P.o.v Peter.
Tudo estava ocorrendo bem, até que do nada Wade me beijou. Não era um beijo normal ou carinhoso, era desesperado. Eu ao contrário do que aconteceu com Harry, que no caso não correspondi, agora fiz diferente, eu surpreendi a mim mesmo quando comecei a movimentar meus lábios contra os dele, ao fazer isso ele gemeu baixo, o que me deixou quente de uma certa forma. Senti quando Wade levou as mãos em meu pescoço e me fez ficar mais próximo, eu puxava seu cabelo de leve. Ah! Como isso ta bom! Eu quero mais! Muito mais!. Pensei e aprofundei mais o beijo, nossas línguas travavam uma batalha árdua, tudo estava quente demais e bom demais, até que o ar começou a faltar, maldito seja o ar, nos afastamos ao mesmo tempo e foi aí que a fixa caiu. Wade me beijou e eu o beijei. Senti que fiquei vermelho, ele me olhou e desviou os olhos:
- bem, isso foi parte do treinamento, pra ver se você beija bem, para não fazer feio com a ruiva. - disse ele como se nada tivesse acontecido e voltou a beber sua batida.
Fiquei mudo, não conseguia dizer uma palavra sequer:
- é. .. Eu terminei minha batida se quiser ja podemos ir embora- disse ele.
Fiquei um tempo em silêncio:
- não terminei meu suco ainda...- respondi simples- e se quer saber, eu não liguei pro beijo, apenas fiquei surpreso.- disse para esclarecer as coisas.
Ele pareceu surpreso:
- não ligou?- questionou.
- não... afinal não significou nada, foi só um beijo- eu disse tranquilo.
Ele pareceu incomodado, ou talvez fosse coisa da minha imaginação. Terminei meu suco e fomos embora, no carro tudo foi um silêncio profundo e quando chegamos em casa, parei na garagem e antes de descer ouvi Wade me chamar:
- sim?- perguntei e me encostei no banco, não olhei para ele, fiquei com minha atenção na janela do quarto de Tony, a luz estava acessa:
- você me odeia pelo o que fiz?- perguntou hesitante.
- não... por que odiaria?
Ele suspirou e sorriu:
- que bom, porque eu não consigo mais viver sem você- disse ele alegre e eu sorri.
Ficamos um tempo em silêncio, até eu me pronunciar:
- ... mas o que você achou? Sabe... sobre o meu beijo.- perguntei meio envergonhado.
Ele sorriu e disse:
- precisa melhorar, você é ainda muito inexperiente.
O fuzilei com o olhar:
- e você quase me afogou com a sua língua!- acusei.
- minha língua? !- riu ele.
- sim, eu senti ela nas minhas entranhas- ri alto.
- talvez, você deva me ensinar então, professor Parker- disse ele travesso.
- talvez- concordei.
E quando vi nos estávamos próximos novamente. Afinal, não era nada demais, ou era? Ah, que se dane, não vai significar nada mesmo, Wade nunca se apaixonaria por mim e o mesmo valia para mim. Pensei e quando estávamos quase nos beijando ouvi meu nome ser chamado, olhei por cima de Wade e vi Tony na porta me chamando:
- Peter! venha logo, você tem aula amanhã!
Vi Wade revirar os olhos, eu ri e comecei a me afastar dele, quando com rapidez ele puxou meu braço e me deu um selinho, corei:
- pensei que fosse eu que iria te ensinar- resmunguei.
Ele riu e saiu do carro deu um asseno para Tony, que levantou o dedo do meio em contrapartida e me fez rir, depois olhou para mim por trás do vidro e piscou, eu sorri e assenei com a cabeça, depois sai do carro e fui para minha casa, Tony cruzou os braços :
- e aí? - perguntou.
- e aí, o que? - perguntei.
- ele te drogou?- perguntou.
- Tony!- quase gritei e entrei em casa.
Qual era o problema dele? Sempre vai ter essa impressão de Wade?!. Com esses pensamentos fui para o meu quarto, fechei a porta e me joguei em minha cama, comecei a pensar em como o dia foi maluco e depois me senti envergonhado, afinal eu tinha beijado um homem de novo, mas não era qualquer homem era Wade. Argh. Que merda eu fui fazer?... quer saber tudo bem, porque não significou nada, não significou nada... E assim, fiquei repetindo isso até adormecer.
O dia seguinte chegou, as aulas passaram rápido e logo fui para casa, mas recebi uma mensagem do Jornal em que eu trabalho, perguntando sobre as fotos que eu havia prometido, respondi que passaria lá para deixa-las, e assim, o fiz. Depois de receber um queixa de atraso do meu chefe, peguei meu salário e fui embora, no caminho lembrei que tia May havia pedido para comprar algumas coisas no supermercado, e assim, fui fazer as compras.
