História Duff - Capitulo 13

Pov. Cristiano Ronaldo.

Quando o treino terminou, todos seguimos para o vestiário para tomar uma ducha e irmos para nossas respectivas casas. Enquanto me arrumava, eu ficava remoendo porque estava tão incomodado em passar um simples recado ao irmão de Karim.

- Karim, seu irmão está por aqui hoje? – pergunto.

Karim franze o cenho.

- Está, por que? – ele pergunta.

- Só preciso falar com ele. – não dou muitos detalhes.

- Baixou muito pornô e o computador está cheio de vírus. – Jesé diz.

Uma chuva de gargalhadas domina o vestiário.

Reviro os olhos.

- Não preciso de pornô, o que não me falta são atrizes pulando no meu colo. – digo jogando minha camisa de treino nele.

Se ele fosse menos burro, ele como toda certeza, entenderia o recado.

Os caras fazem um coro de “uh...” e voltam a ri.

Pego minha mochila e vou atrás de Gressy. Quando chego a sala dele, que era perto da de Joana, eu paro na porta.

Respiro fundo e entro.

- Gressy. – chamo ele para que ele despertasse.

Ele estava concentrado no computador e com o meu chamado se assustou um pouco.

- Oi Ronaldo. – ele fala.

- Hum... eu vim te passar um recado da Joana. – digo um pouco a contragosto.

Ele mexe as sobrancelhas.

- Ela teve que viajar porque está com um problema familiar e acabou não dando tempo para falar com você. – digo.

- Ah... espero que não seja nada muito grave... -  ele diz.

- Bom, recado dado.

Já ia saindo quando ele me chamou de volta.

- Ronaldo.

- Oi? – digo voltando.

- Você ganhou. – ele diz.

Fico sem entender.

- Ganhei o que? – pergunto perdido.

Ele sorri de lado.

- Você sabe... você ganhou ela... – ele diz.

Continuo sem entender.

- Ela quem garoto? – pergunto.

- Joana. – ele diz.

- O que ela tem a ver com isso?

Ele quer dar um nó na minha cabeça? Só pode.

Ele respira fundo.

- Está claro para todo mundo que vocês têm uma ligação incrível... eu não vou me meter nisso, não vou perder o meu tempo ou me magoar tentando dar continuidade em algo que eu sei que não vai longe... – ele diz.

Me surpreendo com tudo o que ele falou.

- Continuarei amigo dela, mais não precisa se preocupar com a nossa proximidade. – ele completa.

A única coisa que sai da minha boca é um “ok”.

Saio de lá ainda em estado de choque. Sigo para casa no piloto automático, porque o que ele falou ficou ecoando na minha cabeça.

“Está claro para todo mundo que vocês têm uma ligação incrível...”

Estava tão perdido em meu pensamentos que só percebi que já estava dentro de casa quando Júnior começou a falar.

- Papá, onde está Joana? Se escondeu de mim? Eu vou achar você! – ele dispara e grita a ultima frase.

- Ela não veio, filho... – digo.

- Por quê? – ele pergunta.

Junior e as perguntas dele.

- Ela viajou. – digo.

- Pensei que viria com a Joana. – Minha mãe diz entrando na sala.

- Ela viajou... que chato. – Júnior diz e sai andando emburrado.

Minha mãe ri e balança a cabeça negativamente.

- Onde está Andrade? – pergunto pelo meu padrasto.

- Está na varanda... por que? – ela pergunta.

- Preciso falar com ele, não é nada demais. – digo já indo atrás dele.

Vou até a varanda e encontro Andrade sentado olhando para o nada.

- Andrade? Está dormindo de olhos abertos? – pergunto e ele desperta do transe.

- Refletindo, é muito bom para a saúde mental. – ele diz.

Me jogo no sofá e ele fica me encarando.

- O que foi? – pergunto.

- Você aqui fora? Fala logo, que eu te conheço muito bem. – ele diz e ri.

Dou risada.

Andrade era minha única opção agora. Eu nunca iria contar isso a minha mãe, já que ela ia criar expectativa e ia me enlouquecer.

- O que você acha da Joana? – pergunto.

Ele estranha.

- Ela é uma menina maravilhosa, acho que todo mundo adora ela. Por que da pergunta? – ele questiona.

- Quando você olha para mim e ela... tipo, quando estamos juntos, o que você acha? – pergunto.

Ele ri.

- Estás apaixonado puto? – ele pergunta batendo na minha perna.

- Responde. – peço.

- Vocês parecem se entender bem, muito bem... o que dá impressão é que vocês entram num mundo de vocês e esquecem do resto. Vocês fazem um casal bonito. – ele diz.

Fico calado refletindo.

- Acho que você nem precisa responder se esta apaixonado... – ele diz e dá batidinha no meu ombro.

Olho para ele.

- Suas perguntas já falam por si só, além do mais, vocês estavam parecendo um casal a bastante tempo. – ele dala.

- Nós não somos um casal. – digo baixo.

- Mais não é por falta de vontade, pelo menos da sua parte. – ele diz.

Me recosto no sofá e olho para o teto.

- Me surpreende você, o cara, pedindo conselhos sobre mulheres... – ele diz.

- Ela é diferente... a situação é diferente... – digo.

- A cada palavra você só confirma a sua paixão. Qual a diferença dessa situação para as outras? – ele pergunta.

- Sempre fomos amigos, nunca surgiu interesse nenhum... nas outras eu sempre me aproximava sabendo o que queria. – digo.

- Hum...

- Ela também parece não me ver como homem para namorar, para ela eu sou amigo... agora ela também está com problemas e vai passar um bom tempo fora...

- Aproveita o tempo e tenha certeza das coisas, vê onde vai pisar e abre o jogo com ela. – ele me aconselha.

- Abrir o jogo para ela... é mais fácil fazer um hat-trick. – digo.

Ele ri.

- Você consegue. Agora vamos comer porque eu estou morrendo de fome. – ele diz se levantando.

- Vamos. – digo e suspiro.

Nos dirigimos para a sala de jantar e encontramos Júnior e minha mãe a postos.

Enquanto minha mãe e Júnior tagarelavam, eu só conseguia pensar “como eu vou falar para ela?”.