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História Dwell In Your Soul - Carga da alma.


Escrita por: filialsfifth

Notas do Autor


Bolinhos, espero que gostem, não sei se tá ficando realmente boa, afinal é minha primeira vez nessa coisa de fanfic, então comentem!! Boa leitura.

Capítulo 7 - Carga da alma.


Fanfic / Fanfiction Dwell In Your Soul - Carga da alma.

Lauren

Estávamos na casa de praia dos pais de Normani. Nós sempre íamos lá no verão pois ficava perto de onde morávamos e era bastante confortável, então decidimos que depois da praia convidaríamos Dinah, Camila e Vero para ir lá. 

Camila estava mais presente depois que viu a marca em meu pulso, dava pra notar que ela ficara mais atenta a cada movimento meu e ainda perguntava a toda hora como eu estava, fora isso o clima parecia muito bom entre as meninas.

Era sábado à tarde e estávamos na beira da piscina da casa de praia de Normani tomando um pouco de sol. Conversávamos sobre a faculdade e como iria ser daqui a dois anos.

- O que vocês pretendem fazer depois do colegial? - perguntei.

- Pretendo cursar psicologia. - disse Mani. - Quero entender um pouco mais da mente das pessoas. As pessoas, elas podem ser muito confusas sabe. - é bem verdade que esse sempre foi o seu objetivo. Era bem comum as vezes em que ela me dava conselhos e divagava sobre a vida no meio de uma frase. Sempre tentando entender mais um pouco sobre as pessoas.

- Vocês sabem o que eu tenho em mente? - Lucy se pronunciou. Revirei os olhos. Lá vem ela com uma daquelas idéias malucas, essa eu quero ver.

- Vá em frente. - respondi com um sorriso e os olhos fechados. Estava com óculos escuros por causa do sol forte, aliás, estava começando a arder todo o meu corpo.

- Eu vou ser chef de cozinha. - continuou. - Montarei meu restaurante e ele irá ser um dos mais conhecidos de Miami. Celebridades irão implorar pra comer da minha comida.

- Você não sabe cozinhar um ovo, Lucy. Aliás, você não sabe nem passar manteiga no pão. - falei, talvez debochando só um pouco da cara dela.

- Parece com alguém que conheço. - disse Veronica olhando diretamente para Camila que sorriu e mandou um beijo no ar para ela.

Me senti um pouco incomodada, assim como todas as vezes que Vero e Camila mostravam uma certa intimidade.

- Você já ouviu falar em cursos de preparação, Laur? - Lucy levantou as sobrancelhas.

- Por mim tudo bem, contanto que eu coma de graça.

- Sua gorda.

- Você me ama que eu sei, só é orgulhosa demais pra admitir.

- Vê se morre. - ela me deu língua e eu lhe mostrei meu dedo do meio. Nós não tínhamos jeito mesmo.

- E você Camila? - perguntei como quem não quer nada.

A verdade era que eu queria saber seus planos para o futuro, eu estava estranhamente interessada sobre o que a garota queria já que eu sempre tive que seguir os passos de meu pai, não tinha para onde correr.

- Não sei ainda. Talvez eu seja boa em alguma coisa, talvez não seja boa em nada. - seus olhos divagavam, perdidos. - O que eu achar melhor. Ainda sou nova e bastante idiota pra tomar uma decisão que irá durar por toda minha vida. E se eu escolher algo que não goste, algo que com o passar do tempo eu seja infeliz? - silêncio. Todas estavam pensando sobre o que ela acabou de falar. - Prefiro deixar acontecer. Essas coisas não se planejam, acontecem. Todos nós mudamos e com certeza iremos mudar e ser uma pessoa diferente daqui a cinco anos ou até mesmo daqui a cinco meses.

Pensei no que ela havia falado. Era assim, Camila com sua espontaneidade e palavras sinceras fazia, mesmo que sem querer, as pessoas refletirem. Eu apreciava isso nela.

- Eu discordo. - disse, e todas direcionaram a atenção à mim. - Mesmo que não seja o que quer, você precisa fazer alguma coisa. Não pode ficar parado simplesmente como: "nossa o que for pra ser será". Você deve ser mais que isso. - olhei diretamente para ela. - Acredito que temos que fazer planos de acordo com o que queremos, e se por algum acaso o que queremos mude, devemos mudar os planos.