Era 16 hrs quando cheguei em casa. Estacionei meu carro, comecei a tirar as compras quando vi Wade, sentado na varanda da casa dele, com um caderno e ao lado do corpo um pequeno rádio, que eu particularmente conhecia e o achava irritante, tocando uma música do 50cent. Sorri :
- ei, Wade! - saldei.
Ele me olhou surpreso pela minha presença e abaixou o volume, e só então pude ouvir a gritaria que estava a casa dele:
- e aí, Petey!- saldou meio triste.
- tá tudo bem?- perguntei hesitante.
Ele olhou para própria casa e saiu da varanda, caminhou até mim e pegou uma das compras da minha mão:
- eu acho que a resposta é meio... óbvia.
Fiquei quieto e aceitei sua ajuda, guardamos as compras e depois ficamos na varanda da minha casa:
- por quê você não saiu?- perguntei curioso.
- não estava com vontade... e também não queria deixar meus irmãos de lado- disse baixo.
- mas. .. e se eu te levasse em um lugar bacana?- perguntei.
Ele pareceu surpreso:
- estava me chamando para sair?- perguntou debochado.
- talvez- imitei ele.
Ele riu:
- não sei não, Petey...
- ah, vamos nessa, vai ser divertido!
Ele pareceu convencido e quando vi ele entrou no meu carro, sorri, entrei em seguida, o liguei e saimos. O caminho não foi tão silencioso, quando o rádio começou a tocar Umbrella da Rihanna, Wade riu alto e começou a cantar eu não aguentei e comecei a cantar também. Eu não conseguia parar de rir, aquela música era muito besta na minha opinião, mas quando ouvia Wade imitar a voz da cantora, eu com toda certeza me esquecia de tudo, e quando vi estava cantando a parte mais lenta da música sozinho:
- You can run into my arms
It's okay, don't be alarmed
Come into me
(There's no distance in between our love)
So gonna let the rain pour
I'll be all you need and more
Because...
Nessa hora Wade pareceu se ligar a realidade e começou a cantar o refrão comigo. Quando a música acabou não conseguimos parar de rir:
- você é muito talentoso, Petey!
- eu?! E você?! - ri alto- devia colocar cantar como uma qualidade no seu currículo.
- talvez eu coloque- riu ele.
Quando vi estávamos no lugar em que eu queria traze-lo:
- pronto chegamos!- disse feliz.
Wade olhou para o lugar e riu:
- você vai me matar? Porque esse lugar deve ser ótimo para cometer um crime.
- hahaha, muito engraçado, agora vamos- disse e desci do carro.
Estávamos em um dos prédios abandonados da cidade, o local era deserto. Guiei Wade até a porta e quando comecei a subir as escadas ele riu:
- é com certeza você vai me matar... posso começar a pedir socorro?
- cala a boca e me segue.
Ele riu e se calou, subimos mais cinco lances de escada e chegamos onde queria, no alto do prédio, sorri ao sentir a brisa no meu rosto, fui até a beira dele e ouvi Wade assoviar:
- que bela vista- elogiou ele e eu me virei para ele sorrindo- não estou falando de você, babyboy, apesar que está encantador como sempre.
- para de zueira e vem aqui- disse e me sentei na beirada.
Ele se aproximou e sentou ao meu lado:
- realmente é um lugar bacana!- elogiou ele.- como achou isso?
Suspirei. Dali tínhamos uma bela visão da cidade e do por do sol:
- um prédio abandonado para um garoto abandonado... estava tirando fotos para meu trabalho quando um cara tentou me roubar, daí eu fugi e acabei achando este lugar, legal neh?
- uma história tocante- riu- mas... por que um garoto abandonado? - perguntou curioso.
Fiquei quieto:
- se não quiser contar tudo bem...- disse ele.
- não... tudo bem- suspirei e disse- sabe, apesar de ser órfão, descobri que antes dos meus pais morrerem, me deixaram com os meus tios, eles queriam aproveitar a vida, e eu so iria acabar com toda a juventude deles, daí me deixaram e acabaram sofrerendo um acidente de avião- contei com um nó na garganta.
- malditos!- exclamou ele, o que me fez encara-lo- como tiveram coragem de abandonar alguém como você?!.... é desculpa- riu ele.
Acabei rindo com a reação dele:
- sabe, Petey, acho que sua vida não é tão fudidamente triste quanto a minha- riu ele.
- por que?- perguntei.
Ele olhou o horizonte e contou:
- minha mãe era uma ótima pessoa, você se lembra dela, neh?- questionou e eu assenti- ela se envolveu com o meu pai, um drogado e bêbado, depois que eu nasci ela o abandonou, pois ele batia nela e por isso tinha medo que isso acontecesse comigo, ele ficou descontrolado e quase a matou, depois disso ele foi preso e a minha mãe conheceu Odin, e o cara rico se apaixonou pela pobre donzela- riu ele- com o passar dos anos meu verdadeiro pai ficou doente e morreu na cadeia, mas eu nem senti tanto, porque eu nem o conhecia mesmo... e daí, minha mãe teve câncer, eu tinha dez anos, lembra? Você ficou ao meu lado durante tudo... porém quando ela morreu eu fiquei descontrolado e me afastei de você.
