História Efeito Cinderela - Epílogo

Mylla Lamartine - Paris, França - 16:33 pm

"Contos de fada não falam apenas sobre casar com príncipes encantados, falam sobre realizar seus sonhos." - Cinderela

Estava quase tudo pronto lá embaixo, todo mundo estava correndo desesperadamente com os preparativos para o casamento. Eu estava sentada na cama sentindo enjoou e dor de cabeça, eu precisava um pouco de silêncio e paz, estava tudo uma loucura.

- Amor? -a porta se abriu e revelou Justin. Eu olhei para trás por breves segundos, depois voltei minha posição de antes- Você está bem? -ele se aproximou de mim e se sentou ao meu lado. Ele estava de terno, sua gravata estava em volta do pescoço o deixando mais sexy. 

- Estou bem, só um pouco enjoada. -respondi deitando minha cabeça em seu ombro- Como está Evan?

- Mais nervoso que o normal. -respondeu soltando uma pequena risada, eu sorri com isso- Você está pálida... aconteceu alguma coisa? -ele colocou uma mão em minha bochecha fazendo levantar minha cabeça. 

- Estou bem... parece que minha cabeça está prestes a explodir. -disse eu colocando minha mão na sua.

Eu olhei para aqueles lindos olhos cor de mel e me senti mais calma, é só aqueles olhos que me fazem bem, nenhum mais, é somente ele que me faz a mulher mais feliz do mundo. Eu sorri sem mostrar os lábios e colei nossas testas, fazendo carinho em sua nuca.

- Você acha que tem a ver com Pierre ou Louis? -o encarei negando com a cabeça.

- Não, nada a ver! É só mal-estar. -respondi colocando a mão na testa.

- Você não pode ficar assim bem no casamento da sua irmã. -eu ri com seu comentário.

- Eu vou ficar bem, agora vem cá... deixa eu arrumar essa gravata. -me levantei e ele fez o mesmo.

Me aproximei de seu corpo e coloquei minhas mãos em sua gravata começando a arrumar.

- Onde aprendeu dar nó em gravata? -ele perguntou.

- Meu pai me ensinou quando eu era pequena. -respondi com sinceridade- Eu nunca mais me esqueci. -ele deu uma risada alta- O que foi? -perguntei sorrindo.

- Nada... -ele sorriu desviando seu olhar do meu ainda sorrindo.

- Fala. -questionei terminando de dar nó na gravata.

- É que... eu encontrei a mulher perfeita. -eu olhei em seus olhos, e corei violentamente. Era sempre assim, toda vez que ele me olhava profundamente ou me fazia um elogio, eu corava.

Eu dei um sorriso tímido abaixando minha cabeça enquanto minhas bochechas ardiam, eu deveria estar um pimentão. Ele colocou uma mão em minha nuca e me puxou para ele beijando meus lábios, como sempre fazia. Nosso beijo foi parado por cosquinha em meu queixo.

- O que foi? -perguntou ele enquanto eu ria.

- Sua barba, faz cosquinha. -respondi sorrindo.

Então ele passou o queixo dele em minha bochecha, pescoço e nariz, me causando várias cosquinhas e arrepios.

- Bem, acho melhor nós irmos... Os dois devem estar desesperados atrás de nós. -disse ele parando de rir.

Eu assenti com a cabeça e saímos do quarto. Ele foi para o quarto de Evan, e eu para o quarto de Clarisse. Ver minha irmã num vestido de noiva me deixou lágrimas nos olhos, ela estava completamente linda naquele vestido, seu longo cabelo ruivo estava preso em um coque com tranças e flores. Ela estava maravilhosa. Um sorriso se abriu em seu lábios quando me viu entrando no quarto.

- Você está bem? -perguntou se aproximando de mim.

- Sou eu quem tem que te perguntar isso. -disse eu pegando em suas mãos- Como você tá?

- Nervosa. Desesperada. Num estado de pânico. -eu ri de sua expressão.

- Relaxa, vai dar tudo certo. -disse tentando acalmá-la. Sua expressão se suavizou quando olhou em meus olhos.

- Eu queria que meu pai fosse me levar até o altar. -comentou ela fazendo-me olhá-la- Mas não tem problema... fico feliz que você possa me levar até lá. -eu sorri com isso. 

Eu realmente não acreditei quando ela me pediu para dá-la em casamento.

- Você realmente está bem? -perguntou outra vez.

- Eu só estava enjoada, Clarisse, nada demais. -respondi sentando na cama.

- Enjoada? Você já fez o teste? -perguntou, se virando para o grande espelho.

- Teste? -perguntei confusa franzindo as sobrancelhas.