- Você tá dizendo que devemos sempre mudar de planos pra ser feliz? Ficar mudando os planos a toda hora só em uma tentativa falha de se satisfazer com alguma coisa que claramente te deixa infeliz? Desculpe mas esse não é meu objetivo de vida. - fiquei calada por um tempo.

Estava tudo um silêncio constrangedor. Dinah pigarreou e em seguida murmurou um "vocês estão inspiradas na vida hoje, não é?" o que arrancou sorrisos e amenizou o clima. Nós voltamos a conversar sobre vários assuntos. Depois de um tempo levantei, alegando que precisava passar mais protetor solar e saí dali logo, com Camila tendo seus olhos em mim. Fui para o quarto afim de olhar se eu estava muito vermelha. O ruim de ser branca como papel é que, depois de tomar sol, você simplesmente não fica bronzeada, você fica vermelha que nem um pimentão.

Estava distraída procurando o protetor quando ouço a porta atrás de mim se abrir. Era ela.

- Oi. - e levantou a mão com um sorriso sem graça.

- Oi. - sorri para ela.

Ela foi se aproximando e, por fim, ficou à minha frente.

- O que está fazendo aqui? As meninas estão todas esperando por você lá embaixo para nadarmos um pouco na piscina.

- Eu só vim passar protetor, - fiz uma careta. - minhas costas estão ardendo. Acho que eu não vou mais nadar.

- Tudo bem. - deu uma risadinha. - Quer que eu dê uma olhada?

- Aham, por favor

Me posicionei de costas para ela e retirei a blusa. Fiquei só com o biquíni. Foi um pouco constrangedor, o que foi estranho pois eu sempre trocava de roupa na frente de minhas amigas.

Camila estava quieta. Por um momento ela ficou calada e eu acabei me assustando quando ela disse:

- Você tá parecendo um pimentão. - não falei? Fechei a cara pra ela.

- A é? - bufei - Nunca mais eu tomo sol, e nunca mais eu vou à praia com você.

- Deixa disso. Vem, eu vou passar protetor em você.

Me pus novamente de costas para ela que pôs meus cabelos para o ombro direito, e sem avisar ela já foi passando o protetor. Fechei os olhos e suspirei. Choques elétricos passavam por entre seus dedos e minhas costas. Aquilo era realmente bom.

- Desculpa o que aconteceu lá embaixo agora a pouco. Não quero que fique um clima tenso entre nós. - falava baixo, próxima ao meu ouvido esquerdo.

Suas mãos passeavam por minhas costas, enviando ondas elétricas mais fortes misturada a sensação de alívio. Suspirei novamente. Suas mãos eram macias e delicadas, apertando nos lugares certos, relaxando meu corpo por completo.

- Todos temos opiniões diferentes, é assim que é, não se desculpe por defender o que você acredita. - eu disse.

- Acabei. - murmurou. Quase que eu dizia pra ela continuar. Quase. Virei para agradecer e ela estava muito próxima. Travei no lugar. - Você não tá tão vermelha assim nas costas, - suspirei, antes de ela dizer: - mas não posso dizer o mesmo do seu rosto.

Fiquei mais corada, se é que era possível. Ela deu uma piscadinha e me sorriu. E foi embora, me deixando com cara de boba no meio do quarto.

[...]

Já era noite quando o céu resolveu que mandaria uma tempestade. Argh! Odeio chuva. Tudo fica molhado. Seus sapatos, suas roupas e seus cabelos ficam horríveis.

Me sentei ao lado de Dinah e Normani no sofá. Lucy se sentou com Keana em seu colo, as duas estavam brigando pela cadeira confortável e eu dei um basta nisso dizendo que: ou as duas ficavam ou quem ficava lá ia ser eu. Elas sempre pareciam duas crianças quando sismavam com alguma coisa e sabiam que eu não tinha paciência, então me enchiam ainda mais. Veronica e Camila ficaram no chão, obviamente juntas. Elas não se desgrudavam o dia inteiro. Revirei os olhos, o filme já ia começar.

Duas horas depois eu já não aguentava mais a Dinah sempre me beliscando.

- Dinah quer parar? - perguntei a ela pela décima vez.

- Não.

- Você tá com os seus pés em cima de mim, olha só, mal dá pra eu me mexer!

- Problema seu.

- Por que você não belisca a Mani também?

- Porque eu quero irritar você, não ela. - bufei, jogando os pés da polinésia para longe só para ela tornar a colocá-los em cima de mim novamente.

