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História Celestial - Capítulo Tres


Escrita por: LaraRodriguez

Notas do Autor


> Hey beberes, tudo bom? Obrigada por todo carinho e espero que gostem do capítulo! Estamos com uma nova capa, gostaram? Me contem.

Boa leitura ❤

Capítulo 4 - Capítulo Tres


Fanfic / Fanfiction Celestial - Capítulo Tres

Fechei o zíper do meu curto vestido preto e em seguida retoquei meu batom dando uma última olhada no espelho aprovando minha aparência. Peguei minha bolsa que estava em cima da cama e olhei para o livro que eu passei a tarde lendo.

Acontece que eu amava ler pois só assim eu fugia da minha triste realidade. Me imaginar comandando uma empresa como Safira e tendo um maravilhoso romance com Thomas era, simplesmente, mágico.

E sim, estou falando de Alarm.

Mas a minha realidade é completamente diferente. Eu sou uma garota de 21 anos que sequer tem um cursinho técnico, quem dirá uma empresa. Eu odeio a minha vida, odeio não ter nada, odeio não ter a chance de ter algo, odeio Sonora com todas as minhas forças e espero ver, algum dia, este lugar queimar com todos dentro.

Levantei da cama ouvindo-a ranger pelo desgaste. Olhei o visor trincado do meu celular dando-me conta de que já estava atrasada.

Hoje é domingo e no domingo a lanchonete não funciona, mas eu tinha outro emprego, emprego esse do qual eu não me orgulhava.

Bom, resumindo, eu sou uma acompanhante. Acompanho velhos ricos em jantares e festas, muitas delas relacionadas a negócios. E não, não é prostituição. Eu não faço sexo, apenas acompanho. É claro que já tentaram, praticamente em todas as vezes, mas apesar de já ter feito sexo por dinheiro algumas poucas vezes eu não me submetia a isso sempre, apenas quando eu realmente precisava de dinheiro.

Sonora é um lugar podre, com nada de bom a oferecer e eu tenho que sair daqui, mas para isso eu preciso de dinheiro e o que eu ganho trabalhando um mês na lanchonete é o que eu consigo sendo acompanhante por três noites. Se eu fosse prostituta então, nem me fale, eu já estaria muito longe daqui, talvez até fora do México. Mas eu ainda tinha um pouco de dignidade e não conseguia, não era isso que meus pais queriam para mim e eu sinto tanta vergonha do que me tornei. Porém eu estou só, eu tenho que me virar do jeito que posso.

Me perdoem por não ser a filha que queriam que eu fosse.

Ouvi a buzina do lado de fora da minha casa e logo tratei de pegar as minhas coisas. Pouco tempo depois eu estava no carro de um velho rico qualquer. Mas não se enganem pensando que eles são ricos por comandarem empresas milionárias, eles são ricos porque roubam, traficam e matam.

Não existe pessoas boas em Sonora.

— Nossa gata, que casinha mais acabada - disse o velho ao meu lado.

— Então, senhor…

— Me chame de Matias.

— Matias, saiba que eu cobro por insultos.

— Nervosinha, gosto assim - riu fraco e pôs a mão na minha coxa e a apertou - saiba que se você fosse minha eu lhe daria uma vida de rainha, tudo o que você quisesse.

— É uma oferta realmente tentadora, mas - pausei tirando sua mão de minha perna - terei que recusar.

— Então você é uma estúpida - deu de ombros.

— E lá se foram mais 100 pesos - cantarolei baixinho - então, para onde vamos?

— Tenho uma reunião com alguns… amigos - depois disso nós ficamos calados por alguns minutos até chegarmos em uma verdadeira mansão. Céus, eu nunca tinha visto uma casa tão linda e luxuosa em toda a minha vida.

— Minha nossa - falei boquiaberta - ela é sua?

— Não - resmungou - é do tal Bieber, filho do falecido Pablo Bieber.

— Puta merda - falei me dando conta de que Bieber era o sobrenome do Justin e que se fosse ele, ele era o filho do maior gangster de Sonora e que eu estava indo jantar na casa dele. Puta merda!

Pouco tempo depois nós estávamos entrando no enorme jardim da mansão, com Matias agarrado em minha cintura e eu revirando os olhos. A enorme porta dourada e extravagante se abriu e Justin apareceu sorrindo convencido.

— Matias - acenou com a cabeça - e você, quem seria?

— Rebeca - sorri cínica. Lógico que eu não usava meu nome verdadeiro quando acompanhava.

— Sério? Jurava que era algo parecido com uma coisa celestial, algo assim - deu de ombros - podem entrar.

— Grande Matias - disse um homem sentado em uma poltrona e levantou seu copo de whisky como forma de cumprimento.

— Lorenzo - disse Matias animado e foi falar com o homem me deixando para trás.

— Miss lanchonete - disse Justin atrás de mim fazendo eu pular de susto - trocou o balcão por dinheiro fácil.

— Não sou miss lanchonete, muito menos prostituta - revirei os olhos sem olhar para ele um segundo sequer - com licença - disse pronta para sair, mas Justin segurou minha mão fazendo-me rodar e esbarrar contra seu corpo.

— Nunca disse que era - passou seu dedo pelo meu rosto - apenas esperava mais de você.

— Não acredito que estou recebendo lição de moral de um criminoso - revirei os olhos - você é patético - ele se inclinou e pôs sua boca perto de minha orelha.

— Não achará isso até o final da noite - estremeci quando sussurrou perto demais de meu pescoço e ele riu sabendo que tinha me afetado.

— Arranje sua própria garota, Bieber - gritou Matias fazendo eu dar uma passo para trás - ela é minha - Justin estendeu suas mãos para o alto.