- Sim, teste de gravidez. -arregalei os olhos imediatamente.

- G-Gravidez? -gaguejei, pensando na possibilidade de estar grávida.

Clarisse bufou e foi até o banheiro, abriu uma de suas gavetas, pegou alguma coisa e veio até mim.

- Eu estava guardando quando precisasse, mas pode ficar. -disse ela me entregando.

- O que é isso? -perguntei olhando a embalagem.

- É o teste, Mylla! É só fazer xixi no canudinho.

- Xixi. No canudinho? -falei pausadamente.

Aquilo me deu ânsia de vômito. Então corri até o banheiro e vomitei tudo o que estava dentro do meu estômago. Quando terminei lavei minha boca e escovei os dentes, me senti mais aliviada.

- Se fosse você, fazia o quanto antes esse teste. -disse Clarisse.

Eu não conseguia me imaginar grávida. Meu Deus! O que eu diria para Justin? Isso é desesperador.

[...]

Estava em frente a mesa de doces, comendo tudo o que via pela frente. Coloquei a mão em minha bolsa para pegar meu celular, mas em vez disso peguei o teste de gravidez. Eu olhava para aquela embalagem e ficava pensando se eu realmente estava grávida, seria loucura, claro, mas seria muito bom ser mãe. Quando ouvi a voz de Justin guardei rapidamente o teste, voltando a comer meus doces.

- Você está estranha. -disse ele me agarrando pela cintura.

- Por que acha isso? Estou completamente normal. -disse tudo rapidamente, ele cerrou os olhos desconfiado.

- Tem certeza? -perguntou.

- Nunca tive tanta certeza.-respondi tentando ser determinada.

- Então tá. -respondeu calmo mas ainda desconfiado.

- E você veio me dizer o que? -perguntei o olhando.

- Vim dizer que... daqui a pouco eles vão cortar o bolo e você ta comendo toda a mesa de doces. -eu olhei pra ele depois olhei pra mesa de doces, e vi que não tinha metade dos doces que tinha ali. Eu comi tudo isso?

Ele soltou uma risada e pegou minha mãe, mas eu não me mexi do lugar, eu precisava urgente fazer aquele teste, senão eu vou ficar louca.

- Não, amor, eu preciso ir ao banheiro. -disse eu colocando a mão na barriga.

- Você está bem? -eu revirei os olhos.

- Eu só preciso fazer xixi. -respondi o mais calma possível.

- Está bem, eu te espero.

Suspirei e fui em direção ao banheiro, entrei no box e tirei minha calcinha, sentando no vaso em seguida. Peguei o teste de gravidez e segui todas as instruções. Eu estava nervosa. A ideia de ser mãe me assustava, em partes. Fiquei lá por um tempo, esperando o resultado do exame, e só fui perceber quando eu estava de frente pro banheiro me olhando no espelho e me perguntando... E agora?

Quando sai do banheiro, avistei Justin falando com uma rodinha de amigos. Me aproximei dele, ele se virou pra mim e me deu um beijo na bochecha.

- Eu preciso falar com você. -sussurrei em seu ouvido. Eu estava nervosa.

- O que aconteceu? -perguntou.

- Então... é que...

Antes que eu pudesse terminar a frase, alguém me puxou, provavelmente era Clarisse. Ela iria jogar o buquê. Fiquei posicionada atrás de algumas mulheres, visualizando Justin sendo puxado por Evan e outros meninos.

- 1... 2... 3... e JÁ!

A mulherada toda gritou, mas ela não jogou o buquê. Clarisse veio na minha direção, entregando o buquê para mim.

- É sua vez agora. -sussurrou ela me virando para trás em seguida.

Meus olhos se arregalaram, minha boca se abriu e meu corpo todo tremeu quando eu o vi atrás de mim com uma caixinha de aliança em sua mão. Ela se ajoelhou na minha frente com um sorriso lindo.

- Mylla Lamartine, você quer se casar comigo? -ele perguntou e todo mundo foi a loucura.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, eu realmente não esperava por isso.

- Sim. -falei balançando a cabeça- Sim, mil vezes sim!

Ele se levantou e me abraçou, eu o beijei nos lábios quando desfiz do abraço. Todo mundo bateu palmas e nos parabenizou.

Meu Deus! Eu estava grávida e noiva.

Tudo ao mesmo tempo.

Depois de toda cerimônia eu puxei Clarisse para um lado, ela me abraçou totalmente feliz me parabenizando pelo meu noivado.

- Você vai casar! -gritou ela.

- Eu vou casar! -gritei junto com ela, nós estávamos rindo completamente feliz- Mas agora é sério... Clarisse, eu fiz o teste. 

