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História Duke Of Blood - Armadilha


Escrita por: jinyoungs e jiminstand

Capítulo 7 - Armadilha



Quando Jeongguk acordou no dia seguinte, deu de cara com duas figuras estranhas no seu quarto: o de cabelos pretos, estava de costas para ele no canto do quarto, e o outro usava um razoável suéter cinza e a parte de baixo de um hanbok. Jeongguk esfregou os olhos rapidamente, tateando algumas partes do próprio corpo para ver se tinha alguma peça de roupa tanto em cima quanto embaixo e descobriu que tinha ido dormir de hanbok. Ele nem se lembrava de ter ido para a cama, na verdade.
Jeongguk emitiu um ruído parecido com “oi”.

– Acordamos você? - Jeongguk demorou alguns segundos para identificar quem perguntava mas, pela voz, supôs ser Jimin. – Estávamos fazendo de tudo para evitar.

Jeongguk pôde ouvir conversas pelos corredorredores, mas não pôde distinguir quem pronunciava. Então, ele reparou que Yoongi estava mexendo em um xarope que ficava perto do piano, ao canto do quarto, enquanto Jimin organizava algo em uma caixa. Os dois deviam estar andando na ponta dos pés fazia algum tempo, tentando se movimentar ao redor do corpo adormecido e uniformizado de Jeongguk.

– Você se sente melhor? - perguntou Yoongi conversando com Jeongguk com os olhos. Jimin tentou entender a mensagem que eles queriam passar, mas não conseguiu captá-la. – Não queremos incomodar você. Pode voltar a dormir.

– O que aconteceu? - Jeongguk perguntou ainda se sentindo estranho.

– Taehyung nos disse que você teve uma nova tontura durante o jantar e reclamou que sua cabeça estava doendo muito. - disse Jimin e Jeongguk fez uma careta. 

– Então quer dizer que eu... - Jeongguk não terminou a frase. Não tinha por que apontar o óbvio.

– Sim, você desmaiou. - respondeu Jimin mesmo sabendo que a frase de Jeongguk não foi exatamente uma pergunta. – Por isso que agora você tem que descansar.

Jeongguk não queria descansar. Ele havia acabado de acordar. O garoto encarou a pintura rústica do teto de seu quarto. Ele gostava daqueles desenhos. Jeongguk adorava desenhos, mas sempre achou que não conseguia desenhar. Ele nunca foi bom com pinceis e tintas, afinal.
Jeongguk respirou fundo e então  levantou-se. Sentiu o mundo girar 360 graus em um segundo, mas logo se restabeleceu. Yoongi cutucou Jeongguk no ombro e mostrou-lhe o vidrinho do xarope.

– Sua mãe disse que o médico receitou. - disse ele se referindo ao xarope. – Você deve tomar às 14h, ou seja, daqui a 20 minutos. Jimin, vai estar aqui, não é mesmo Jimin? - Yoongi perguntou com os olhos focados em Jimin, que o respondeu com um breve "sim", sem olhar o outro devidamente.

– E você não vai estar aqui? - perguntou Jeongguk à Yoongi.

– Eu vou ajudar minha família na reunião do Conselho, Jeongguk. Eu falei isso a você.

– Falou? Ah, o Conselho... lembrei, claro. De qualquer forma, muito obrigado por cuidar de mim, hyung. - disse Jeongguk. Jimin trancou a cara enquanto Yoongi saía do quarto. Alguns minutos se passaram em silêncio. Jeongguk comeu algo que um dos criados tivera deixado na cabeceira da cama mais cedo, enquanto Jimin continuava mexendo na caixa.

– O que você faz aí, Park Jimin?

– Coisas.

– Que tipo de coisas?

– Do tipo de coisas que talvez você goste.

Jimin levantou e foi em direção a Jeongguk, levando a caixa consigo. Ele sentou ao lado de Jeongguk e tirou algo de dentro dela.

– Lembra disso? - perguntou Jimin, tirando um objeto da caixa. Jeongguk olhou-o e sorriu.

– Como esquecer da minha peteca favorita? Você ainda a tem? Lembro do dia você a jogou tão longe, que ela caiu no meio da floresta e você não quis ir buscá-la por medo de aparecer algum fantasma misterioso. - disse Jeongguk rindo da lembrança.

