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História E nós? - Vá em frente


Escrita por: someonedead

Notas do Autor


PELO AMOR DE JEOVÁ, OU ZEUS, OU MAOMÉ, OU BUDA, OU SEJA LÁ QUEM VOCÊS SEGUEM OU SE NÃO SEGUIR NINGUÉM, POR AMOR APENAS, LEIAM O QUE EU VOU FALAR AQUI.
Então, eu sei que eu demorei bastante, mas tenho uns motivos pra isso.
Eu tive duas semanas MUITO corridas, juro pra vocês, houveram dias em que eu só dormi 3 horas. Estava chegando em casa ás 02:00 da manhã e ainda tinha que trabalhar mais ainda.
Depois disso eu fiquei meio deprimido. Okay, eu fiquei um chato depressivo (obrigado por me aturar aquele dia. Sim, tô falando com você) e na verdade eu ainda não estou bem. Mas acho que se eu passar muito tempo sem escrever vocês vão perder o interesse na história.
Eu sinceramente não gostei do que eu escrevi, eu tentei muito fazer algo decente, mas sla. Saiu isso.
Espero que não esteja tão ruim quanto eu acho que está.
Eu vou tentar me organizar e melhorar as coisas.
Obrigado pela compreensão de todos vocês. As vezes o problemas pessoais refletem no que fazemos aqui, então tenham só um pouquinho de paciência.
Até mais. \o

Capítulo 11 - Vá em frente


Pela primeira vez desde que chegara naquela cidade, não estava sentindo tanto frio. O céu estava limpo e com poucas nuvens manchando a imensidão azul claro, como se um artista tivesse dado leves pinceladas numa tela e depois desistido de pintar, sem saber que a obra já estava pronta.

                Miguel estava esperando pelo menos um pouco de sol para esquentar seu rosto, aumentar o ritmo de circulação do seu sangue, destravar seu corpo e animar sua mente. Mas parecia ser mais fácil encontrar diamante na calçada do que sair e receber um pouco de luz natural. Apesar do tempo estar “favorável” e de que finalmente eles poderiam sair sem estar completamente encapotados, Lilian se encontrava com gorro, luvas e um sobretudo.  

                - Você não está com calor? – Ele perguntou enquanto eles seguiam para a faculdade aquela tarde, a rua estava mais movimentada do que o normal.

                - Calor? - Ela o encarou. – Eu não sei o que é isso. Já está aqui tempo o suficiente pra perceber que não existe verão nesse lugar. – A garota disse num tom exasperado.

                Lilian estava estressada desde o início da semana por algum motivo que ela se recusava a contar, Miguel já começava a se preparar para mais uma discussão com o Professor bonitão, era assim que ele e Lilian chamavam James, aquele dia.

                - Vou te levar pra minha cidade nas férias. Vai desejar nunca ter saído daqui. – Sorriu enquanto atravessavam a rua.

                - Vou esperar ansiosa por isso. – Ela ajeitou o gorro que escorria de seus cabelos vermelhos como chamas. – O que eu quero saber mesmo é como foi sua noite na casa do Jules. –

                Miguel pensou um pouco sobre aquilo. Julian havia o chamado pra dormir com ele devido a chuva forte aquela noite, talvez seu namorado quisesse fazer algo mais além de dormir, mas é claro que ele simplesmente vetou a ideia e até agora nem sabia o porquê, ou talvez soubesse, mas não tivesse coragem de formular a frase e admitir aquilo.

                - A gente só dormiu. – Respondeu, e era verdade. – E pela manhã ele me chamou pra tomar café com a família dele, o que foi bem desconfortável porque eu era o único desconhecido na mesa e o pai dele me lançava olhares ameaçadores. – Falou lembrando-se dos olhos escuros típicos da família que o encaravam de forma firme. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo. – Assustador. – Concluiu.

                -O James estava lá também. – Lilian disse – Deve ter sido horrível. –

                -Você está implicando muito com ele ultimamente. –

                Lilian respirou pesadamente, uma pequena nuvem de vapor se formou na sua frente e logo desapareceu no ar. Os olhos verdes de sua amiga fitaram o chão por alguns instantes. Alguma coisa estava acontecendo e Miguel torcia para que não fosse o que ele estava pensando.

