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História E se acontecer? - A festa


Escrita por: Peerless

Notas do Autor


Bem pessoal essa não é uma história muito bem elaborada até porque sou novo nessa praia de escrever kk, no entanto foi feita com uma enorme dedicação! Tá bom, não foi tãããão enorme assim auhauahu, mas eu tentei e acho que isso já conta né?! kkkk
Eu também não descrevi muito as características dos personagens porque quis que isso ficasse a critério da imaginação de vocês, mas se vocês gostarem do conto e acharem que eu deveria fazer isso é só avisar.
um beijo e boa leitura ou não. '-'

Capítulo 1 - A festa


Era oficialmente a ‘‘primeira’’ festa de Élis após o término com a Alice, sua também ex-colega de classe. Ela achou que terminar com ele por e-mail e enviar o anel de compromisso por correio seria a forma mais gentil de acabar com o relacionamento entre os dois. Na verdade era no que ele preferia acreditar, depois disso ela não apareceu mais nas aulas e semanas depois, Élis descobriu através da própria universidade que ela tinha pedido transferência para outro campus em Malibu na Califórnia. Sentado nos degraus da varanda da casa, essa que pertencia a seu amigo Ronald e onde estava acontecendo à festa, ele mantinha o olhar fixo sobre tela do celular, relendo pela última vez aquele e-mail antes de apaga-lo, em seguida ele levantou-se e entrou na casa. Lá dentro uma vitrola antiga fazia o trabalho de manter a festa animada.

‘‘ the story is different now the records are palying in the living room’’... (música tocando).

 Élis acreditou que a letra daquela música pudesse ser um sinal, de que agora ele estava pronto, pronto para superar essa situação e finalmente saltar para fora desse mar de lamentações embora não fosse dessa maneira que ele se sentisse, mas ainda assim a música parecia falar diretamente com ele. Ele atravessou a sala em meio à multidão bêbada e dançante até chegar à cozinha e parar em frente á geladeira, que possuía na porta inúmeros imãs em forma de palavra. Ele abriu e pegou uma cerveja e após fecha-la ele encarou o jogo de palavras por mais alguns segundos, tomou um gole da cerveja e começou a movimenta-las com o dedo indicador da mão direita.

- (O) (amor)... (é)... Vamos lá cadê você?!... Aqui! (idiota) não... (O) (amor)(são)...(macacos)(idiotas)... (dançando)...

Mas antes que ele pudesse terminar a frase um rapaz de estatura média e cabelos castanhos usando um sweater do mickey mouse parou ao lado dele e fitou Élis terminar com as palavras como se realmente estivesse interessado em saber qual seria o final da frase.

- Bom era pra ser um poema de geladeira único (disse voltando seu rosto para olhar o garoto que estava ao seu lado).

- E eu aqui te julgando em silêncio.

- Ah, eu aguento... Na verdade eu já me humilhei muito mais na frente de pessoas que eu conhecia.

O garoto riu achando divertido da maneira espontânea como Élis agia.

- Posso?! (o rapaz abriu a geladeira e pegou uma cerveja) saúde.

- Hã, saúde!

Depois disso o garoto saiu em direção à sala e sumiu em meio ao aglomerado de pessoas, Élis deixou o poema de lado e com a cerveja na mão voltou para varanda e novamente sentou-se nas escadas por alguns segundos e ficou observando por minutos uma árvore plantada do outro lado da cerca que dividida os terrenos, a cada gole que ele entornava parecia que as lembranças sobre Alice ficavam cada vez mais fortes, naquele momento ele não pensava mais sobre as situações que eles tinha passado juntos ou como a conhecerá, mas apenas em suas feições e como ela era bonita ele ergueu a garrafa novamente para tomar outro gole, mas a cerveja tinha acabado. Ele levantou com a garrafa vazia, entrou na casa e dirigiu-se novamente à cozinha para pegar mais cerveja, mais uma vez ele atravessou a sala tumultuada de pessoas, algumas já estavam caídas, enquanto outras vomitavam no carpete barato que cobria o chão da sala. Ele caminhava no corredor que ligava os dois cômodos quando notou não de muito longe o mesmo garoto de alguns minutos atrás, novamente parado em frete à geladeira, aparentemente fazendo o mesmo que ele anteriormente, brincando com as palavras. Élis parou ao lado do rapaz e viu-o movimentando as palavras.

- Ah foi mal, destruí seu poema. Descobri que isso aqui é viciante!