– Não ria de mim - pediu Jimin envergonhado. – Aliás, lembra do dia no porão? Não era eu quem gritava igual um bebê chorão com medo de um ratinho, era? - provocou ele. Jeongguk jogou um dos travesseiros na direção de Jimin.

– Eu tinha meus motivos.

– Eu também tinha os meus. - disse Jimin tirando um livro da caixa. Era uma crônica.

– Eu lembro desse! - afirmou Jeongguk se referindo ao livro – Foi o primeiro livro que lemos juntos. Posso tocá-lo? Parece tão antigo!

Jimin passou o livro para Jeongguk, e então um pano fininho e dobrado caiu de dentro do livro. Jeongguk pegou-a. Era um pintura.

– Jimin, esse é... você? - Jeongguk riu. – Veja só... É você e eu! Eu sempre procurei por essa foto. Estava esse tempo todo com você?

Jimin tomou o pano das mãos do garoto e observou a pintura feita à tinta óleo. Embora fosse uma pintura, era muito real. Ele conseguia enxergar a beleza no sorriso de Jeongguk idealizado em algumas pinceladas. Ele passou os dedos sobre a pintura. O relevo da tinta trouxeram várias lembranças a Jimin. Cada traço foi construído com tal perfeição que Jimin pode sentir o vento gelado batendo em suas bochechas rosadas e gorduchas.

– Você é realmente um cara chato! - dizia um Jimin de doze anos para um Jeongguk de dez anos. Ele não sabia se Jeongguk o entendia perfeitamente daquela idade, mas algo dentro dele dizia que sim. Os dois estavam parados próximo ao Palácio Real. O inverno não tinha sido rigoroso àquela época, por isso, os pais de Jeongguk faziam um piquenique no jardim do castelo. Era a primeira vez que Jimin via a princesa Hyoyeon ao lado do príncipe Jungsan. Jimin não pôde deixar de notar em como eles formavam um belo casal. Não é difícil imaginar que um casal daquele porte teria gerado um filho como Jeongguk.

– Crianças, não se mexam! - dizia o pintor impaciente. Jeongguk estava sorrindo, parado como uma estátua enquanto Jimin reclamava:

– Eu não aguento mais ficar parado aqui. Quando acaba? 

– Aguente só mais alguns instantes, Jimin. Eu quero ter uma recordação desse momento.

– Eu só... tudo bem, tudo bem! - Jimin cedeu.

– Muito bem. - afirmou Jeongguk.– Agora você pode tirar esse semblante de cara feia do rosto e sorrir um pouco. Quer sair feio no quadro?

Jimin lutou contra a vontade de revirar os olhos. Mas ele não o fez. Apenas ficou parado ao lado de Jeongguk, da mesma forma que ele estava parado naquele momento no quarto de Jeongguk segurando a tela sem moldura.

Cresceram juntos. A rosa desabrochou em meio todo esse tempo, mas não era mais perfumada que o cheiro do perfume de Jeongguk; mesmo jovem, uma irradiação de beleza disseminava pelo rosto do menor. Sua forma, seu andar, sua voz... O coração de Jimin soluçava ao pensar em tudo calmo, amável e puro em um futuro ao lado de Jeongguk. Mas ele sabia que não podia ser assim. Não era difícil imaginar que, o filho do Príncipe de Gyeonggi casaria-se com, quem sabe Hiro Sana ou Hiro Mina, ambas filhas do ministro do Japão, para firmar uma aliança ou parcerias comerciais. Jimin sabia que ele não teria chance alguma para competir e lutar contra isso.

– Jimin, olha sua cara! - a voz de Jeongguk tirou Jimin de seus pensamentos e devaneios. – Você estava zangado, não estava? Queria que terminasse logo, eu lembro... E olha só, você era mais cheinho. Mas agora você está... - o garoto pensou em como dizer aquilo sem ficar envergonhado. – bonito.

Jimin riu.

– Você me acha bonito, Jeongguk?

– Por que não acharia? A garota que casar com você terá muita sorte, hyung!

