História Duff - Capitulo 5

- Tem um espelho grande aqui? – Ele pergunta.

- Tem no meu quarto. – Falo.

- Então vamos para lá. – Ele diz.

- Vou contar ao Karim sobre isso. – Digo brincalhona.

- Os francês vai perder para o português mais uma vez... – ele diz entrando na brincadeira.

Dou risada.

- Agora vamos para o seu quarto, precisamos fazer uma coisa lá. – ele diz se levantando.

Acho estranho, mais vou com ele para o meu quarto.

Pov. Cristiano Ronaldo:

Assim que entramos no quarto dela, eu a guiei para frente daquele enorme espelho que havia ali. Ela me olhou com certo estranhamento.

- Sei que você adora um espelho, mais para que eu estou de frente para ele também? – ela pergunta me olhando pelo espelho.

Dou risada e balanço a cabeça negativamente.

- Eu gosto de me observar, não só para conferir se estou bem vestido, mais também para me conhecer melhor. – digo.

- Am? – ela pergunta confusa.

- Se sentar em frente ao espelho e fazer um monologo é uma ótima terapia. – falo.

- Você é estranho. – ela diz e olha para trás.

Dou risada.

Me aproximo dela e a faço virar para frente novamente.

- O que você vê quando se olha no espelho? – pergunto.

- Por que disso? – ela pergunta parecendo desconfortável.

- Apenas responda. – digo.

- Eu não sei. – ela diz e seus olhos se movem para todo o canto.

Me aproximo ainda mais dela e nossos corpos ficam bem próximos. Encosto meu rosto no dela e falo olhando no espelho.

- Vamos lá... eu sei que você sabe o que dizer. Você disse confiar em mim, não foi? Então, nada do que você falar irá sair daqui. – digo tentando estimular ela a falar.

Ela suspira e a sua expressão divertida de minutos atrás some por completo.

- Eu vejo uma garota feia... – ela começa.

Eu não iria interrompe-la, mais ouvir aquilo me deixou com uma enorme vontade de rebater o que foi dito.

- O cabelo está melhor, a pele também, mas... eu não me sinto bonita. Na verdade eu nem sei se algum dia eu vou me sentir... – ela diz e sorri triste.

Ouvir isso dela me fez a ver por outro ângulo. Ela sempre era risonha e brincalhona, até mesmo por isso todos gostavam dela, mais agora ela revelou uma parte dela que eu nunca pensei que existia. Agora eu só consigo ver uma garota amargurada.

- Desculpe te interromper, mais você não é feia... – não me contive e disse.

Ela ri e balança a cabeça negativamente.

- Tentativa falha Mozão. – ela fala.

- Eu estou falando sério. – digo firme.

Ela solta o ar pela boca.

- Você já viu minha irmã? – ela me questiona.

- Vi. – digo.

- Ela sim é bonita. – ela fala.

- Vocês têm belezas diferentes...

- Já ouvi isso diversas vezes e eu sei o que isso significa. – ela diz.

- Significa que as belezas são diferentes. Você é loira e ela é morena, você é mais alta que ela... – ela me interrompe.

- Mais gorda, tenho celulite, estria, barriga. – ela diz e se vira para mim.

Como a alto-estima dela é baixa.

- Eu acho que descrevemos pessoas diferente. – digo.

- Com toda certeza. Eu me descrevi e você iria descrever outra pessoa. – ela fala.

- Você já teve algum transtorno alimentar? – tive que perguntar isso.

Do jeito que ela fala parece aquelas garotas que tem anorexia e que veem uma imagem diferente da que realmente existe.

- Não, eu até entrei nessa onda uma vez, mais eu ficava com remorso de jogar a comida fora... – ela diz e ri.

Não contive o riso.

Realmente, ela comia bem. O prato dela, as vezes, era maior que o de muitos dos caras do time.

- Eu perguntei, porque você parece não enxergar o que realmente é refletido no espelho... – explico.

- Cristiano, eu sei muito bem o que vejo. – ela diz.

Como eu vou fazer ela enxergar o que eu vi?

Ando de um lado para o outro.

- Vai tentar invadir o apartamento do vizinho de baixo? – ela pergunta.

- Espera um minutinho. – digo.

Como? Como?

