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História É Errado Te Amar? (em revisão) - Aonde Há Fumaça, Há Fogo


Escrita por: Akisa-sann

Capítulo 13 - Aonde Há Fumaça, Há Fogo


Ethan não tinha conseguido dormir ainda e já fazia mais de uma hora que estava deitado. Talvez o fato de ter Willian dormindo bem ao seu lado apenas com uma calça de pijama tivesse algo a ver com isso. O cheiro de seu corpo misturado ao seu sabonete lhe deixava tonto e ele não fazia ideia de como parar de senti-lo. Quanto mais tentava esquecer, mais difícil ficava. Todo o ar do quarto cheirava a ele.

Quando finalmente estava quase dormindo, sentiu a quentura do corpo do garoto em suas costas. Ao longo da noite havia ficado realmente quente e ele havia tirado o casaco, mas estava amargamente arrependido de tê-lo feito, pois agora podia sentir a textura da pele dele na sua e se arrepiou quando sentiu os mamilos dele roçarem de leve em suas costas, seu rosto pegando fogo. Quando ele tinha se aproximado tanto? E por que sua temperatura corporal era tão alta? Para a infelicidade de Ethan, seu corpo estava mais sensível que o habitual, ou talvez fosse apenas sua impressão. Talvez se sentisse assim pelo frio que tinha passado antes e agora sentia-se febril e muito mais consciente de sua temperatura.

Aquilo era perturbador e lhe deixou com os pelos da nuca de pé. Ele tentou se afastar, mas ao se mexer o garoto passou um braço por cima de seu corpo lhe aprisionando e era incrivelmente pesado. Ethan virou com dificuldade e só após achar novamente uma posição confortável, percebeu que estava cara a cara com ele. Ainda que os olhos do garoto estivessem fechados e a boca entreaberta dormindo profundamente, ele começou a ficar nervoso e sem saber o que fazer, pois se se mexesse podia acordá-lo e se Willian pensasse alguma coisa estranha não teria cara para se explicar. Era melhor deixar como estava, afinal não estava fazendo mal a ninguém e até gostava do calor dos dois corpos juntos.

Ethan ergueu o olhar para seu rosto pensando em como ele parecia em paz enquanto dormia. Imaginou se ele dormia direito, já que parecia sempre cansado, de certa forma. Será que ele sonhava com frequência? Apesar de sereno, ele parecia agitado em seu sono. Olhou para baixou e ficou observando seu peito subir e descer lentamente imaginando se ele dormia tranquilamente assim ao lado de qualquer um. Será que Sebastian já tinha lhe visto assim tão indefeso? E Erika? Sacudiu aqueles pensamentos para longe, pois só estavam lhe irritando. Levantou a mão distraído e colocou-a sobre seu peito cautelosamente, sentindo o coração dele. Batia muito rápido, assim como o seu. Podia sentir os músculos relaxados, mas mesmo assim duros como pedra.

Ethan foi passando a mão ao longo do peito e desceu para a barriga, sentindo cada voltinha de músculo bem trabalhado e imaginando o quanto ele tinha se esforçado para ficar com um corpo daquele; notou que tinha uma marca na barriga, próxima do quadril no lado direito, passou a ponta dos dedos lentamente para ver se conseguia descobrir o que era, mas não sentiu nada e só depois de alguns minutos tentando vê-la com clareza foi que notou que não era uma cicatriz e sim uma tatuagem e aquilo o surpreendeu, afinal não combinava muito com a imagem que ele pintava de Sr. Certinho.

Ethan tentou ver o que era e percebeu que se tratava de uma frase, ficava impossível de lê-la, em parte por conta da posição que eles estavam e em parte porque estava escuro demais para ele conseguir enxergar qualquer coisa, mas tinha ficado curioso. A do bumbum do garoto, ele tinha descoberto o que era. Um desenho, uma runa traçada com fios emaranhados e difíceis, cujo significado era "amor, perspicácia, audácia, fidelidade e surpreendente", o que não o surpreendeu, na verdade combinava muito com ele. Era como se o desenho descrevesse com perfeição as qualidades e personalidade de Willian. Uma pessoa delicada com todos, dedicada em tudo e surpreendente, de muitas formas.