Jimin fez que sim com a cabeça mecolicamente e encarou Jeongguk. O garoto estava tão perto dele que ele pode sentir o cheiro do perfume. Era o mesmo perfume daquele dia do piquenique no jardim neovoado. As lembranças voltaram à memória; Jimin amou-as. O braço de Jeongguk roçou o braço de Jimin rapidamente. Um simples toque, mesmo que acidentalmente trazia várias sensações a Park Jimin. Eram todas as emoções humanas partindo de um mesmo ponto acontecendo exatamente ao mesmo tempo.

– Acho que está na hora de você tomar o seu remédio, Jeon Jeongguk.


 ○●○

Às duas, Namjoon parou na rua embaixo do Palácio Real De Gyeonggi.
Havia parado de nevar, e Namjoon agradeceu aos céus; não seria prudente deixar pegadas reveladoras na subida para a floresta. Suas pisadas produziram chiados baixinhos e prolongados na neve fraca, e a luz intensa do dia refletiu nas janelas pretas do castelo quando se aproximou. Ele observou-as. Só agora havia notado que as cortinas eram todas de cor escura.

— Namjoon!

Namjoon deu meia-volta, engoliu em seco e esboçou um sorriso. Na sua frente estava Jin, e logo atrás de Jin vinham Jinyoung, Dahyun, Kyungsoo e outros dois policiais que ele mesmo havia chamado.

— Por que não nos esperou?

— Precisei vir antes porquê queria pensar - respondeu o delegado.

Namjoon subiu as colinas altas na floresta da zona norte da cidade. A sua equipe o seguia logo atrás.

— Dia 10.. - disse Namjoon. — O criminoso deve estar por aqui. Um novo homicídio pode ocorrer aqui e em qualquer hora. Fiquem atentos.

Eles adentraram mais fundo a floresta densa. Segundos, minutos, horas se passaram. Eles não haviam cronometrado o tempo ao certo. A tarde começava a acabar, mesmo assim depois de todo aquele período, ainda não haviam encontrado nada.

— Aquela teoria sobre o dia 10 deve estar errada. - concluiu Kyungsoo bebendo água em seu cantil. — Se tivesse algum assassinato aqui, já teríamos descoberto. Lembram-se que o homicídio de Bon-hwa e do filho? O assassino colocou um caminho  de sangue e os maxilares no início da estrada que levava aos corpos. Seja quem quer que seja, mas ele não é alguém que esconde os crimes.

— Kyungsoo tem razão. - disse Dahyun. — Já estamos cansados, não tem nada aqui. Estamos perdendo...

— Esperem! - proferiu Jin interrompendo Dahyun.

— O quê?

— Silêncio. - pediu ele ignorando a pergunta anterior. Todos pararam por um instante.

— O som vem de lá. Sudoeste - disse Jinyoung apontando além do horizonte e olhando para Jin em seguida.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - perguntou Kyungsoo.

— Apenas se escondam - ordenou Namjoon. Jin entrou atrás de um arbusto. Os outros fizeram o mesmo. Até mesmo Kyungsoo se escondeu atrás de um grande tronco de árvore, pois mesmo sem entender, ele sabia que Namjoon não dava ordens à  toa, nem em ocasiões em que não fosse preciso.

tac tac

O som de galhos se partindo estava ficando cada vez mais audível.

tac tac tac

Agora, até mesmo Kyungsoo podia ouvir o barulho atravessando as folhas da floresta. Mas, de onde ele vinha?

tac tac tac

No segundo "tac" Namjoon avançava para o sudoeste. Os outros seguiam o exemplo.

tac tac.. gritos ecoaram pela floresta, quando um figurino de um palhaço apareceu em meio às folhas e a fina camada de neve pendurado em um galho de uma árvore sem folhas.

— Que droga é essa? - perguntou Namjoon se sentindo confuso. — Um espantalho? Isso é algum tipo de brincadeira?

— Essa roupa aqui? - começou Dahyun — Seria esse o palhaço que as pessoas dizem? Talvez viram isso e pensaram ser um palhaço de verdade. Deve ser alguma brincadeira por causa das várias denúncias ultimamente.

— Seja o que for - começou Jinyoung — mas provavelmente quem está fazendo essa palhaçada está por aqui. - Jinyoung apertava os olhos em direção ao horizonte onde podia avistar um pequeno vulto escuro avançando para a densidade da floresta. As folhas estavam encobrindo-o. Ele estava sumindo. Namjoon seguiu o olhar do garoto e, quando avistou a sombra escura se locomovendo, não esperou e disparou rumo ao vulto. Segundos depois estavam todos correndo seguindo a mesma caça.