— Toda sua - piscou para mim e saiu.

Saí de onde eu estava e me sentei ao lado de Matias no sofá, junto a outros três homens e três mulheres, sem contar com Justin e, ao que me parece, seus dois únicos amigos ali, ambos estavam desacompanhados.

Depois de muito ouvir conversas machistas, criminosas e sem sentido, enfim seguimos para a sala de jantar. Na enorme mesa sentamos eu, Matias e os outros convidados de um lado, Justin e seus amigos a nossa frente.

Estava tudo indo bem, algumas farpas trocadas, porém nada a ponto de ocorrer tiros e eu agradecia a Deus mentalmente. Até que Matias resolveu abrir a merda da boca.

— A verdade é que Pablo não mandava nem na bunda dele, quem dirá em Sonora - disse Matias bebericando seu vinho normalmente, mas Justin largou os talheres em um estrondo alto.

— É mesmo? Porque até onde eu sei, era ele quem cuidava de tudo. Ele mandava em cada traficante de merda, incluindo vocês - apoiou os cotovelos sobre a mesa e trincou o maxilar demonstrando raiva. Oh Deus, isso foi sexy.

— Se ele realmente mandasse em algo aqui, ainda estaria vivo - retrucou Matias destilando veneno.

— Tem sempre uma cobra disfarçado de amigo, não é?

— No caso - começou a dizer um outro convidado, Lorenzo - a cobra somos nós?

— Estamos aqui para descobrir - respondeu um dos amigos de Justin, ele eu não sabia o nome.

— Só me provem que não mataram meu pai e eu deixo vocês saírem vivos daqui - disse Justin após levantar da cadeira, todos permaneceram em silêncio - calma gente, não precisa falar todos ao mesmo tempo - debochou ele e em seguida bateu com os pulsos na mesa nos dando um susto - parece que estou brincando, porra? Ou falam ou morrem, todos vocês - seus olhos percorrerem todos os convidados, inclusive eu. Ah qual é? Só o que me faltava era ele achar que eu tenho algo a ver com isso. Eu não vou morrer de graça.

— Quem você pensa que é, seu moleque? - disse Matias jogando o guardanapo na mesa com brutalidade - Aqui não é a porra dos Estados Unidos, você não manda aqui.

— Sim, caralho, eu que mando nessa merda de lugar - pegou sua arma que estava no cós da calça e apontou para a cabeça de Matias - meu pai não morreu em vão, ele deixou tudo isso para mim e eu vou tomar o controle dessa cidade nem que seja a força - respirou fundo tentando manter a calma que parecia não ter - vou te dar uma última chance, quem matou meu pai?

— Vai se foder - foi a última coisa que Matias disse antes de levar dois tiros na cabeça. Meu coração palpitava freneticamente pelo susto e minha respiração estava falha. Puta merda.

— Matem todos, menos ela - apontou para mim. Seus amigos apontaram suas armas para os outros que nem tiveram tempo de reagir antes dos disparos. Então estavam todos mortos sobrando apenas eu, Justin e seus dois amigos - nos deixem a sós - então sobrou apenas nós dois.

— Filho da puta - sussurrei sem acreditar.

— Você realmente não sabe como agradecer, não é?

— Eu quero matar você - levantei da cadeira e desviei das poças de sangue - não poderia esperar ele ao menos me pagar pra só então matá-lo? Mas que porra - falei com as mãos na cintura completamente indignada com o que havia acontecido.

— Garota, você tem sérios problemas - disse ele com as sobrancelhas franzidas. Fui para o outro lado da mesa e estendi a mão para ele - o quê?

— Você me deve dois mil pesos - ele revirou os olhos e guardou a arma para conseguir pegar a carteira e me entregar as notas.

— O quê aconteceu com aquela garota que não queria meu dinheiro nem morta? - perguntou ele debochado e eu revirei os olhos enquanto guardava o dinheiro.

— Acontece que você matou meu cliente, então você me deve, é assim que as coisas funcionam sabe?

— Cliente - desdenhou - fala como uma verdadeira prostituta - mais rápido do que sua fala, minha mão foi de encontro ao seu rosto. Ele me olhou sem acreditar e ao mesmo tempo furioso.

— Eu já disse que não sou uma prostituta - falei entredentes. Justin me empurrou contra a mesa e pude ouvir um copo cair e quebrar. Seu corpo estava colado quase que por completo ao meu.

— Não me importo com a porra que você é - suas mãos agarraram os cabelos de minha nuca com força, mas eu não estava intimidada - mas nunca, nunca mais encoste em mim - seu rosto desceu um pouco mais e sua boca encostou levemente na minha, eu arfei e ele sorriu convencido - você pode até não ser uma prostituta, mas está doida pra dar pra mim - revirei os olhos e o empurrei pelos ombros.

— Passar bem, Drew - disse após ajeitar meu vestido e seguir em direção a porta.

— Drew? Parece que andou fazendo a lição de casa - falou ele um pouco mais alto para que eu pudesse ouvir.

— Você nem imagina, querido - disse irônica e após já estar fora da mansão praguejei baixinho ao ter me dado conta de que eu teria que ir andando para casa.

Depois de poucas passadas um carro completamente preto parou ao meu lado e dele saiu um homem que abriu a porta do carona para mim. Arqueei a sobrancelha sem entender.

— Chefe mandou te deixar em casa.

— Justin? - ele assentiu. Olhei para a longa estrada a minha frente e suspirei me dando por vencida entrando no carro.

Apenas mais uma noite de merda em Sonora.


Notas Finais




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