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História E se for amor? - Predador e presa - Parte 2


Escrita por: farosellaramone

Notas do Autor


Acreditem, eu não queria mesmo que fosse assim. :(

Capítulo 13 - Predador e presa - Parte 2



     Em meio ao rebuliço da brincadeira, os singelos passos da loira em direção à cozinha não poderiam ser ouvidos. Ela perambulava pelo espaço procurando o cozinheiro que antes lhe regeitara e, em uma de suas passadas, acabou esbarrando em panelas que ao caírem fizeram um estardalhaço. 

     Paola se encontrou estática embaixo de Henrique. Esse elevou o indicador à boca fazendo-lhe sinal de silêncio, se afastou da argentina e arrastando-se como um soldado nas trincheiras procurou sinal de alguém senão os dois naquele espaço. Ao avistar cabelos louros e uma silhueta familiar agachados pegando panela, prontificou a levantar-se e fingiu estar procurando algo por entre as bancadas. Paola estava agachada de quatro procurando uma porta para qualquer saída; encontrou-se na dispensa, onde pode escutar Henrique e sua companheira de longa data conversando. Sua visão certeira nas costas largas do rapaz: 

- Ah, bonitão, aí está você! - Henrique não dissera nada, apenas a petrificou com o olhar e fingiu um sorriso amigável. - Eu ouvi vozes, estava com alguém? 

- No... telefone, com a minha mãe... Ela fala muito alto. - Ele gesticulava pouco, mão apoiadas firmemente na bancada. 

- Sei... - Ela lhe rodeavada, passando uma das mãos por entre a cintura do tatuado, a outra na careca de Henrique, puxando-o para si e ao mesmo tempo inclinando-se para perto dele e sussurando em seu ouvido - Será que a mamacita grita como yo? - Seu espanhol imitava o sotaque da chef argentina. Será que ela viu alguma coisa?

     Dos lábios carnudos e vermelhos da cozinheira saíam pequenos gemidos enquanto ela colava seu corpo no do tatuado, roçando-se no rapaz. Fogaça não podia negar que sentia arrepios, essa mulher é louca, tentava não demonstrar as sensações que aquele aperto lhe causara. Virou o rosto, como em um ato instantâneo. Lembrando-se de Paola, tirou as mãos da garota de seu corpo e respirou fundo. Na realidade, não sabia o que dizer, tinha medo de  comprometer seu relacionamento falando algo sobre a morena ou seus encontros com ela, mas ao mesmo tempo sua vontade era de acabar com toda aquela palhaçada. Ele nem precisou se prontificar, pois ela sorrateiramente se dirigiu a ele:

- O quê? - Seu cenho franzido, labios inferiores mordidos e mãos na cintura - Vai dizer que não gosta? Seu amiguinho gostou... - Seu olhar em direção ao jeans rasgado do cozinheiro. Mais uma vez o cozinheiro se manteve calado, porém seu rosto se tornava púrpura e seu punho fechado. - O que, Henrique? - Ela o olhou por inteiro - Vai me dizer que... você é viado? 

- Olha pra mim, você acha que eu sou viado? - Sua voz grossa claramente irrtada. 

- Então prova. Vai, me mostra do que você realmente gosta! 

     Ele balançou a cabeça e se virou contra ela. Aquilo já era demais. Porém, Laura era esperta e estava disposta a conseguir o que ela queria: ele. Ela voltou a se atirar nele, com um pouco mais de apelação. Beijou-o. Um beijo sem desejo e sem amor; um beijo cínico, apropriado à situação. A língua dele não correspondia, muito menos sua consciência. Tornara-se animal de novo. Apenas os instintos falavam. Os braços fortes dele a envolveram quando ela passou de sua boca para seu pescoço e foi descendo até seu membro. Curta e grossa. Fez-lhe carícias e beijos. E a cada toque Henrique não pensava em nada, apenas no que lhe foi dito anteriormente: 

- Está gostando? - Ela não obteve resposta - Hum, seu amiguinho me diz que sim. 

   Ele continuou calado e apenas agarrou-a, virou-a contra si de modo que Paola pudesse agora ver o rosto dela. Ela podia ver claramente Henrique penetrando-a. Seu coração se partia ao ver o homem que ela amava com outra, por quaisquer que sejam as razões. Ele não lhe prometera fidelidade? No fundo ela sabia que isso aconteceria... Isso sempre acontece. E por isso ela nunca é boa com relacionamentos. Os gritos da outra eram demais para ela, aquela sinfonia mais parecia um disco riscado do que qualquer outra coisa, por mais bela que fosse. Ela simplismente não conseguiria ouvir todas as faixas:

- ¡Henrique! Você pode transar com as suas vadias aonde quiser, mas na minha cozinha, não! - Sua voz era forte e seu olhar firme, mas logo sua visão se tornara apenas borrões da silhueta dos dois, as lágrimas lhe cobriam todo o cristalino - En mi cocina mando yo. - Ela completou em um tom único. 

     Só então Henrique tomou consciência. O que ele tinha feito? Como era idiota! Poderia simplismente ter ignorado e ido embora ao invés de se entregar às palavras ofensivas da loira. Ele não pensou nenhum segundo. Ah, estava com medo de machucar Paola mas agora ele já a tinha feito mal - muito mal. Quebrou todas as promessas. Como era idiota! Ele rapidamente se desfez do ato, empurrando Laura para o lado, ela sem entender nada. Se diridiu à chef, apertando-lhe o antebraço:

- Paola. 

     Sem pestanejar, Paola se soltou. Foi embora. Lágrimas no rosto e um perto no peito:

- Por favor, Paola. Não vai embora. - Os pedidos de súplica de Fogaça a enchiam o coração. Ela queria muito voltar, queria muito que o que tivera visto fosse apenas um sonho. Mas tudo aquilo era realidade.

     Os cabelos morenos balançando junto ao corpo esbelto e alto da argentina em direção ao nada foi a última lembrança que Fogaça tivera de Paola no Julia e Paola de Fogaça. Ela sentindo como se algo lhe fora tirado do peito. E ele que perdera o amor de sua vida.  


  

 


Notas Finais


Esse foi o último capítulo no Julia. Eu pediria pra vocês comemorarem, mas não há clima pra isso. Enfim, enjoy. ♡


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