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História Efeito Cinderela - Ma Réalité


Escrita por: ifzkoo

Notas do Autor


Oii, gente, mais um capítulo pra vcs, tomarem que gostem! Desculpa pela demora, estou passando por alguns problemas mas vai ficar tudo bem. Obrigada pelos 18 favoritos <3

Capítulo 3 - Ma Réalité


Narrador - Paris, França - 18:00

"É um amor pobre aquele que se pode medir." - William Shakespeare

Justin saiu da loja com um sorriso no rosto. Um sorriso sincero. Pensou mil vezes em voltar e pedir seu número, pensou, pensou e pensou, mas nada fez, talvez o destino tenha preparo algo maior. Enquanto dirigia em seu carro, ria para si mesmo, não conseguia tirar a menina das flores de sua cabeça. Ele olhou para a tulipa jogada no banco do lado e sorriu. Justin, literalmente, não sabia nada daquela garota, nem mesmo seu próprio nome, mas ele sabia que jamais encontraria outra igual. Justin virou o volante estacionando em frente ao  cemitério, onde sua mãe foi sepultada. Pegou a tulipa no banco e travou o carro indo em direção ao sepulcro de sua mãe. Hoje fazia 1 ano que sua mãe se foi, todo mês, na mesma data ele voltava lá para falar com ela, imaginando ela escutando. Justin sentia falta, e como. Se tornou rotina ir ao cemitério só para visitar sua mãe. Chegando lá, ele depositou a tulipa em cima do sepulcro, sentando de frente.

- Olá, mamãe. Trouxe uma tulipa para a senhora, era sua preferida, lembra? Hoje eu descobri que ela significa perdão, sabia? Agora faz sentido o porque de sempre que a senhora e o papai brigava, ele aparecia com tulipas brancas em casa. -ele riu consigo mesmo- Sinto sua falta... mas do que imagina, todos nós sentimos... Papai está cada vez mais me pressionando para casar, e eu realmente não sei o que fazer. Por que ele quer tanto que eu case assim? Ainda mais com alguém que eu não conheço. Pra obter vantagem? Pra ter mais riqueza mais do que a gente já tem? Não precisamos disso, temos tudo isso, pra quê mais? Enfim... espero que ele mude ideia, pelo pouco tempo que lhe resta... -bufou- Não consigo entender, mamãe, se eu perder o papai, como irei viver? A senhora sempre soube que é uma responsabilidade enorme cuidar de toda riqueza que temos, aqui em Paris... -ficou um tempo em silêncio, mas sorriu quando a imagem da menina das flores passou por sua cabeça- Conheci uma garota hoje... Ah, mamãe, ela era tão linda, mas não foi só a beleza dela que me atraiu... Sua simplicidade, sua inocência, seu espírito eram tão diferentes de qualquer outra garota que já conheci. E eu nem sei seu nome. Não sei nada sobre ela. Sabia que foi ela que me vendeu a tulipa? E me disse que tulipas brancas significam perdão?  Pois é. -ele sorriu- Ah, mamãe, se a senhora visse... ela era tão linda, alguma coisa me diz que irei voltar mais e mais vezes para a floricultura. -ele riu- Eu queria que estivesse aqui, mamãe. Eu sinto muito sua falta.

Justin se despediu de sua mãe e foi-se para a casa. Estava triste, mas seu espírito continuava firme, e toda vez que a menina das flores passava em sua cabeça ele sorria. Não muito diferente de Mylla, que não parava de pensar em Justin. Nunca tinha visto homem tão lindo quanto esse, ela realmente se sentiu atraída por Justin, o que era difícil. Mylla nunca foi de sair muito, viveu sua adolescência inteira em casa, cuidando de sua mãe, vivendo com sua família. Foi beijada poucas vezes, mas não passou disso, sempre foi muito simples, ela e sua família, era assim que viviam sempre e ela sempre amou isso. Chegando em casa, Mylla percebeu que a porta estava aberta, entrando em na mesma, escutou vozes vindo do quarto, tirou seus sapatos e seu casaquinho, indo em direção ao quarto. Colocou a mão na maçaneta e girou abrindo a porta em seguida, viu um homem sentado na beirada da cama de sua mãe, que estava deitada fraca, suas mãos estavam entrelaçadas, e sua mãe sorria para o homem em sua frente.

- Louis? -perguntou Mylla.

- Olá, querida. -disse ele se levantando. Louis abriu os braços, Mylla andou em direção a ele, dando um breve abraço. Mylla olhou para a mãe ao lado e viu que estava fraca, sua pele estava pálida como papel, não parecia sua mãe.

- Mamãe? -disse ela sentando na cama e pegando sua mãe.

- Irei deixá-las a sós. -disse Louis se retirando do quarto e fechando a porta em seguida.

