— Isso é tudo que você trouxe? - perguntou Justin apontando para as minhas duas malas. Eu havia aceitado a oferta de ser atiradora de Justin e a única coisa que ele impôs foi ter que morar com ele, assim como os outros.
— Ué, queria que eu trouxesse as paredes também?
— A partir de agora eu sou seu chefe e como chefe eu exijo respeito. Entendido? - falou de modo firme e eu apenas assenti - Mahara - gritou me assustando um pouco e logo uma mulher com roupas indianas, eu acho, apareceu no ambiente - mostre o quarto de Celeste - a mulher assentiu e pegou minhas duas malas, mas eu insisti para levar ao menos uma. Ela me conduziu até um quarto, no meio do corredor no segundo andar. O quarto era muito parecido com os de hotéis chiques, com a cor branca predominando, simples e elegante. Uma enorme cama de casal, alguns móveis como mesinha e criado mudo, uma televisão de várias polegadas. No cômodo tinha mais duas portas, as quais eu descobri ser um banheiro, muito grande e bonito por sinal, e também um closet de tamanho médio.
— Obrigada, Mahara - falei após ela me ajudar a organizar uma parte das minhas roupas. Ela me reverenciou, algo que eu achei muito estranho porém nada falei, e saiu em seguida com Justin entrando logo depois dela.
— Gostou do quarto?
— Sim, é ótimo.
— Não vai me agradecer?
— Eu deveria?
— Eu tirei você daquilo que costumava chamar de casa e te trouxe para uma mansão - me encarou de maneira séria e com os braços cruzados. Ele a medida que falava se aproximava de mim, a essas alturas já estava quase colado ao meu corpo - então sim, mereço ao menos um beijo de agradecimento.
— Você costuma agradecer com beijos? Porque eu agradeço com palavras - rir fraco.
— A questão é que eu não agradeço - colocou suas mãos em minha cintura e me puxou mais um pouco - eu mando e eles obedecem.
— Mas você sabe que isso não funciona comigo, então está implorando por um beijo - ele, em uma fração de segundos, me virou e prensou-me contra a porta do closet. Suas mãos estavam quentes e seus olhos estavam vidrados na minha boca. Sentia que ele fosse me atacar a qualquer momento.
— Acha mesmo que eu obrigo ou imploro alguém por um beijo? - subiu uma de suas mão para a minha nuca fazendo um carinho lá que me deixou arrepiada. Justin aproximou sua boca da minha e quase me beijou, quase. Meu coração estava acelerado e minhas mãos estavam um pouco geladas. Eu não conseguia sequer pensar algo coerente, eu estava entorpecida e diria até mesmo que encantada. Eu odeio essa sensação, odeio sentir isso por alguém e temo me apaixonar por ele - Você quer me beijar? - eu nada respondi, eu não podia até porque eu diria sim e eu não posso me entregar desse jeito, não tão facilmente - Você quer? - repetiu e eu fechei os olhos para tentar me concentrar, mas ele roçou os lábios nos meus e eu prendi a respiração.
— Justin…
— Peça - deu-me um leve selinho e eu afundei minhas unhas em minhas próprias mãos. Neguei com a cabeça e ele se afastou, abri os olhos e o vi sorrindo malicioso - tudo bem então. Reunião daqui a cinco minutos, no meu escritório - disse de modo monótono e saiu do quarto. Suspirei profundamente e tentei me recompor, mas eu estava quente, inquieta e, principalmente, excitada.
[...]
— Está atrasada - disse Justin assim que eu abri a porta de seu escritório.
— Ué, você disse cinco minutos.
— E chegou em seis.
— Ranzinza, isso é falta de sexo - revirei os olhos e fechei a porta atrás de mim. Estávamos Justin, Christian, mais dois caras e eu. Justin em sua belíssima poltrona e os outros espalhados pelos sofás.
— Te garanto que não é - piscou um olho para mim - Celeste, esses são Christian, Ryan e Charles - falou apontando para cada um.
— Chaz - murmurou um moreno irritado.
— Ah, é a nervosinha do outro dia - disse o outro. Lembro dele, perguntou se eu era uma puta. Babaca.
— Bom, se acostumem com ela por aqui até porque ela irá trabalhar com a gente a partir de agora.
— Mulher no crime nunca da certo, cara - disse Ryan - e ela nem tem cara de bandida - falou com uma mão no queixo, como se estivesse me analisando.
