Olho para os lados enquanto dirijo, estavamos numa fria e a culpa era toda minha, tinha que ter saído e arrastado a Bruna comigo. A essa hora, o cara já devia ter acordado e já estava procurando a gente, eu estava nervosa e não sabia o que fazer. Manobro o carro perto da garagem da minha mãe e estaciono o mesmo ali, olho para trás e vejo Bruna sussurrando coisas estranhas.
- Bruna, você não pode ir para casa assim.. sua mãe e seu pai vão te matar.
Ela olha para mim se levantando e se aproxima.
- Shiiiu, vem cá.
Vejo as mãos dela em meu rosto, me puxando para mais perto, ela fecha os olhos e eu fico a observando.
- Bruna.. Bruna você es...
Mas antes de completar a frase, sinto seus lábios nos meus, ela não chega a me beijar, só fica ali parada, esperando a minha reação. Fecho os olhos, queria aquele beijo, mas não precisava ser assim, antes de tudo a Bruna era minha amiga e eu não devia me aproveitar desse seu estado. Me afasto abrindo os olhos e vejo ela ficar com cara de tacho.
- Você esta bêbada, amanhã nem vai se lembrar disso Bruna..
Digo baixo e abaixo a cabeça. Ela fica em silêncio e em seguida começa a puxar a blusa tirando a roupa.
- Para!
Saio do carro e abro a porta dela, estendo a mão direita e pega na mão e se levanta devagar. Fecho a porta do carro, tiro meu casaco que estava em minha cintura e visto nela, a noite estava fria.
- Você vai dormir aqui em casa hoje, okay?
- Eu poderia dormir até na rua, NA RUA!
Diz ela gritando e da risada feito um bocó.
- Shiiu, calada.
Passo um dos braços em volta de sua cintura e caminho para casa com ela.
- Olhe só.. - Paro na porta da minha casa e pego meu celular, olho no visor, 01:15 da manhã. Volto a guardar o aparelho e olho para ela que estava olhando para mim como uma criança inocente. - Vamos entrar em silêncio e ir direto para o meu quarto, não quero um pio, ouviu bem? Se não eu te jogo pela janela.
Digo séria para ela acreditar mesmo e não dar risada. Bruna balança a cabeça dizendo que sim e põe o dedo indicador na boca.
- Shiiu.
- Éh, isso mesmo, shiu!
Abro a porta e olho para o corredor que ia até a escada. Entro com ela e fecho a porta, paro antes de passar em frente a porta da cozinha e dou uma respirada longa. Ponho só a cabeça, para ver se minha mãe estava ali, mas ela não estava, graças a Deus. Olho para o outro lado e não vejo nada na sala também.
- Okay, vamos.
Começo a subir a escada com ela, que luta para a menina subir um degrau, acho que levamos 30 minutos para subir aquela porra. Enfim, fomos com cuidado para o meu quarto, chegando lá, ponho ela sentada na cama e tranco a porta cansada, foi osso ser bengala dela, era mais pesada do que eu. Bruna olha pra mim sorrindo feito um bobo alegre. Pego meu celular de novo e mando msg para a mãe dela:
Senhora Schindler:
Bruna esta com sono e acabou dormindo aqui em casa, então estou mandando essa mensagem para a senhora não ficar preocupada.
Volto a guardar o celular e olho para ela ali, na minha cama, era tudo o que eu queria, mas também não precisava ser assim. Acabo rindo um pouco da situação e caminho até o armário.
- Bruna, vai para o banho, por favor.
Digo baixo e ela se levanta indo para o banheiro. Pego dois pijamas e duas calcinhas pondo sobre a cama. Espero ela sair do banheiro, ela leva mais 30 minutos lá dentro e eu fico paguando, quando finalmente saí do banheiro, estava nua. Fico olhando ela ali, na minha frente, sem nenhum tecido sobre aquele lindo corpo, só desperto quando celular vibra, era a mãe dla dizendo um "tudo bem". Me levanto sem graça e entrego as roupas a ela.
- Vista.. vista isso.
Corro para o banheiro e começo a tomar meu banho. Achava que não íamos dar certo juntas, ela é sem tutano e eu depressiva, ela é gentil e simpática, e eu uma chata arrogante. Saindo do banho, vejo ela deitada na minha cama, quase dormindo e toda encolhida de frio, ela era tão linda e fofa.
Me deito do seu lado e jogo o cobertor por cima da gente.
- Você esta bem?
Pergunto com um certo receio. Ela demora para responder, estava vidrada no meu abajur.
-...Estou.
Diz ela séria, chego mais pra perto e abraço ela, ela se vira de costas e eu dou um beijinho em sua cabeça.
- Te amo..
Sussurro e fecho os olhos sorrindo, mas ela acaba ouvindo. Bruna fecha os olhos e pega em minhas mãos.
- Também te amo.
Abro os olhos assustada e a olho, ela se vira para mim e sorrir, ela ainda estava bêbada. Deita sobre meu peito e eu fico seu reação, começo a fazer um cafuné devagar e fecho os olhos.
Amanhã, tudo seria diferente, isso tudo "nunca" teria mesmo acontecido.
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