- Silêncio Lauren, tá chegando aquela parte da briga, idiota. - disse Lucy.

- Cala a boca sua magricela. - mais nada adiantou, sua atenção estava completamente focada no filme.

- Keana, querida? - tentei.

- O que você quer?

- Vamos trocar de lugar? - perguntei, toda inocente, piscando meus olhos para ela.

- Não.

- Silêncio aí caralho. - disse Lucy. Bufei ainda mais e, não aguentando, fui para o chão, ficando coincidentemente ao lado de Camila. Ouvi uma gargalhada de Dinah. Lancei um olhar a ela que dizia "você vai me pagar" e virei para continuar minha atenção no filme.

Senti Camila se mexer e olhar para mim.

- Quer um cobertor? - perguntou, oferecendo parte do seu.

- Não, eu estou bem.

Passado alguns minutos o filme já estava no fim e eu estava morrendo de frio. Deveria ter aceitado o cobertor. Revirei os olhos para mim mesma.

- Por que você sempre revira os olhos? - sussurrou Camila para que só eu escutasse.

- Estava me vigiando era?

- Não, mas você tava tremendo tanto que eu comecei a ficar preocupada, parecia estar tendo um ataque ou alguma coisa assim.

- Ah sim. - ruborizei.

- Anda, venha, você ainda está tremendo de frio. - cedi e fui para mais perto dela, tão perto a ponto de nossas mãos se tocarem. Senti o choque imediatamente, a mão dela estava quente, enquanto que a minha estava fria que nem gelo. - Não acredito que você não aceitou o cobertor antes. - disse, negando com a cabeça. - Sua mão está tão gelada.

E então ela pegou minha mão com cuidado, levando à boca. Ela assoprou, o ar quente de sua boca aquecendo minha mão. Ela fazia isso com cuidado, com medo de me machucar.

Olhei para ela e sussurrei um agradecimento, meu olhar foi instantaneamente para sua boca rosada, que naquele momento estava com um meio sorriso sincero. Sorri também. Quando nos demos conta o filme já tinha acabado deixando uma Keana em lágrimas.

- Não acredito que você tá chorando Keana! - escandalizou Dinah, incrédula.

- Parece que ela não é a única. - disse Lucy, olhando para Vero, que tentava limpar as lágrimas.

Como alguém pode ser tão frágil assim? Eu hein. Camila soltou minha mão e a vi conversar baixo com Vero. Não faço a mínima ideia do que estavam falando.

Juntamos nossas coisas e fomos dormir. Porém não olhei para trás para procurar Camila dessa vez.

[...]

No dia seguinte nós fizemos nossa higiene, tomamos café e fomos embora. No caminho fizemos algumas brincadeiras, cantamos alguma música. Fazia tempo que não me divertia desse jeito com pessoas legais. Minhas amigas. Eu acho que posso me acostumar à isso, pensei, enquanto cantava e ria com elas. É impressionante quando você pensa que nada de bom vem da vida e então aparece pessoas incríveis pra você. Pessoas que valem a pena.

Cheguei em casa e minha mãe estava à minha espera, juntamente com meu pai.

- Onde está Taylor?

- Mandamos ela dormir na casa de sua amiga, precisamos conversar. - proferiu meu pai, seus olhos estavam vermelhos e suas mãos fechadas em punho.

- Por que não ligou Lauren? - perguntou minha mãe, parecia estar mais se lamentando do que outra coisa.

- Desculpe mãe, me esqueci completamente. - a verdade é que tanto sexta quanto sábado eu liguei para ela, somente não ontem.

- Lauren quando você vai aprender a ter responsabilidade? - perguntou Mike. Minha mãe estava sentada com a cabeça baixa e completamente calada.

- Do que você está falando pai?

- De sair com suas amigas talvez, e de não estudar, talvez. Não sei! Você deveria estar fazendo alguma coisa da sua vida além de sair! - sua voz estava ficando alterada, sua veia saltando do pescoço.

- Pai, eu fiz tudo o que o senhor pediu, estudei a semana inteira e ainda ajudei em seu escritório.

- Não é o suficiente, eu quero mais de você, você têm que me dar tudo de você Lauren. Essa vida não é todo mundo que têm, você deveria agradecer por eu ainda lhe ajudar sempre.

Baixei minha cabeça e concordei com ele.

