceifou a minha vida. - Vamos ter uma festinha lá no bar.

Suspirei cansada. A fonte de todas as minhas dores de cabeça. "EL GORDO". Exatamente isso, o gordo.

"EL GORDO" era o bar que tinha recebido como herança. Sabe quando você passa a vida toda querendo ganhar algo de graça? Uns querem dinheiro, outros um carro ou até uma casa. E eu? Eu ganhei um bar afundado em divididas. Viva!

- Como assim, uma festa? - Perguntei.

- Umas granfinas ai querem fazer uma festa de aniversário. - Ela disse toda sorridente. - E o seu ilustre bar foi o escolhido.

-Ah não sei, Normani. - Disse levantando do meu lugar. - Isso é pra quando?

- Hoje às 8 da noite.

- VOCÊ ESTÁ LOCA?

Normani sorriu.

Tenho que explicar uma coisa pra vocês. Quando Normani Kordei sorri pode significar duas coisas : ou que você vai morrer ou vai ter que fazer a sua vontade.

Passo a explicar o processo. Quando Normani sorria, com aquele ar mais falso do universo, quando ela demonstrava a sua perfeita e estupidamente branca dentição, só poderia significar que eu, Karla Camila Cabello Estrabao, estava ferrada.

- Não tenho escolha,né? - Suspirei já vencida.

- A gente consegue, sócia.

Sorri para ela.

Graças a ela, minha herança não tinha ido para o buraco. Graças a ela, tinha uma fonte de rendimento mais ou menos confortável. Se minha sócia dizia que conseguíamos, é porque a gente iria conseguir.

Na verdade, nem saberia onde estaria sem ela.

Quando meu querido avô morreu, surpreendente deixou "a menina dos seus olhos" para mim. No início fiquei chocada e muito honrada, tinha aquela excitação de começar um novo projeto. No entanto, descobri que aquela jóia rara, era bijuteria.

Dívidas e mais dívidas. No instante em que descobri, quis xingar até a última geração do meu avô, porém lembrei que eu mesma fazia parte.

Então quando tudo parecia perdido, Normani estendeu a mão para mim, ou melhor, estendeu os bolsos.

Acontece que a senhora anja tinha todos os recursos possíveis que eu, obviamente, não tinha.

Depois de uma reforma, quase total, de muitos perrengues e de muita luta, conseguimos quitar quase todas as dívidas.

Isso mesmo, quase. Não queria que Normani gastasse a fortuna que tinha sido abençoada com o meu barzinho. Eu tinha tomado responsabilidade então era eu quem deveria lidar com tudo.

Mas a ajuda era algo que eu nunca recusaria, aliás, era muito grata.

- Vamos a isso então. - Respondi.

6 horas antes do terrível encontro.

- Ah chega. Eu tenho que comer! - Exclamei para quem quisesse ouvir.

-Ok, podemos fazer uma pausa. Já temos a decoração arrumada e só falta as bebidas e algumas comidinhas. - Normani disse rindo.

Rindo claramente da minha cara de esfomeada.

- Para de rir de mim e comidinhas? Normani, é um bar. Onde que já se viu ter comidinhas?

- As moças pediram e vamos ter sim umas entradinhas.

- Onde vamos achar alguém que entregue isso tão em cima da hora? Não esquecendo que é uma festa supostamente latina, precisamos de comida latina!

Confesso que nessa hora, era a falta de alimento que estava falando. Não costumo ser estressada, normalmente esse era o papel da minha sócia.

Mas hoje estava tudo invertido.

- Querida, você me ofende com esse seu show de desespero. Eu sou professional, já tratei de tudo. - Ela disse encolhendo os ombros.

A olhei espantada.

- Então o que há pra discutir? - Perguntei.

- Na verdade, nada. Eu só queria ver você se desesperar. - Ela disse entre gargalhadas.

Era entre esses momentos e muitos outros que eu odiava a minha sócia.

3 horas antes do terrível encontro.

- Ligou para o Arturo avisando pra ele do cardápio das bebidas? - Perguntei a Normani enquanto me arrumava.

- Sim. - Ela gritou do outro lado da linha.

Tinha uma hora que tínhamos deixado "El Gordo", depois de limpar até o último canto do bar, depois de passar algumas ordens aos meus escravos pessoais, digo, empregados. Normani e eu, praticamente, voamos para casa para nos arrumar.

Música, decoração, bebidas, tudo estava tratado. Hoje seria uma noite diferente, possivelmente o local iria encher e isso era bom.

Aparentemente, era o aniversário de uma tal de Sarah Terrence e todas as suas amigas participariam do evento. Então, para além dos clientes habituais, teriamos uma chance de novas pessoas.

