História Dying For Love. - Prólogo

Abri os olhos e me deparei com minha irmã me olhando com receio, logo ao seu lado minha mãe me olhava com medo. 

- Oi? - Falei confusa.

- Mila... você se lembra de algo? - Mamãe disse chegando mais perto da cama. 

E só aí pude perceber que eu estava deitada numa cama, em... um quarto de hospital?!

- Por que eu estou aqui? - Falei tentando me lembrar de algo.

- Você teve uma crise, meu amor.. - Minha mãe falou com cuidado.

E então eu me lembrei de tudo.
 

*Flashback on*
Entrei no corredor principal da escola e dei de cara com as garotas que eu odiava.

- Lá vem a sapatão. - Disse Alice rindo com seu grupinho das barbies.

Alice Stewart: a garota mais mimada e fútil da escola (e é minha vizinha), ao seu lado esquerdo: Jessie Sparks: a seguidora fiel e copia de Alice, do lado direito Margot Hall: A mais rica, porém menos fútil, e ao lado de Margot a amiga DUFF do grupo: Emma Clark. Elas também são conhecidas como As Barbies, pelo menos eu e minhas amigas as chamamos assim. 

Continuei a andar, ignorando o comentário.

- Qual é? Não fazemos o seu tipo? - Jessie falou fazendo todas rirem.

As olhei sem entender, como elas sabiam disso? Até ontem nem eu mesma sabia que gostava de garotas! Levantei o dedo médio na direção delas e dei um sorriso cínico. Voltei a andar até que..

- Eai Camila, cobra quanto pra fazer uma sextape com a minha namorada? - Ouvi um garoto do time de futebol falando.

O olhei e soltei um:

- Vai se foder Austin. - falei mostrando novamente o dedo médio.

Estava chegando ao final do corredor onde ficava meu armário, mas a cada passo que eu dava as pessoas me olhavam, algumas com nojo e outras rindo. Que diabos está acontecendo?!?

- Mila, porque não me disse antes? - Ally chegou entrelaçando seus braços nos meus.

- Disse o quê? - Falei nervosa. - Dá pra me explicar o que está acontecendo?
Ally me parou, pegou o celular e disse:

- Ah claro, não mandar pra protagonista é a piada. - Falou mexendo no celular.

- Allyson, me explica o que está acontecendo! - Disse praticamente gritando.

Ally virou o celular para mim, e então meu mundo desabou. Era um vídeo meu e da Liz, enquanto nos beijávamos na noite passada. Não, não, não! Isso não podia acontecer! Era pra ser um segredo meu e dela. Por isso mesmo foi nos fundos da minha casa, aonde ninguém mais consegue ver. A não ser... os vizinhos.

- Mila, volta aqui! - Ally gritou correndo atrás de mim. Já era tarde, eu estava no meio do caminho de volta para o corredor aonde havia esbarrado com as barbies.

- Olha a lésbica vindo aí galera. - Falou Jessie.

Alice estava de costas, perfeito. Puxei seus cabelos a fazendo se virar pra mim. Comecei a empurra-lá. 

- Com, - Um empurrão. - qual direito - Mais um empurrão. - Você filmou - A empurrei mais uma vez. - Eu e minha amiga? - Grite a empurrando contra a parede.

- Amigas? Vocês estavam se beijando! - Alice disse tentando me empurrar. - Além do mais, quem disse que fui eu? Tenho mais coisas para fazer, ao invés de filmar duas sapatonas se beijando. - Fez uma cara de nojo.

- A única pessoa que tem acesso a aquele ângulo da minha casa, é você! - Falei apontando o dedo na cara dela. - Eu vou te matar. 

- Cala a boca sua sapatão! Você não vai fazer nada. - Falou ela se desvencilhando das minhas mãos. - Vai chupar a sua vadia e me deixa em paz.

E então eu não me aguentei. Eu simplesmente surtei. Gritei, dei um soco nos armários que estavam ao meu lado, e fui pra cima dela, puxei seus cabelos, a joguei no chão, subi em cima de seu corpo, distribui vários socos em seu rosto, enquanto ela tentava me arranhar. Eu não conseguia raciocinar, apenas batia em seu rosto, em seu corpo, e às vezes até no chão. A prensei contra o chão, e a enforquei. Estava quase deixando seu corpo sem vida, quando me tiraram de cima dela, virei para olhar quem foi: Austin, um dos jogadores e amigos de Alice. E então dei um soco nele. chutei sua barriga e ele caiu no chão. Os amigos dele vieram ajudar, e eu batia em todos que chegavam perto de mim. E então me deixaram sozinha, saíram correndo, todos. A escola inteira. 

ajoelhei no chão, ainda com a respiração acelerada, e chorei. Chorei como um bebê recém nascido, vi uma equipe médica e policiais entrando pelo corredor da escola, levantei as mãos mas continuei chorando. Senti algo perfurar minha pele, e então eu apaguei.
*Flashback off*

- Mãe, eu matei alguém? - Falei com os olhos marejados.

- Não filha. - Minha mãe disse me olhando com pena.

- Karla Camila? - Falou um senhor de óculos entrando no quarto.

- Sou eu.

- Tem 16 anos, certo? Toma algum remédio controlado? - Falou o senhor ajeitando os óculos.

- Sim, e não, não tomo nada. 

Ele anotou algo em sua prancheta.

- Sou o Doutor Thomas Miller, o psiquiatra que está cuidando do seu caso. - Disse o senhor que aparentava ter entre 40 e 50 anos.

- Olá doutor, sou Sinu Cabello, mãe da Camila. - Minha mãe disse estendendo a mão para o médico.

- Doutor, o que aconteceu comigo? Porque eu agi daquele jeito? - Perguntei desesperada enquanto minha mãe e o doutor se cumprimentavam.

Ele me olhou, e chegou mais perto da cama aonde eu estava.

- Foi uma crise nervosa. As pessoas tendem a ter quando estão sobrecarregadas, e então recebem mais pressão ainda, fazendo com que ela.. digamos, exploda. Faz a pessoa fazer as coisas sem pensar, apenas por impulso e com muita raiva. E foi o que aconteceu com você. - Ele leu algo nos papéis que estavam em sua mão. - Camila, você agrediu 4 pessoas, deixando todas sangrando. Os pais destes menores pediram a sua internação.

- Eu não sou louca! Eu não vou ser internada! - Gritei.

- Se acalme, não vamos te levar para um hospital psiquiátrico, você não está tão mal assim. - o Sr. Miller disse. - Mas precisamos que você fique um tempo longe da sociedade, só por... precaução. 

- Vão fazer o que comigo então? Vou ficar em prisão domiciliar? - Falei nervosa.

- Não, você ainda é de menor. Você irá para um reformatório, Camila.