História Eclipse - VMin - My Little Jimin

Passei grande parte de minha vida em um pequeno planeta, apenas com a companhia de um menino Rosa. Sim, ele era filho de uma Rosa magnífica, na qual a mesma morreu pouco tempo após a sua existência.

Como filho da Lua e descendente do Sol, sou uma das mais belas criações existentes na galáxia. Ao menos era o quê minha mãe me contara uma vez. De fato, eu era fruto do Eclipse, em todo o seu esplendor. Meu pai, a mais bela das Luas, me contara que um Eclipse como eu nascia à cada mil anos, o quê fazia de mim especial. A luz do Sol de minha mãe, o luar de meu pai e a atmosfera em harmonia da Terra, tornavam-me não apenas um fenômeno estelar, mas também um fenômeno humano. Eu possuia um corpo e mente humana, bem como os sentimentos também.

Entretanto, quando nasci, uma Rosa morreu. Minha mãe prometeu à Rosa que iria cuidar de seu filho; Portanto, encarregou-me desta tarefa, na qual tomei o cargo com apenas um ano de idade.

A Rosa era linda. Eu a regava todos os dias. Perdia-me no tempo ao me deparar com seu cabelo angelical, com um tom levemente rosado e o cheiro doce que exalava. Pedia por cuidados à todas as manhãs e, ás noites, que eu o cobrisse com um lençol.

Park Jimin, como se chamava, era uma Rosa dócil e de coração bom. Era um tanto quanto crítica em questão à sua aparência, e possuía hábitos diários nos quais a minha participação era crucial, como a de pentear seus cabelos até à protegê-lo no frio da noite.

Ao longo dos anos a Rosa cresceu, e tornou-se a mais pura beleza que eu ia havia visto em toda a minha vida. O garoto com aroma doce era tão puro quanto a água cristalina que chovia dos infinitos da galáxia, e tão belo como uma constelação. Tinha um cheiro de amor. Exalava algegria.

Passei os últimos 18 anos cuidando do menino, para que agora eu estivesse pronto para ir. Havia feito um acordo com minha mãe, quando tinha 12 anos de idade, de quê o cuidaria até meus 18 anos. E assim o fiz.

Naquela época - e até mesmo hoje e sempre -, o ar refrescante do planeta fazia da Rosa cada vez a mais bela flor. Porém, para mim, o mesmo matava-me aos poucos.

Um Eclipse como eu, deve viver no planeta Terra, onde o ar é perfeito para nossos pulmões sensíveis ao ar gélido das galáxias.

Hoje, aos meus 18 anos, estarei dizendo adeus à minha linda Rosa. O garoto angelical no qual, quando eu tinha doze anos, o beijei, e implorei à minha mãe para que ficasse junto à si. Arrisquei minha vida pelo amor mútuo que alimentava por Jimin.

O menino era o esplendor, o ápice da beleza e ternura, na qual aproveitei cada pedaço destas durante esses 18 anos. Porém, era necessário. Dois anos à mais naquele planeta acabariam me matando, e eu mataria Jimin de tristeza com tal acontecimento.

Após nosso primeiro beijo, o beijei diversas vezes. Dormíamos juntos - e não pense besteira, éramos ingênuos - e nos amávamos sem limitações ou obstáculos.

Para mim, tal Rosa era única no mundo. Era a mais bela flor e, de fato, Jimin era.

- Não quero que você vá.

*- Mas eu preciso Jimin. Lamento por isso.*

Acaricei sua bochecha com minha destra e sorri singelo. Colei nossas testas e depositei um selar demorado em seus lábios, sorrindo para o garoto em seguida.

*- O amor tem os seus preços à se pagar.*

-Estarei lhe protegendo por aqui

*-Estarei, ainda assim, lhe amando  lá. *

Entrelacei nossos dedos e sussurrei um adeus. Este era o preço à se pagar por ser um Eclipse. Ainda mais o Príncipe de tais.

O ar pesado da Terra aliviava meu coração do gélido e sereno ar no qual meus pulmões respiraram por tanto tempo. Cada detalhe do planeta lembrava-me ainda mais de minha Rosa. Ele era único no mundo para mim.

☆☆☆

- Não podes fazer isto.

*- É necessário.*

- Por quê não fica? Gostaria tanto de ouvir a sua risada...

*- Esta madrugada, vai fazer um ano. Minha estrela está bem acima do lugar onde caí no ano passado. Meus pais esperam por mim...*

- Mas meu garoto, não será um sonho ruim permitir-se ir para voltar àquele local?

*- O quê é importante não se vê com os olhos...*

- Tens razão meu pequeno.

O pequeno permitiu-se rir um pouco, logo voltando seu olhar ao céu.

*- Quando estiveres com saudades, contemplas o céu à noite. Estarei em algum ponto da galáxia sorrindo para você.*

- Mas por quê tem de ir desta forma?

*- Você não entende? É muito longe, e este corpo é muito pesado.*

*- Sabe, a minha flor; Ele é tão ingênuo, sensível e amoroso. Necessita de mim e eu dele.*

O Eclipse deu um passo à frente, encarando o céu estralado e olhou para trás, acenando com a mão para o homem.

*- Adeus...*

☆☆☆

Fui levado com toda a leveza do mundo, em direção à minha estrela brilhante.

É bom voltar para seu planeta, para o seu amor. Para a sua Rosa. Afinal de contas, o quê seria do Sol sem a Lua, e da Rosa sem seu Eclipse?

- Bem-vindo de volta, Tae.

E deitados sobre o cinza do planeta, permitiram-se amar.