Eu estava agradecendo a essa Sarah por não ter pedido que o evento fosse com o bar fechado a outro público. Iria faturar bastante.

Eu sei. Você deve estar pensando, que mulher capitalista? Só pensa em dinheiro essa daí?

Bem, sim. Quando você tem dívidas pra pagar e uma carreira não muito bem conseguida de fotógrafa, o dinheiro torna-se algo importante.

Não que fosse obcecada com o verdinho, é só que eu tinha sonhos. E só os poderia realisar se estivesse bem financeiramente.

E caralho, tinha lutado muito para chegar onde tinha chegado.

1 hora antes do terrível encontro.

Tudo estava pronto, as pessoas tinham começado a chegar.

Podia ver o velho José sentado na última mesa mesa já comendo uma rodada de quesadillas e com o seu inseparável copo de tequila.

Ri daquilo. José tinha 87 anos e desde que me conheço, ele frequenta esse bar.

Ele me ajudou bastante e foi crucial a sua opinião quando tivemos que mudar o aspeto do local. Porque pra mim, era importante manter a essência desse lugar e ao mesmo tempo, dar-lhe um ar moderno.

- Deveriam vender mais comiditas como estas niña. - Disse assim que me aproximei da sua mesa.

- Talvez, señor. - Respondi.

- Creo que hoy va a ser una gran noche para usted, chiquita. - Disse sorrindo.

Concordei e sorri.

Também queria acreditar que seria.

30 minutos antes do terrível encontro.

Eu nunca tinha visto o bar tão cheio. Era quase impossível andar. Todas as mesas ocupadas, os garçons passavam sem parar, Arturo fazia as suas acrobacias com a bebida rapidamente.

Tudo estava correndo maravilhosamente.

-Ah, achei você! - Normani exclamou assim que me viu.

Normani estava com um vestido vermelho que abraçava todas as suas infinitas curvas e fazia com que eu, na pura simplicidade de um vestido preto, parece-se uma plebeia perante a rainha.

- Já disse que você está maravilhosa? - Perguntei sorrindo.

- Demasiadas vezes. - Ela sorriu.

- Nosso bebê está cheio, Mani. - Disse meio que emocionada.

Ela concordou sorrindo e me abraçou de lado.

- De agora em diante, é só alegria. Arturo, traz ai bebidas para as suas adoráveis patroas.

Momento do encontro terrível

Não sei direito como, mas naquela altura, eu não estava no meu melhor. Talvez fossem os sete shots consecutivos que Normani quase me obrigou a tomar ou talvez fosse a felicidade de alguma coisa estar correndo bem na minha vida.

Uma reflexão sobre a vida era legal agora,né? Então levem com uma: A vida é uma merda, mas já que temos que vive-la, o façamos da melhor maneira. Ou da pior.

Como disse, minha percepção das coisas estava meio alterada.

-Mila, Milinha. -Normani me chamou.

Essa era outra. Nem sei como ela conseguia manter aquela pose de sóbria.

- Chamou Manibear. - Ri exageradamente.

Ela revirou os olhos, ela não gostava muito que a chamassem assim.

-Não quer conhecer quem salvou sua bunda enorme?

-Opa, agora. - Disse pulando do banco em que me encontrava.

- Hum, não assim. Vá lá fora, pega um ar, sei lá. Mas com essa cara de bêbada você não vai conhecer nossas clientes.

Ri da cara dela. Porque realmente, só podia ser brincadeira.

-Você também bebeu. - Disse apontando pra ela.

- É, mas eu esqueci que você fica bêbada com dois shots e meio de tequila. - Ela disse quase rindo.

A olhei perplexa. Dois e meio?

Depois ri. A verdade é que eu não tinha o costume de beber.

- Certo, vou na rua pegar um ar e já já volto.

Ela assentiu e eu fiz meu caminho até a saída, o que foi bem difícil devido à grande quantidade de pessoas.

Fiquei estupidamente contente.

Quando finalmente consegui sair, me deparei com ela.

Ela. Que palavra tão estranha para o que observava na minha frente. Deusa do Olimpo ficaria melhor.

Não saberia se era a forma que os seus jeans meio que velhos, meio que novos ou se a blusa estampada com os lábios que eram marca registrada dos Rolling Stones. Talvez fosse a jaqueta de couro, a pele alva, os cabelos negros.

Não. Provavelmente era a forma como tragava o cigarro em suas mãos. Como suavemente expirava aquela nuvem de fumo.

Porém, enquanto eu me perguntava o que seria que a fazia Deusa do Olimpo, ela olhou diretamente para mim.

E ai, nesse momento descobri o que era.

Os seus olhos.



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