História Efeitos de uma tragédia - Preciso fugir

   Quando cheguei junto com o Harrison todos ficaram felizes, se eu trouxe ele é obvio que eu tinha contado, peguei a Faina da minha mãe e fui até ele.

-Essa é...- Falou ele.

-A Faina- Falei- Pode pegar...

-Não, vou esmagar uma coisinha frágil dessas- Falou ele.

  Ela colocou a lingua pra fora e começou a olhar para o próprio nariz e eu ri, primeira vez que a vejo fazer isso.

-Ela sempre faz isso?- Perguntei a minha mãe.

-Sim- Respondeu ela- Você só nunca prestou atenção.

  Ela começou a mexer a boca, algo me diz que ela está com fome, vou até o sofá, puxo um lenço para cobri-la, levanto minha blusa e tiro meu sutiã, eu acertei bem...ela está com fome, rápido pegou meu peito, Harrison estava encostado na parede e só assistindo com um sorriso no rosto.

-Para de olhar- Falei- Da vergonha...

-Quanto tempo fiquei sem ver isso em?- Falou ele-Queria tanto ter visto você com a barriga gigante.

-Acredita que ela nem tirou foto?- Falou Claudia- Depressão durante a gravidez e depois do parto, tadinha...

-Depois?- Falou ele.

-Essa e o mais perto que ela chegou da filha, e isso que é porque você está aqui- Falou Karoline.

-Você faz bem pra ela- Falou minha mãe.

-Ei! Eu to aqui- Falei.

   Depois que ela terminou a caloquei para arrotar, e quando ela arrotou pareceu música para meus ouvidos, eu deixei ela não muito deitada e ela fechou os olhos.

-Tão pequena...não precisa se preocupar com nada- Falei fazendo carinho no pouco cabelo que ela tinha.

   Harrison se aproximou de mim e me deu um selinho longo mais sem apertar a Faina, um flash veio em nós dois, e quando olhei era a Claudia.

-Am... Precisava de uma foto -Falou Claudia- Para registrar esse momento.

  Nós almocamos e bem quando terminei ela começou a chorar e acho que pela primeira vez eu sai correndo para ver a minha filha, ela estava no berço, foi só eu fazer carinho nela com um dedo que ela susegou e ficou tentando pegar meu dedo, ela sorriu...nunca vi sorriso mais lindo, ela mexia suas pernas agitadas e a peguei no colo.

-Agora acho que estou com coragem de pegar ela- Falou Harrison entrando no quarto.

-Mas agora não vou te dar- Falei e continuei brincando com ela..

-Que egoísta essa mamãe que você tem né?- Falou ele chegando perto.

    Nós colocamos ela na cama e ficamos brincando com ela.

-Ei menina...cadê o coco?- Falei fazendo massagem na sua barriga.

  Então ela fez uma cara de alivio e logo sentimos o cheiro, foi a primeira vez que a troquei e me sai muito bem, já ele tava quase vomitando com o cheiro.

-Para com isso, é só coco, você não faz não?- Falei.

-Minha mãe falava que garotas cagavam rosas- Falou ele.

-Você não tava acreditando nisso até hoje né?- Falei.

-Claro que não- Falou ele rindo-Ainda sim minha bebezinha continua linda.

-Se familiarizou muito rápido- Falei.

-Nunca achei que seria o fim do mundo eu ser pai- Falou ele.

-E você..vai voltar para Califórnia?- Perguntei.

-Agora não- Falou ele -Não vou voltar tão cedo...

   Ele estava com um olhar diferente, o que aconteceu na Califórnia? Meu celular começou a tocar e logo eu atendi.

-Alo?

-Você precisa fugir!

-O que? Connor...

-Eu to fazendo estágio na policia, eles encontraram provas de que matou o Ferguson e a irmã dele.

-O que? Impossível...não deixei nada para trás.

-Eles vão na sua casa amanhã, vai embora hoje.

-O que? Não posso deixar minha filha.

-E não pode ser presa, se não nunca mais vai vê-la, tenho certeza que sabe para onde ir.

-Sei...

-Eu fiz minha parte.

  Ele desligou e o Harrison me olhou.

-Como assim deixar sua filha?- Falou Harrison.

-A policia descobriu as coisas que eu fiz- Falei.

-O que?- Falou ele não querendo acreditar.

-Me promete que vai cuidar dela...me promete- Falei.

  Ela começou a chorar, seu choro rouco de recém nascido passou pelo meus ouvidos e me deu vontade de chorar também, mas eu a peguei e dei um abraco sem sufoca-la.

-Se me prometer que não vai atrás do Harry- Falou ele.

-Não posso prometer isso- Falei.

-Eu não fui pra Califórnia, eu fui pra França- Falou ele -O Harry não ta do mesmo jeito...

-Foi atrás dele?- Perguntei.

-Tínhamos assuntos e resolver- Falou ele.

-Faço ele voltar a ser o que era- Falei.

-Você não tá entendo...- Falou ele.

-Sabe o que percebi quando estavam fora?- Falei.

-O que?- Perguntou ele.

-Eu amo vocês dois- Falei -E pelo que você falou ele não ta bem e precisa de ajuda.