Ethan olhou para cima observando os cabelos do garoto, que caíam sobre a testa e engoliu em seco. Seus dedos formigavam com a vontade de tocá-los, pareciam ser tão macios que ele não resistiu. Ergueu um dos braços levando a mão até sua cabeça, seus dedos indo em direção aos fios negros e curtos. Agora que estavam próximos — perigosamente próximos, na opinião de Ethan — ele notou que tinha um furinho de brinco na orelha do garoto e novamente pensou em quem era Willian Monggomory por trás daquela máscara de bom garoto. Qual de suas versões era a verdadeira? As duas? Ou nenhuma?

Ele usava piercings e tinha tatuagens, mas era presidente de sala e líder do conselho estudantil em uma das melhores escolas da cidade, fora que suas notas eram as melhores da escola. Era representante do St. Louis na liga de basquete, considerado o segundo melhor capitão do time a surgir na escola. Pelo que ouvira falar, depois dele assumir a liderança, o time tinha ganhado o torneio anual por dois anos seguidos, ele era chamado de "garoto prodígio". Willian era o aluno que estava na boca dos professores, mas ao contrário do que devia ser, era muito difícil decifrá-lo. Diferente da primeira impressão, ele não era só mais um nerd, um rato de biblioteca e aquilo lhe intrigava.

Ethan apertou as mãos no peito do garoto com um pouco mais de força para tentar sentir melhor o pulsar do seu coração e pensou consigo mesmo que ele era só mais um garoto normal enquanto dormia, tinha um coração ali também, exatamente como devia ser. Ele também tinha suas fraquezas, limitações, medos e sonhos.

— Me pergunto se você também sente esses medos.

O garoto sussurrou para si mesmo pensando no medo que sentia ao pensar no próprio futuro. No frio na barriga que dava quando se perguntava onde estaria em dez anos e não conseguia imaginar nada. O quanto era desesperador se olhar no espelho e não saber quem era ou quem queria se tornar. Ethan tinha medo, tinha medo de pensar que um dia quando as luzes se apagassem ofuscando o brilho de sua juventude, olhasse para si mesmo e só visse decepção, tinha medo de abrir os olhos na imensidão e não ter nada lá. Enquanto pensava nisso tornou a olhar para cima, para o rosto de Willian, e quase morreu de um ataque quando o garoto levou uma mão até a sua e a apertou entre os dedos quentes. Engoliu em seco encarando os grandes e intensos olhos dourados que lhe observavam como se pudessem perfurar sua alma e ler sua mente.

— Você tem uma mão realmente quente. — Ethan quase pulou para fora da cama, seus olhos se arregalando e seu rosto queimando como se tivesse brasas acesas em suas bochechas.

— Você estava acordado! — sussurrou novamente como se falasse para si mesmo.

— É, e tenho certeza que você não gostaria que eu estivesse falando dormindo. — sorriu ainda parecendo sonolento.

— Há quanto tempo você está acordado?

— Desde agora... por que, perdi alguma coisa interessante? — perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Não, é só que... eu não sou estranho nem nada, é só que... você devia ter me avisado para eu...! Olha, eu só estava...

— Apalpando minha barriga?Tocando meus músculos? Sentindo meu coração?

— É...! Quero dizer, não! E-Eu só... estava checando se está mesmo aí já que você age como um robô a maior parte do tempo. Não imaginei que você acordaria tão fácil já que parecia estar dormindo tão profundamente; achei que não acordaria com um simples toque.

— Um simples toque, hum?

— O quê?!

— Nada! — ele falou desviando o olhar parecendo levemente chateado — Então quer dizer que estava planejando me atacar enquanto eu dormia desde o início?

— O quê? Não, claro que não, seu imbecil. — ele riu divertido fazendo Ethan ficar irritado.

— Mas o que quer dizer com "robô"?

— É só que, você é tão perfeito em tudo, que é quase como se não fosse real. Quer dizer, olha pra você, é quase ridículo... Ninguém é tão perfeito assim em tudo.

— Então era disso que estava falando?

— Quando?

— Agora, quando perguntou se eu sentia medo.

— Você ouviu isso também...? Disse que tinha acabado de acordar.

— É, e você acabou de dizer isso.

— Eu não...! — Ethan tentou rebater, mas após uma breve análise, percebeu que não valia a pena, então apenas continuou — Enfim, você sente?

