Eu, Cris e Júnior fomos a um parque ali perto. Muita gente estava aproveitando o período do verão para viajar ou estavam ocupadas demais tentando manter o seu emprego em meio a crise, então o local estava calmo.
Nos sentamos no gramado e Júnior começou a tagarelar.
- Joana, a De... a De... a amiga do meu pai não gosta de sorvete, de refrigerante e não come açúcar nunca. – ele diz achando um absurdo.
Confesso que também acho, mais respeito.
- Ela também não come carne ou batata frita. Ela parece um palitinho de dente. – o pequeno comenta.
Me prendo para não ri.
- Júnior, o que eu te falei sobre respeitar as pessoas? – Cristiano reprime o pequeno.
Junior encolhe os ombros.
- Desculpa Papá, mais ela parece mesmo e também é chata. – o pequeno insiste.
Cristiano me olha.
- Jú... seu pai está certo, temos que respeitar todo mundo. Ela pode ser chata e parecer um palitinho, mais não é legal fazer isso, tá bom? – falo para o pequeno Ronaldo.
- Tá bom Joana. – ele concorda.
- Aquele ali não é um garoto da sua sala? – Cristiano pergunta apontando para um garotinho.
Júnior olha para onde o pai estava apontando e ri ao ver.
- É sim. – ele diz se levantando e saindo correndo.
Aproveito a ausência de Júnior para saber o que estava se passando.
- Quem é o palitinho? – pergunto rindo.
- A Desiré, a miss. – ele diz.
Dou mais risada ainda.
- O que ela fez para Júnior odiar ela? E por que você não me falou que iria levar ele também? – pergunto.
- Eu não ia levar ele, só que minha mãe disse que não estava interessada em conhecer ela e todas aquelas coisas que só ela é capaz de falar, então eu decidi levar Júnior comigo e ver se eles se davam bem... – ele começa.
Pelo visto não deu certo.
- Só que ela não tem jeito com criança. Tudo começou quando chegamos e ela questionou a presença da minha mãe, eu não ia dizer que minha mãe chamou ela de interesseira e um monte de outras coisas, mais Júnior falou e ainda queria saber o que significava. – ele diz.
Eu caio na risada e ele me acompanha. Como não ri da inocência de uma criança?
- Ela logo fechou a cara e Júnior ficou atazanando para saber o significado das coisas. Eu consegui contornar a situação e fazer Júnior esquecer de perguntar os significados, só que ele queria saber mais dela e ela estava sem paciência, então respondia de forma seca. – ele fala.
- Eu mandava ela se ferrar. – digo.
Ele ri.
- A melhor parte vem agora. Júnior começou a perguntar se ela gostava de um monte de comida e ela dizia não ou que não podia comer para manter o corpo, ai ele foi e soltou um “Joana é mais legal que você” – ele diz e começa a ri.
Dou risada.
- E ela? – pergunto curiosa.
- Só faltou espumar de raiva e queria saber quem era Joana, ai eu perdi a paciência e fui para a sorveteria com o Júnior. – ele explica.
- Júnior é que tá certo, palitinho é chato. – digo.
Cristiano ri e me abraça de lado.
- Já que eu te contei do meu desastre de encontro, agora me conta do seu. – ele diz.
- O meu foi legal... Gressy é ótimo. – digo.
- Só isso? – ele questiona.
- Bom, nós falamos dos nossos interesses e quase nos beijamos. – digo.
- Já? – ele pergunta.
Acho estranha a pergunta dele.
- Cristiano, eu posso até ser uma DUFF, mais eu não sou uma virgem que prefere esperar até o casamento. – digo rindo.
Ele arregala os olhos.
- Espera. Você não é virgem? – ele pergunta surpreso.
- Não e faz muito tempo. – digo.
- Como assim? Você nunca me contou isso. – ele reclama.
- Até porque eu não ando falando para todo mundo sobre a minha não pureza. – digo rindo.
- Me conta como foi isso? Quando foi? – ele pergunta curioso.
Acho estranho, mais começo a falar.
- Eu ainda estava na escola, tinha dezesseis anos quando um cara do time me chamou para sair... ele era gato e meus hormônios fervilhavam dentro de mim, ainda mais porque Bella já tinha transado e me contado que era bom e ainda tinha minhas colegas de sala que também não eram mais virgens... – começo.
- Você transou no primeiro encontro com o cara? – ele parece não acreditar.
- Na verdade não foi no primeiro, foi no segundo. Eu e ele ficamos juntos por algum tempo, sem qualquer compromisso, e depois seguimos rumos diferentes. – digo.
Cristiano fica boquiaberto.
- Para palhaço, até parece que isso é anormal. – digo empurrando o ombro dele.
Ele me encara.
- Eu jurava que você era virgem... tipo, você não parece que faz essas coisas... – ele diz.
Eu explodo na gargalhada.
- Qual é Cris? Eu sei que não sou a top model e que sou DUFF, mais eu tive minha época de atleta e aproveitei ela... – digo.
Ele fica me olhando.
- O cara valeu a pena? – ele pergunta.
- Não, nem um pouco. – digo dando de ombros.
- Não se arrepende? – ele questiona.
- Prefiro não pensar nisso, assim não fico criando possibilidades que nunca vão acontecer. – falo.
- Hum...
Ficamos calados.
- E você, resolveu o que? Vai ficar com palitinho mesmo ela sendo chata ou vai partir para próxima? – pergunto.
- Vou dar um tempo da vida amorosa. Desiré era a minha única opção agora e eu até estava empenhado em fazer as coisas darem certo com ela, mais me enganei. – ele diz desanimado.
- Não fica assim não amorzão, se eu consegui você também consegue. – digo abraçando ele de lado.
Ele ri.
- Então você está gostando daquele francês nerd, não é? – ele pergunta.
- Ele é legal e me deu uns conselhos bons... – digo.
- Perguntei se você gosta dele, não se ele dá conselhos bons. Além do mais os meus são bem melhores que os dele. – ele diz.
- Acho que é cedo para eu saber se gosto dele, mais eu acho que as coisas estão caminhando de maneira correta. Você é insuportável de tão ciumento. – digo beijando a bochecha dele.
- Claro, você está colocando a moral dele lá em cima. – ele diz.
Reviro os olhos e dou risada.
- Te. Adoro. Ciumento. Do. Meu. Coração. – digo enquanto beijo a bochecha dele repetidas vezes.
- Assim está melhor. – ele diz rindo.
Nos jogamos na grama e ele me puxa para perto.
- Se o Gressy fizer alguma coisa com você... eu juro que dou uma lição nele. – ele diz do nada.
- E se palitinho fizer alguma coisa com o meu neném eu parto ela no meio. – digo.
Ele ri.
- Neném? – ele pergunta.
- Júnior.
Ele revira os olhos.
- Você sabe se cuidar, mais se ela fizer alguma coisa com você eu dou uma lição nela. – digo rindo.
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