Minha cabeça parece se iluminar. Irei colocar ela, seminua para se olhar no espelho.

- Tira a roupa. – digo.

- Oi? Ficou doido? – ela pergunta.

- Vai, tira a roupa. É algo sério. – digo.

Ela fica me olhando estranho, mais depois começa a fazer o que eu pedi.

Ela estava usando um conjunto lilás, havia sido o mais “menininha” que havíamos comprado.

- Está de menininha hoje, né? – digo para descontrair, já que a tensão dela estava explicita.

Ela ri.

- Para, seu idiota. – ela diz rindo.

Puxei ela para frente do espelho, mais uma vez, só que dessa vez quem iria falar seria eu.

- Eu irei dizer o que vejo...

- Não. – ela diz.

- Você sabe que não adianta teimar comigo. – digo.

Ela revira os olhos.

Antes de começar a falar, prendo o cabelo dela com um nó.

- Anda aprendendo com Bale, em? – ela diz.

Dou risada. Aquilo era verdade.

- Eu vejo... uma mulher muito bonita na minha frente... tipo bonita mesmo, sabe? – começo.

Ela ri e balança a cabeça negativamente.

- Você tem um corpo bonito, na verdade um corpo que é muito desejado por muitas mulheres e que faz homens imaginar coisas... nada de barriga extremamente dividida, apenas uma barriga normal, feminina. Coxas que são proporcionais ao seu corpo, quadril levemente avantajado, mais que orna bem com as coxas, cintura e seios... seios que são maiores até que o esperado, já que você vive cobrindo eles com aquele excesso de pano. Na verdade, todo o seu corpo ganha volume excessivo graças as suas roupas largas... – falo.

Acho que dei uma empolgada.

Pigarreio um pouco.

- Você precisa entender que você não é feia e muito menos que a sua irmã é mais bonita que você. Beleza é questão de ponto de vista, tem gente que acha gente magra bonita, tem gente que acha as gordinhas mais atraentes... enfim, é apenas algo da pessoa. Você tem que entender que a opinião dos outros não é algo que deva te atingir, é algo que deve inflar seu ego... se a opinião é negativa, você joga fora.

Essa parte soou melhor. Eu sou amigo dela, mais ficar vendo e falando dos atributos dela já é demais para a minha mentalidade masculina.

- Pra você é fácil... – a interrompo.

- Por que é mais fácil para mim? Hoje em dia eu sou muito mais bonito que antigamente e naquela época eu até me achava menos atraente, mais nunca deixei as pessoas saberem disso.

- Eu não sei fazer isso. – ela diz.

- Você irá aprender. – digo.

- Você diz que beleza é ponto de vista e todas essas coisas bonitas, quando na verdade não é bem assim. Todo mundo quer ter o corpo daquelas modelos capas de revistas, todos os homens querem ter uma mulher daquelas do lado.

- Não é não... obvio que é a imagem mais vendida, mais se você sair na rua você vai ver pessoas reais, que gostam de pessoas reais.

Ela ri.

- Então me apresenta um cara real, que gosta da mulher real aqui. – ela diz a aponta para o próprio corpo.

Quase me candidatei, por motivos óbvios, mais me contive, estou enrolado com alguém.

- Gressy é doidinho por você. – digo.

Ele enxia o saco de Karim pedindo para o irmão fazer a ponte entre os dois, mais Karim não quis insistir muito, já que Joana pensou que era uma brincadeira.

- Ele só está afim de brincadeira. – ela diz.

- Como você sabe?

- Não é obvio? – ela me questiona.

- Por que seria?

- Ele vive viajando com o irmão, conhecendo as mais gostosonas... você acha mesmo que ele estava falando sério? – ela diz e cruza os braços.

Os peitos dela se apertam e fazem aquele volumo que... Acorda!

- Se ele estivesse afim de sacanagem, você acha mesmo que eu iria estar falando sobre ele com você?

Ela parece pensar.

- Você tem certeza mesmo? – ela pergunta.

Balanço a cabeça positivamente.

- Mais se for... – a interrompo.

- Eu mesmo dou um jeito nele. – digo.

Ela ri e me abraça.

Provavelmente ela esqueceu que estava apenas de lingerie e que estava de costas para o espelho. Como sou filho de Deus, eu dei uma conferida.