— O quê?

— Medo...

— Sim, claro que sim! Eu sinto, muito, pra dizer a verdade, mas não é como se eu pudesse sair dizendo isso, não é mesmo? Não posso agir de forma tão descuidada. Quando estamos em determinada posição, não podemos nos dar ao luxo de confiar em todos, não é mesmo? Tenho certeza que você entende esse sentimento. As sociedade espera um certo tipo de comportamento nosso e quando essa expectativa é quebrada se torna difícil recuperá-la. Mas quer saber, eu não sou tão perfeito como você pensa, Ethan... Eu tenho mais defeitos do que você imagina.

— Duvido!

— Eu só não deixo eles transparecerem.

— E isso não se torna exaustivo? — Willian sorriu complacente, um sorriso cansado.

— Nós simplesmente não temos controle de certas coisas, não é? Quanto mais o tempo passa, mais as expectativas das pessoas parecem crescer. E não está no meu controle o que elas esperam de mim, mas o que eu posso fazer está, então me dedico ao máximo para fazer o que está sob o meu controle... Isso me acalma. — naquele momento, pela primeira vez, Ethan conseguiu ver a idade do garoto refletida em seu rosto, percebeu que ele não passava de mais um adolescente assustado com seus próprios problemas e a rapidez com que o tempo passava — Sei lá, é como se eu vivesse apenas pra suprir as expectativas de todos. Às vezes parece que eu estou enlouquecendo, sabe? Só queria ser eu mesmo ao menos uma vez, só queria perder a cabeça e xingar de vez em quando, não me preocupar tanto assim em manter minhas notas ou minha aparência sempre tão boas. Queria poder dizer não sem parecer egoísta, fazer cara feia de vez em quando ou não precisar usar óculos de sol para encobrir as olheiras que se formam pelas noites mal dormidas. Mas parece que se eu não for o melhor perco o meu valor. Ser o número 1 é tudo o que importa pra eles e depois de tudo, ser um bom garoto é tudo o que eu posso ser, já que não posso tomar o lugar do meu irmão. De qualquer forma, não acho que minha mãe me veja como alguém capaz, afinal sempre foi Matthew o favorito dela, aquele que nasceu com o dom da família para os negócios. Imagina a decepção dela quando ele disse que não iria continuar com os negócios da família nem pretendia herdar nada. Ele fez a merda e sobrou pra mim limpar a bagunça. Tudo o que me restou foi obedientemente aceitar o lugar que ela deu a ele e ele rejeitou, essa foi a forma que eu achei de ser aceito, de não ser esquecido. — Ethan se manteve em silêncio por um momento tentando processar tudo. Não entendi bem os problemas familiares de Matthew, mas àquela altura já conseguira perceber que ele tinha um irmão mais velho e não se dava bem com os pais, pelo menos com a mãe ao que tudo indicava. Depois de breve silêncio prosseguiu.

— Esquecido? É por isso que você faz isso tudo? Pra não ser esquecido? Todos nós, um dia, não passaremos de pó sob a terra, Willian. Quem se importa com o que as pessoas pensam?

— Seria realmente mais fácil se eu pudesse pensar como você, mas não sou assim, Ethan, não posso viver como você, sem me preocupar com nada. — Ethan sentiu uma pontada de mágoa ante aquele comentário, mas resolveu ignorar.

— O que você tem que saber, é o que realmente importa pra você, Willian, não para os outros! — o garoto o encarou com olhos muito acordados — O que você quer? Quem quer se tornar? Isso é tudo o que importa, porque só você pode viver a sua vida! Você não pode continuar assim, basta dizer que não consegue. Não devia se importar tanto assim com o que os outros pensam, afinal você ainda é só um adolescente, ainda tem tempo. Você tem seus medos e suas fraquezas, não devia se pressionar tanto, vai acabar se matando um dia.

— Eu me sinto sobrecarregado, é verdade, mas não quero desistir do que me propus a fazer. Já cheguei até aqui, não posso desistir agora; eu só preciso suportar mais um pouco, só mais três meses e isso tudo acaba... Só preciso de um pouco mais de força, só isso.