(nós)(não)(somos)(nada)(além)(de)(luzes)(dançando)(no)(sonho)(inquieto)(de)(um)(assado).

Com estranheza, porém acompanhado de um sorriso de canto Élis encarou a frase do garoto.

- É, tipo jogar Guitar Hero.                                                             

Nesse momento Ronald vinha andando de costas enquanto cumprimentava alguns convidados e acabou se esbarrando no garoto.

- Aí! (ele olhou para trás, mas logo abriu um sorriso amigável para Ronald).

- E aí, beleza? (disse ao se virar na direção de Élis). Vocês já se conheceram?

- Mais ou menos.

Os dois olharam um para o outro e sorriram.

- Élis esse é o meu primo Charlie e ele faz animação, Charlie esse é meu amigo de faculdade Élis.

Charlie estendeu a mão como cumprimento ainda sorrindo.

- Ah, você é o Élis!

Ronald falava muito sobre Élis a final ele era seu melhor amigo em toda a faculdade.

- É, e essa é a primeira vez que essa cara sai de casa em um ano. (disse dando um leve empurrão na cabeça de Élis).

- Uau! É você tá meio pálido. Pensei que fosse anêmico ou meio albino.

- Na verdade eu sou os dois. (respondeu sarcasticamente).

- Ele tá hibernando feito um filhotinho de urso por causa de um coração partido. (Ronald terminou a frase passando a mão direita sobre o rosto do amigo).

- Own. (Charlie sorriu novamente e tomou mais um gole da garrafa de cerveja em sua mão).

- Hã, para de contar pras pessoas e alisar meu rosto?!

- Enfim...

Antes que Charlie pudesse terminar a frase apareceu uma garota bem vestida, alta e de cabelos loiros interrompendo eles pedindo por informação.

- Oi. Conhecem a Becky? Ela é baixinha, morena e sempre fala de transtorno alimentar.

Ronald entrou na frente dos dois e por ser bem mais altos que ambos ele apoiou suas mão uma na cabeça de cada e os empurrou levemente para trás.

- Eu sou a Becky!

- Ah, oi.

- Há quanto tempo heim?!

- O pior é que ela fala desse jeito. (ela deu um sorriso sincero embora na parecesse surpresa).

- E aí que fazer um tour pela casa? Mi casa su casa.

- Si.

Ele segurou na mão dela e saiu guiando-a pelo corredor até sumirem em meio às pessoas.

Élis e Charlie estavam novamente parados ao lado da geladeira o assunto parecia ter acabado e o silêncio pairava entre os dois, da sala vinha o som de um jazz antigo remixado, a música soava como uma saída de escape em meio à tensão entre os dois. Ambos começaram a cantarolar a canção até que ela acabasse, demorou mais alguns segundos para que a próxima música começasse o que fez Charlie pensar que não teria problema em puxar assunto novamente.

- Pra ser sincero eu não sou muito fã de festas também, mas pra me divertir ‘‘quem não tem cão caça com gato’’. (Charlie coçava a cabeça, sorrindo desajeitado embora tentasse parecer o mais normal possível).

- É ‘‘como’’ na verdade, o ditado é diferente ‘‘quem não tem cão caça como gato’’ caça sozinho, mas eu diria ‘‘com’’ também porque se não todo mundo iria achar que eu falei errado apesar de ser a pronúncia correta. (ele finalizou a frase pressionando os lábios, balançando positivamente a cabeça e dando uma longa piscada como se estivesse se alto afirmando, típico daquele amigo que todo mundo tem e que sempre costuma ter razão).

- Essa é sua praia, corrigir a pronúncia das pessoas?

- É, é isso aí.

- Isso te ajuda na vida?

- Tenho um trabalho ruim, moro na casa da minha irmã e nunca saio de lá. Ah e ficar corrigindo pronúncias agora não é mais minha praia, minha praia agora é me expor.

O bom humor do rapaz fez Charlie sorrir. Élis abriu a geladeira e pegou mais duas cervejas.

- Pega mais uma gelada.

- Obrigado.

- Acho que deveríamos procurar um lugar pra se sentar.

- Talvez naquelas cadeiras perto da janela?! Minha bunda parece ter gostado delas.

- Tipo amor à primeira vista?

- Acho que não, elas apenas parecem legais, mas não faz o tipo da minha bunda talvez a da esquerda.

- Okay.

Os dois se entreolharam e depois de alguns segundos começaram a gargalhar. Eles caminharam até as cadeiras e se sentaram.

- Já que não temos assunto posso te contar uma história?

- Claro, adoro ouvir histórias.