— Ele está sumindo - gritava Namjoon sem saber se os outros o escutavam.

— Não deixem ele desaparecer. - gritou Jin sem ar. Mas era tarde demais. O peixe escapou da boca do tubarão no último segundo.

— Droga! - exclamou Namjoon chutando um tronco de uma árvore qualquer na tentativa de amenizar toda sua ira. Ele ainda não tinha parado de correr definitivamente.

— Quem poderia ser? - perguntou Namjoon. Ele inclinou o tronco do corpo para frente e pousou as mãos no quadril respirando pesadamente.

— Com certeza, alguém que estava fazendo algo que a polícia não pode ver, pra fugir desse jeito... - disse Jinyoung.

— E se fosse o...

— O assassino? - Dahyun interrompeu a frase de Kyungsoo colocando as mãos no joelho para descansar. — Claro que não era. Ele não iria aparecer assim, vamos ser realistas. Ele não correria esse risco... a não ser que ele seja um completo idiota.

— Dahyun tem um bom ponto de vista - disse Jinyoung. — Mas veja bem... Não conseguimos pegá-lo. Acho que não é ele o idiota no fim das contas.

Jin permanecia calado. Namjoon se aproximou novamente do grupo. Ele sabia que Jin estava cogitando alguma coisa, mas não ousou interrompê-lo.

— Talvez fosse alguém que se assustou com a nossa presença ou a própria pessoa que fez o trote de pendurar aquela roupa na árvore. Não há como saber - disse Shin Hyungwon, um dos policiais da equipe de Namjoon.

—  Não tem mais jeito. Vamos voltar até onde a roupa de palhaço estava - disse Jin, por fim. — Precisamos recolhê-la.

Jinyoung guiou o grupo, afinal, ele tinha um ótimo senso de direção. Caminharam por alguns minutos. Estavam cansados. Namjoon não se lembrava de ter corrido todo aquele percurso.

— Tem certeza que é aqui? - perguntou Namjoon quando finalmente pararam.

— Absoluta! - respondeu Jinyoung com uma sobrancelha arqueada. — Começamos no leste, andamos até o sudoeste e corremos para o norte. E agora voltamos para o mesmo lugar no sudoeste onde vimos a roupa. Eu tenho certeza que não estou enganado. Você pode deduzir somente pela àquela árvore seca e sem folhas. Aliás, não era nela onde estava a fantasia?

Namjoon deu uma volta de 360 graus em seu próprio eixo. Ele não queria acreditar no que seus olhos viam... Ou melhor, ele não queria acreditar no que seus olhos não viam.

— Onde... onde estão as roupas de palhaço? - perguntou Jin olhando para o espaço vazio. Kyungsoo e Dahyun se entre olharam. — Não estavam aqui quando saímos?

— Não... Isso... É uma brincadeira, isso não está acontecendo... - pronunciou Namjoon entre os dentes e de olhos fechados. — Primeiro Sargento Shin Hyungwon?

— Sim, delegado?

— O que vai fazer, Namjoon? - perguntou Jin.

— Apenas o que eu já deveria ter feito - disse Namjoon, em seguida virando para encarar Hyungwon. — Primeiro Sargento Shin Hyungwon, vá com o Sargento Jong Sehun e chame o resto da patrulha. Eu quero que vocês percorram esta maldita floresta inteira e só volte à delegacia com alguma informação, pista ou o caralho a quatro que seja coerente, entenderam?

— Sim, senhor. - Hyungwon e Sehun responderam em tom uníssono e se dirigiram para a saída da floresta afim de chamar reforços. Jin permanecia quieto enquanto Namjoon soltava fogo pelas orelhas de raiva.

Jinyoung, Dahyun e Kyungsoo mantinham-se ocupados conversando entre si. Todos tinham voltado a estaca zero. O miraculoso cálculo de Jin estava errado. Não haveria morte dia 10. Mas o que podia acontecer se não isso? O que significava aquelas roupas de palhaço? O que significava o sumiço delas? E aquele vulto escuro? Quem poderia ser?

