História DUFF - We Don't Talk Anymore

D.U.F.F. - We Don't Talk Anymore

Uma semana. Uma semana sem trocar um simples olhar com os meus amigos. Uma semana e parece que tudo mudou completamente. Não sei quando e nem como, mas Theo passou a ser meu novo melhor amigo. Ele me entendia, mas não era Scott e nem Isaac. O ponto era que Theo estava aqui e estava disposto e ficar e era disso que eu precisava.

Quando as pessoas da escola começaram a perceber que talvez essa briga tenha sido definitiva tudo mudou. Eu era deixado de lado. Malia já nem falava mais comigo mesmo eu tendo explicado o que havia rolado com Lydia.

Acho que se tornou definitivo quando eu resolvi parar de me importar com isso.

Scott estava namorando Alisson e essa era a nova novidade. Ele estava tão feliz que nunca cheguei a comentar o que eu havia visto. Isaac já é bem grandinho para saber o que faz e com quem faz.

Minha carta de aprovação em Harvard tinha chegado ontem. Claramente fui aprovado e ainda não havia contado para o meu pai e nem para ninguém. Só existia uma pessoa no mundo com quem eu gostaria de compartilhar essa notícia. Minha mãe. Mas eu ainda não estava pronto.

Era incrível a capacidade da mente humana. A conexão entre nosso corpo e mente. Eu estava triste e isso poderia ser lido na minha linguagem corporal. Não estava mais me importando com as coisas. Tudo era no automático. Era tudo questão de tempo. Meu mundo estava cinza.

_ Terra chamando _ Theo me sacudia um pouquinho, estávamos na biblioteca fazendo um trabalho de inglês avançado _ está tudo bem?

Dei meu melhor sorriso, mas não tive coragem de encarar aqueles olhos que poderiam ver a minha alma.

_ Me desculpe, Theo. Eu só estava com a mente longe.

Ele sorriu e voltou a falar do livro em questão. Do nada ele parou de falar e um silêncio incomodo estava pairando sobre nós.

_ Eu estava pensando... _ começou Theo.

_ Você pensando? Que novidade!

Recebi um tapinha no braço e um sorriso.

_ O que você acha de dormir lá na minha casa?

Eu não sabia o que responder e por isso falei que adoraria. 

Senti uma pulga atrás da orelha durante todo o restante do dia. No final da aula de calculo fui guardar meus livros no armário e encontrei um embrulho. No cartão dizia: para o meu herói.

Abri o presente e era uma camiseta do Batman. Lydia!

Guardei minhas coisas e peguei a camiseta. Ela estava sentada no gramado junto da galera.

Nunca fui do tipo que amarela, mas ver toda a minha antiga turma reunida me deixou abalado. Mas já era tarde. Alisson havia me visto e estava acenando loucamente.

Respirei fundo e fui até eles.

_ Lydia, podemos conversar? _ perguntei evitando fazer contato visual com certas pessoas.

_ Claro.

Ela levantou rebolando e fomos sentar em um banquinho não muito longe de onde estava o restante do pessoal.

_ Foi você que comprou a camiseta?

Não era necessária uma resposta depois do olhar dela. Eu só não entendia o motivo.

_ Olha, eu sinto muito que você tenha discutido com Isaac e Scott e não posso fazer nada por vocês, mas não quero ser a responsável pela sua briga com a Malia.

Passei as mãos pelo meu cabelo, o bendito estava grande já e só deixei mais bagunçado do que já era.

_ Eu agradeço, mas não adianta. Malia não...

_ Eu já falei com ela _ disse Lydia me cortando _ se ela continuar com esse drama de quem fica na friendzone ai já é problema dela.

Ela levantou e me deu um beijo na bochecha.

_ Eles sentem a sua falta, todos nós sentimos _ dizendo isso ela foi embora.

Fiquei por um tempo fitando a grama. Se todo mundo sente a minha falta então por que eu sempre tenho que ir atrás das pessoas?

Minha mente estava a mil. Só mais cinco meses e todo esse drama de cidade pequena iria acabar. Minha vida de universitário estava quase chegando. Só quero se for pra ser igual American Pie.

Balancei a cabeça e fui andando até o estacionamento. Eu não estava com cabeça para mais uma aula e ainda eu tinha que dormir na casa do Theo.

Isaac e Scott estavam cochichando num canto escuro. Puta que pariu! Será que eu tenho que ver eles em tudo quando é lugar? Eu não aguento.

Ignorei e segui o meu caminho até o carro. Dirigi por um tempo antes de voltar para casa. Quando cheguei eu pude ver de longe a irmã do Derek entrando na mansão com uma mala enorme. Cora voltando da Inglaterra? Interessante.

Assim que entrei fui direto pro meu quarto. A caixa estava lá com as coisas dela. Quando minha mãe resolveu ir embora ela deixou uma caixa e uma carta para mim. Nunca contei para o meu pai e nunca li mais do que a primeira linha, mas já era hora de aceitar que ela tinha uma nova vida.

Abri a caixa e peguei um pedaço de papel gasto pelas inúmeras vezes que eu já havia segurado. Um conjunto de números que estavam cravados em minha mente. Disquei os números. Apaguei. Disquei de novo e apaguei de novo.

_ Respire! _ ordenei a mim mesmo em voz alta.

Disquei os números e apertei em chamar. Ela atendeu no segundo toque. O fato de ser filho de Claudia é que você não consegue odiar uma mulher como ela. Ou você ama ou você ama. E eu a amo muito, independente do que havia acontecido.