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História E Se Fosse Verdade (ADAPTAÇÃO) - Adeus Camila...


Escrita por: Ka-S

Capítulo 7 - Adeus Camila...


— Eu trabalho aqui. — Falou a latina quando entramos no hospital. — A recepcionista o nome dela é Amanita, eu estou me lembrando de tudo agora. — Falou enquanto olhava pra todos os lados. — Aquele ali é o Bill, a Karen e o Jhon. 

— Vem vamos perguntar sobre você. — No aproximamos da recepcionista sorridente. — Oi eu sou Lauren Jauregui e eu gostaria de saber sobre a Camila. 

— Camila? Camila Cabello? — Perguntou a mulher. 

— É esse é o meu nome. — Falou como se acabasse de ter descoberto. 

— Isso Camila Cabello. — Respondi pra recepcionista. 

— Certo... Espera só um momento, vou comunicar outra pessoa. — Saiu e a vi conversando com um médico. 

— A não ela tá com aquele tom. — Falou a latina preocupada. 

— Que tom? — Perguntei. — Aquele quando você vai comunicar a morte de alguém. — Explicou Camila e a recepcionista se aproximou. 

— Preciso que vá ao posto de enfermagem no terceiro andar. — Assenti e pegamos o elevador até o terceiro andar do hospital. 

—A não é a Fran minha mentora, não mandariam a gente pra cá se não fosse grave. — Camila falou apontando pra mulher com traços orientais que estava se aproximando. 

—Senhorita Jauregui. — Estendeu a mão pra mim. — Sim sou eu... — Andou perguntando sobre Camila Cabello? — Colocou as mãos no bolso do jaleco. 

— Sim eu perguntei... Você pode me dizer o que aconteceu? — Eu ja estava tão aflita quanto a latina. 

— Primeiro eu preciso saber sua relação com ela. — Perguntou com um sorriso desconfiado. 

— Diz que é minha namorada. — A latina falou inocente, olhei espantada pra ela e a médica percebeu meu incômodo. — Ela não vai poder dizer nada se nós não formos íntimas e ela nunca te viu.

— Éramos românticas... Uma com a outra... — Falei vendo a médica confusa franzindo o cenho. 

— O que? Como assim? — Sabe namorada e namorada. — Falei como se fosse óbvio. 

— Eu entendi o que você quis dizer... Mas é difícil de acreditar. 

 — Porque? — Eu e a latina perguntamos ao mesmo tempo. 

— Porque a vida dela era esse hospital... 

— Ela disse era? — Camila questionou. 

— Eu nunca ouvi falar de nenhum encontro que ela tenha tido. 

— É que... Era muito recente... Bem eu moro no apartamento dela. 

 — Lauren... — Camila chamou minha atenção. 

— Quer dizer moro no mesmo prédio... 

— Então não sabe do acidente? —A médica falou com uma tristeza aparente. 

— Acidente? — Perguntei. 

— A não... Lauren eu me lembrei... Foi horrível. — A expressão triste de Camila cortou meu coração. 

— Eu estava fora... — Justifiquei pra Fran. 

— Foi à três meses. 

— Três meses? Eu estava em uma viagem de negócios. — Me assustei ao ver Camila se afastando. — Posso vê-la agora? 

— Acho que não tem problema. — Me guiou até a porta em que Camila tinha desaparecido. Antes de abrir a porta encarei a médica com olhar pidão. — Será que eu posso entrar sozinha? — Ela apareceu pensar mas assentiu. Abri a porta e vi Camila parada em frente à um leito. — O que aconteceu? Você estava voando. — Fechei a porta e segui o olhar de Camila, me assustei com o que vi. — Minha nossa é você. — Me aproximei da cama e vi Camila em um sono profundo, pálida e com um tubo na boca. — Olha Camila é você. Não está morta, você está viva. — Analisei cada detalhe do rosto angelical que dormia, senti meu coração disparar ao sentir a morena tão perto. 

— É Lauren, mas eu estou em coma e isso não é bom. — Falou sem ânimo. 

— Mas é bem melhor do que estar morta... Olha pra você o seu corpo está se curando e não tem cicatrizes. Você é... Linda. — Olhamos sem graça uma pra outra. 

— Isso não quer dizer nada, três meses é um coma persistente. 