Jin se aproximou da árvore seca. Minutos atrás roupas de palhaço estava alí embaixo daqueles galhos sem folhas. Uma única pista física esteve alí, ao alcance de Jin mas ele não conseguiu pegá-la. Não tinham evidências concretas. O palhaço, o Duque, o assassino nunca esteve tão perto, a sensação era de que teria bastado esticar a mão para tocá-lo. Mas em seguida ele havia escorregado entre os dedos como areia, ficando fora de alcance. Jin sentia-se velho, pesado e desajeitado. Jin xingou o mundo mentalmente. No curso da perícia haviam estudado casos que levaram mais de dez anos até que o criminoso fosse pego. Em geral, parecia que o caso era solucionado apenas por um único detalhe casual. Mas o fator decisivo era que nunca haviam desistido; tinham lutado incansavelmente todos os rounds, e, se o oponente ainda continuasse de pé, gritavam por revanche. Jin poderia ter perdido aquela luta, mas ainda estava em guerra.

O escuro da noite crescia na floresta embaixo dele, enquanto as lamparinas ao redor da estrada se acendiam aos poucos.
Eles tinham de começar a procurar onde havia luz. Era uma regra de trabalho banal, mas importante daquela época. Comece por onde tiver pistas, mas também aonde haja luz.

— Acho melhor irmos embora - disse Namjoon e Jin concordou.

Vinte e sete passos foram necessários até Jin avistar um pequeno ponto branco-amarelado no chão da floresta. Era um papel de fibra chinesa, Jin reconheceu na mesmo hora. Sem pensar duas vezes, ele correu para pegá-lo. Era um bilhete.

Jin leu o bilhete quatro vezes, mas não conseguiu descobrir o significado. Namjoon e os outros se aproximaram de Jin afim de saber o que ele tinha encontrado.

— O que é isto? - perguntou Namjoon.

— Outra carta - disse Jin. Namjoon tomou-a das mãos de Jin e leu para que todos ouvissem:

"Nem tudo o que parece é,
Nem tudo o que é parece.
Só direi isso uma única vez 
Porque sei que você nunca esquece.
Se você acha que consegue,
A resposta na floresta resplandece.
O que é que está sempre diante de nós,
Mas quem é cego desconhece?"

— Mas... o que isso significa? - quis saber Dahyun. — É uma metáfora?

Mas quem é cego desconhece... - repetiu Jin.

— Parece mais com uma.. charada - respondeu Jinyoung. Dahyun franziu as sobrancelhas.

— Charada? Que tipo de charada? - questionou Dahyun.

— Do tipo que te leva ao assassino - começou Jin — Ou do tipo que te afasta dele.


*


Tinha chovido, evidentemente. O lugar estava cheio de poças. A única misericórdia daquela noite fatídica era que agora restara apenas um leve chuvisco. Jin, Namjoon e o resto da equipe policial e perita estavam jogados nas cadeiras da delegacia completamente abatidos.

— Não acha que foi muito rude, delegado? - perguntou Kyungsoo à Namjoon. — Toda equipe policial está aqui, porém o primeiro sargento Shin Hyungwon e Jong  Sehun ainda não voltaram. Já é noite...

Namjoon rodou a cabeça lentamente como se tivesse acabado de acordar e estivesse se exercitando para encarar um dia cheio de trabalhos.

— Daqui a pouco eles estão de volta. Não se preocupe - respondeu o delegado. O barulho do vento parecia um zumbido de uma abelha insistente no ouvido quando Cho Chaeyeon, secretária da delegacia, adentrou a sala segurando uma caixa de tamanho médio.

— Desculpe incomodar delegado Kim Namjoon. Mas, hoje pela tarde essa encomenda chegou - disse ela referindo-se a caixa que carregava em suas mãos.

— Quem a entregou?

— Não vi, senhor. Apenas estava sobre a mesa quando voltei do almoxarifado. Parece uma caixa de bombons, acho que deve ser um presente para o senhor. Não tem remetente, mas contém o selo Real de Gyeonggi.

Ao pronunciar "selo Real", Jin saltou da cadeira tomando a caixa das mãos de Chaeyeon. A secretária se assustou, mas apenas reverenciou e saiu da sala.

