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História Celestial - Capítulo Uno


Escrita por: LaraRodriguez

Notas do Autor


> Enfim voltei e agora para ficar! Hoje começaremos a jornada de Celestial, com um capítulo por semana. Eu, de todo o meu coração, espero que gostem tanto quanto eu dessa estória. E obrigada pelos comentários e incentivos, vocês são demais.

Boa leitura ❤

Capítulo 2 - Capítulo Uno


Fanfic / Fanfiction Celestial - Capítulo Uno

— Celeste, cadê o maldito pedido da mesa três? - gritou meu chefe de trás do balcão e eu apressei minhas pernas ao mesmo tempo que tentava equilibrar a bandeja em minhas mãos, mas o destino é sacana e pôs uma pessoa em minha frente fazendo eu bater nela e voar batata frita para todo lado. Lá se foi o pedido da mesa três.

— Ah meu Deus, me desculpe - sussurrei sem acreditar enquanto me abaixava para pegar a bandeja no chão e em seguida passei o pano que estava no meu avental na pessoa que agora estava bastante suja de comida.

— Okay, pare com isso - disse impaciente segurando minha mão, subi meu olhar e me dei conta de que era o mesmo cara do outro dia, o que não tinha pago o café. Talvez eu não tenha prestado muita atenção nele no outro dia como hoje, mas nossa, ele era lindo, um loiro com olhos castanho claro, era alto e forte, com um toque de mistério - nem todo pano do mundo compensará o estrago feito por você.

— Se você quiser eu posso lavar pra você ou…

— Aqui só vai uma nova e nem se você gastasse todo seu salário conseguiria comprar um dessa - revirou os olhos e eu também.

— Também não precisa ser rude - eu disse seca e me virei para voltar para o balcão, mas ele agarrou minha mão novamente e me puxou, em seguida sua mão foi para meu rosto fazendo uma pequena carícia ali. Minha mente gritava "mexa-se mulher, saia daí", mas minhas pernas estavam congeladas, tudo o que eu conseguia fazer era encarar seus belos olhos claros. E na minha cabeça só o que ocorria era "mas que merda é essa?".

— Não quis ser grosseiro, apenas quis dizer que não precisa fazer nada, tudo bem?

— Celeste! - gritou Castilho, meu chefe que me assustou fazendo-me dar um sobressalto - Pago você para trabalhar e não para namorar - saí do meu pequeno momento constrangedor e voltei para a cozinha para pegar um novo prato pensando que o que eu deixei cair seria descontado do meu pouco salário.

— Menina você é louca? - perguntou Jade em um sussurro ao meu lado enquanto eu jogava algumas comandas no lixo.

— O quê? Por quê? - sussurrei de volta olhando em volta para saber se Castilho estava nos olhando, mas ele estava gritando com outra funcionária.

— Aquele é Justin Drew Bieber! - exclamou ela em um tom óbvio.

— E eu deveria saber quem ele é? - perguntei confusa.

— Ele é um gângster, um traficante, ou como você queira chamar - ela disse após entregar uma bandeja para outra garçonete e depois parou e olhou para mim com um olhar óbvio.

— Tá, mas quem não é nessa bosta de lugar? - revirei os olhos - Estamos no México, quem não for um mafioso aqui deveria ser canonizado de tão Santo que é - me virei pegando dois cafés e entregando para uma senhora rabugenta que tinha uma verruga enorme na bochecha. Nada contra, mas deveria ao menos depilá-la.

— Pelo o que eu ouvi dizer ele nasceu aqui, mas construiu um Império nos Estados Unidos - disse a loira animada, mas logo suspirou de modo dramático - seria meu sonho arranjar um desses caras. Já pensou, sair desse inferno de lanchonete e ir morar nos Estados Unidos?

— Celeste! Mas que merda, eu te pago pra quê garota? - gritou Castilho e eu mais uma vez naquele dia revirei os olhos.

— Mas enquanto isso… - suspirei enquanto equilibrava uma bandeja em minhas mãos - Cuidado pra não sonhar acordada, gata - pisquei o olho para ela e saí sentindo ela bater na minha bunda com um pano de prato, ri fraco e olhei para o lado vendo o tal gângster me encarar com um sorriso de lado. Mas tive que desviar minha atenção para os clientes que eu teria que atender, dois homens velhos e barrigudos que faziam questão de deixar suas armas à vista.