— Mas estamos aqui agora e podemos fazer alguma coisa. — Ela me olhou esperançosa. 

— Tipo o que? 

— Tipo... Sei lá você que é a médica. 

— Claro eu sou a médica, hum deixa eu pensar. Talvez se... Não deixa pra lá. 

— Talvez o que? Fala? 

 — Eu ia dizer que tenho que achar um jeito de recuperar meu corpo. — Balancei a cabeça freneticamente, eu queria que a bela mulher a minha frente de recuperasse. 

— Ótimo e como fazemos isso? —Perguntei e ela fez cara de quem estava pensando. 

— Deixa eu tentar isso. — Sentou na cama e deitou de costas sobre o corpo imóvel. 

— É está acontecendo alguma coisa, acho que está funcionando. — Falei animada ao olhar pro monitor cardíaco e ver os batimentos aumentando. 

 — Sério? — Ela levantou a metade do corpo, mas sua alma ainda estava separada. —Vou tentar de novo. — Voltou a deitar. 

— Isso vai se concentra bastante. — Ela levantou os braços três vezes mas não adiantou. 

— Não está funcionando, eu não consigo ficar aqui dentro.— Falou se levantando e voltando a ficar em pé. — Parece que eu não estou mais conectada a esse corpo. 

— Se vira eu quero tentar uma coisa. 

 — O que? 

 — Anda se vira. — Ela virou de costas, olhei pra ter certeza de que ela não estava vendo nada. Peguei sua mão e fiquei fazendo carinho com o polegar, aquele toque me tirou um sorriso involuntário. Olhei pra ela que ainda estava de costas e a vi olhando pra mão. — Sentiu isso? — Ela se virou me olhando com um sorriso enorme no rosto, mesmo contra minha vontade soltei a mão dela e me aproximei. 

— Senti a sua mão Lauren. 

— Viu ainda está conectada ao seu corpo. 

— O monitor não concorda. — Apontou pro monitor que estava atrás de mim. 

— Máquinas não sabem de nada. — Revirei os olhos. 

— Mas a minha experiência diz que sim. 

— Então como estamos tendo essa conversa? 

— Eu não sei... — Sua fala foi interrompida pelo barulho da porta sendo aberta. 

— Senhorita Jauregui eu sinto muito, mas eu tenho um compromisso e não posso deixá-la aqui sozinha. — Falou Fran da porta. 

— Eu posso ficar sozinha só mais alguns minutos? Só quero me despedir. 

 — É claro. — Me lançou um sorriso e saiu fechando a porta. 

— Minha irmã deve ter feito isso. — Falou Camila vendo alguns desenhos que estava em uma prateleira perto da janela. — Me aproximei e peguei uma foto em que ela estava do lado de uma loira. — É a foto que estava no criado mudo. 

— Você está linda. — Ficamos nos olhando por alguns segundos e ela desviou o olhar pra trás para ver seu corpo em cima da cama. 

— Olha pra mim agora... Esses níveis não estão mudando Lauren, pelo contrário estão diminuindo. — Voltou a se aproximar da cama e apontou pro monitor cardíaco. — Me deixa sozinha. — Esse olhar triste é de cortar o coração. 

 — Quer que eu te espere lá embaixo na recepção? 

— Não tudo bem, pode ir pra casa e obrigada por me ajudar. — Senti um aperto no peito com essas palavras, eu não quero ir embora sem ela, eu quero ela perto de mim. 

— Não precisa agradecer... Tem certeza de que não quer voltar comigo? Afinal é o seu apartamento e por mim tudo bem ter você por lá. — Minhas palavras saiu mais como uma suplica. 

— Desde que eu cheguei aqui não me imagino abandonando meu corpo. 

— Eu entendo só não quero te deixar aqui sozinha. — Eu estava tentando disfarçar meus olhos marejados, estava me sentindo estranha. 

— Eu não sei qual é o meu lugar... — Novamente a fala da latina foi interrompida pela porta abrindo. 

— Senhorita Jauregui desculpa mas agora a senhorita tem que ir. — Eu e Camila ficamos nos olhando, coloquei a foto novamente no lugar em que estava, deu uma última olhada pra Camila. 

— Adeus Camila. — Antes de sair completamente do quarto pude ouvi- lá quase sussurrando um " Adeus Lauren". 


