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História E se for amor? - Cuide dela como se fosse sua


Escrita por: farosellaramone

Notas do Autor


Hoje é terça de Masterchef e... capítulo novo!

Capítulo 16 - Cuide dela como se fosse sua


     Passado um mês desde o episódio teste, todos foram informados de que o programa foi comprado e as gravações oficiais seriam logo iniciadas. A emissora emitiu uma nota de que haveria uma grande festa de comemoração e apresentação do programa à imprensa, no próprio estúdios Band. Nessa festa ocorreria uma coletiva de imprensa onde os diretores, Ana Paula e os chefs responderiam perguntas à diversos representantes de diferentes meios de comunicação. Praticamente tortura chinesa para quem odiava aparições públicas e falar em frente à um microfone. 

     Paola fora avisada que não precisaria se preocupar com vestuário ou transporte, ela recebera um vestido de gala que deveria usar na noite e um carro enviado pela emissora passaria para pegá-la em seu apartamento e a deixaria no devido local. Um bando de formalidades que ela mesma não entendia. Lá, ela encontraria com Jacquin, Pato, Fogaça e Ana Paula, que, como a boa apresentadora que é, recepcionaria todo mundo.

     Ela fora avisada de que poderia convidar amigos se quisesse, mas provavelmente todos os seus amigos cozinheiros estariam lá, então convites não seriam necessários. Para sua surpresa, contudo, naquela manhã Paola acordou com uma mensagem de Jason no celular em que ele avisara que estava a caminho de São Paulo e poderia ser seu par naquele evento. Que alivio! Una preocupaçion a menos. Ela teria uma desculpa para não dar tanta atenção à... à Fogaça. Ela aproveitou que estava acordada e ligou para a babá de sua filha, não queria que Fran fosse tão cedo apressentada à imprensa enão achava que ela tinha idade o suiciente para participar desse tipo de evento, ou mesmo saber da existência deles. Sua pequeña olhava-a falar ao telefone esfregando os olhinhos de sono, seu pijama todo amarrotado de seu cabelo despenteado e armado:

Mamá...

- ¿Qué passa, chiquita? - Ela disse pegando-a no colo e deligando o telefone após combinar os horários com a cuidadora. 

No quiero ir a la escula. 

¿Por que, chiquita?

- Porque me quiero quedar contigo! - Ela fez uma voz manhosa, seus olhos azuis olhando para a mãe com um jeito de partir o coração.

- Mas yo tengo que trabajar e você vai se divertir muito com os seus amiguinhos na escola, hoje. 

- Não, mamá, fica comigo! - Fran falava enquanto pegava na blusa da mão, na tentativa de chacoalhá-la.

- E se eu te disse que... tenho uma surpresa pra você depois da escola?

- Surpesa? Que Surpesa? - Ela sotou o tecido, seus olhinhos brilhavam e ela não fazia mais birra.

- Só te conto depois da escola. 

     Franchesca forçou seu peso para baixo, pulando do colo da mãe. Aquela pequena criatura com seus braços e pernas desengonçadas foi correndo até seu quarto, pegou sua pequena mochila e correu de volta para a mãe, colocando o objeto à frente dela:

- Pronto, mamá. 

- No, pequeña... - Paola riu ao ver a animação de sua filha que ainda estava de pijama e toda despenteada. - Você ainda está de pijamas... - Paola riu novamente ao ver que, mal ela acabara de falar, a menina se lançara no quarto novamente. - E tien que tomar café! - Ela gritou.

- Sim, sim! - Fran gritou de volta.

     Paola se trocou, preparou uma batida de coco e framboesa para sua filha, terminou e arrumá-la e levou-a para a escola. Vê-la se dispersar entre as crianças do Jardim de Infância cortava-lhe o coração por ter que ver seu tesouro partir, mas ao mesmo tempo surgia-lhe um sentimento acolhedor por saber que sua filha estava feliz. Ela seguiu caminho até o Arturito, onde passou o expediente matutino cozinhando para mais tarde recepcionar Jason no aeroporto. A eterna espera seria recompensada por muitas risadas e conversa a por em dia. Ela estava feliz, de certa forma, mais esperançosa que tudo, já que ele seria seu porto seguro, mais uma vez. 

     O irlandês elegantemente emergiu da multidão com sua câmera preta pendurada no pescoço, sua mochila surrada e sua mala. Ele parecia idêntico à quando Paola o vira pela última vez, à um ano atrás, quando ele decidiu se aventurar América abaixo. Mal ele pôs os olhos nela e sua câmera já estava a postos:

- Carosella, my love! - Ele disse enquanto tirava mil foto da cozinheira. - Linda, como sempre! 

- Jay! - Ela cobria o rosto com as mãos e ria, desviando-se dos flashes - Stop that! - Ela agarrou a câmera, apontando-a para baixo. - Fez boa viagem? -  Ela perguntou enquanto se certificava que o objeto fora devidamente guardado.

