— Aqui é o paraíso. — Falou a corretora de imóveis quando descemos as escadas eu voltamos pro primeiro andar. — Foi fotografado pra revista. — Eu pensei ter dito que queria um lugar mobiliado. — Falei com totalmente desinteresse pela casa, ela olhou em volta e franziu o cenho. — Mas esse lugar está mobiliado. — Falou olhando para os móveis. — Então cadê o sofá? — Ela me olhou incrédula. Ela me levou pra ver mais uma casa e três apartamentos, mas não eram bons lugares, tinham péssimos sofás. Saímos do último apartamento e ficamos paradas na calçada. — Lauren eu não sei bem o que você está procurando... — Falou aparecendo frustrada. — Se nos comunicássemos melhor ou talvez você pudesse me contar mais sobre a sua vida, seu trabalho, a sua situação familiar. — Eu tentava demostrar interesse na conversa enquanto tirava um panfleto rosa que veio sabe-se lá de onde e grudou na minha perna pela segunda vez. — Tá eu tenho outra idéia. — E panfleto rosa voltou e grudou na minha cara. — Eu te mostrei ótimos lugares, mas você não gostou de nenhum, podemos começar de novo, me dá alguma dica você deve saber onde quer morar. — Disponível para alugar. — É o que que estava no panfleto que acabei de tirar do meu rosto, o apartamento ficava na mesma rua que eu estava, eu só precisei olhar pra frente pra ver o apartamento indicado no panfleto. Pelo lado de fora parecia bem interessante, entreguei o panfleto pra corretora e fui atravessando a rua com ela me seguindo e murmurando enquanto desvia dos carros. — Não Lauren espera eu não estou entendendo? Esse lugar já deve ter sido alugado. — Falou quando me viu entrar no prédio. — Tá ok vamos ver essa então. — Falou vencida pelo meu silêncio. — Vou ligar para o proprietário. — o síndico abriu a porta e tentei captar todos os detalhes do lugar. — Obrigada senhora, qualquer coisa eu retorno. — A mulher desligou o telefone. — Agora eu sei porque um lugar como esse ainda não está alugado. — Falou chamado minha atenção que estava perdida olhando o apartamento. — Não estão fazendo contrato de um ano e sim de mês em mês. — Porque? — Perguntei curiosa sem desviar minha atenção do lugar. — Não sei... Assunto de família, foram discretos a respeito disso. — A corretora falou me acompanhando pelo tour no apartamento. — Que lindo esse lugar. — Ela afirmou. — Deixei ela na sala e segui para o corredor que dava nos quartos. E uma escada me chamou atenção, subi para ver onde daria, ouvi os passos da corretora me seguindo. — Mas isso é sensacional. Minha nossa — Ela falou quando a escada nos levou para o terraço que nos apresentava com uma bela vista de Miami. Ao contrário do resto da casa o terraço estava abandonado e cheio de vasos com flores mortas. — Só está meio descuidado mais você poderia melhorar isso. — Virei as costas deixando ela falando sozinha, acho que ela ainda não entendeu que eu não gosto e não quero conversar. Alguns minutos depois ela veio atrás de mim me encontrando jogada no sofá vermelho sangue da sala. — Olha tem mais alguns lugares que ainda não vimos. — Suspirou ao terminar de falar. — Gostei do sofá. — Falei me espalhando mais. — Do sofá? — Perguntou como se não tivesse acreditando no que ouviu. — É... Esse é um bom sofá. — Foi o que me limitei a dizer. — Claro é um bom sofá. — Falou sem ainda acreditar. Assinei o contrato de alocação, no mesmo dia me mudei pra lá, apenas com a roupa do corpo, as minhas coisas e o resto das minhas roupas minha mãe mandaria Peter o motorista da família entregar no dia seguinte, fui até o mercado da esquina fazer a compra do mês, comprei algumas latas de cerveja, três garrafas de whisky, cinco potes de sorvete, muita batata frita e chocolate. Voltei ao meu novo apartamento, joguei tudo na geladeira com sacola e tudo, peguei um garrafa de whisky, liguei a TV e estava passando um reality show de culinária, me ajeitei no sofá apoiei os pés na mesinha de centro e bebi o whisky na garrafa mesmo, minha boca já estava tão acostumada com o gosto, que eu nem sentia mais aquela queimação quando o líquido descia pela garganta. Tive que desligar o celular porque meus pais e Normani não paravam de ligar. Já fazia duas semanas que eu tinha me mudado, assim como todos os dias Normani estava na batendo na porta e tocando a campainha sem parar. — Lauren eu sei que você está aí. Abre essa porta eu chamo a polícia. — Bufei e mesmo sem volta levantei pra abrir a porta, sei muito bem que Normani seria capaz de chamar a polícia. — Finalmente. — Esbravejou entrando no apartamento. — Bati a porta como protesto. — O que está fazendo aqui?