 POV de Camila 

Depois que Lauren saiu, decidi ir atrás dela eu estava sentindo meu coração pesada por ter que deixá-la ir embora. A vi parada esperando o elevador, mas meu corpo ficou imóvel quando ouvi Fran e Ally conversando e olhando pra Lauren. 

— Eu odeio isso, quando ela finalmente começa a viver acontece isso. — Ally falou secando algumas lágrimas. — Até que ela é bem bonita. 

 — É mesmo... Teria sido péssimo se ela tivesse passado a vida sem ter tido alguém. — Falou Fran, franzi o cenho, atravessei uma parede qualquer e vi que tinha entrado em uma escritório e me deparei com Austin sentado com as pernas na mesa rodando um lápis no dedo enquanto falava ao celular. 

— Ficou com meu cargo. — Falei debochada ao ver Austin ocupando meu cargo. 

— Vou passar na concessionária hoje. — O telefone da mesa tocou. — Espera só um minuto. — Colocou o celular na mesa e atendeu o telefone. — Reunião? Sim... Eu posso. — Desligou e pegou o celular novamente. — Então eu estava pensando em trocar meu iPhone. 

— Oi? Tem gente morrendo aqui e eu tô em coma sabia? — Esbravejei indignada e saí daquela sala e vi uma criança linda e uma loira alta correndo. — Sofia? Dinah? — Elas riam enquanto corria, sem pensar fui correndo atrás delas que entraram no meu quarto. 

— Eu ganhei. — Sofia falou e segurou minha mão direita.

— Eu que deixei você ganhar. — Dinah rebateu e segurou a minha mão esquerda. — Olhei pra minhas mãos e franzi o cenho confusa. 

— Como eu senti o toque dela e o de vocês não? 

— Acho que eu fui muito clara quando eu falei que não era pra ninguém correr e nem gritar aqui dentro. — Falou minha mãe entrando na sala e colocando um vaso de flores brancas em cima da bancada. 

— MAMA mama pode me sentir. — Ela passou por mim ficou olhando Dinah e Sofia fazendo carinho em meu cabelo. — Acho que não. 

— Senhora Cabello. — Austin entrou na sala e estendeu a mão pra minha mãe que a apertou. — Podemos conversar? — Minha mãe assentiu e foram até o corredor. 

— O que você quer com a minha mãe? — Perguntei irritada. 

— Primeiro quero que saiba que eu sinto muita falta da Camila. — Cruzei os braços e revirei os olhos. 

—Ele está é comemorando por ter ficado no meu lugar. 

— Bom, quando viemos trabalhar aqui assinamos termos de libertação. Sabia a opinião da sua filha sobre prolongar a vida artificialmente? — Minha mãe olhou confusa e negou com a cabeça. — Ela era contra. — Minha mãe arregalou os olhos.

 — Mas isso foi antes, eu sou totalmente a favor agora. — Falei já entrando em desespero. 

— Na verdade muitos médicos tem a mesma opinião que Camila. 

— Essa não é mais a minha opinião, cala a boca Austin. Mama por favor você tem que me sentir eu sou sua filha. 

 — Mas ainda há alguma atividade cerebral né? Muitas pessoas já acordaram desse coma antes. — Minha mãe falou entre lágrimas. 

— Sim muitas vezes. — Incentivei minha mãe. 

 — Não... Não que eu saiba. — Falou Austin e eu o olhei furiosa. 

— É claro que sabe seu idiota.

— Por causa da situação delicada decidimos não falar sobre isso antes, mas Camila já assinou esse termo e eu vou deixar com a senhora esse termo aqui. — Estendeu os papéis pra minha mãe. 

— Mama por favor não assina isso eu tô aqui... 

— Se a senhora decidir assinar é só me procurar, é mais fácil se despedir agora do que prolongar o sofrimento da paciente. 

 — Eu vou pensar... — Minha mãe falou ainda chorando. 

— Só não se esqueça de que ela assinou o termo de não prolongar a vida artificial, peço que a senhora pense no melhor pra sua filha e autorize a equipe desligar os aparelhos. — Minha mãe apertou os dentes e voltou pro quarto deixando Austin falando sozinho. 

— Por favor mama não assina...        



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