Não conseguia parar de chorar. Nada doía mais do que a expressão de decepção que vi estampada nos olhos da mulher que eu amo.
De repente, ouvi uma gritaria chegando até meu quarto. Continuei com a cabeça abaixada, chorando.
- MAS QUE DIABOS FOI ISSO? CADÊ ELA?????? - gritava desesperadamente o irmão de meu pai.
- BONNIBEL, VENHA JÁ AQUI! - gritou meu pai.
- PRINCESA! - se desesperava o meu noivo.
"Marceline...volta por favor..."
Senti as mãos grossas do meu pai segurarem os meus braços e então e me me virou de frente para ele. Continuei com a cabeça baixa e evitei olhar em seus olhos enquanto ele gritava e me apertava.
- BONNIBEL, O QUE ACONTECEU COM VOCÊ? VOCÊ SE MACHUCOU? O QUE ELA FEZ COM VOCÊ? ANDA, ME DIZ AGORA!
- O quê? Quem fez o quê? Ela QUEM?? - perguntava meu tio.
- Princesa...você está bem? Deixe-me consolá-la... - dizia o príncipe, se aproximando cuidadosamente de mim.
Naquele momento, deixei que quase por acidente meus olhos se encontrassem com os de meu pai, e neles vi o banho de sangue que seria se eu me manifestasse a respeito do nome Abadeer. Engoli a seco e desviei o olhar perante aquela ameaça silenciosa.
- Argh, não é...nada... eu só perdi a cabeça e estava dizendo coisas sem sentido... graças a Glob minha filha está bem. Não sei o que foi aquilo. Deve ter sido algum intruso, não sei, mas enfim. Isso só reforça o quanto nossos reinos precisam se unir não é mesmo? - disse meu pai, sorrindo de maneira falsa, segurando a mão do príncipe e a juntando com a minha.
Ele me abraçou e eu me encolhi em mim mesma, controlando a vontade de jogá-lo longe.
"Mas eu sei que não posso...eu quase coloquei tudo a perder agora..."
- Bom, deixaremos os dois pombinhos a sós então. - disse meu tio.
Ambos se olharam e deram um sorriso macabro, se retirando do meu quarto e fechando a porta.
Me afastei do príncipe e me virei novamente para a janela.
"Droga...droga...eu não quero ficar sozinha com ele..."
- Bom...parece que estamos finalmente a sós agora... - ele disse, se aproximando de mim por trás.
- É... - disse, apertando os punhos.
- Bom, eu sei que ainda temos muito o que conhecer a respeito um do outro, então permita-me dizer que estou muito...muito interessado em te conhecer melhor... - ele disse, se aproximando ainda mais e acariciando meus braços por trás.
Fechei meus olhos de maneira apertada, contendo as lágrimas e a vontade de fugir dali.
- Eu...eu não tenho...nada a dizer sobre mim... - disse com a voz trêmula.
Ele suspirou de maneira pesada, como se estivesse sem paciência.
- É...tem razão... acho que é melhor eu descobrir por mim mesmo.
De repente, ele me virou de frente para ele de maneira brusca e me olhou nos olhos. Eu nem havia me dado conta ainda do que tinha acontecido, e logo pude sentir sua língua pedindo passagem dentro de minha boca enquanto suas mãos apertavam meus braços e aproximavam meus seios de seu peitoral.
Não consegui me conter. As mãos dele em meu corpo e sua língua de encontro com a minha me faziam ter ainda mais nojo de mim mesma, então o empurrei, ofegante.
Ele me encarou por um momento e deu um sorriso estranho.
- Olha...eu sei que parece cedo pra isso...mas é a melhor maneira de começarmos, e você não pode se negar. - ele disse, em tom de ameaça. - e no fundo eu sei que você também quer isso...
- Não...eu...
Antes que eu pudesse terminar de falar, ele veio rapidamente na minha direção e me pegou pelas coxas, me jogando na cama com sua cintura no meio de minhas pernas. Ele começou a beijar loucamente meu pescoço enquanto tentava desesperadamente arrancar meu vestido.
"Eu...não posso fazer isso...não quero... mas não posso deixar isso transparecer ou meu pai matará a mim e a Marcy..."
- Para...para por favor...
- Para com isso, eu sei que você quer... - ele dizia, enquanto quase conseguia deixar o meu seio à mostra...
Respirei fundo e o empurrei para o lado, me sentando imediatamente na ponta da cama. Comecei a me ajeitar de modo a cobrir meu seio que ele quase viu.
- Mas o quê...
Respirei fundo.
"Seja estratégica, Bonni..."
- Príncipe, me escuta por favor. Você terá todo o tempo da minha existência para fazer isso, mas por favor, respeite o meu espaço nesse momento.
- Espaço? Por quê? - ele perguntou, se sentando ao meu lado e me olhando de maneira aborrecida.
Senti meu coração disparar.
"Pensa rápido..."
- Eu...eu... me...guardei pra depois do casamento... me...me guardei pra você!! - disse, tentando convencê-lo daquela grande mentira.
Ele me olhou no fundo dos olhos com cara de desconfiado. Eu sabia que se não o convencesse daquele jeito, tudo estaria perdido.
- É sério?
- Si...sim... meu...príncipe... - disse, sentindo nojo e colocando uma das mãos em seu rosto.
"Por favor...acredita...eu preciso de tempo pra pensar..."
De repente, ele sorriu.
- Pois bem então. - ele disse, me dando um selinho e sorrindo. - Então respeitarei sua decisão, afinal, nos casaremos logo e então você será minha.
Sorri de maneira forçada.
- Agora vamos, vamos jantar. - ele disse, estendendo a mão para que pudéssemos descer até o grande salão juntos.
- Sim, príncipe. - sorri de maneira forçada, me levantando e saindo do quarto segurando sua mão.
"Graças a Glob..."
Fomos até o salão e nos serviram uma elegante porém exagerada janta. Todos trocavam conversas e risadas, enquanto eu não conseguia nem comer de tão triste que estava. Depois de algumas horas, pedi licença e me retirei, alegando que estava cansada devido ao..."grande dia", e que amanhã estaria bem disposta novamente.
Por sorte, eles aceitaram minha desculpa , então pude finalmente subir até o meu quarto para tentar descansar um pouco.
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