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História Easier To Run - Capítulo Único


Escrita por: redwingdino

Notas do Autor


Bom, eu realmente nem sei por onde começar.
Tive umas três ideias possíveis pra esse tema, e nenhuma delas eu consegui desenvolver a tempo. Esse plot aqui é mais uma coisa que estava avulsa na minha cabeça, e eu tentei encaixar o tema do concurso nele, não sei se deu certo ou se ficou da forma que eu imaginei.
Não tive nenhuma beta além do word e de mim, então se houver algum erro grotesco a culpa é minha e já peço desculpas.
Quero desejar a todos os participantes boa sorte nessa fase! Tem vários autores aqui muito bons (ainda não li as fanfics do concurso, mas pretendo), e passando ou não, acho que todos nós estamos de parabéns por aceitar esse desafio.
Ok, chega de enrolação, boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


“Vai chegar um momento em que teremos de nos separar, Baekhyun.” Era o que ele me dizia quase todas as noites, quando estávamos abraçados debaixo das cobertas finas e velhas que usávamos em um dos nossos esconderijos. “Eles vão nos encontrar mais cedo ou mais tarde, e eu preciso que você confie cegamente em mim.”

Eu não entendia. Não naquela época.

Estávamos em meio a uma revolução. Meus amigos e eu éramos considerados rebeldes, apenas por não acatarmos as ordens de nossos governantes quando decretaram que todo e qualquer ser especial deveria se registrar e estar à disposição deles.

Chanyeol, que havia ajudado mais “seres especiais” do que o governo poderia sonhar, sabia o que aquilo significava, e antes que começassem a nos atacar, reuniu todos os que ele sabia que poderiam ajudar e que não concordavam com o registro.

Até onde eu sabia, haviam muitos que estavam dispostos a se juntar a resistência que criamos, mas a maioria deles só se juntou porque Chanyeol era um dos líderes.

Dentre nós haviam ainda aqueles que possuíam mais de um dom, que normalmente completavam um ao outro. Por exemplo, Lay podia curar as pessoas, mas também podia dar doenças a elas; eu podia criar luz somente com a minha vontade, porém controlar as sombras ao meu redor e criar pequenas ilusões usando as minhas duas habilidades eram o que me faziam ser temido pelo governo.

Chanyeol nunca nos revelou se podia apenas controlar o fogo ou se tinha alguma outra habilidade. Na verdade isso nunca nos importou.

“Você fala isso como se eu não confiasse cegamente em você.” Murmurei contra seu pescoço em uma dessas noites em que ele mandava todos pro inferno e decidia que nós dois ficávamos muito melhor juntos, embaixo das cobertas e nus, do que afastados sob o olhar atento de toda a resistência.

Ele riu.

“Eu sei que confia. Mas preciso que me prometa que, quando a hora chegar, não vai se esquecer do que eu te falei.”

“E como eu vou saber? Como vou saber o que devo fazer quando essa hora chegar? Como vou poder deixar você pra trás?” Perguntei, sonolento. Queria ter lutado contra o meu sono e discutido com ele.

Ele deu um longo suspiro. “Você vai saber.”

 

~*~

 

A gritaria dos manifestantes e o som alto das sirenes dos carros de polícia começavam a fazer minha cabeça doer. Apesar disso, era ali que eu deveria estar. Junto aos meus, enquanto nós tentávamos lutar pela nossa liberdade, nosso direito de permanecer anônimos em meio a bilhões de pessoas.

Podia ouvir os passos ritmados dos soldados que foram chamados para nos conter, e meu coração falhava uma batida toda vez que eles batiam os cassetetes contra o escudo transparente.

“Isso está ficando fora de controle” Escutei Lay gritar para alguém, enquanto várias pessoas se afastavam dos soldados.

“Não saiam de suas posições, eles querem nos encurralar” Suho gritou em seguida, passando os braços por dentro dos de mais duas pessoas que o imitaram, formando uma espécie de corrente humana que se movia em direção aos soldados.

Eu estava mais afastado, observando tudo e me preparando para auxiliar eles a qualquer momento.

As pessoas que antes corriam dos soldados, ao verem Suho e os outros tomarem a frente e enfrentarem os homens da lei cara a cara, se encheram de coragem e voltaram. Lay, que também parecia meio incerto quanto ao que fazer naquele momento, chutou um dos escudos, gritando algum xingamento que não consegui entender.

