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História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Help me!


Escrita por: T0ki

Capítulo 11 - Help me!


 Eu ainda estava tentando processar tudo que estava acontecendo, Caio dando em cima de mim todo sexy e seus pais estragando o clima, o Yuri sem camisa no jardim, as flores negras do Egoist. Era muito informação para apenas um dia. Estou em uma novela e ainda não consegui catalogar todos os vilões dela.

No dia seguinte faltei o trabalho usando a desculpa que estava com uma baita dor de barriga, sei que isso vai doer no meu salário fim do mês já que não tenho atestado comprovando isso. Não deveria me dá esse luxo, já que tenho muitas responsabilidades morando sozinho. Mas, no momento não me importo. Gostaria era de saber o que fazer da minha vida estou muito perdido. Eu não sei o que estou sentindo, o que devo fazer. Queria ter alguém para conversar, pensei em ligar para Janaína. Precisamos urgentemente fazer as pazes. Tenho tantas coisas para desabafar com ela, esse medo e neura que ando sentindo, quem sabe ela tem uma solução para mim? Peguei o celular e digitei seu número, infelizmente estava fora de área. Pensei em ir à sua casa ver se ela estava lá, e aproveitaria para visitar os tios, mas lembrei que nesse horário ela costuma ir para o estágio da faculdade então pode ser por isso que seu telefone não atende. Pensei melhor também que não deveria pedir sua ajuda, afinal de contas ela não tentou resgatar nossa amizade todo esse tempo, se eu fosse importante na vida dela como dizia ser, já teria aparecido aqui com alguma desculpa esfarrapada para puxar assunto novamente. 

No final, optei por ir a uma livraria no centro da cidade. Livros de auto-ajuda são bons para esclarecer as coisas, apesar de que não sou muito chegado a ler. Quando cheguei à livraria, esqueci completamente que queria esses livros, eram tantas opções e indicações de livros de romances que brevemente seriam lançados em filmes, que já estava na sessão junto com outros adolescentes. Eu não deveria está gastando o pouco que tenho com esses tipos de livros que iludem a nossa mente sobre romances, onde sempre tem um mocinho para salvar a mocinha de todos os males do mundo e que no final ficam felizes para sempre, e nossa mente começa a acreditar que no mundo existirá alguém que faça e seja igual aos personagens dele. Eu preciso de livros que coloquem meus pés de volta para o chão. Mesmo assim, continuei lendo a sinopse de um livro desses quando fui abordado por um garoto, aparentava ter menos que minha idade, ele era bonito, apesar do visual exótico, seus cabelos eram cinza quase brancos. Ele estava nervoso, os olhos cheios de lágrimas, suas mãos tremiam.

— P.... p....por favor.... Você viu... uma menina ham... Desse tamanho... Mais ou menos... — eu tentava compreender o que ele dizia enquanto gaguejava e soluçava. Estava ficando nervoso, usei todo meu Q.I para entender seus códigos, mas acho que ele perdeu uma criança na livraria, e olha que hoje ela estava bem movimentada. 

— Você perdeu alguém? — perguntei somente para confirmar minha suspeita, ele me olhou confirmando com a cabeça e tentando novamente me explicar o que aconteceu.

— Sim! Minha filha! Ela... Ela é desse tamanho— disse apontando bem abaixo de suas coxas— Tem cabelos loiros, está usando duas tranças e um vestido azul. Ela... Ela estava do meu lado a pouco e de repente ela sumiu...  — ele voltou a ficar nervoso e enxugar as lágrimas em um lencinho. 

Ele parecia muito novo para ter uma filha, mas como hoje em dia isso é normal, só posso dizer que começou bem cedo. Eu tentei ajudá-lo, é fácil perder crianças, já fiz freelancer em casa de festa infantil, elas as vezes conseguem ser bem endemoniadas. Tentei acalmá-lo oferecendo minha ajuda, poderíamos ir diretamente na segurança avisar, mas temo por ele ser muito jovem que isso cause alguma queixa de custódia por ele ter sido negligente.