                - Só vamos andando, tá? –

                - Você que manda. –

                A avenida que ficava a alguns quarteirões da faculdade estava mais cheia do que o comum. O lugar era como um extenso e largo corredor, e normalmente apenas alguns pedestres e carros ocupavam o lugar, mas agora haviam tendas e barracas armadas em vários lugares, as pessoas se moviam num estranho fluxo de um lugar para o outro carregando sacolas e bolsas. Miguel e Lilian apenas pararam e observaram a cena por alguns minutos antes da garota falar:

                - O que diabos é isso? –

                - Não faço a menor ideia. – Respondeu. – Têm outro caminho? Não sei se quero passar por ai. – Miguel nunca se afeiçoou a multidões. Não que fosse antissocial ou coisa parecida, só preferia lugares calmos, e calmo com certeza não é um adjetivo válido pra aquele lugar naquele momento.

                Lilian segurou em seu pulso e o puxou para o meio daquela confusão de pessoas e tendas. Haviam barracas com várias bugigangas e lembrancinhas que iam de chaveiros a camisas decoradas com frases e estampas engraçadas. Mulheres com saias longas e cheias de babados cantavam e dançavam na rua, algumas descalças, outras com joias demais penduradas no pescoço. Alguns homens faziam malabarismo e outros tipos de artes circenses.

                - Um circo? – Perguntou tentando desviar das pessoas no caminho e inevitavelmente se chocando com algumas pessoas no percurso.

                É claro que ela vai passar por aqui, Miguel pensou.

                Eles começaram sua jornada pelo meio de um circo itinerante e aparentemente cigano que havia chegado na cidade no dia anterior, o circo já deveriam ter feito seu primeiro espetáculo, mas o temporal os impediu de modo que agora todos anunciavam o grande show para aquela noite, com direito a truques com animais e trapezistas realizando o grande e perigoso salto triplo.

                Miguel se lembrava da última vez que fora no circo, passou a noite toda encolhido na arquibancada com medo dos palhaços com seus sorrisos falsos e olhos psicóticos.

                Já estavam quase no fim do trajeto que demorou mais do que Miguel esperava visto que sua amiga parava a cada nova tenda para “dar apenas uma olhada” em produtos que ela nunca usaria, como por exemplo uma grande bolsa de couro de jacaré. A garota sequer usava bolsas, não carregava maquiagem e os materiais que usava na faculdade estavam sempre dentro dos bolsos das calças, para que iria querer uma bolsa de couro de jacaré? Eles foram interrompidos por uma moça com um longo vestido colorido e semblante enigmático.

                - Meus jovens, venham aqui. – Ela disse como um personagem de filme de suspense infantil, como uma bruxa má.

                Ela estava sentada numa cadeira de plástico branca na calçada, a frente dela havia uma mesa também de plástico, como aquelas de lanchonetes simples, em cima da mesa haviam cartas grandes com desenhos estranhos viradas para baixo.

                - Estão interessados no futuro? – Perguntou a possível cartomante.

                - Sim. – Respondeu Lilian mais rápido do que o normal. – Algum dia vai fazer sol nesse lugar? –

                A mulher por um instante pareceu confusa, as sobrancelhas levemente levantadas e a boca semiaberta. – Suponho que você esteja procurando o seu sol. – Ela respondeu. – Você precisa de luz, sua aura parece tão fraca e apagada que precisa de alguém pra iluminar você e o seu coração. –

                Lilian ficou parada observando a mulher por alguns segundos e Miguel viu um sentimento cruzar sua face, tristeza talvez, mas no segundo seguinte o rosto duro e sarcástico estava de volta.

                - Não entendi nada, só preciso de sol moça, não aguento mais tanta chuva. – Ela disse fingindo choramingar e Miguel soltou uma pequena risadinha.

                 A atenção da cartomante foi voltada para ele, a mulher o examinou milimetricamente, os olhos escuros faiscando de curiosidade e pelo que parecia, divertimento.

                - Eu posso ler a sua mão? – Ela disse voltando-se ele.