- Como você está, querida? -perguntou a mãe, com dificuldade para falar.

- Estou bem, mamãe, e como a senhora está? -perguntou ela sabendo que sua mãe ia mentir.

- Estou bem, minha querida, não se preocupe. -existia milhões de motivos para Mylla se preocupar com sua mãe. Mylla preferiu não insistir, pois sabia que não adiantaria nada- E como foi o trabalho hoje?

- Foi bem, melhor que da outras vezes, com certeza. -ela sorriu lembrando do acontecimento com Justin.

- Por que esse sorriso? -disse sua mãe sorrindo. Mylla riu, verdadeiramente- O que aconteceu? 

- Nada, mamãe. -Mylla riu.

- Me fala, querida, conheceu alguém? -Mylla sorriu.

- Sim. -sua mãe sorriu, feliz pela filha.

- Sério? E como ele era? -perguntou curiosa. Lis olhou bem para sua filha e viu que seus olhos estavam brilhando. Ela amava vê-la assim, tão radiante, Lis sempre achou sua filha a mais linda de todas, desde pequena sempre fora boa com todos, nunca teve amigos em escolas mas mesmo assim, Mylla não parava de sorrir, sempre com sua simplicidade brilhando diante de seus olhos.

- Ah, mamãe... não sei como te falar. -as duas riram.

- Tente. -disse Lis sorrindo.

- Ele era... diferente. Gentil. Educado e tinha um lindo sorriso. -Lis sorriu rindo.

- Para te atrair deve ser um homem muito bonito. -Mylla riu.

- Sim, ele era. -concordou com a mãe.

- Vocês dois ainda irão se encontrar. -não era uma pergunta- Quero que seja feliz, Mylla. Promete pra mim? -uma lágrima caiu de seu olho. Mylla sabia que sua mãe não teria muito tempo e por mais que queira que fosse mentira, não era.

- Eu prometo, mamãe. -Lis colocou uma mão no rosto de sua filha.

- Se anime, menina. Você ainda tem muito o que viver. -Mylla começou a chorar. Sua mãe iria partir logo.

- Obrigada, mamãe. -Lis sorriu em meio as lágrimas.

- Obrigada, Mylla... Te amo, filha.

- Eu te amo, mãe.

Mylla deitou no colo de sua mãe e ficou ali. Esperando o tempo passar.

[...]

Depois do funeral de sua mãe, foi para a casa com seu padrasto. O dia inteiro passou dentro de seu quarto chorando pela perda de sua mãe. Louis era um homem culto e intenso, um homem de boa pinta e trabalhador, Mylla nunca entendeu o porque de sua mãe ter casado com um homem como Louis. Mylla nunca o tratou como um pai, mas sempre foi gentil e simpática pois sabia o quanto ele era importante para sua mãe. Já Louis, odiava olhar para o rosto de Mylla, sua simpatia o irritava, sua inocência o incomodava, sempre fora indiferente com Mylla, nunca gostou dela, um sentimento parecido com o ódio borbulhava dentro de si toda vez que via o rosto de Mylla.

Depois de um tempo, Louis obrigou Mylla a pedir demissão em seu emprego, Mylla recusou, mas no fim, acabou cedendo. Mas ficou muito triste, amava trabalhar na floricultura. Louis começou a abusar de sua enteada, começou a fazer festas em sua própria casa e obrigava Mylla a receber os convidados, servido-os como se ela fosse uma empregada. Louis trouxe seus filhos para a casa de Mylla, Clarisse e Pierre, dois irmãos com quase a mesma idade de Mylla. Eles sempre abusavam dela, obrigando-a a fazer todo o trabalho de casa, isso era uma coisa boa, a distraia de sua dor, pelo menos era o que Louis dizia. Mylla nunca entendia o porque de seu padrasto e seus irmão fazerem isso, mas não se importava, sempre fora gentil com todo mundo.

Clarisse e Pierre começaram a morar dentro de sua casa. Os dois irmãos postiços xingavam e até mesmo batiam em Mylla, ofendendo-a com palavras e Mylla não entendia o porque de tanto sofrimento. Mylla passou a dormir no porão, pois Clarisse e Pierre roubaram seu quarto. Mylla ainda sorria, algumas vezes, apesar de tudo. Sentia falta de trabalhar em Amour de la Fluer, e sentia falta de dona Marta e principalmente de sua mãe. E de Justin, que nunca fugia de seus pensamentos a noite antes de dormir. Se perguntava se o veria outra vez, e a sorria com a possibilidade de um dia isso acontecer.

Mylla estava na cozinha, lavando a louça depois do almoço, estava perdida em seus pensamentos quando Pierre chega. Pierre era um garoto muito bonito, na visão de Mylla, um perfeito bad boy, mas o que ele tinha de beleza, tinha de estupidez. O garoto era totalmente mal-educado e não respeitava ninguém, metido e só se importava com ele mesmo.

