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História E se for amor? - Jantar


Escrita por: HeyBiaaa_

Notas do Autor


Esse cap faz referência a algo que ocorreu no capítulo 12 (pro caso de vocês não se lembrarem)
Demorei um pouquinho pq minha mania de corrigir o texto 100 vezes antes de postar me atrasou kkkk

Boa leitura 💙

Capítulo 47 - Jantar


Fanfic / Fanfiction E se for amor? - Jantar

 
  Os últimos dias se passaram rapidamente. Depois de amanhã Hanji já estaria no avião, e Levi se deu conta de que se esqueceu de algo trivial. Uma pequena promessa. Bom, não era bem uma promessa... mas sem dúvidas era algo que ele não deveria ter esquecido. 
  Aquele jantar. 
 
 
"2013, 4 de Fevereiro 
 
  Levi se aproxima da janela, abre-a e sente o vento gelado bater em seu rosto. Dessa vez ele não teme o frio, mas essa brisa gélida lhe conforta de alguma maneira. Ele está falando com ela. Essa mulher tão improvável... 
  – Levi... Preciso desligar – declara Hanji um tanto atordoada. 
  – Aonde pensa que está indo? – pergunta Levi em tom sério. 
  – Preciso fazer xixi... 
  – Tsc! Então vá à alguma moita. Não precisa desligar. 
  Os dois riram, riram pelos próximos minutos. Levi se sentia estranhamente tranquilo quando falava com ela. Já Hanji se sentia extremamente feliz, e confusa. 
  – Uganda é mágica! – gritou ela, completamente eufórica, enquanto se agachava para tocar em um grilo. 
  – Acredito. 
  – Os ugandeses são tão hospitaleiros! A terra é fértil, as pessoas são animadas e... Levi, eu nunca vi tantos gorilas em toda a minha vida! – declarou Zoe. 
  – Percebi que você não se olha muito no espelho – Ironizou Levi. 
  – Você não vai acreditar – continuou Hanji, que como sempre, ignorava completamente o sarcasmo das pessoas – Provei comidas maravilhosas. Você já ouviu falar de inhame? 
  – Sei que é um alimento típico de países tropicais, mas nunc... 
  – Pois você precisa provar! E provar também o matoki – interrompeu Hanji. 
  – Hanji... – ele mudou o tom da voz. Havia algo estranho. 
  – Sim? 
  – Quando você voltar pra França, aceita jantar comigo? Eu mesmo cozinho... Posso fazer matoki pra você – propôs Levi, sem ao menos saber o que era isso. 
   – Mas não tem bananas na França nessa época do ano – disse Zoe. 
   – Eu acho essas malditas bananas, nem que eu tenha que buscá-las no inferno! – exclamou ele, que já começara a se irritar. 
   – O “inferno” é quente demais, então poupe seu esforço... Eu levo bananas para você."  

 
 
  Aquela havia sido uma conversa boba, mas por alguma razão Levi se lembrou dela. Ele nem sabe o que é a droga de um matoke, e pra ser sincero não dá a mínima pra isso; só sabe que é um prato tropical, o que seria propício para esse começo de verão escaldante da França. Seria interessante surpreender Hanji com esse "prato", e claro, não apenas com ele, mas com um jantar descente. 
  No fim do dia, ele chama Farlan ao seu escritório e o convoca para mais um daqueles "serviços especiais". O amigo teria que ir até o mercado de importados, comprar algumas coisinhas. Hanji merecia uma surpresa antes de viajar. 


  — Hanji. Amanhã à noite jantaremos juntos, só você e eu, no L'allegria Tre — declarou ele, com o olhar mais sério do mundo, de frente ao apartamento dela. 
  — Hã? 
  — Você ouviu. 
  "Se arrume", foi o que ele disse em seu ouvido, antes de retornar ao seu apartamento e cair no sono, deixando-a com a expressão mais confusa do mundo. Ela não estava entendendo nada, mas sentiu que esse ''jantar" tinha algo de especial, então decidiu se empenhar nele. 
 