— Olá, gatinha - disse um deles em um tom malicioso e eu tive que conter minha vontade de revirar os olhos para não levar um tiro.

Bom, se aquele loiro era um traficante com certeza era de um alto nível visto que mesmo sendo estúpido e insolente, ainda tinha uma certa classe.

[...]

— Até amanhã, Jade - eu disse para a loira, minha única amiga, após trancar a lanchonete. Castilho havia mandado que nós duas fechássemos a lanchonete fazendo com que perdessemos o ônibus.

— Tchau Celeste , cuidado - disse ela seguindo na direção oposta que a minha. Infelizmente, nossas casas ficavam em bairros diferentes e seria o jeito irmos sozinhas em plena onze horas da noite.

Fechei meu casaco sentindo uma rajada de vento levar todo meu cabelo para trás. Sonora pelo dia era quente como o inferno e pela noite era frio como o polo norte.

Eu odiava fechar a lanchonete pelo simples fato de não me sentir segura durante o dia, quem dirá na meia noite.

Rezei baixinho para que nada me acontecesse, mas antes que eu pudesse terminar minha oração eu avistei uma figura masculina encolhida de trás do poste de luz. Parei por alguns segundos e quando comecei a andar para mudar de calçada a pessoa correu atrás de mim, corri também, mas ela foi mais rápida e me jogou em um beco sujo qualquer. Era um homem, um pouco mais velho do que eu, visivelmente drogado. Ele me agarrou e me prensou contra a parede comigo tentando empurrá-lo.

— Socorro - gritei - alguém me ajuda.

— Cala a boca, porra - sussurrou ele e me jogou com mais força contra a parede.

— Socorro - gritei - por favor - disse entre lágrimas. Mas eu sabia que ninguém iria aparecer, ninguém se importava com ninguém ali. A Polícia tinha medo de Sonora, as pessoas eram más e eu tinha que aceitar isso.

— Larga ela, porra - disse uma voz grossa e eu e o assediador paramos para olhar. Era o traficante de alto nível, Justin. Ele tinha uma arma apontada pra gente, mais precisamente para o filho da puta que me agarrou. As lágrimas ainda desciam de meus olhos sem que eu pudesse controlar, então eu funguei e Justin olhou para mim - mandei largar ela, ou você tá surdo, caralho? - o cara que estava me segurando pelo braço me soltou e deu três passos para trás. Quando eu achei que fosse ficar tudo bem, eu ouvi um disparo e gritei pelo susto fechando os olhos com força, mas depois logo abri me deparando com o assediador estirado no chão com um tiro na cabeça, logo desviei o olhar. Era uma cena terrível de se olhar.

— Mas o quê… O que foi que você… - balbuciei sem conseguir formar uma frase completa, nem olhar para Justin ou manter minhas pernas firmes.

— Opa - disse ele depois de se aproximar e me segurou pela cintura para que eu não caísse.

— O quê você fez? - perguntei e as lágrimas voltaram a cair, mais pelo medo reprimido do que pela cena de morte. Eu já tinha visto cenas piores, mas já fazia tanto tempo desde a última vez que eu havia me desacostumado com esse medo, essa adrenalina.

Merda, me tornei uma pessoa fraca.

— Shiii - sussurrou ele no meu ouvido após me abraçar - eu to aqui, eu protejo você - eu não conseguia falar, só chorar. Céus, como eu detestava aquele lugar - vem - disse ele me puxando pela cintura e me conduzindo até seu carro. Ele abriu a porta para mim e eu entrei, estava tão desnorteada que sequer havia me dado conta de que estava entrando no carro de um traficante. Ficamos em silêncio, abri a boca apenas uma vez para indicar onde eu morava. Ao chegar no local ele analisou minha casa, ou melhor, meu quitinete e não esboçou nenhuma reação aparente.

— Obrigada - sussurrei ainda me sentindo nervosa - e me desculpe por hoje mais cedo.

— Sem problemas, eu só estava pela área - disse simplesmente e eu vendo que ele não falaria nada a mais, saí do carro com ele arrancando logo em seguida.

Suspirei pela trigésima vez naquele dia pensando no que havia me acontecido e pensando no que poderia ter acontecido caso Justin não tivesse aparecido. Não gostava nem de pensar nisso, entretanto o que é uma tortura para quem já vive no inferno.


Notas Finais




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