— Não há nenhuma informação escrita - concluiu Jin rodando a caixa de todas as formas. Ele estava analisando cada detalhe da caixa, mas não viu nada de sinistro nela. Era apenas uma caixa de bombons, sem remetente, nem destinatário e com o selo Real de Gyeonggi nela.

— Abra - ordenou Namjoon. Jin levou a caixa até a mesinha de centro da sala e começou a desamarrar as fitas. Um ar carregado se formou no ambiente. Jin continuou abrindo o pacote. Tirou a primeira fita. A segunda fita. Terceira fita. E finalmente... abriu.

— Não pode ser - afirmou ele tampando a boca com uma das mãos.

— Isso...

Namjoon se aproximou da caixa para analisar seu interior, e dentro dela pode avistar uma roupa. Um roupa de palhaço. Mas não era apenas uma roupa de palhaço comum, e sim aquela roupa de palhaço. A mesma que tinham visto na floresta horas atrás. Porém, com uma característica adicional: a roupa estava suja de sangue em alguns pontos específicos. Dentro da caixa também havia uma carta. Uma carta escrita em papel de fibra chinesa. Jin respirou fundo e pegou-a, lendo em voz alta para que todos pudessem ouvir:

Olá, meus caros, não vou me apresentar porque vocês já devem saber quem lhes escrevem ou pelo menos já devem ter uma ideia. Ficarei muito decepcionado caso não saibam, pois, papel de fibra chinesa é caro e difícil de encontrar. A propósito, vocês já descobriram a resposta da última que enviei? Eu fiquei bastante curioso para saber até onde vocês podem chegar sem se perder na floresta. Mas, indo diretamente ao assunto, gostaram do presentinho? Ouvi dizer que vocês não conseguiram capturá-lo hoje a tarde (pensei que Namjoon corresse um pouco mais rápido, me enganei), então decidi fazê-lo por vocês.
Sobre o Jin, parece que seus cálculos deram um pouco errado, querido, mas decidi ajudá-lo (Ou puni-lo. Quanto a isso, você pode deduzir e nomear depois).
O fato é que eu sei que vocês não acreditam em fadas, então, não faria sentido eu dizer que uma fada iria ajuda-los, mas eu aposto que vocês acreditam em machadinhas e aposto que vocês acreditam que eu tenho uma. Eu aposto que vocês acreditam que eu sei onde fica o maxilar das pessoas e aposto que vocês acreditam que eu posso estar com alguém agora. Em uma escala de 1 a 10, vamos dizer que fadas não serão o único problema de vocês no momento.
Eu poderia simplesmente acabar com isso, mas dou a vocês uma única chance de salva-los. Essa carta acompanha um mapa. Vocês devem encontrar e desvenda-lo antes das 00hs, ou então podem começar a escrever aqueles textos grotescos e melosos de homenagens que fazem para enterros, pois seus amigos policiais irão precisar. Boa sorte!

Namjoon abriu a boca para pronunciar algo, mas as palavras não saíram. Dahyun mantinha as duas mãos sobre a boca demonstrando total perplexidade. Jinyoung tinha os olhos fixos na fantasia de palhaço suja de sangue dentro da caixa e Kyungsoo alternava seu olhar da carta para a caixa sem saber ao certo o que fazer. Jin olhou o relógio. Eram 21h22. Ele tentou acreditar que o que lera era falso ou algum tipo de trote, mas não pôde. A essa hora Shin Hyungwon e Jong Sehun não já deveriam ter voltado? O que significava aquilo? E se eles tivessem se perdido pela floresta? O assassino estaria mesmo ameaçado que mataria os dois ou era apenas outro tipo de plano meticulosamente articulado? Jin olhou o relógio novamente. Agora eram 21h24. O tempo não podia parar e dar um tempo para Jin pensar. Eles tinham exatas duas horas e trinta e seis minutos para encontrar o tal mapa e tirar isso a limpo. Os olhos de Jin cintilaram sob a luz da vela quando ele levantou da cadeira, ficando de pé no meio da sala.

— Vamos agir.


 


Notas Finais


e aí, gente, o que acharam?? por favor, se vocês gostarem do capítulo, não esqueçam de comentar e indicar para os amigos. vocês não imaginam o quão importante o apoio e a opinião de vocês são para a gente. até o próximo! ♡


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