- Mylla? -ela estremeceu quando ouviu seu nome saindo de sua boca. Sentiu que coisa boa não vinha. Mylla se virou para ele com medo do que podia acontecer. Pierre se aproximou de Mylla, e ela pode sentir cheiro de bebida e maconha, Pierre estava totalmente drogado- Sabe, Mylla, desde que cheguei nessa casa, não consigo tirar os olhos de você. -Pierre chegou ainda mais perto dela, cheirando seu pescoço, Mylla lutava para não chorar, aquilo estava passando dos limites- Você é tão linda, tão meiga, tão doce e tão inocente. E isso me excita.

Pierre colocou uma mão na cintura de Mylla fazendo-a estremecer com seu toque. Ela estava com medo. Não conseguia se mexer. Ela queria fugir, sair dali o mais rápido possível e nunca mais voltar.

- Ei, minha querida, não fique com medo. -Pierre colocou uma mão em seu rosto- Eu vou cuidar de você.

De repente Pierre puxou os cabelos da nuca de Mylla e a jogou no chão, fazendo-a com que ela batesse sua cabeça no mesmo. Mylla foi arrastando-se pelo piso, estava fraca, a batida foi muito forte, deixou-a zonza, mas não o suficiente para lutar. Mylla o observou desabotoando seu cinto da calça e num só movimento caiu em cima dela, Mylla já não conseguia manter suas lágrimas, ela sabia que isso ia acontecer e não tinha ninguém para salvá-la. Pierre prendeu os pulsos de Mylla em cima da cabeça com muita força, ela não conseguia se soltar.

- Por favor, não! -ela suplicava, implorava mas Pierre não dava ouvidos.

Com a outra mão, Pierre abaixou suas calças e ergueu o vestido de Mylla, arrancando o pequeno pano que cobria sua intimidade, Mylla gritava de pavor. Com a mesma mão, Pierre tampou sua boca penetrando-a sem piedade, Mylla estava lutando, se mexia, tentava gritar por socorro, mas suas forças estavam desaparecendo, tudo o que Mylla conseguia fazer era chorar. Mylla sentia dor, muita dor, Pierre gemia com os olhos fechados penetrando-a mais fundo que podia, fazendo um movimento de vai e vem dentro dela. Mylla nunca sentiu tanta dor.

Depois que Pierre se satisfez, deu um beijo no pescoço de Mylla e saiu de cima dela saindo pela porta de entrada. Mylla não conseguia se mexer, as lágrimas ainda caiam, sua intimidade estava latejando, ardendo e doendo muito. Ela colocou uma mão por dentro de seu vestido e sentiu um líquido, quando viu era sangue, ela não conseguia levantar. O chão da cozinha que antes era branco estava vermelho, estava saindo muito sangue. Ela começou a chorar de desespero, soluçando, não conseguia encontrar o ar, pensava que ia morrer e tudo o que ela mais queria era estar morta. Ela não entendia o porque de tudo isso, o que ela fez para merecer tanto sofrimento?

Mylla tentou se levantar mais uma vez, apoiando-se em todos os lugares, não sentia suas pernas, estavam bambas e sentiu que logo logo iria cair de novo. Quando conseguiu ficar em pé, seu ventre começou a doer, e ela começou a gritar fazendo-a cair no chão mais uma vez.

Ela ficou ali, na cozinha, com todo aquele sangue, chorando e se perguntando o porquê. As horas se passaram, seu padrasto e seus irmãos ainda não chegaram em casa, não fazia ideia aonde eles estavam, e não se importava, tudo o que ela queria era acordar desse pesadelo. Quando a dor diminuiu, tentou levantar mais uma vez, conseguiu ficar de pé, e caminhou lentamente até o banheiro, despiu-se toda, e ligou o chuveiro, entrando na banheira logo em seguida. Ela ergueu seus joelhos e enterrou sua cabeça lá, chorando desesperada, sentindo falta da vida que tinha, ela era tão feliz.

Mylla se perguntou mil vezes se ainda iria ser feliz, sem sofrimento ou dor. Tinha esperança de tempos melhores. Tempos que parecia não chegar nunca.


Notas Finais


Chorei escrevendo esse capitulo. É bem forte e muito triste. Espero que gostem. Gente, irei deixar bem claro, não é a história da Cinderela, é inspirada. Obrigada <3

Louis Edmond: http://67.media.tumblr.com/tumblr_mc3ilfbW8Z1r61r26o1_r1_500.jpg
Clarisse Edmond: https://41.media.tumblr.com/46c79dfe943d7b4793c7600491dc088d/tumblr_n5x6pm5wAF1se380fo3_500.jpg
Pierre Edmond: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/7e/9f/99/7e9f9923b6334b1076afa999ab90a813.jpg


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