- Eu sempre faço. - Ele sorriu, mas logo seu semblante mudou. - Where's my little girl? 

- Na escola, aonde mais estaria? Aliás, temos que pegá-la na escola hoje, eu prometi que tinha uma surpresa pra ela.

- Surprise? Que surprise? - Paola riu, sua filha tinha lhe feito a mesma pergunta.

You, my dear. You are her surprise. 

- É claro, é claro....

- Mas agora, você precisa descansar, teve uma manhã cansativa. Tem certeza que você vai estar bem hoje à noite?

- Você acha que eu vou perder a noite mais importante da pessoa mais importante da minha vida? Fica tranquila, my love, nós vamos prá lá juntos.

     Essas palavras foram como um peso tirado das costas. Paola então percebeu que eles tinham a tarde inteira livre e ela estava determinada a usar esse tempo sem a menção de nada relacionado ao Masterchef, à coletiva de imprensa e aos seus colegas de trabalho - principalmente um certo colega em especial. Ela queria passar a tarde em um lugar calmo e tranquilo, talvez em um parque ou em uma jardim, queria se sentir bem. Suas esperanças logo se tornaram falhas, já que Jason parecia ter outras intenções:

- Preciso te mostrar um lugar., my love.

- Que lugar, querido?

- É uma surpresa. Você me deixa te levar lá?

- Tudo bem. - Paola odiava surpresas, mas a animação dele acabou convencendo-a.

     Ela tentou achar pistas de onde ele estava levando-a pelo caminho, tentava tirar as palavras da boca dele, mas não conseguia nada, por mais que tentasse. Foi um longo caminho até um estabelecimento em Higienópolis, aquela era uma região de muitos restaurantes, então ela deduziu que aquele local também seria um: 

- Muito original levar uma cozinheira pra um restaurante, Jay. - Ela usava agora de suas ironias. 

- Esse não é um restaurante qualquer, love. Um amigo que conheci no Peru me recomendou esse lugar, disse que aqui eles fazem um ceviche maravilhoso e, como eu acabei de voltar de lá, achei que você gostaria de comer algo da cultura. 

- Você me trouxe para comer um ceviche? - Ela o encarou com uma cara fechada e mãos na cintura. - Ai, Jason! - Ela foi entrando, sem nem ler o nome do local aonde estava.

     O local era um pouco parecido com o Arturito, tinha um modelo típico de uma cozinha profissional, na parte de baixo funcionava o salão e na parte de cima ficavam as dispensas e as coisas dos cozinheiros. A cozinha era aberta e os clientes poderiam ver os funcionários na ativa: vários tatuados trabalhando como formiga no formigueiro. Ah, como Paola gostaria de estar lá dentro, trocar suas decepções momentâneas pela adrenalina que emanava daquela cozinha. A decoração combinava muito com os funcionários, várias caveiras e quadros com ícones do rock, bastante parecida com a que ela havia visto no quarto do... daquele em que ela estava proibida de pronunciar o nome, ou até mesmo pensar. Virou-se para o namorado que estava atrás dela, esperando alguma palavra da argentina:

- Okay, Jay, eu aceito comer um ceviche com você. 

- Mas...

- Mas você tem que me dizer por que decidiu gastar nossa tarde livre em um restaurante. Poderíamos ter comido em casa. Cozinhando. Na mia cozinha. 

- É que eu passei muito tempo fora e estava sentindo que estava perdendo um pouco da sua vida, então fiz uma pesquisa e vi que um de seus colegas tem um restaurante super bacana e o meu amigo me recomendou ele também, achei que você ia gostar. Você vai poder conhecer um pouco mais dos seus colegas de trabalho e não ficar tão nervosa, assim você se dá melhor hoje ao lado deles.

- Jay... - Paola notou que não tinha lido o nome do lugar. - Jason, aonde estamos? - Sua voz era suave, mas brava. 

- No Sal Gastronomia, o restaurante de um tal de Hen... Henrick? - Ele não sabia pronunciar o nome direito, mas Paola bem sabia de quem ele estava falando.

- Ai, Jason! - Ela cobriu o rosto com as mãos, respirando fundo.

     A chef enão focou sua visão na cozinha aberta, tentando achá-lo a qualquer custo. Se tivesse que vê-lo, que visse logo. Alguns de seus bons momentos juntos na cozinha vieram à tona e seu inconsciente imaginava-os acontecendo ali, na cozinha quente do tatuado, mas sua aflição era tamanha para ela perceber tal impulso. Ela esboçou um sorriso ao ver que os gritos estridentes que vinham da cozinha não eram da voz grossa bastante conhecida, mas sim de um sub-chefe qualquer, Ele deveria estar em casa, cuidando da família, se arrumando para o dia de hoje,brincando com os filhos. Ah, na verdade ela nem queria imaginar o que ele poderia estar fazendo. Ela deveria pensar nela e nela somente:

- O casal deseja alguma coisa? - Um garçom educado interrompeu os pensamentos de Carosella, entregando-lhes os cardápios.

