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História E se for amor? - Piloto


Escrita por: farosellaramone

Notas do Autor


Gostei muito de escrever esse capítulo, espero que vocês gostem de lê-lo.

Capítulo 14 - Piloto


     Os blocos de concreto cinzas dos estúdios Bandeirantes eram realmente grandes se comparados à Paola Carosella. Ela nunca tinha entrado em um lugar  tão grande quando se tratava de TV. As poucas entrevistas que dera na vida foram ou em seu restaurante, ou em eventos de gastronomia, nunca em um estúdio próprio para isso. Os corredores eram largos e haviam muitas secções nos prédios, o que a fizeram se perder por um instante. Quando ela finalmente encontrou o estúdio Masterchef, a primeira pessoa que viu foi seu sócio e agente, Benny: 

- Ainda bem que você está aqui! - Ela disse recebendo-o com um abraço apertado. - Tô com medo de gravar esse piloto, Benny. 

- A grande cozinheira Carosella com medo? Desde quando, mulher? Trata isso como um desafio, vai fundo! Tá todo mundo te esperando lá dentro. 

- Todo mundo? Todo mundo quem? - Paola não fazia ideia de quantas pessoa seriam necessárias em uma equipe de filmagem. 

- O diretor, a diretora de externas, a apresentadora, os outros chef, a maquiadora, figurinista, o pessoal do audio e som e o resto da equipe. - Essas palavras já lhe causaram uma tontura e um leve frio na barriga. 

- E os outros chefs já estão definidos? Eles me disseram que ainda estavam pensando na escolha... - Ela olhava para a grande aréa a sua frente procurando por alguém conhecido entre muitos caras de uniforme e massudos fones de ouvido. 

- Acho que eles estão no camarim, não sei. Não os encontrei quando vim. Tenta a sorte, vai lá e vê quem é. 

- Benny, isso é muito reconfortante. - Ela disse em tom irônico, revirando os olhos. 

     O estúdio do Masterchef era bastante...primitivo e eles estavam ainda arrumando alguns detalhes. As paredes altas pintadas de marrom contrastavam com o tom do chão de madeira, havia um pequeno palco aonde os chefs provavelmente ficariam e acima dele três bancos pretos. Havia apenas uma bancada com um fogão, forno e pia, para a apresentação dos pratos dos falsos paeticipantes. Ao lado o grande logo vermelho do programa. E muita, muita gente. Sem falar de uma iluminação forte que causava a mera impresão de dia em uma sexta-feira a noite. Tudo isso a deixava sem fôlego. 

     Como eles não tinham certeza do formato, eles não tinham certeza de que comprariam o programa. O que significava uma oportunidade de Carosella divertir-se. Ela iria apenas sentar em um banco, avaliar a postura do pseudo cozinheiro amador, provar um prato e dizer se gostou ou não. Só isso. E nada mais. Aquilo não seria um emprego fixo, onde ela teria se compromissado. Se ela não gostasse, cairia fora, gravaria o piloto e iria embora pra sua vida normal de cozinheira. Tudo cierto, Paola, tudo cierto. 

     A primeira pessoa que a recebeu foi uma moça de baixa estatura, de cabelos morenos claros cacheados e um vestido verde, que viera saltitate em sua direção:

- Então você é Paola Carosella? - Ela lhe dera dois beijos no rosto e logo lhe estendera a mão para um aperto. - Sou Ana Paula Padrão, futura apresentadora do programa. 

- E eu futura jurada. - ela lhe apertara a mão - Prazer em te conhecer. - Ana Paula lhe devolvera um enorme sorriso, e balançava a cabeça como se estivesse procurando por algo.

- Olha, conversamos mais tarde... o pessoal da luz está louco me chamando lá. - Ela lhe dera dois beijos de despedida. - Vai falar com o Pato, ele vai te apressentar os outros jurados! - Ela disse já distante de Carosella. 

     Pato, o diretor do programa, estava ao lado de um homem gordinho e baixinho de terno e gravata borboleta. Seria aquele quem ela pensara? Paola esboçou um sorriso: finalmente alguém conhecido! Eles estavam falando algo à um jornalista, o Francês gesticulando loucamente e Pato sereno, sério. Paola pensou em recuar: será que eles a chamariam também para a entrevista? Esse pensamento lhe dava arrepios, odiava entrevistas. Esperou o jornalista se afastar para tentar algum contato: 

- Excusa, Pato? Tudo bem? - Ele lhe olhou com brilho nos olhos.

- Paola! Que bueno que aceptaste o convite! - O sotaque do argentino era bastante carregado - Estavamos te esperando. Esse es Jacquin. Jacquin, essa es Paola.

- ¡Sí! Yo lo sé. Oi, Jacquin, como vai? - Ela lhe sorriu simpática. Adorava a comida do chef, já visitara o restaurante dele antes e em uma dessas visitas tornou-se íntima dele. 

- Trés bien, mademoiselle! - Ele disse beijando a mão da chef. - E você, como é que está? 

- Um pouco nerviossa - ela deu de ombros - nunca fiz televisão. Você não tá nervoso, Jacquin? 

- Claro que non, Pôla! Vai ser tu-to muito lindo. - Ela riu com o sotaque do Francês. 

- Relaja, Paola! - Pato disse em seguida - A Ana Paula vai te ensinar como funciona tudo aqui e te dar unas dicas. Logo, logo você se acostuma com la equipo, las cameras, lo microfone... Falando nisso, tua maquilladora tá te esperando no camarin, si? Tienes que aprontarse, ya está quase na hora de gravar. 

     Paola assentiu e caminhou por onde o diretor lhe apontara. Eram pequenas salas todas revestidas de brancos com um sofá, também branco, uma mesa com comida e água, a arara com as roupas e uma penteadeira com um espelho enorme, como aqueles que se vê nos filmes de TV. Só que aquilo não era maks TV, era realidade. Os nomes dos chefs estavam escritos nas portas: "Erick Jacquin... Ana Paula... Paola. Aqui estoy."  Ela leu em voz alta.
     
     Viu que sua roupa já estava separada na arara, havia um sapato de salto alto preto de salto fino, "Voy a quedarme con dos metros con esso, ¡Cazzo!" Um vestido azul claro e um cinto preto lhe esperavam. Ela vestiu-se, deixou-se ser maqueada e bufou quando a moça que agora terminara de retocar seu rosto avisou que quem deveria ajeitar o microfone era Paola, já que ela deveria ver a possição mais confortável para ela. "Mas qualquer coisa eu tô aí!" Ela complementara. 

     Quando a moça foi embora a chef se viu travando uma batalha contra aquele troço, não sabia por onde prender aquele dispositivo preto, nem pra que servia aquele ponto em sua orelha. Estava prestes a sair em direção à maquiadora em busca de instruções, quando sentiu um aperto forte em sua cintura e o microfone sendo puxado de sua mão: 

- É assim que se prende. - Uma voz sussurara em seu ouvido.

Aquela voz, aqueles toques, não, não poderia ser... Ele não é do tipo que faz Tv. Ou é? Paola nem teve tempo de confirmar sua teoria, pois os movimentos do rapaz foram tão rápidos que quando acabara, ele sumira. Ela virou para trás tentando achar algum sinal de seu tatuado. Nada. 



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