História Écris l'histoire - Brincos

Estamos no século XVII, uma noite fria em Novembro.

Uma dama de vestes nobres mas simples corre entre a negra floresta, os seus cabelos castanho tentam sair do capuz da capa esverdeada escura.

Leva nos braços uma pequena caixa de madeira negra.

Atras dela, mas não muito longe o seu perseguidor a cavalo protege-se dos ramos e arbustos com uma capa preta. Os seus olhos lançam uma expressão fria, de um autêntico demónio.

A senhora corre em pânico, sem saber muito bem para onde segue. Tenta ver por trás do ombro mas os seus olhos não querem acreditar no que vê. O vilão está a poucos metros de a apanhar, tentara fugir a correr e conseguira ficar oculta durante algum tempo mas agora seria impossível, ele tinha-a na mira como uma ave de rápida a sua frágil presa.

 Cai soltando um gemido de dor – aahrrgh levanta-se assombrada de pânico. O cavalo ultrapassa-a e iça-se no ar. Desesperada olha para todos os lados e corre para a sua esquerda, atira-se para uma ravina. Chega ao chão entre trambolhões e arranhões que provocam mais gemidos de agonia. Consegue levantar-se e continua a correr.

Tenta a todo o custo passar pelas árvores imponentes, pedindo a Deus que a guie para longe dali. Não estando atenta ao chão tropeça numa raiz e cai, a caixa protegida nas suas mãos rola uns metros a frente abre-se e fica virada para baixo.

Com cuidado a dama pega nela e continua o seu caminho. Aguentou o folgo por bastante tempo, mas o cansaço cai sobre ela, deixa-se encostar a um tronco e respirar a fim de tentar recuperar o ar.

Quando ouve um som de ramo partir, quis ver o que era mas uma lâmina de espada corta-lhe a garganta.

O homem de capus pega na caixa e abre-a. – Como?!

Dá um pontapé no corpo morto e diz seco – estupida vaca onde é que o escondeste?

Volta para o cavalo e desaparece a galope, deixando o corpo degolado para trás. O sangue escorre pelo chão com a chuva.

A mesma chuva que arrasta as folhas e cai do céu negro com relâmpagos.

Mas Deus tem uma forma curiosa de traçar o caminho das coisas, Deus bem, há que o chame por outros nomes, mas para nós tudo começa aqui numa noite de inverno, onde numa floresta, não muito longe de um crime desumano com dois brincos, vermelhos, brilhantes entre as folhas. Que ali no chão permanecem, dias, noites, semanas, meses, quase camuflados ou envolvidos na paisagem.

E num dia radioso, uma pá de jardinagem retira as duas bolas vermelhas com pintas pretas.

Uma senhora de cabelo grisalho retira-os com cuidado da sua plantação de couve-de-bruxelas, afasta o excesso de terra para poder ver melhor o seu brilho.

Ainda de joelhos chama - Marinette! Vem aqui!

Não muito longe do outro lado da horta de couves, uma jovem de olhos azuis e cabelo apanhado em dois elásticos olha e avança até onde foi chamada.

Olha – disse a senhora sorridente mostrando os brincos nas mãos.

São lindos avó! – disse Marinette pegando neles.

A avó levanta-se e diz – estavam aqui perdidos, vamos para dentro, penso que por hoje estamos terminadas.

Voltam as duas para dentro da simples casa do campo. Tem dois andares, um jardim enorme, lá longe atras um pomar e de frete uma horta. A casa é praticamente toda em madeira e tem um alpendre que com umas escadas dá acesso a casa. Marinette apressa-se a ir para dentro.

Despacha-te que vou fazer alguma coisa para comermos – disse a avó.

Sorridente Marinette responde – sim avó! Sobe as escadas e na casa de banho passa os brincos por água para os limpar, repara que algo de diferente acontecia, agora parecem simples brincos de vermelho baço.

Olhando-se ao espelho coloca-os e fica algum tempo a olhar para eles. Como se nada mais existe-se só ela e o seu reflexo, uma luz invade a divisão.

Pestaneja mais uma vez e está na sua casa de banho como sempre – devo estar sonhar.

Quando vai para sair depara-se com um pequenino ser a levitar vermelho com bolinhas vermelhas e umas antenas, que sorridente diz – Olá sou a Tikki, guardiã do miraculous!

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHH! – Marinete grita e foge da estranha criatura.

Tikki segue-a e diz – não não! Espera deixa-me explicar!

Marinette apenas foge assustada – e fala aiih!

Tikki aproxima-se e segura o seu nariz – escuta-me eu não te quero fazer mal! Por favor confia em mim, foste escolhida para uma grande tarefa!

Marinette fica direita – grande tarefa? Mas o que és tu? Um pirilampo?  

A pequena criatura vermelha continua – confia em mim, sou uma guardiã do miraculous, estive muito tempo a tua espera.

Marinette interrompe – a minha espera?

Tikki – sim! És a nova Ladybug e eu estou encarregue por te guiar.

Marinete senta-se na banheira e ri-se irónica – Lady? Eu? Pff

Tikki – estou a falar a sério! Como te chamas?

A morena sorri e diz – Marinette mas eu não estou a perceber

Tikki finalmente solta o nariz e voa sorridente a sua frente – diz: Transforma-me!

Marinette olha confusa – que? Transforma-me? Mas para.. e antes que consiga responder é transformada num fato justo, vermelho com bolas pretas, um padrão autentico de joaninha. Aaaaaah o que é isto!?

Que se passa Marinette? – pergunta a avó do andar de baixo.

Na-nn-nada avó! Apressa-se a fechar a porta da casa de banho e diz – o que é que fizeste comigo? Tikki ri-se e responde – transformei-te já acreditas em mim?

Marinette olha-se ao espelho admirada – mas que raio?

Tikki aproxima-se e olha-a pelo reflexo – Marinette és a nova Ladybug, lutas contra o mal e purificas os akumas, demónios que assombram este mundo, acredito que possa ser estranho mas foste escolhida pelo miraculous e eu gostava muito de te acompanhar na tua tarefa.

Eu não sei bem se sou a pessoa certa – disse Marinette mas Tikki interrompe – se foste escolhida é porque não existem duvidas! Vais ver que consegues.

Marinette volta ao normal e Tikki desmaia nas suas mãos que a seguram.

A pequena criatura adormece instantaneamente e Marinete volta a sua forma original. Com os brincos nas suas orelhas.

Por alguns momentos fica a olhar para Tikki tranquila e ferrada no sono, baixinho Marinette diz – Ladybug? Que loucura!

E sai da casa de banho, ainda muitas coisas estão para ser desvendadas, mas Marinette nem sonha o quanto este dia irá mudar todo o rumo da sua vida.