— Eu irei ajudar a encontrá-la, tudo bem? Respire fundo e fique calmo, não deixe as pessoas perceberem seu nervosismo, pode te prejudicar. — ele estava tão pálido que seu nariz parecia de palhaço. — Vamos ver o lado bom, a porta de saída da loja é bem pesada, se ela é apenas uma garotinha não conseguirá abrir - lá, e como tem um segurança do lado de fora, tenho certeza que se ela tivesse passado ele já estaria aqui procurando o responsável por ela. Isso indica que ela ainda deve estar dentro da loja, perdida procurando você. A loja tem dois andares, vamos nos dividir, você olha a parte de baixo e eu a de cima, quem terminar primeiro fica esperando na frente daquela prateleira central o outro. Tudo bem? 

Ele só fez consentir com a cabeça, como um garoto obediente. Cada um foi procurar nas áreas combinadas, subi porque sabia que havia uma sessão para crianças com pequeno playground feito de livros para elas brincarem. Ela poderia ter voltado lá quando ele olhava as estantes. Abandonei minha cesta com os livros de romance e segui no meu resgate. Peço que minhas conclusões estejam corretas e que ela não tenha saído da loja. Essa livraria fica de frente para uma rua movimentada de carros, seria perigoso uma criança sozinha saindo daqui, além do mais menti sobre o segurança, não tem nenhum do lado de fora. Ele estava tão nervoso que nem ao menos percebeu isso. Quando cheguei na sessão, percebi a facilidade que era procurá-la ali, as estantes eram bem medianas para fácil acesso das crianças em pegarem os livros. Eu com meu um metro e oitenta, não precisei nem levantar os pés para identificar uma pequena menina loira de vestido azul agachada no chão da loja procurando alguma coisa. Pela descrição dado por seu pai, tenho certeza que é ela. Tentei me aproximar sem assustá-la, afinal sou um desconhecido.

— Você está procurando alguém?— perguntei me aproximando e  agachando ao seu lado, sei que foi uma pergunta estúpida, ninguém tinha o tamanho de uma formiga.

Ela sentou no chão olhando desconfiada para mim, confesso, ela é linda parece uma boneca de porcelana, porém, não achei nada parecida com seu pai, o que me ocorreu o medo de ela poder não ser a criança que procuro.

— Você por acaso está procurando o seu papai?— perguntei para tirar minha duvida, ela não me respondia, ficava com a mesma expressão de desconfiança olhando para mim. Estava começando a ficar nervoso com aqueles olhos azuis enormes me olhando como se fosse a pessoa mais estranha na fase da terra. Eu bem que queria descer e chamá-lo para comprovar se era ela, mas temia de ao fazer isso, ela sumisse novamente. Precisava ganhar a confiança dela levá-la até seu pai que deveria estar surtando por não ter a encontrado no andar de baixo. Pensei em algumas estratégias, usei minha criatividade de publicitário e pensei em situações que fizesse uma criança sentir vontade de acreditar em você. Aposto que ela não viria até mim facilmente, deve ter sido instruída pelos pais a não falar com estranhos. Como ela aparentava ter no máximo quatro anos, achei que nessa idade ela deve ser daquelas crianças que tem ciúmes de seus pais com outras, irei testar.

— Eu sou amigo do seu pai, ele está de procurando muito triste, eu combinei que iria ajudá-lo a te procurar, então precisamos descer que ele está nos esperando. — estendi a mão, ela me olhou e começou a se arrastar para trás, se afastando ainda mais de mim— Não tenha medo de mim, olhe seu pai tem cabelo branco, está usando um suéter azul, e esta carregando uma mochila da Barbie não é?

— É minha mochila. — respondeu, pelo menos estamos tendo algum progresso.

—Ah, que bom. Mas se você não descer comigo ele vai dar a outra menina, e ele vai ter uma nova filha. Você quer isso?

Ela arregalou os olhos parecia não ter gostado nem um pouco da idéia. Sentir-me aqueles pedófilos que seduzem crianças com mentiras, que Deus me perdoe, mas é por uma boa causa. Levantei e estendi novamente a mão para ela.