- sim, eu lembro- disse triste.
- bem, comecei a andar com pessoas que não prestavam, me drogava e bebia com frequência, e com isso desenvolvi também um sexualidade diferente, eu ficava com todo mundo, não me importava com o género da pessoa.
Nem preciso dizer que isso me surpreendeu, mas também explicou muita coisa, ele continuou:
- até que com 15 anos, Thor me pegou usando drogas e contou para Odin, o mesmo me fez ser internado e foi ai que eu sumi durante um tempo, e voltei depois de seis meses, depois disso não usei mais drogas e tentei esconder minha sexualidade- terminou ele de contar e abaixou a cabeça.
- então você é panssexual.- afirmei baixo e ele concordou.- você já contou isso para alguém?
- sim, mas são poucas as pessoas... Odin me mataria se soubesse.
- como você sabe ?- questionei.
- você não ouviu a gritaria mais cedo na minha casa?
- sim, mas o que isso tem a ver?
- Thor e Loki, se envolveram.
- o que?!- não consegui esconder minha surpresa.
- eles se apaixonaram, e mantinham um relacionamento escondido, e hoje meu pai chegou e viu os dois juntos na cozinha, e assim a merda aconteceu... além de serem irmãos eles são homens... imagine o que aconteceria comigo- disse ele amargamente.
Me senti triste por ele, e quando vi o abracei com força, ele ficou surpreso e depois correspondeu, ficamos um tempo assim, até que por estarmos próximos eu não me segurei. Como ele é cheiroso. Muito cheiroso. Pensei e encostei meu nariz no pescoço dele e o cherei melhor. Era como uma droga. Ele puxou meu cabelo de leve e me fez o olhar nos olhos, não me segurei e encostei nossos lábios com urgência.
A verdade é que eu não conseguia esquecer o beijo dele o dia todo, e agora eu estava faminto por isso. Estávamos tão entretidos que Wade ficou por cima de mim e segurou com força minha cintura, eu o puxava pelo pescoço e pela gola da camisa. Tudo estava tão... quente. Até que eu ouvi a som do meu celular tocando, nos separamos de imediato e eu atendi:
- alô? - disse meio arfando.
- Peter! onde você está? !- era Tony.
- estou.... indo para casa, por que?
- você é um péssimo mentiroso! Agora me diz, o Wade tá com você? - perguntou e eu fiquei surpreso.
- é. .. tá sim- respondi hesitante.
- ah, graças a Deus - ouvi uma voz grossa do outro lado da linha.
- vem para casa agora!- disse ele autoritário.
- okay, daqui uns minutos estaremos ai- eu disse e me levantei.
- okay- disse e desligou o celular.
Me voltei para Wade, ele estava olhando o horizonte:
- vamos Wade- o chamei, ele permaneceu quieto- Wade?... ei, me desculpa pelo o que aconteceu...
- não, tudo bem... não significou nada mesmo- disse ele e eu senti meu coração apertado.
- não, não significou nada - concordei.
Ele se levantou e sorriu:
- acho que podemos dizer que isso é uma pequena diversão só nossa.- brincou ele.
- é. .. uma diversão só nossa- concordei baixo.- agora vamos, Tony disse para irmos pra casa.
- hum ... ei, antes de irmos posso te perguntar uma coisa?
- já está - disse zombeteiro.
- ah para, olha, você ja trouxe alguém aqui?- perguntou.
Eu o encarei e sorri:
- não, só você- respondi simples.
- então esse lugar é o nosso esconderijo particular, spidey!- exclamou ele e eu ri pela forma como ele me chamou.
- desde quando eu disse que você poderia voltar aqui de novo?- questionei irônico.
Ele se aproximou de mim e sorriu malicioso:
- desde que você me tirou da minha linda casa barulhenta e me trouxe para cá, um lugar que nem o merda, quero dizer, Harry Osborn conhece.
- tá, pode ser um lugar só nosso- concordei.
- que bom- disse e assim me beijou.
Eu não o impedi, apenas o correspondi até que ele se soltou de mim, começou a descer às escadas e disse alto:
- assim aqui pode ser um lugar só para nossa diversão.
Percebi a merda que fiz, eu estava quase que assumindo que estávamos ficando, só faltava eu admitir em voz alta:
- é, só para nossa diversão - concordei meio fora do ar.
Pronto a merda foi assumida. Eu só posso estar louco para dizer que estou tendo uma " diversão" com Wade Wilson.
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