- Acabou?

- Pode subir, você não irá mais sair do seu quarto hoje. - falou, e eu não tive coragem de contrariá-lo.- E nem o resto da semana. Você irá me ajudar no escritório com os relatórios.

- Tudo bem, como você quiser. - subi as escadas correndo sem olhar para ele, muito menos para minha mãe. Estava acostumada a ela não fazer nada, sempre abaixar a cabeça e concordar.

Mas ainda assim é uma droga. É uma droga ela não fazer nada. Sua própria filha não poder escolher o que quer fazer da vida.

Eu já tentei confrontá-lo. Já tentei revidar suas ameaças de me tirar de casa se eu não fizesse o que ele queria, mas de nada adiantou porque eu sabia que ele era capaz disso.

Entrei em meu quarto derrotada. Era só o que faltava pra estragar o meu final de semana perfeito, ainda assim, pelo menos tenho as meninas para poder falar no assunto.

Não pude mais falar com as garotas, a internet foi cortada também, ainda bem que só por hoje, eu podia esperar até amanhã na escola para falar com as meninas. Estudei um pouco para o teste que iria ter amanhã e acabei dormindo entre os livros.

Assim que coloquei meus pés no campus da escola as meninas já foram me fazendo um monte de perguntas.

- Por que você sumiu ontem? - Dinah foi logo perguntando.

- Foi mal gente, acabou acontecendo umas coisas e não tive tempo pra mais nada. - desconversei.

Troquei olhares com Keana, Lucy e Mani que provavelmente já sabiam o que tinha acontecido.

- Onde está Camila? - perguntei.

- Ela parou na Starbucks pra comprar café e pediu pra virmos na frente.

- Ah sim. - minha decepção evidente, eu esperava falar com ela hoje de manhã.

- Espera, ali vem ela. - apontou Vero para o meio do gramado onde uma Camila vinha toda desajeitada. Ri com seu jeito.

- Oi meninas. - seu sorriso brilhante me fazendo sorrir também. - Oi Lauren.

- Oi Camila. - dei um abraço nela.

- Por que você não respondeu as mensagens do grupo ontem?

- Umas coisas em casa. E então, você parou na Starbucks e andou uns quatro quarteirões só pra comprar café? - tentei mudar de assunto.

- Sim, café é muito importante. - sorri mas pude ver seu olhar desconfiado.

O sinal tocou e tivemos que nos separar.

[...]

Era aula de química e Camila e eu estávamos fazendo alguns experimentos.

- E então, vai me contar o que houve ontem?

- Como assim? Eu só fiquei ocupada com os estudos.

- Sei. - ela deu uma risadinha.

Nós estávamos na última carteira, então não corríamos o risco de sermos pegas conversando.

- Ah qual é Lauren, passamos dessa fase de você não me contar as coisas.

- Acho que sim.

- Por que você é tão misteriosa? - ri da pergunta dela.

- Eu, misteriosa? - aquila pergunta era engraçada porque todo mundo sempre soube meus objetivos, bom, o que o meu pai queria que fosse. Mas, ainda assim, todo mundo sabia o que eu iria ser. Eu era uma garota que só estudava e olhava para o futuro, nada demais. De qualquer jeito ela me ver dessa forma era algo novo.

- Sim, você tem essa carga, essa aura. - ela olhou para mim.

- Que carga?

- Essa sua carga emocional de gente que pensa demais antes de fazer alguma coisa, de gente que tem medo de pisar fora da linha, de fazer algo errado.

Ela me pegou de surpresa, em parte porque talvez ela esteja completamente certa sobre isso, e em parte por ela ser capaz de me decifrar tão rápido desse jeito tão intenso.

Olhei em seus olhos, assustada com a possibilidade de ela já saber tanta coisa sobre mim, mas ao mesmo tempo me sentir tão confortável quanto a isso.

Seus olhos castanhos me fitavam com intensidade, e antes que eu me desse conta sussurrei:

- Talvez você esteja certa. - falei, olhando em seus olhos.

Mas talvez, só talvez, dessa vez eu não esteja pensando em mais nada, só no quanto a garota à minha frente é bonita e no quanto seus olhos castanhos sejam tão acolhedores, assim como seu sorriso.


Notas Finais


Escutem bolinhos, acho que vou parar de postar no Wattpad porque não está tendo mais visualizações, mas continuarei aqui. Beijos, fiquem bem.


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