  28 de Maio 
  Levi não era louco de faltar ao trabalho, mas também não era louco para que deixasse tudo para última hora. Sempre prezou por organização e agora não seria diferente. 
  Sr. Ackerman era um homem de contatos, embora preferisse se manter reservado na maioria das vezes. Com esses contatos, ele conseguiu "alugar" um restaurante por um dia, e teve que desembolsar uma grande quantia para conseguir isso. Mas felizmente dinheiro não era problema para o editor-chefe da National Geographics francesa. 
  Ele alugou um requintado e aconchegante restaurante italiano, em Lyon, e às quatro da tarde já estava lá, com as portas fechadas, cozinhando. Farlan e Elizabeth estavam com ele, cortando legumes — Isabel também estaria lá, se não fosse a faculdade; Levi não permitiu que ela faltasse, embora a insistência da garota tenha sido quase convincente. 
  Podia não parecer, mas Levi tinha uma absurda força de persuasão, e a usava sempre que necessário; seus amigos não estavam ali por vontade própria ou apenas para fazer um favor ao seu amigo carrancudo; eles foram praticamente obrigados a estarem ali. Sem contar na chatice de ter alguém meticuloso observando a forma como você corta um legume... Levi daria um bom chefe de cozinha, mas ainda bem que não ousou cursar culinária. Seria o chefe mais chato do mundo... é o que seus amigos pensavam. 
  — Já terminou de cuidar da arrumação? — pergunta Levi, enquanto coloca o último prato no forno. Já são quase seis da tarde. 
  — Sim senhor. 
  — Então vocês já podem ir. Bom trabalho. 
  — Aff Liza, você não acha que isso deveria ser considerado hora extra? Não acha que merecemos um aumento de salário? — resmunga Farlan, enquanto já está de saída — Ele sabe como forçar as pessoas a trabalhar... francamente. 
  Elizabeth sorri e Levi arqueia a sobrancelha, fitando o amigo. 
  — Está insatisfeito? Okay... — ele pigarreia e faz uma expressão demasiadamente teatral — Oh, Farlan, como eu sou grato por todo o seu honroso esforço e sacrifício... agora suma!! 
  Seus amigos se entreolharam confusos. Levi está muito engraçadinho esses dias. Era uma cena rara, como ver uma estátua de bronze sorrir.  
  "Eu deveria ter fotografado isso. Você viu? Ele fez uma pose teatral. O Levi!", foi o que Farlan sussurrou minutos depois de sair do restaurante; ou melhor, depois de ter sido expulso de lá. 
  Às 19h tudo estava pronto. Agora era se arrumar e esperar aquela quatro olhos maluca chegar. 
 
  - 
 
  Hanji passou o dia inteiro andando pelas ruas de Lyon, tentando achar algo descente para vestir. Nifa havia se oferecido para ajudá-la, e isso foi ótimo, já que a morena não levava jeito para as compras e Nanaba não estava ali para escolher suas roupas. 
  — Esse está lindo, Hanji — Nifa batia palmas enquanto a via sair do provador da loja. 
  — Está? Achei meio extravagante, e é tão vermelho! É um jantarzinho no meio da semana, então eu quero algo que não chame tanto a atenção. Eu não posso simplesmente ir de calça jeans? 
  Sua colega balançou a cabeça em sinal de reprovação, e com isso, Hanji se lembrou do "se arrume" que Levi sussurrou em seu ouvido, assim que a convocou para esse bendito jantar. 
  — Hanji, e esse? — Nifa estava segurando um vestido preto. 
  — Oh, mas esse não é muito caro? Olhe a etiqueta; eu prefiro gastar com uma câmera nova. 
  — Mas você pode pagar por ele! 
  Ela suspira. É verdade. "Vou provar, mas por favor, diga que esse é o último"
  Realmente. Aquele vestido preto havia caído muito bem. Longo, de costas nuas e com uma abertura do lado direito. 
  — Ótimo. Compre esse. 
  — Sério? Você usaria ele? Minhas costas estão de fora e me sinto desconfortável. Será que fica bom se eu vestir um casaco por cima? 
  — Líder! Que eu saiba esse é um encontro romântico. E está muito quente para usar casaco! 
  — Bem... mais ou menos. Acho que sim. 
  — Então leve-o. 
  Zoe cede, pois odeia passar muito tempo dentro de uma loja de roupas. Já são quase cinco da tarde e ela nem comprou os sapatos. Embora eles não fossem tão necessários para ela, Nifa insistiu que ela deveria usar um salto alto. Contudo, para a morena, isso não passava de baboseira; ela acredita que Levi não dá tanta importância para vestidos ou saltos, então por que se arrumar tanto? 
 