— Você sabe que falhar às vezes é preciso, não sabe? É isso que nos torna humano. Você tem que entender que ainda assim existem pessoas que vão te apoiar, que mesmo que você erre, existem aqueles que vão ficar do seu lado, porque te amam. — tentou soar convincente — Você é uma pessoa boa demais pra ser abandonado, tenho certeza que tem até o seu próprio fanclub... — riu tentando aliviar a tensão que aquela conversa havia trazido.

— Engraçado, você não parece pensar o mesmo quando se trata de você, Ethan, por quê?

— Porque eu sei que, ao contrário de mim, você é uma boa pessoa. Você é alguém que faz as pessoas gostarem de você e sentirem a necessidade de te ajudar. Você é o tipo de cara boa pinta que faz as pessoas acreditarem no que você diz, que as faz acreditar que são boas o bastante... Você as faz sentir necessárias, mesmo quando não são. — Ethan fez uma pequena pausa procurando as palavras certas — Eu... eu não sou assim, não tenho nada disso. Eu sou mesquinho e egoísta, e ao contrário de você, só dou desapontamento aos meus pais. Não consigo manter boas relações, e por isso o espaço entre nós acaba crescendo, é por isso que só decepciono meu pai e sempre faço minha mãe se preocupar. Meus avós paternos me acham patético e nunca nem quiseram me conhecer e minha avó materna veio de outra cidade só dizer o quanto estava desapontada comigo quando saiu aquele maldito artigo nos jornais. É por eu ser um babaca que o Sebastian me odeia.

Ethan o olhou e pensou ter visto seus olhos brilharem, mas não sabia dizer ao certo se realmente estavam, afinal o quarto estava na penumbra. Não sabia o porquê de ter ficando tão nervoso ou mesmo porque estava tentando tanto convencer o garoto do quanto ele era bom quando nunca tinha se importado antes nem consigo mesmo, mas suas mãos estavam suando mais do que nunca e tremendo levemente, fora o fato de que Willian o tinha pegado tocando sua barriga e ainda mantinha sua mão sobre a dele prendendo-o, o que não aliviava muito a tensão. A cena toda era simplesmente muito estranha para ele conseguir se acalmar, já que mantinham uma conversa normal em uma posição tão estranha.

Agora que tinha caído a ficha, ele estava muito consciente da presença do garoto na cama e quão perto seus corpos estavam, e aquela situação definitivamente não era normal. Dois caras na mesma cama, deitados um de frente para o outro e com os dedos entrelaçados quando eram praticamente desconhecidos. Mas por outro lado, por que tinha que ser errado? Era tudo tão complicado em sua vida. Por que ele tinha que estar naquela situação logo com aquele garoto? Willian lhe olhou nos olhos e sorriu.

— Não se preocupe, eu não vou contar a ninguém. — ele parecia poder ler a mente de Ethan; como podia lhe entender tão bem? — E nem tentar me aproveitar de você. — acrescentou com uma sobrancelha erguida.

— Acho que era pra essa fala ser minha, afinal foi você que saiu me falando o quanto odeia a sua vida.

— Ei, mas foi você que me acordou me apalpando... Tecnicamente isso é assédio. — Ethan sentiu o rosto esquentar.

— Eu não estava...!

— Relaxa, eu não vou contar a ninguém. — repetiu a frase, seus olhos cintilando em divertimento — Viu, a fala é minha.

Willian riu alto e pela primeira vez desde que Ethan tinha começado a estudar no St. Louis, o via rir; não um simples sorriso, mas uma risada de verdade, em alto e bom som, melodiosa e gostosa de se ouvir. Um som que ecoou pelo quarto levando embora o clima pesado que pouco a pouco havia se formado e ainda assim tinha algo errado. Ele queria falar alguma coisa, mas não conseguia, sua língua parecia colada ao céu da boca e seus pulmões pareciam que estavam cheios de líquido, suas pupilas estavam dilatadas e sua pele sensível ao toque; o que estava acontecendo com ele? Ethan estava com medo da resposta então só revirou os olhos, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Will falou novamente, lhe fazendo agradecer em silêncio.

— Sabe... no dia do acidente da aula de Ed. Física, eu vi uma tatuagem em você, mas eu não consegui realmente ver o desenho. Você me deixaria ver?

— Hã...? — Ele ficou atônito por uns segundos tentando processar o que o garoto havia dito antes de lentamente concordar — A-Ah, claro!