A partir daí, tudo ficou ainda mais bagunçado. Alguns soldados se dispersaram, avançando contra nós e gritando ordens a plenos pulmões. Meus olhos e os de Chanyeol se cruzaram pouco antes de um desses soldados o atingir com o cassetete.

“Vai.” Vi seus lábios se mexendo, demorando um pouco para processar o que ele havia tentado me dizer. “Agora, Baekhyun.” Ele gritou em seguida.

Naquele momento a única coisa em que pude pensar era usar meu dom, e instintivamente irradiei luz pelo meu corpo, deixando boa parte dos protestantes – dos meus amigos – e dos soldados momentaneamente cegos.

Dando uma última olhada para o protesto que havia se tornado um campo de guerra, me virei e corri. As palavras que Chanyeol havia repetido para mim durante noites e mais noites se repetindo em minha mente. “Vai chegar um momento em que teremos de nos separar...”

Corri até onde pude, me lançando em direção a becos escuros a cada curva que tinha que fazer, precisava sair dali e colocar as ideias em ordem. Chanyeol parecia calmo, apesar de tudo.

Ele parecia saber o que estava acontecendo. O que iria acontecer naquela noite.

Parei de correr ao notar o pensamento que rondou minha cabeça. Ele sabia.

Chanyeol sabia que eu teria que me separar dele. Ele sabia que eu tinha de deixá-los para trás, mas por quê? Se ele sabia desde o início o que iria acontecer naquela noite, por que não me disse a verdade?

Pelo pouco que eu sabia sobre os nossos dons - sobre o que fazia o governo nos temer tanto - o que Chanyeol fazia era precioso demais para deixar que eles o capturassem. Se eu estivesse certo em meus pensamentos, e Chanyeol fosse um vidente, assim que o governo pusesse as mãos nele não haveria volta. Eu precisava salvá-lo.

“Ora vejam só... O ratinho resolveu sair da toca.” Escutei uma voz grossa atrás de mim, junto a passos pesados. Me virei para ver um soldado parado logo na entrada do beco.

“Respirar ar fresco as vezes é bom.” Rebati, tentando não soar tão nervoso. Ele riu, debochado.

“Pela direção da qual você veio, estava no meio da festa, ahn?” Disse, andando calmamente até onde eu estava parado.

Reparei em nossas sombras, que pareciam mais escuras apesar do beco mal iluminado. Sorri de lado, estendendo as duas mãos para cima, como se estivesse me rendendo.

“Você me pegou, senhor.” Disse baixo, vendo ele retirar as algemas de dentro de um bolso extra preso no cinto. “Acho que acabou, não é?” Ele riu, chegando mais perto de mim.

“Até que você é esperto, garoto.” Falou, perto o suficiente para que sua sombra se mesclasse a minha.

“Você nem imagina o quanto.” Murmurei, antes de, novamente, usar minhas habilidades. As sombras em nossos pés se enrolaram em volta de nós conforme a minha vontade.

~*~

Chen olhava por cima dos ombros dos companheiros que estavam sentados ao seu lado, como se procurasse alguma coisa, enquanto um soldado praticamente jogava Kai para dentro do camburão sem cuidado algum.

“Esse é o último, chefe?” O motorista gritou do banco da frente, a boca coberta pela máscara preta abafava sua voz, e o capacete impedia que os demais ocupantes do veículo pudessem ver seu rosto.

“É. Os outros idiotas já estão nos outros carros.” Falou, fechando a porta de trás do camburão. “Acho que vocês vão ter que me esperar aqui, o comandante quer que eu verifique pessoalmente a entrada e saída desse pessoal na delegacia antes de jogar eles na cadeia.” Suspirou, andando até o lado do motorista.

“Ficar aqui sem proteção? Com esses malucos dentro do meu carro?” O motorista perguntou, indignado. “Acho melhor o senhor ir na primeira viagem,” Apontou para um dos carros que parecia pronto pra sair. “e o resto de nós vai seguindo, com a escolta atrás. Vai ser mais rápido e ninguém corre o risco de lidar com outros dessa laia tão cedo.”

O homem pareceu pensar por um tempo, antes de concordar com a cabeça e gritar a ordem para os outros soldados e para os outros motoristas.

“O que você tanto olha, Chen?” Kyungsoo perguntou, notando a inquietação do amigo sentado em frente a si. O motorista ligou o camburão, prestando atenção na conversa dos prisioneiros na parte de trás do camburão.

“Estou tentando ver se Baekhyun está em um desses ônibus. Não o vi quando fomos presos.”