— Falei me jogando no sofá e abrindo uma lata de cerveja. — Como assim o que eu estou fazendo aqui? — Falou visivelmente irritada parando em frente a televisão e cruzando o braços. — Eu vim porque estou preocupada com você, todos nós estamos preocupados com você, será que custa pelo menos atender as nossas ligações? — Revirei os olhos com tanta chatice. — Olha pra esse lugar Lauren, latas de cerveja e embalagens de chocolate espalhadas por todos os lados. Uma hora da tarde e você ainda de pijama e com o cabelo bagunçado. — Dei de ombros e Normani veio até mim, pegou alguns latas vazias de cerveja e embalagens de chocolate que estavam e cima do sofá e colocou na mesinha de centro, se acomodou no sofá ao meu lado e me puxou pro seu colo. — Olha eu não vim aqui pra brigar com você, só sinto falta da minha melhor amiga. — Ela me apertou mais em seus braços. — Hoje eu vou dormir aqui com você. — Antes que eu pudesse contestar ela disparou a falar. — Você me deixou entrar e agora eu só saio daqui arrastada. — Dei um sorriso amarelo e assenti com a cabeça. — Ótimo agora me mostra onde é a cozinha. — Apontei pra porta em frente. — Agora vai lá fora pegar as sacolas de compra que eu acabei esquecendo na porta. — Levantamos e Normani foi pra cozinha e eu fui lá fora pegar as sacolas. Quando me virei pra dentro do apartamento dei de cara com uma morena com traços latino, é um pouco mais baixa do que eu, tem os cabelos longos que vão até abaixo dos seios, ela estava usando uma calça jeans clara com uma camiseta branca apertada de manga comprida, de forma automática meus olhos percorreram seu corpo da cabeça aos pés, fechei a porta atrás de mim, quando ouviu o barulho da porta fechando ela começou a gritar de forma descontrolada, joguei as sacolas no chão e tapei os ouvidos pra abafar os gritos torturosos da louca. — Leva o que quiser só não faz nada comigo. —Ela falou em total desespero, franzi o cenho e ri com a piada que eu tinha acabado de escutar. — Não tem nada de valor aqui, não tem dinheiro e não tem drogas, mas pode roubar o que quiser. — Como é que é? Eu não quero roubar nada. — Falei irritada. — Eu sei que tem um abrigo de sem teto aqui perto, eu dou o dinheiro pro táxi e uma boa refeição, mas por favor só não vai gastar em mais cerveja tá? — Falou rápido apontando pras latas de cerveja. — Eu não sou uma sem teto, eu moro aqui. Falei pausadamente pra que ela pudesse entender. — Você não pode morar aqui, porque eu moro aqui e esse é o meu apartamento. — Falou como se fosse óbvio. — Desde quando? — Perguntei cruzando os braços. — Desde quando eu o comprei. — Respondeu bufando. — Tá legal eu não preciso disso. — Falei passando a mão no cabelo. — O golpe do aluguel. — Corta essa, todas essas coisas que aqui são minhas. — Ela começou a andar pela sala. — Esse é o meu sofá, essa é a minha mesinha de centro. — Se aproximou do móvel e se encurvou para ver alguma coisa. — Não acredito... Por acaso isso é uma mancha? Você não conhece descansa copos? Essa marca d'agua de essas latas de cerveja deixaram aqui nunca mais vai sair. — Esbravejou autoritária apontando pra mancha. — E toda essa bagunça espalhada pela minha sala? Sabia que inventaram a lata de lixo? Quer saber? Eu não me importo com quem você seja, só sei que você vai ter que limpar toda essa sujeira, vou pegar o balde. — Seguiu em direção a cozinha. — Tem uma porca dentro da minha casa. — O que? — Perguntei e fui atrás dela. — Quando se mudou? — Perguntei e entrei na cozinha. — Eu só vim te fazer uma visita, não significa que eu vá morar aqui. — Falou Normani rindo enquanto abria os armários procurando alguma coisa. Franzi o cenho olhei pra todos os lados e me assustei ao não ver a mulher dentro da cozinha que ela tinha acabado de entrar. — Com quem você estava conversando? — Perguntou minha amiga.
Ótimo estou ficando louca...
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