-Como vai se ajudar a fugir ajudando ele?- Falou Harrison.

-Eu dou meu jeito- Falei.

-Eu prometo- Falou ele.

  Coloquei a Faina no seu colo e arrumei direitinho, fui até o armário peguei uma bolsa e joguei algumas roupas, peguei um dinheiro que eu tinha, peguei meu celular mais tirei o chip, eu tirei uma foto dela, ela saiu bem pois já estava calma, o Harrison pegou na minha mão e me puxou para um abraço e me apertou com força.

-Promete que vai ficar bem...- Falou ele.

-Eu não posso prometer isso- Falei.

  Ele apertou suas mãos que estavam na minha cintura e me beijou, um beijo de tirar o fôlego, quando paramos para respiramos vimos ela rolar pela cama e Harrison correu para segurar ela.

-Você acabou de nascer, não consegue ficar quieta não?- Falou ele rindo e ela só sorria sem entender nada.

-Tchau meu amor- Falei e fui até ela.

  Deu um beijo na testa e quando fui levantar minha cabeça Vi que sua mãozinha tinha segurado meu cabelo, eu soltei e ela começou a chorar.

-Pra você também...algum dia eu volto- Falei para o Harrison.

   Eu sai pela porta dos fundos e notei um movimento na frente da minha casa, eram policiais, o Connor me enganou, ele não tava me ajudando, ele queria me entregar de bandeja, mas não vai conseguir isso...eu peguei outro caminho para ir pegar um ônibus para o lugar mais longe que eu encontrar e depois dou um jeito de ir para França, eu sei que o mundo não é fácil, mas eu também não sou.

(...)

  Quando consegui chegar na frança me dei conta de não sabia onde ele morava, então liguei por um telefone publico.

-Quem é?

-A Gracie.

-O que aconteceu?

-Preciso da sua ajuda, to aqui na França.

-Perto da onde? Ta na capital?

-Estou, e perto de uma ponte...

-Fica ai que vou te buscar, posso demorar um pouco...

-Tudo bem.

   Eu desliguei o telefone e sai da cabine, eu me sentei na ponta da ponte, peguei meu celular e olhei para foto que tirei da Faina.

Por que te recusei por tanto tempo?

Por que só logo agora?

  Eu não consegui aguentar mais e chorei com todas as minhas forças, depois que o Harrison chegou finalmente parecia que tudo ia ficar bem, mas nada fico bom para pessoas com pecados que nem os meus, preciso ficar longe de quem eu amo para mantê-los seguros, e a eu mesma também, eu não ligo se todas as pessoas que estão passando olham para mim com dó ou raiva por eu estar chorando desse jeito em publico, não me importo com que os outros que não conheço vão dizer...me importo com que minha filha vai pensar de mim quando crescer, ela vai me odiá? Ela vai pensar que deixei ela por que eu quis? Como vou chegar perto dela de novo? Eu sacrifiquei muito de mim para dar a luz a ela, para poder cria-la, sei que isso acabou acontecendo mais mesmo em depressão sempre a amei tanto... E o Harrison? O que aconteceu com ele durante o ano que ficou fôra? Será que ele consegue dar conta da Faina?...Sinto que a Evie vai ficar brava comigo por ter ido embora e não ter falado com ela, mas o que eu posso fazer né? Tive que ir...

-Gracie?

  Levanto minha cabeça e vejo alguem diferente, não era o Harry, era outro homem, mais alto e ameaçador.

-Quem é você?- Perguntei me levantando.

-Harry mandou vim te buscar- Falou ele.

  Eu acabei seguindo o homem e acabamos em uma boate e eu fiquei esperando em uma sala sozinha, e logo Harry apareceu.

-Harry!- Ia abraça-lo mais ele me parou.

-Fiquei sabendo do que aconteceu lá- Falou Harry- Você escolheu o Harrison em vez de mim, por que eu deveria te ajudar?

-Você nunca me falou que se sentia assim...- Falei.

-Claro que eu sentia!- Falou Harry- Não queria ser só mais a porra de um amigo seu.

  Ele estava diferente, mas forte e mais assustador.

-Que lugar é esse?- Falei.

-O Lugar que vai trabalhar para sobreviver- Falou ele- Você precisa de ajuda...é isso que eu tenho.

-Prostituição? Eu vi coisas acontecendo lá em baixo...isso que você conseguiu?!- Falei me levantando.

-Isso combina perfeitamente com você- Ele me empurrou e eu bati as costas na parede, ele veio e simplesmente rasgou minha blusa e alargou meu sutiã.

-Harry...esse não é você...- Falei sendo uma lagrima sair dos meus olhos.

-Odeio falar isso mas ainda sim você vai ter vantagem- Falou ele -A Sala vip será sua.

   Ele apertou meus seios e começou a beijar meu pescoço.

-Faça bom uso disso- Falou ele.

  Ele me leva para cima de uma mesa e faz tudo que quer comigo, até quando fui estuprada eu me senti menos usada do que me sinto agora, mas é assim não é? Assim que pessoas ruins acabam, Ele fingiu se preocupar comigo por telefone, e esse foi a maior mentira que já ouvi, na minha visa.