                Miguel não acreditava muito em coisas como vidência ou leitura de mãos, mas não disse isso por não querer soar rude, então apenas se aproximou e estendeu a mão para a mulher de pele escura e cabelos presos por elásticos.

                A mão dela era áspera e cheia de calos que coçavam nas mãos finas e macias de Miguel, a mulher devia trabalhar duro para garantir uma vida boa e digna, diferente dele que apenas esperava pelos pais. Subitamente ele lembrou-se da ideia de que deveria procurar um emprego e imediatamente começou a formar um currículo em sua mente. Os dedos duros e firmes da mulher traçou as linhas de sua mão vagarosamente enquanto a face dela se contorcia e a sua expressão mudava a cada dois segundos, por fim ela parou, soltou a sua mão e o encarou.

                - Deseja saber o que eu vi? – Questionou.

                - Sim? – A resposta saiu num tom de pergunta, por algum motivo ele pensou que não gostaria do que iria ouvir.

                - Eu vejo duas estradas na sua vida. Você parece estar percorrendo pelo caminho mais largo, mais fácil de encarar. Esse caminho não vai te levar para algo ruim, mas não é aquilo que você quer realmente. O outro caminho é estreito e difícil e você parece almejar o que está no fim dele, mas têm medo do que pode acontecer ao chegar lá. – A mulher o encarava com um pequeno sorriso nascendo no canto de seus lábios, seus olhos não desviaram um segundo sequer dos de Miguel. – Você pode acabar gostando do que vai encontrar no fim do caminho que percorre, mas vai continuar olhando para outra estrada e se perguntando o que teria acontecido caso tivesse caminhado por ela. –

                - Okay, muito obrigado. – Miguel disse rapidamente. Seu coração batia acelerado no peito, sua pele inteira formigava, ele sentia que estava caindo rapidamente de uma altura inimaginável. Estava preste a se chocar contra o chão, ele iria se chocar contra o chão se a mulher continuasse.

                - Miguel, você está bem? – Ouviu Lilian perguntar ao seu lado. Ele olhou para o rosto preocupado da amiga.

                - Estou bem. Melhor irmos. – Ele disse querendo sair daquele lugar o mais rápido possível.

                Atrás dele a voz da mulher soou alta, de alguma forma, ultrapassando a multidão.

                - Não precisa ficar tão apreensivo meu jovem, você só precisa seguir. –

                Quando Miguel viu Thomas pela primeira vez aquele dia, o céu já estava escuro e pequenos pontos brilhantes o decorava. Ele abriu a porta da casa desejando dormir e acordar apenas, quem sabe, no próximo semestre. A semana havia sido corrido na faculdade, seminários e trabalhos demais e, é claro, havia a cartomante que não saia de sua cabeça. A palavras dela ainda ecoavam em sua cabeça como se ele tivesse acabado de escutá-las.

                Seu amigo estava no sofá da sala com controle de Xbox nas mãos, som de tiros e grunhidos explodiam pela sala enquanto zumbis eram exterminados.

                - Boa noite, Lito. – A voz de Thomas saiu num tom completamente diferente do normal e Miguel não tinha a força mental necessária para perguntar o que havia acontecido. Não queria acumular mais preocupações. Sua cabeça parecia pesar mais do que o normal e seus olhos ardiam. O corpo pesado não parecia querer responder ao seu comando.

                - Boa noite. – Ele ia dizer mais alguma coisa, mas havia alguma coisa errada com seu corpo. A voz não saiu.

                Deixou a mochila escorregar de seu braço e se pôs a subir as escadas, o som do vídeo game parou.

                - Você está bem? – Ouviu os passos de Thomas se aproximando.

                - Só cansado. – Respondeu dando mais um passo.

                O mundo inteiro parecia brilhar e girar ao mesmo tempo enquanto pontos escuros apareciam em sua visão. Segurou na borda do sofá e levantou o olhar. Seu amigo era um borrão a sua frente, assim como tudo que ele via, como se quisesse enxergar através das lentes embaçadas de seus óculos.

                - Tom? – Sua voz saiu entrecortada e fraca. Ele ia dizer alguma coisa, mas esqueceu novamente. – Eu estou bem. – Falou e desabou no chão da sala.