“Ele não está aqui.” Chanyeol murmurou, olhando para as mãos feridas.

Os outros se olharam.

“O quê?” Sehun perguntou. “Como assim—“

“Ele quis dizer que o covarde fugiu.” Kai explicou, soltando um riso debochado. “Bem típico dele, se quer saber.”

Chanyeol levantou a cabeça, virando-se para encarar Kai.

“Você vai engolir esse seu veneno um dia, Kai,” Comentou. “E eu vou adorar ver a sua cara de merda quando você entender o que está acontecendo.”

“É? E o que caralhos está acontecendo, Chanyeol?” Perguntou, virando-se no banco. O mais velho abriu a boca para rebater, mas decidiu ficar quieto, voltando a observar os machucados em sua mão.

“Está vendo. Até você entende que seu namoradinho é um traíra. Ele deve estar rindo de nós nesse momento—“

“Só vou falar uma vez. Se não ficarem calados jogo esse carro no precipício mais alto daqui. Com todo mundo dentro.” O motorista gritou, fazendo com que Kai se calasse.

Aos poucos, os camburões e ônibus que transportavam os manifestantes foram saindo do local onde havia ocorrido o protesto, sendo seguidos por dois carros onde soldados armados estavam, prontos para interceptar qualquer um que tentasse interferir.

Olhando pela pequena janela da porta de trás, Sehun notou que o carro em que eles estavam parecia desviar um pouco do caminho que os outros carros tomavam, e pelo o que ele podia ver, ninguém da escolta havia percebido ainda.

“Não quero me intrometer na sua condução, nem nada do tipo... Mas nós não estamos indo pro lado errado?” Perguntou ao motorista, atraindo a atenção dos outros, que se viraram para olhar a janela também.

“Quietos.” O motorista sibilou. Retirou um radiocomunicador que estava preso em seu uniforme e o jogou pela janela, acelerando quando um desvio apareceu.

Os outros dentro do carro não puderam ver quando o camburão pareceu se duplicar, antes de um deles começar a desaparecer na noite enquanto o outro continuava seguindo o caminho que os outros ônibus tomavam.

Pisando no acelerador com mais força do que o necessário, o motorista sentiu a cabeça começar a doer, e um liquido – que ele tinha certeza ser sangue – começar a escorrer do nariz.

“Você já pode parar.” A voz de Chanyeol soou desesperada, percebendo que o carro balançava mais do que o normal.

“Vão nos seguir.” O motorista disse entredentes. “Fica caladinho no seu lugar se quiser sair vivo daqui.”

Os outros olharam apreensivos para Chanyeol, que apertava as duas mãos, como se estivesse rezando.

Os segundos que se passaram antes do carro parar pareceram horas para Chanyeol, que fechou os olhos tentando se concentrar na visão que tivera meses antes de tudo aquilo. “Vai dar tudo certo. Eu confio em você.” Murmurava baixo demais para que alguém o ouvisse. Ele sabia exatamente o momento em que Baekhyun apareceria ali, abrindo a porta do camburão

O carro parou, e ele pode finalmente respirar aliviado.

Saindo do carro, o motorista sentiu-se tonto por alguns momentos, antes de parar em frente a porta do camburão. Abriu-a com certo esforço, a cabeça baixa enquanto respirava fundo.

Dentro do camburão, todos levantaram o olhar a tempo de ver o motorista retirar o capacete, e em seguida a máscara. O rosto sem machucados, porém ensanguentado, de Baekhyun surgiu, fazendo com que prendessem a respiração por um momento.

Baekhyun sorriu, fraco. “E ai, pessoal. Eu demorei?”

Chanyeol riu, balançando a cabeça enquanto levantava o pulso para olhar as horas no relógio que usava. “Chegou na hora certa.”


Notas Finais


Sim, a fic tem influências do MV de Monster e do livro/HQ/filme Guerra Civil da Marvel. Como eu disse, isso tava avulso na minha cabeça já fazia um bom tempo, e todas as outras ideias que eu tive floparam antes mesmo de começarem a se desenvolver (isso somado ao fato de eu ter feito estágio durante a tarde, por quase todo o tempo disponível para a postagem do concurso e de ter escrito só nos finais de semana, o que não é desculpa, mas minha inspiração foi pra longe). Sei que provavelmente não ficou tão bom quando eu desejava, ou que ficou muito clichê por eu ter me baseado no que me baseei, mas ok, valeu a experiência!
Obrigada a oportunidade de participação no concurso, e boa sorte a todos os participantes.


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