— Eai, você quer que eu te leve para seu pai ou devo avisá-lo que você não quer ser mais filha dele, daí ele vai embora e te deixa aqui?

— Ele é meu papai! — disse levantando e me dando a mão.

Respirei tranquilamente, descemos a escada e o pai dela estava parado aflito onde combinamos. Quando ambos se viram, ela soltou minha mão e correu em direção a ele que a carregou aliviado.

— Muito, obrigado por encontrar a minha filha, muito obrigado mesmo! — disse ele, apertando tanto a menina que achei que fosse morrer sufocada.

— Não tem de quê, fico feliz por ter ajudado.

— Hope, por que você fez isso? Sabe como me deixou preocupado? Eu estava pagando seus livros, comprei todos que você queria, e você de repente não ta mais do meu lado, eu fiquei desesperado. Eu terei que contar ao Ian o que você fez! — reclamou ele com ela.

— Não papai, não reclama pro papai Ian. — pedia ela fazendo o biquinho mais lindo — Eu fui procurar o anel que o “lenzo” me deu, sumiu papai. O lenzo vai ficar zangado comigo.

— Mas você não pode sair assim do nada sem me avisar. Você sabe o quanto papai ficou com medo de ter perdido você? E o papai Ian, o que eu diria se voltasse para casa sem você? — continuava reclamando.

Eu estava ficando meio confuso com aquela conversa, que negócio é esse de papai Ian? Ela tem dois pais? Acho que ele pode ser o padrasto por isso não vejo muita semelhança entre eles. Não queria estragar o momento reconciliação, então fui saindo de fininho, porém ele me chamou.

— Hey, espera. Eu quero fazer algo para agradecer por ter nos ajudado. Estava combinado levá-la no McDonalt’s após saímos daqui, então, gostaria de ir conosco, eu pago tudo, por favor.

— Ah, não precisa...

— Faço questão, por favor, me deixe agradecer.

— Er... — não queria parecer interesseiro e morto de fome, mas realmente estava com fome. — Tudo bem, já que insiste. — eu nem lembrava onde havia colocado a cesta com os livros que selecionei, há essa hora já estava tudo na prateleira novamente.

Fomos a um fast food que tinha próximo à loja. Fizemos nossos pedidos e sentamos em uma mesa.

— Desculpe minha falta de educação, eu nem me apresentei, Sou o Mio e essa é minha filha Hope. Como você se chama? — perguntou estendendo o braço em minha direção.

— Gabriel, prazer. — respondi apertando sua mão de volta.

— O prazer é todo nosso Gabriel. Eu interrompi suas compras, quer terminá-las depois, podemos voltar para que continue comprando seu livros, posso pagar por eles também. — me perguntou.

Parando para reparar agora, ele é uma graça, se não fosse pai de família até acharia que fosse gay, ele é tão meigo falando, muito carinhoso, deve ser aquele tipo que foi bem mimado pela família.

— Isso não é necessário, eu vim para cá mais para me distrair do que para comprar de fato um livro.

— Posso ser de alguma ajuda nesse sentido?

— Bem, acho que você não entenderia. Nem eu mesmo entendo o que está acontecendo em minha vida. Está tudo uma bagunça total.

— Já estive em situações assim, posso imaginar como é complicado. Mas se precisar de conselhos, posso te ajudar com um pouco de experiência que tenho.

Não sei como falar sobre meus problemas para ele de forma que não pareça estranho. Como se conta a um desconhecido que existe um perseguidor em sua vida trazendo à tona todo seu passado horrível?

— É quem sabe, não é... — respondi, por enquanto iria tirar minhas dúvidas sobre o papo que eles tiveram na loja sobre o outro papai — Desculpe minha indiscrição, mas eu ouvi vocês falando papai Ian, fiquei meio confuso. Como assim dois pais?

— Ah, bem, é meio complicado explicar isso para as pessoas.

— Percebi que você é casado, pode ser que seja o padrasto dela? Por isso a existência de dois pais?

— Sim, sou casado, e acho que sim, sou o padrasto dela.

— O que é “padasto”, papai? — perguntou à pequena.