                A partir daí tudo ficou extremamente confuso e rápido demais. Sentiu os braços de Thomas o segurarem, e o levarem para o sofá. Engoliu algum comprimido que seu amigo lhe deu. Houve um breve momento em que esteve consciente de estar debaixo do chuveiro, as mãos de Thomas firmes em suas costas. E então ele estava em sua cama, sentindo o peso do corpo do outro em seu colo enquanto este cochilava brevemente. E tudo finalmente se apagou.

                Quando abriu os olhos no dia seguinte, Thomas não estava mais lá. Sentou-se na cama sentindo seu corpo doer por completo, o mundo ainda estava embaçado mas não do mesmo jeito que o dia anterior, então ele procurou seus óculos e os ajeitou no rosto melhorando a sua visão.  A porta do quarto se abriu, Thomas abriu um largo sorriso ao vê-lo acordado e o quarto inteiro se iluminou, Miguel quase desviou os olhos.

                - Meu Deus, Lito. Você está melhor? – Perguntou aproximando-se e sentando na cama ao seu lado.

                - Qual é futuro farmacêutico, eu só estava cansado. – Sua voz ainda estava embargada.

                - Você estava com 40 graus de febre. Se não melhorasse eu iria ligar pra ambulância. – Thomas fez a cara de sério que sempre fazia quando estava preocupado. – Cara, você quase me matou sabia? –

                - Desculpe, foi uma semana corrida, eu só precisava de um descanso. – Respondeu fitando seu cobertor.

                - Está realmente melhor agora? –

                - Estou sim. – Miguel respondeu, e era verdade, ele ainda sentia seu corpo um pouco pesado e dolorido, mas não era nada alarmante.

                - Eu fiz o café, precisa de ajuda? – Seu amigo se levantou da cama e ergueu a sobrancelha em dúvida.

                - Pra que? –

                - Sei lá, não quero que fique caindo por ai como ontem, se quiser te ajudo a descer as escadas ou... se vestir. –

                Miguel levantou rapidamente o cobertor.

                Completamente pelado.

                - Por que você...? - A frase morreu antes de ser completada, a vergonha tomando conta de seu corpo, ele provavelmente estava vermelho agora.

                - Você estava suando muito, depois do banho achei melhor não te deixar tão abafado. – Respondeu dando de ombros, mas havia algo mais na sua expressão, alguma coisa que Miguel não conseguiu identificar.

                - Posso me vestir sozinho, Tom. Obrigado. –

                - Você quem manda. – Ele deu uma piscadela e saiu do quarto.

                Miguel levantou-se e se vestiu rapidamente. Apanhou seu celular, 6 mensagens de Julian e todas estavam marcadas como lidas, apesar de ele não lembrar de ter feito isso.

A última delas:

                Espero que esteja tudo bem garoto Pokémon, não sei porque está me ignorando, mas tudo bem, conversamos depois. Passe aqui amanhã, têm um doce novo que queria que você experimentasse e dessa vez, só dessa vez, não sou eu, infelizmente. L

                Miguel pensou em responder, mas desistiu, iria no loja e explicaria o que aconteceu depois.

                Desceu as escadas e encontrou Thomas mexendo em alguma coisa no fogão, de costas para ele. Os cabelos estavam bagunçados no topo da cabeça e ele estava com aquele avental novamente. Miguel sorriu involuntariamente.

                Infelizmente a cartomante estava certa, ele sempre iria se perguntar aquilo, iria sempre imaginar o que teria acontecido se tivesse contado para Thomas o que sentia, mas ele não fez isso e agora era muito tarde. Ele já havia seguido por outro caminho, por outra estrada, por outra pessoa, uma pessoa incrível como ele descobrira que Julian era. Para ele e Thomas só restara seguir em frente.


Notas Finais


É. Foi o que deu pra fazer, foi mal.
Vou me esforçar mais, prometo. Até depois pessoal. PS: Se tiver muito ruim eu excluo o cap com certeza e faço outro pq sim.
Beijos de açúcar mascavo. Aqui em casa tudo é açúcar mascavo. Aquilo nem adoça. Vc vê que a pessoa não está bem quando ela fala sobre açúcar.


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