— Consigo te matar com uma colher de sopa, idiota - retruquei impaciente.
— Eu já vi ela atirando, ela atira bem e estamos precisando de um atirador já que o Chaz não é muito bom nisso.
— Ei cara, também não precisa explanar.
— Não gosto disso, cara - disse Ryan ainda sobre mim.
— Tu não tem que gostar de nada, o chefe aqui sou eu - Bieber falou com certa autoridade e impaciência. Ryan levantou as mãos para cima, em um ato de rendição.
— Só não diz que eu não avisei cara.
— Temos que fazer uma apresentação sua - falou Bieber ignorando o comentário desnecessário do idiota - e meio que nossa também, ainda não fizemos nenhuma festa desde que chegamos.
— Verdade, cara - Christian falou esbanjando um sorriso malicioso - saudade de uma putaria - os três homens riram e eu comecei a me questionar o que era que eu estava fazendo ali.
— Amanhã daremos uma, estejam todos aqui.
— Certo, mas o que a gente vai fazer com relação a bonitinha aí - Ryan apontou para mim e eu arqueei uma das sobrancelhas para ele - ela matou um cara que pagava o imposto da gente. Os outros estão questionando se não tem imunidade.
— O dono da lanchonete tentou estuprar Celeste e outra mulher, e ninguém pode cometer crimes aqui além da gente. Celeste não vai ser punida porra nenhuma.
— Ah cara, dá em nada, desde quando comer uma mulher tem problema? - Justin, Christian e Chaz se olharam e depois me olharam apreensivos e eu rir sarcasticamente enquanto Ryan falava da forma mais natural possível.
— Então deixa alguém te comer a força e depois tu aplaude. Aí tu vai saber qual é o problema, babaca - revirei os olhos com tanta força que quase os deixei saltar para fora.
— Tá nervosinha? Tá precisando ser comida então - debochou e eu juro que tentei me controlar, mas avancei em cima dele e bati a cabeça dele na parede, com muita força - sua puta - gritou de dor. Senti braços me arrastando para trás e reconheci o perfume de Bieber.
— Porra Ryan, respeita a garota, caralho - o loiro gritou atrás de mim - não quero saber se é homem ou mulher, quem brigar aqui vai levar uma surra - se aproximou mais de mim e sussurrou no meu ouvido - entendeu? - assenti para o idiota - Saiam todos vocês, quero só Celeste aqui.
— Toma cuidado com essa puta, Bieber - disse Ryan destilando seu veneno e eu tentei avançar nele, mas Justin ainda me segurava.
— Sai daqui, caralho - gritou mais uma vez e eles saíram. Assim que a porta se fechou, Justin me virou e me colocou entre sua mesa e ele. Me olhou sério e revirou os olhos quando eu rir debochadamente - primeiro dia e já causa uma confusão dessas.
— Quem mandou não treinar melhor os seus cachorrinhos? - debochei e o vi fechando os olhos para controlar sua irritação - Está com raiva?
— Feliz é que não estou - revirou os olhos, mas logo sua face irritada deu lugar a uma maliciosa - o que você vai fazer quanto a isso?
— O que você quer que eu faça? - sorri de lado e ele também. Suas mãos me pegaram por de trás das minhas coxas e ele me colocou sentada em sua mesa, com ele entre as minhas pernas. Suspirei fraco pensando em todas as coisas que poderíamos fazer ali mesmo, em todas as posições, em todo o prazer.
Essa tensão sexual estava acabando comigo.
— Quero que me faça esquecer - puxei ele pela blusa e colei nossos rostos. Suas mãos ficaram ao lado do meu corpo enquanto eu o ameaçava beijar.
— Quer? - pus uma de minhas mãos no cós da sua calça e ameacei entrar, mas logo saí não sem antes passar minhas unhas em sua barriga e o vendo se arrepiar com meu toque. Ele assentiu e eu lhe dei um selinho - Quem sabe na próxima - o empurrei e ele, atordoado, ficou apenas me olhando.
— O quê?
— Até mais, chefe - acenei de modo fofo e saí de sua sala ouvindo ele gritar meu nome e depois bater em alguma coisa. Gargalhei podendo degustar o maravilhoso sabor da vingança.
Ah Justin Bieber, eu não sou tão fácil assim.
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