— É um segundo pai. — respondeu para ela.

— Sua esposa deve ser muito linda, a filha de vocês parece uma boneca. — sorri para a pequena que votou a comer suas batata-frita sem ligar para nossa conversa.

— Err... Ela não era feia, mas também não era minha esposa — respondeu tímido.

— Ah, desculpe... Você é viúvo? Não chegaram a se casar? — acho que fui um pouco indiscreto.

—Não! Graças a Deus, não! É que... Eu não sou casado com a mãe dela, para falar verdade a mãe dela é falecida. Não temos ligação de sangue. Sou pai dela no papel e por criá-la.

— E como ganhou a guarda dela? Era amigo da mãe, irmão, algo do tipo? — ele estava me deixando curioso.

— Como posso explicar... Eu sou casado... er... Bem...— ele ficava enrolando, parecia procurar palavras certas para explicar algo inexplicável. — Eu sou casado com o pai dela. — falou rapidamente.

— Era isso então? Você é gay? — eu ri, agora entendi o motivo do nervosismo — Cara, não precisa fica constrangido por conta disso, na verdade eu também sou gay. Pode fica tranqüilo, não irei te julgar nem nada.

— É que é complicado explicar isso as pessoas. Na escola dela, eu que costumo a ir às reuniões de pais e mestres e festa do dia das mães. Todo ano tenho que ficar explicando que moro com outro cara e receber aqueles olhares reprovadores sobre a moral que ela está recebendo dentro de casa. Eu não sei o que eles pensam que fazemos na frente dela, tipo, somos uma família normal.

— Entendo o que quer dizer, mas não ligue para eles, sua filha sabe que são bons pais, e é a educação dela que vai ser a prova disso. Para você ter um exemplo do que estou falando, não foi fácil convencê-la a ir comigo até você, ela não confiava em mim, tive que te descrever por completo e dizer que iria embora com outra criança. Só assim ela levantou e foi comigo, isso mostra que vocês têm a educado perfeitamente bem para não falar nem sai por aí com estranhos.

— Obrigado, você lembrou uma amiga minha, ela sempre fala essas coisas para mim quando reclamo das coisas que acontece na escola. Eu amo a Hope como se fosse minha filha, a crio desde seu nascimento, e fico feliz por ela me aceitar como pai. — disse ele olhando com ternura a sua pequena.

— Isso é tão lindo, mas você é bem novo para ser pai de família não? — perguntei.

— Mas eu já tenho vinte e três anos, qual seria a idade correta?

— Oh!Sério? Meu deus, você é mais velho que eu! Jurava que fosse mais novo, eu tenho dezenove.

— Estou acostumado a acharem isso, pode ficar tranqüilo. Mudando de assunto, sobre o seu problema, ainda não disse nada, eu realmente queria te ajudar quanto a isso.

Tomei todo o restante de refrigerante que tinha em meu copo de uma única vez, para tentar contar meu caso para ele.

— Seria muito estranho dizer que eu tenho um perseguidor que vive na minha cola e está fazendo minha vida ficar de pernas para o ar? Sei que isso parece muito estranho para você, acredite, ainda é para mim.

— (...) — Ele não falou nada e me olhou assustado. Eu sabia que isso seria muito estranho, não é algo normal. Depois de uma longa pausa ele finalmente falou alguma coisa — Eu acho que entendo sim.

— Graças a essa pessoa que não sei quem é, eu mudei minha vida drasticamente. Briguei com minha melhor amiga, fui morar sozinho, fico desconfiado das pessoas que se aproximam de mim querendo relacionamento, reencontrei amizades antigas que não tenho certeza sobre que realmente querem.

— Você está se reaproximando das pessoas do seu passado, isso é algo ruim?

