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História E se for amor? - Predador e presa - Parte 1


Escrita por: farosellaramone

Capítulo 12 - Predador e presa - Parte 1


     Os olhos dele tripularam pelo pescoço ameaçado, indo até uma boca rosásea meio pálida e semi-aberta, passando por um nariz fino e gélido até chegar aos olhos arregalados dela. A negritude da íris mesclada à da pupila dilatada. Uma gota de suor frio caindo daquele rosto. Sua pele clara com um tom a mais de branco. Foi necessário uma sacodida de cabeça e apertar de olhos para que seus ólhos de águia se tornassem humanos novamente. Só então ele pode ver, ver que a mulher que estava a sua frente não lhe causara nenhum mal e que ela não era quem pensava ser:

- Fo-Fogaça! Calma...eu não te fiz nada! -Ela não sabia como, mas tentou transparecer calma, na medida no possível, com a faca afiada quase tocando seu pescoço. 

     O suor quente na testa e o arrepio da adrenalina que ele sentia deram lugar ao suor frio e ao arrepio do medo. Sua pele sentiu o toque gélido e gentil da mão dela na mão que segurava a faca e que em pequenos movimentos foi abaixando-a, sem tirar os olhos dele e ele sem tirar os dela. O coração dele batia forte e Paola podia sentí-los de longe e vice-versa. Ela pegou a faca do cozinheiro e fincou-a em uma tábua de madeira, longe deles. Ele, por instinto, deu pequenos passos para tràs, se distanciando dela, seu peito arfante e narinas abertas lentamente de acalmando. Ele procurando forças para poder falar:  

- Desculpa. 

     Sua cabeça estava baixa em súplica, ombros caídos e seu tronco corcunda, a voz quase não projetada pra fora do corpo. Paola aproximou-se da figura a sua frente, passou seus braços por entre as costelas do cozinheiro e abraçou-o. É claro que ela estava em choque, isso não era uma situação muito corriqueira e o fato de Henrique tê-la apontado uma faca não lhe agradava muito. Mas aquele à sua frente não era o mesmo que outrora lhe ameaçara, aquele era o homem sucumbido à besta e sentindo seus efeitos. Aquele era Henrique, Henrique vulnerável, um Henrique como ela nunca vira:

- Você... não era você... era outra, pensava que você era outra, Paola. - Ele voltou a falar, as palavras se atropelando.  

- Querido, não se culpe tanto, já passou. 

- Paola...eu sinto o seu coração, sei que você ainda está assustada. Não quero que você tenha medo... medo de mim. 

     Ele se desvencilhou do abraço e agora tinha o rosto aterrado às mãos. Como ele pode fazer isso a ela? A resposta ele não sabia. Ele nunca seria capaz de se perdoar pelo ocorrido. Talvez ele estivesse sendo um pouco duro consigo mesmo, mas o simples pensamento de vê-la machucada - ou pior - em seus braços o apavorava. É claro que Paola seria capaz de perdoá-lo, afinal, não era a ela quem ele direcionava a ameaça e ações violentas na cozinha acontecem:

- Mira, eu nunca, n-u-n-c-a vou ter medo de você, Henrique. - Ela pegou em seus braços, apertando-os, fazendo-o encará-la - Eu sei que as vezes as pessoas deixam o instinto tomar conta nos momentos de raiva. Eu sei que você nunca me faria nada de mal. Eu sei que você não é uma fera, - ela fez uma pausa, e deu um risinho - eu sei que, no fundo, você é una bor-bo-le-ta! 

- Uma BORBOLETA?!? - Ele franziu o cenho e pôs as mãos na cintura - Ah, Paola Carosella, agora eu vou te mostrar essa borboleta! 

     Fogaça inclinou seus joelhos, quadril e tronco pra frente, mãos em posição de garra. Ele estava pronto pro ataque. Imitando um animal ele deu um grito e correu atrás de Paola, que fugia saltitante esquivando-se entre as bancadas da cozinha. Ela corria sem parar, olhando uma vez ou outra para tràs, para se prevenir do homem que a perseguia, mas baseando-se principalmente nos sons, literalmente, animais do brasileiro. Subitamente os gritos foram cessando e nada além dos risos da argentina podia ser ouvido. Paola parou e, embora movia a cabeça rapidamente em busca do cozinheiro, nada encontrara, até que sentiu uma firme pegada na região de sua cintura: Fogaça estava fazendo-lhe cosquinhas.

     Paola em um ato de esquiva jogou-se no chão, levando-o consigo - ele não parando os movimentos e ela não parando de rir; ria tanto que som nenhum saia da boca, apenas uma arfada vez ou outra. Abos rolavam no chão, lutando para ver quem ficaria em cima do outro, Fogaça com suas mãos hábeis em busca da "vingança", Paola com seus movimentos rápidos e delicados tentando afastá-lo de si. O jogo da sobrevivência: o leão e a gazela, o predador e a presa. 


Notas Finais


Tá curtinho mas foi feito com amor, okie? Me perdoa. ❤️


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