Ethan sentou-se na cama ainda surpreso em como o assunto havia mudado drasticamente, e Willian fez o mesmo, tirou a coberta de cima de seu corpo e virou de costas. O garoto fez um comentário baixo ao qual ele não entendeu e prendeu a respiração quando sentiu seus dedos quentes tocarem a pele bem encima do desenho nas suas costas. O contato dos dedos dele em sua pele lhe deu um pequeno choque, lhe fazendo suspirar e seus cabelos ficarem de pé. Honestamente ele estava com medo de que seus cabelos não fossem a única coisa de pé ali e tentou se acalmar, não era possível que aquilo estivesse acontecendo.

E afinal, por que Willian? Ele estava mesmo com tesão por aquele garoto, é sério? Mesmo que o garoto fosse realmente bonito, aquilo ainda era demais. Ele temia que Willian nunca mais lhe olhasse novamente se soubesse o que causava em suas partes baixas. Por sorte o garoto aparentemente ainda estava alheio ao seu conflito interno e seguia tocando-lhe as costas com a ponta dos dedos traçando as linhas do desenho, do seu ombro até seu quadril, se detendo ali e finalizando.

— Você é sempre assim tão tenso, Ethan? Ou anda se esforçando demais ultimamente? — se surpreendeu com a voz do garoto próxima ao seu ouvido, seu bafo quente lambendo-lhe o pescoço.

— Na verdade, não. Acho que só estou com frio.

— Ah, desculpa... Te fiz ficar muito tempo fora do cobertor. — então se afastou e ergueu a coberta — Vem, é melhor nos esquentamos.

— E-eu tô bem! É só meu corpo que tem a temperatura baixa. — Ethan engoliu em seco pensando em como sairia daquela situação mais que desesperadora.

— Mais um motivo pra você se manter aquecido... Aqui, pode deitar! — Ele deitou-se de lado ainda segurando a coberta para que Ethan também se aconchegasse novamente ao seu lado.

— C-certo... — Ethan se deitou de costas para o garoto agradecendo a escuridão e enrroscou-se em posição fetal sentindo seu membro meio ereto latejando. Pensou em ir ao banheiro, mas com William acordado era muito arriscado.

— Qual o problema, ainda está com frio?

Dessa vez não conseguiu abafar rápido o suficiente o gemido baixo que escapou por entre seus dentes. O bafo quente do garoto acariciou suas orelhas sensíveis e o tom grave reverberou por sua coluna lhe fazendo contrair as pernas juntas em uma doce agonia. Ethan ouvia seu sangue correndo rápido pelos ouvidos quando girou o pescoço para olhar o garoto, que estava apoiado em um cotovelo o encarando intensamente.

O garoto umideceu os lábios com a ponta da língua e ainda o olhando nos olhos seu rosto começou a se aproximar meio receoso. Vez por outra parando, mas ainda assim definitivamente encurtando o espaço entre seus lábios. Ethan fechou os olhos segundos antes de sentir a quentura da boca de Willian lhe atingir, fresca e muito real, seus olhos dourados faiscando. Suspirou enquanto seus lábios se abriam para receber a língua tímida do garoto. Sentiu uma de suas mãos em seu ombro o empurrando para baixo, lhe fazendo deitar-se de frente.

Willian lentamente pôs uma mão em sua cintura o puxando para si. De repente, o que era um beijo brando e delicado tornou-se um beijo profundo e urgente. As línguas brigando em uma dança frenética dentro das bocas enquanto arfadas de ar preenchiam o silêncio do quarto com ruídos sensuais. Ethan nem sabia quando havia levado os braços e envolvido o pescoço do garoto, mas o puxava para si enquanto arqueava as costas desejando mais... Mais o que? Ele não sabia, só sabia que aquilo definitivamente não era o suficiente e já estava quase implorando quando sentiu o joelho de Willian roçar levemente em seu pênis agora completamente ereto.

Bastou apenas um segundo para ele voltar a si. Afastou o garoto pondo as mãos em seus ombros e quando tornou a encará-lo Willian lhe olhava de volta com olhos acesos e uma expressão ao mesmo tempo surpresa e selvagem. Aparentemente ele acabara de perceber sua ereção e com certeza aquilo não passaria despercebido por seu olhar atrevidamente intenso.

~ Continua...



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