- Quando eu completei onze anos comecei a praticar boxe, e no fim do dia já em casa eu peguei minhas luvas, fui ao banheiro e em frente ao espelho comecei a socar meu rosto.

- Não?

- Sim, eu queria ser o melhor, mas não tinha com quem treinar.

- Então você se nocauteou mesmo?

- Pois é, vou te contar mais uma coisa estupida. (Charlie separou o cabelo na lateral, embora não fosse muito grande ainda assim cobria sua testa). Olha se, se você olhar minha testa vai ver que é amassada aqui do lado.

Élis observou atentamente a testa do garoto fingindo realmente esta vendo a cicatriz enquanto ele permanecia de cabeça baixa.

- É tipo...O Quasimodo.

- É.

Élis sorriu e acabou olhando nos olhos de Charlie. Os dois se fitaram por 2 segundos, pareceu uma eternidade, a situação os deixou um pouco desconfortáveis e fez com que Charlie baixasse o olhar e depois virasse a cabeça na direção oposta de Élis por um instante.

- Então, eu... Eu tenho que ir ao banheiro você precisa de alguma coisa, tipo um fio dental ou sei lá, aspirina vencida?

- Ah não, mas eu deixei uma caixa de fósforos na porta do banheiro feminino para as mulheres me doarem alguns pelos pubianos.

Charlie soltou uma gargalhada imediatamente, Élis era com certeza o cara mais divertido que ele tinha encontrado aquela noite.

- Eu vou passar pedindo alguns pelos pra mulherada. (respondeu Charlie ainda sorrindo).

- Ah não esquenta eu já falei com todas elas. (disse sorrindo também).

Élis esperou exatamente vinte minutos o retorno de Charlie, mas ele não apareceu. Ele até pensou em ir ao banheiro verificar, também pensou que ele tivesse se perdido em meio ao tumultuo, porém a casa era pequena e já não tinha mais uma ‘‘multidão’’ a maioria tinha ou estava indo embora. Não que ele estivesse interessado em Charlie afinal ele não era gay ou mesmo se sentia ele também não sabia se Charlie era, mas para um cara sozinho em uma festa que tinha mais de oitenta pessoas 78 delas desconhecidas ele com certeza era uma boa companhia. Élis levantou-se e foi caminhando lentamente até a cozinha, ele deixou a garrafa com cerveja em cima da pia e seguiu rumo à sala, Ronald estava no sofá aos beijos com a loira desconhecida. Algumas pessoas ainda estavam dançando enquanto outras dormiam nos cantos da casa, ele estava próximo ao mancebo que segurava seu casaco quando para sua surpresa Charlie estava ao lado preparando-se para sair.

- Hã, oi?

- Oi, tudo bem?

- Eu estava indo embora sem me despedir, tipo um idiota.

- É... É, é, exatamente... O que eu estava fazendo também. (Charlie sorriu sem jeito).

No fim os dois acabaram saindo da casa juntos.

- Se vai...

- É... Eu moro algumas quadras pra lá. (Charlie apontou para a esquerda).

- Eu também, tudo bem eu ir junto com você?

- Ah, tudo... Claro.

- Legal.

A casa de Charlie não ficava muito longe então eles não conversaram muito além de uma notícia local que saiu nos jornais.

- Eu li no jornal que ele é canibal e fingiu ter Parkinson pra chamar atenção.

- Eu li isso também.

- É inacreditável, uma pessoa horrível, sério.

- Olha, então eu fico por aqui. (apontou Charlie para um hotel logo à frente).

- Ata, olha eu, eu gostei muito de conversar com você.

- É! Eu também. O que é raro porque eu não muito sociável.

- Então é... talvez a gente possa conversa de novo, algum dia.

- Sim, pode ser a gente poderia sair sei lá.

- Claro, seria ótimo.

- Tá eu vou passar meu número pra você. Que dizer se estiver tudo bem, isso pode parecer meio estranho.

- Claro! Não, pra mim tá tudo bem.

- Posso pegar seu celular?

- Sim.

- Eu não pretendia ficar fora até tão tarde. (Charlie comentou enquanto digitava).

- É nem eu.

- Meu namorado deve até tá preocupado com o que aconteceu.

Aquele comentário fez Élis ficar um pouco desconfortável mesmo sem saber a causa.

- Aqui, sei lá, me liga. (sorriu gentilmente).

- Hã, tá... Foi um prazer! Tchau.

- O prazer foi meu, tchau!

- Boa noite.

- Boa noite.



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