- Você fez o teste de gravidez?! -ela quase gritou, eu assenti com a cabeça- E ai?

Eu sorri com isso. Ela entendeu meu recado e começou a dar pulinhos de alegria.

- EU VOU SER TIA! -berrou ela, tampei seus lábios com a mão.

- Cala a boca, sua idiota! -disse eu.

- E você contou pro Justin? -perguntou tirando minha mão da sua boca.

- Não, e eu não sei como fazer isso. Ele acabou de me pedir em casamento! -comentei desesperada.

- Dá uma volta com ele no jardim, sozinhos, e conta a notícia. -aconselhou.

- Uma boa ideia. Vou fazer isso.

Entrei dentro do salão, e procurei Justin em toda a parte. Ele estava conversando com Evan, me aproximei dele e o peguei de surpresa, fui recebida por um beijo nos lábios.

- Amor, onde você estava? -perguntou.

- Conversando com Clarisse... hãm... a propósito, ela está chamando você -me virei pra Evan.

- Eita, a esposa tá chamando. -rimos com seu comentário- Eu já vou então... Parabéns pelo noivado!

- Obrigado! -disse Justin.

Quando Evan se afastou beijei os lábios de Justin por alguns segundos e peguei em sua mão, o conduzindo até o jardim do buffet.

- Pra onde está me levando, sra. Bieber ? -perguntou ele deixando-se conduzir.

- Quero ficar um pouco sozinha com você... não posso mais ficar sozinha com meu futuro marido? -disse eu sorrindo.

- Com toda certeza! -respondeu rindo.

Caminhamos juntos pelo jardim de mãos dadas. Era incrível como ele me fazia sentir, era como se tudo fosse a primeira vez. Sentamos num banquinho perto de algumas flores, e ele pegou uma flor, óbvio que era uma jasmim azul. A flor do nosso amor. Ele colocou a flor em cima da minha orelha e acariciou minha bochecha, como fez no baile de mascaras, onde eu me vi completamente apaixonada por ele.

- Eu tenho uma coisa pra te falar... -disse eu sorrindo.

- O quê? -perguntou curioso.

- Então... sei que acabamos de ficar noivos e que está tudo acontecendo rápido demais... -ele me interrompeu.

- O que está querendo dizer? -perguntou.

- O que eu estou querendo dizer é que... bem, não sei como te falar isso... mas, então... e-eu... -gaguejei sem querer.

- Você está me assustando. -disse ele.

- Eu to grávida. -disse de uma vez.

Ele arregalou os olhos de imediato, piscou várias vezes como se estive tentando processar o que eu acabei de falar.

- G-Grávida? -gaguejou eu assenti com a cabeça. Um grande sorriso se formou em seus lábios, eu olhei em seus olhos e percebi que eles estavam marejados, prestes a chorar- Eu vou ser papai?

- Sim. -eu assenti de novo.

Então ele levantou rapidamente e me abraçou pela cintura fazendo-me levantar também. Ele me abraçou tão forte que eu pensei que ele iria quebrar todos os ossos da minha costela. Ouvi gemidos baixinhos, então percebi que Justin estava chorando.

- Ah, meu Deus, eu não acredito que eu vou ser pai! -ele começou a beijar meu pescoço e subiu aos meus lábios me beijando calmamente- Eu te amo, eu te amo muito, você me deu dois presentes maravilhosos hoje! Eu te amo, Mylla, eu te amo muito!

- Oh, meu amor, eu também te amo! -o beijei novamente.

O beijei com vontade. Eu o amo tanto!

- Eu já até sei o nome dele. -disse ele desfazendo do beijo e colocando a mão na minha barriga.

- Sério? Mas nem sabemos o sexo ainda! Se for menino qual vai ser?

- Eu não sei se for menino, mas sei se for menina!

- E qual vai ser?

- Jasmim. -meus olhos se encheram de lágrimas.

- Eu te amo! -o abracei novamente.

Estava tudo exatamente como deveria ser. Sem erros. Sem arrependimentos. Somente amor. Eu vou me casar com o homem que eu amo, e irei ter um filho com ele, e logo mais iremos formar uma família.

É claro que deixei minha máscara cristalina cair no chão, e bem, ela está comigo até hoje, e com certeza irei dar a minha filha, pra ela cair no chão várias e várias vezes. Sapatinhos, fadas madrinhas e ratos falantes não existes, mas uma coisa eu sei, os contos de fadas servem para mostrar que o mais importante é o amor. 

E vivemos felizes para sempre...

Estou vivendo o meu... e você? Está vivendo o seu?