  Uma hora depois, as duas saem da loja de sapatos, e Hanji não parava de tagarelar sobre o fato de não saber andar naquela coisa. Ela não via a hora de chegar em seu apartamento e se livrar dessas sacolas. 
  — Obrigada por me acompanhar, Nifa. Você foi muito gentil. 
  A jovem sorriu de forma doce e assentiu que sim — Então nos vemos amanhã, no Aeroporto. 
  As duas se despediram com dois beijinhos na face e então partiram em direções opostas. 
 
  Ao chegar em seu apartamento, Hanji corre para a ducha. Depois se arruma, se perfuma e veste o vestido novo da maneira mais desengonçada do mundo. "Eu queria que Nana estivesse aqui nessas horas". Não tem acessórios e também não vê necessidade de usá-los, mas se lembra da pulseirinha banhada à ouro que ganhou de Mike, anos atrás. Então a coloca. É bastante delicada e não faz bem a sua cara; mas ao menos não chama tanto a atenção. Perfeito. 
  Por último Hanji cuida dos cabelos que estavam desgrenhados. Calça os sapatos e sai apressada, tomando o primeiro táxi que vê pela frente — e por pouco não foi atropelada por ele. 
  Ela chegaria no restaurante por volta das 19h40. Um pouco mais tarde do que o horário marcado. "Será que Levi ficará irritado? Ele odeia atrasos". 
 
