Nos separamos na velocidade da luz. Eu fui para pia (ali eu teria um tempinho para me recompor) e ele se afastou passando a mão pelos cabelos e mudou a expressão para uma mais suave, indo para a sala, ver as duas que lhe esperavam.
- Lelê!! – ouvi minha sogra gritar na sala – meu filho, como você está grande e lindo
- Oi mãe – disse, parecendo se incomodar com a afobação da mãe
- Você já tem uma semana aqui e não foi ver seus pais, como pode isso? – ela nem deu tempo dele falar algo – e que cabelo é esse? Vamos cuidar... essa pele, tem hidratado? Suas roupas, como são?
- Um brega – Ana fez questão de responder – Ao invés de se vestir bem, prefere essas roupas simples ou então aquelas coladas, rasgadas. Meu irmão é um louco!
- Cala a boca, Ana. Eu não preciso de nada disso para estar bem, muito obrigado mãe, por se importar, e não sou fútil, ok irmãzinha? – senti sua raiva e ironia daqui
- Eu só estava querendo ajudar, filho... Mas se não quer, ok – seu tom de voz era como não se importasse – Cadê meu genro lindo?
- Espera um pouco, vou busca-lo – Ana falou, vindo para a cozinha – Amooor, vem aqui na sala, mamãe quer te ver – me arrastou pelo braço
Minha sogra estava sentada no sofá e Alec em uma poltrona que era perpendicular ao sofá, ficando perto da mãe deles. A Ana me puxou para sentar no sofá, ela, perto da mãe e eu ao seu lado, na outra extremidade do sofá.
- Nick! Você está maravilhoso, como sempre! – falou me encarando com um grande sorriso, logo depois, olhou para sua filha – falando em beleza, Aninha, estou pensando em ir ao salão, vamos? Preciso de... – parei de ouvir
A Ana estava agarrada ao meu braço e com as mãos dadas. Sim! Ela ama fazer cena sobre nossa vida.
Meu olhar caiu sobre o de Alec. Ele me encarava com um semblante de quem estava com a cabeça longe, mas triste também, trazendo um ar de inocência para seu rosto bonito. Eu desviei o olhar. Não aguentava aquela pressão, eu tinha beijado ele, cara... E sabe qual o problema nisso? 1- eu estou noivo da IRMÃ dele; 2- Que eu saiba, eu não sou gay ou bissexual; 3- Puta merda, EU GOSTEI. Socorro! Eu gostei e agora essa culpa queima meus órgãos internos
- Tudo bem pra você, amor? – disse tão doce que me lembrei que aquela garota para quem eu fiz a carta era ela
- O que, amor? – Sim... forcei um “amor”
- Eu e a mamãe vamos no salão. Tudo bem? – desde quando ela pergunta a mim se tem algum problema em sair??
- Sem problemas, pode ir – disse tentando ser doce (consegui, por que sou um amorzinho)
Ela me deu um beijo, até me surpreendi, ela era de selinhos e não de beijos, mas daí lembrei, sua mãe estava ali. Pegou sua bolsa, as chaves e celular e saiu.
Ficamos sozinhos novamente.
Um silêncio estranho tomou conta do lugar. Depois de tudo é meio estranho, pior ainda por que eu não consigo dizer que... me... arrependo... É, não me arrependo, mas sinto que é um erro grande.
- Desculpa – ele soou com pesar – Desculpa, não era para eu ter dito aquilo
- Tudo bem. Deixa pra lá, até por que você.. É... Não me... forçou a nada – Eu estava roxo por ter que admitir isso
- Será que é possível a gente manter a amizade sem ficar um clima estranho? Por favor...
- Vamos esquecer isso, ok? – ou tentar, ao menos, né?!
- Ok... – deu um dos seus de repentes e levantou – Então vamos fazer outra maratona hoje!
- Ah, não! Eu tenho que dormir, pirralho.
- Você vai dormir, depooois de terminarmos ao menos a 1 temporada
- Quanto tempo falta? – falei manhoso
- Uns 14 episódios, isso dá umas... 14 horas – disse tão natural, esse demônio
- O que???? Vai demorar muuuito – disse manhoso novamente
- Para de drama, Nicolas. A gente pode começar agora, daí não vamos dormir muito tarde. Vamos, por favoor - pediu manhoso
- Tá bom – cedi – mas só por que quero saber quem é A – ele
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