- Por enquanto, dois ceviches de entrada e a bebida que você achar que melhor harmoniza com o prato. - Jason dissera. Paola rapidamente passou os olhos pelo cardápio, estava curiosa com o estilo de culinária do chef: 

- Ceviche locão? - Ela leu baixinho, fazendo uma cara estranha, esse sim seria um prato típico do Fogaça. Logo voltou sua atenção para o fotógrafo, fazendo uma voz manhosa. - Sabe, amor, eu estou um pouco cansada de ceviche, tudo bem? - Ele fizera que sim com a cabeça. -  Vou querer... no sé... faça algo para mim, pede pro chef, ou pra quem mandar na cozinha fazer alguma coisa para mim, pode ser? - Ela queria desafiar a cozinha de Henrique, ver do que ele seria capaz. 

- Claro , senhora, vou falar com o chef para ver o que ele pode te preparar. Com licença. 

- Peça para ele harmonizar com vinho tinto, por favor. - O garoto assentiu e se afastou, procurando por Fogaça.

My love, são 3 da tarde. Tem certeza de que quer tomar vinho? 

- Eu sou cozinheira, não tenho hora pra tomar vinho. - As ironias estavam de volta.

- Só não se esquece da Franchesca. - Ele disse pegando na mão dela e acariciando-a.

- Ai, a Fran! - Paola voltou a cobrir o rosto com as mãos, Jason agora acariciando-lhe os cabelos.

- Senhora? - O jovem garçom voltara. Tirando-a mais uma vez de seus devaneios.

- Opa! Sim? O que me diz?

- Falei com o chef. Ele disse que te prepara um palmito pupunha assado com brotos e vinagrete de laranja de entrada, carré de javali, risoto de morango, farofa de castanhas do Brasil e purê de mandioquinha como prato principal e sobremesa sorvete de doce de leite com paçoca. Assim está bom?

- Hum... que delícia. - Paola se animou com a ideia da comida. 

- Se quiser, ele disse que pode pessoalmente trazer os pratos. 

No,no,no,no,no, qué isso... não precisa. Me traz você os pratos. - Não estava preparada para vê-lo, sobretudo com Jason ao seu lado.

     Fogaça não veio. Até que Paola pode aproveitar uma refeição agradável com a companhia do namorado, ele a fizera rir a tarde inteira e ela até esqueceu o lance do Sal Gastronomia. Quando eles foram buscas Franchesca, a reação dela foi impagável: ela estava na porta da escolinha, balançando-se contra o portão que a separava da rua, ignorando os coleguinhas que brincavam atrás dela. Ao avistar o carro da chef, a pequena pulou exaltada e ao ver que Jason era quem saía do carro ao invés de sua mãe, gritou:

- Uncle Jason! - Seus olhinhos brilhavam e Carosella quis chorar de emoção. Ele abraçou Fran,, levantando-a do chão e ogando-a para o alto, como sempre fazia. A menina estava mais alegre do que tudo.

- Gostou da surpresa, chiquita? - Paola perguntou.

Sí, mamá! - Ela respondeu enquanto brincava com a barba do fotógrafo.

     Quando eles finalmente chegaram ao apartamento da cozinheira, já era bem tarde. A argentina deixou o namorado brincando com sua filha no chão da sala de estar e foi se arrumar. Ela tinha esquecido do vestido quando o encontrou esticado acima da cama. Combinou o vestido decotado com o sapato de salto mais confortável que encontrou, um anel que Jason lhe dera de presente de aniversário e uma correntinha de ouro que sua avó lhe deixara como recordação da Argentina. O cabelo, ela prendeu em um coque alto, como de costume.

     Ao voltar para a sala encontrou o fotógrafo deitado no sofá com os olhos fechados em um sono profundo, Fran deitada sob a barriga do irlandês, com o mesmo ânimo que ele. Ela não poderia ficar brava com ele por se sentir cansado e bem no fundo ela cogitava a hipótese de isso acontecer, ela teria que enfrentar aquele desafio sozinha. Ela se acercou dos dois, com cautela para não fazer barulho, beijou a testa de Jason, seguida da de Franchesca, pegou um pedaço de papel e caneta e escrever por fim: 

Jay,

Me voy. Cuide dela como e fosse sua. A cuidadora chega logo.

Millones de besos,

Da sua,

Paola

 

 

 

 

 


Notas Finais


Primeira aparição do Jason e da Fran. E ai, o que acharam?
Vocês estão achando os capítulos longos demais?
Espero que tenham gostado. Beijos.


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