  - 
 
  O táxi a deixou de frente ao restaurante. Zoe observou a fachada e notou que tudo estava fechado, mas algumas luzes estavam ligadas. "Minha nossa, será que Levi se enganou de endereço?", foi o que ela pensou. 
  Hanji pega o celular e pensa em ligar para ele, mas antes que fizesse isso percebeu que havia uma nova mensagem, dele. "Entre. A porta lateral está aberta"
  Ela sorri de orelha a orelha e então faz como solicitado. Estava demasiadamente empolgada e se perguntando o que Levi aprontou. Ela adorava surpresas. Ao chegar na lateral, vê Levi. Ele estava lindo; mais lindo do que nunca! 
  — Oh, encontrei você. O tempo está ótimo, não é? — diz ela em tom divertido. 
  Levi a olha de cima a baixo e solta um riso de canto de lábios. 
  — Nada mal, quatro-olhos — ele sela os lábios aos dela e sussurra em seu ouvido — Você está linda. 
  Ela sorri um pouco sem jeito e ambos entram no interior do restaurante. Levi não deixa de notar no quanto Hanji está diferente; nem parece a mesma pessoa. Incrível como uma roupa faz tanta diferença. Ela estava tão sexy que ele ficou sem reação. 
  — Você não vai reclamar do meu atraso, Levi? 
  — Não — ele afasta uma das cadeiras para que Hanji se sente, e segue cada movimento da morena — Vinho? 
  — Claro – Hanji se senta e ergue a taça para que Levi a encha. Ambos não conseguem tirar os olhos um do outro, especialmente Levi, que quase derrama o vinho por estar ''distraído''. 
  — Hey amor... err — Hanji arregala os olhos ao se surpreender com as próprias palavras e corrige — Digo, Levi, err por que estamos sozinhos aqui? 
  —  Não precisa ficar nervosa. Eu não vou te engolir — brinca, deixando-a ainda mais envergonhada — Achei que merecíamos um momento a sós, antes... antes de você viajar. 
  — Nuooh! Sabia que deveria ter um bom motivo pra isso tudo. 
  — Ei, espere. Quer dizer que eu preciso de um motivo pra alugar um restaurante e cozinhar especialmente pra você? 
  — Bem.. — ela faz uma cara de pensativa e suspira — Talvez. Mas posso te ajudar? 
  — Não. Você fica quieta aí. Eu vou te servir. 
  — Isso não parece divertido. Eu também quero ajudar — reclama, fazendo bico e cruzando os braços. 
  — Não seja idiota quatro olhos.  
  — Mas quem disse que em um jantar romântico eu preciso ficar sentada esperando meu namorado gato me servir? 
  — Tsc, e não é assim? 
  Hanji balança a cabeça, assentindo que não. 
  — Que seja! Venha me ajudar então — Levi sai andando em direção a cozinha. As coisas não estão saindo como ele planejou, mas tudo bem. 
  Hanji o segue toda saltitante, gesticulando e tentando abraça-lo. 
  — Pegue os pratos, Hanji. Estão na sua esquerda. 
  — Ah okay — ela segura alguns pratos, mas tropeça ao andar e deixa que um deles caia no chão — Ai que saco... Caiu. 
  A expressão de desconcertada no rosto dela fez Levi revirar os olhos. Será possível que nem um prato ela consegue segurar sem derrubar? Ainda bem que ele não fazia parte da coleção de louça persa, que o dono do restaurante tanto prezava. Levi suspirou de alívio. 
  — Desculpe Levi — diz ela um pouco desanimada, enquanto ergue o tornozelo para massageá-lo — Eu só queria fazer alguma coisa pra te ajudar. 
  — Não precisa ficar deprimida, Hanji — ele observa os pés dela. Não é do feitio dela usar salto alto. Aliás, ela ficava alto demais calçando aquilo. Mais alta que o normal. 
  — Mas... 
  — Olhe, vamos fazer assim.... Por que você não tira essa coisa dos seus pés? 
  — Por que? Você não gostou? — ela choraminga. Então quer dizer que ela comprou essa porcaria só pra ficar bonita para ele, mas foi tudo em vão? 
  — Não é isso quatro olhos. Mas você acabou de tropeçar porque está usando essa coisa. Não quero que você quebre a cozinha inteira — disse ele, abrindo as panelas e colocando uma porção de matoke e feijões vermelhos em cada um dos pratos. Levi não estava acostumado com essa ''culinária'' nova, mas pelo que provou não estava nada mal. 
  — Muhh, poxa como você é mau! — Hanji retira os sapatos — Ufa, me sinto mais leve agora. Mas espere Levi — ela se aproxima dele — Eu já senti esse aroma antes. Não me diga que é... 
  — Matoke! — falam em uníssono. 
  — Minha nossa. Não acredito! 
  — Não exagere, e vamos logo que estou morrendo de fome — ele leva os pratos até a mesa e se pergunta se deve acender algumas velas — Não vamos ter uma entrada com salada, até porque eu não faço ideia do que se come na Uganda. Eles acendem velas lá? 
  — Em velórios e cerimônias — responde Hanji, seguindo de uma enorme gargalhada — Você está tentando ser romântico?  
  — Tsc. 
  — Eu posso te ajudar com isso — ela caminha até o interruptor e o desliga, piscando o olho para Levi e indicando que ele acendesse as velas. Ele o faz.   Hanji se aproxima, lhe dá um selinho, sorri e se senta. Levi serve vinho nas duas taças e se senta também. Estão de frente um ao outro. 
  — Bon appétit! — ela abocanha a primeira garfada de matoke. Suas bochechas coram e os olhos brilham — Está delicioso! Muito bom, muito bom!! — grita. 
  Levi sorri enquanto a observa engolir tudo de uma vez só. Parece que nunca viu comida; mas isso é bom, pois significa que a comida está boa. O brilho nos olhos dela denunciava isso. Então ele decide não esperar mais e começa a comer também, mas sem tirar os olhos dela. 
 
  A refeição completa, com todas as entradas, durou por volta de umas duas horas; até porque eles mais conversavam do que comiam. Levi estava estranhamente bem-humorado, e falava mais que o normal; e talvez isso tudo escondesse uma ansiedade que residia ali, dentro do coração. 
  Hanji contou milhares de histórias sobre algumas espécies de insetos que descobriu em Uganda e sobre o sucesso de Levi ao cozinhar algo típico de lá, mas com o "jeitinho francês''. Também elogiou o restaurante; L'allegria Tre era um lugar aconchegante e com uma decoração despojada e até que um pouco ''desorganizada''. Sem dúvidas era um lugar divertido, mas sem perder a elegância. 
  Até 23h30, beberam vinho, licor e trataram de assuntos a respeito da viagem que seria feita no dia seguinte. Será que a saudade viria à tona? 

 

 



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