História E se ela gostasse dela? - 7° Capítulo.

Continuo paralisada olhando para ela, isso não podia mesmo ser verdade, ela devia estar brincando ou devia estar se referindo ao "amor de amiga", aquele amor que a gente sente por uma melhor amiga que sempre esta com você. Viro de costas e volto a caminhar subindo a escada.

- Não ama não.

Digo séria, talvez ela me amasse sim, mas não como eu gostaria que amasse.

- Amo sim, claro que amo! - Ela começa a me seguir. - Você nunca percebeu? Eliza, eu sei que você também me ama.

Chego no quarto e me sento na cama segurando a cabeça. Fecho os olhos pensando em tudo aquilo.

- Já beijou alguma menina antes?

Pergunto baixo e sinto ela sentando do meu lado. Bruna põe a mão sobre a minha coxa.

- Não, mas acho que não deve ser muito diferente do que beijar um menino. Eliza.. você mexe comigo.

Abro os olhos e a fito, aqueles olhinhos que refletiam o brilho da galáxia, aquele rosto redondo levemente corado, aqueles cabelos castanhos que chegavam até os seios, ela era perfeita.

- Você também mexe comigo Bruna, mas sabe o que os outros vão pensar? Eu já sou problemática, agora lésbica.. - Suspiro e pego na mão dela que estava sobre minha coxa. - Eu quero muito ficar com você, mas tenho medo.

Digo baixo e sinto meus olhos marejarem, ah não, não podia chorar na frente dela. Bruna se aproxima aos poucos e deixa nossos lábios a centímetros de distância.

- Ninguém precisa saber por enquanto, quando estivermos dispostas a encarar isso, podemos revelar.

Diz ela num tom baixo e olha para minha boca.

- Você está disposta a deixar de ser normal pra investir.. nisso?

Falo no mesmo tom, me afasto um pouco e continuo olhando em seus olhos. Ela olha pra baixo e balança a cabeça dizendo que sim.

- Estou Eliza.

- Sabe que vão nos apredejar na rua né?

Pergunto ainda a fitando.

- Eu sei.

Balanço a cabeça nagativamente e suspiro chegando mais pra perto dela.  A abraço e beijo o topo de sua cabeça.

- Mas pelo menos vamos estar juntas, acho que é isso o que importa.

Digo baixo e fecho os olhos. Bruna retribui o abraço e fica em silêncio. Tudo aquilo mudou em questões de segundos, a amizade pura foi para o espaço, não que não fôssemos mais amigas, mas é que agora, com toda a verdade a tona, toda vez que eu olhasse para ela ou ela olhasse para mim, iriamos nos lembrar disso. Não gosta de casal lésbico? Querido(a), você acha mesmo que escolhemos viver com todo esse preconceito em volta?
  Bom, eu estava tão surpresa quanto ela, isso a gente não tinha como não notar. Me afasto levemente e pego em suas mãos olhando em seus olhos.

- Tive uma idéia, como nós duas somos novas nisso, podemos começar só ficando, se vermos que é isso o que a gente realmente quer, a gente parte pra coisa séria, tudo bem?

Digo olhando em seus belos olhos novamente, eu não me cansava disso.

- Tudo bem Eliza.

Diz ela sorrindo.

- Agora posso fazer o que eu sempre quis fazer quando eu olho para a sua boca?

Dou risada um pouco sem graça e coço a cabeça.

- Não precisa, eu mesma faço.

Diz ela rindo e se aproximando, sinto que estava chegando o tão esperado momento do beijo e fecho os olhos me aproximando também. Nossos lábios ficam a 2 centímetros de distância e eu abro os olhos depois de algum tempo.

- Bruna?

Sinto eles roçarem quando a chamo e vejo ela de olhos fechados. Acho que ela estava sem graça então tomo a iniciativa pondo as mãos em sua cintura e a beijando calmamente, ela retribui é claro. E aquela sensação era a melhor sensação que existia na face da terra, eu a amava, ela me amava, acho que amar não é pecado.