— Bem, é que as pessoas do meu passado conheceram um Gabriel que não existe mais, e o fato delas estarem se reaproximando novamente é complicado. Não quero que me tratem como antigamente, eu era muito livre, e fiz coisas que hoje me arrependo. Mas, esse não é o ponto da questão, uma dessas pessoas do passado é alguém que eu era perdidamente apaixonado, o problema que ele é hétero e tem namorada, o local para qual me mudei é da avó dele, e ele costuma ir lá ás vezes. Meu coração dispara sempre que o vejo, a gente até que conversa, mas tem horas que ele me trata muito friamente. Daí vem outras pessoas como o Caio querendo ter algo comigo, mas é irmão de um antigo namorado, sem contar que é mais novo, fico preocupado que esteja jogando uma ilusão dele para cima de mim. Não quero viajar nessa né.

— Eu acho que seu maior problema está no carinha que faz seu coração acelerar. Você gosta dele, mas não tem coragem de falar isso, o que acaba te deixando ansioso toda vez que o vê. Por que não confessa de vez?

— Eu dizer isso para o Yuri? Nunca! — respondi em uma gargalhada nervosa— Ele já me trata estranho sem saber o que sinto, imagine quando souber! Ele não deve se quer me ver com bons olhos para ser sincero, foram tantos romances um atrás do outro que eu tive na escola a ponto de ficar mal falado por todos. Ele sabe disso, acho que só fala comigo por pena, sei lá.

— Olha, se você já tem uma relação mais ou menos com ele, por que não conta logo o que sente? Pelo que vejo não é uma amizade de fato o que vocês têm, é mais um reencontro e se falam por cortesia. Não perderia muito se contasse a verdade, poderia até se surpreender. Vai que o comportamento dele é ciúmes ou ele é tímido para dizer o que sente? Enfim, acho válido ser sincero quanto aos seus sentimentos, é melhor do que fica sofrendo sem saber o que poderia acontecer.

— É... Talvez você tenha razão. Não é como se eu fosse perder alguma coisa de qualquer forma. Muito obrigado pelo conselho, precisava mesmo de uma luz em minha vida. Posso anotar seu número de telefone? Quando tiver mais problemas, te mando uma mensagem. — pedi já tirando meu celular do bolso.

— Claro. Vamos trocar e-mails também. — estávamos empolgados trocando contatos quando um homem muito bonito se aproximou por trás dele, e deu um beijo em seu pescoço. Eu fiquei chocado e acho que as pessoas em nossa volta também. Ele era muito bonito, parecia uma celebridade, para ser sincero eu  acho que já o vi em alguma revista.

— Eu disse para não fazer isso na rua. — reclamou Mio com ele, muito corado.

— Papai! — a pequena desceu da cadeira e correu para ele que a carregou. Logo ele puxou a cadeira do nosso lado e se sentou com ela em seu colo.

— Oi querida. O senhor não deveria estar em uma livraria? — perguntou olhando para Mio desconfiado.

Não era necessário me explicar quem ele era, estava na cara que era o pai real da menina, eles se pareciam apesar dele ter cabelos pretos e a pele mais bronzeada, mas eles compartilhavam traços parecidos. Esse gato era o marido do Mio, nossa, ele tirou a sorte grande!

— Primeiramente, como você me encontrou, Ian?

— Existe algo chamado GPS nesse século, como sair mais cedo do trabalho achei que poderia me encontrar com vocês na livraria até perceber que estavam em uma lanchonete com o... — disse olhando para mim esperando que me apresentasse.

— Gabriel.

— Prazer,Gabriel. Sou o marido dele, Ian Rolf. Se conhecem a quanto tempo? Eu realmente não me lembro de você como amigo do Mio. — senti que ele era um cara ciumento.

— Ian, pare com esse comportamento ridículo. — pedia Mio chateado — Desculpe, Gabriel, ele é um babaca ciumento.

— Não sou ciumento, só não sou muito chegado quando ele faz amizade com caras loiros de olhos azuis. Ele bem sabe o motivo...

— Desculpe por ser um cara loiro dos olhos azuis, mas pode fica tranqüilo que não está rolando nada aqui. — respondi. Será que Mio já traiu ele? Impossível né, ele não tem cara de quem faria uma coisa dessas.

— Deixa de ser ridículo, Gabriel não é o Kame, alías, você não pode comparar todos os caras loiros com o Kame, supere isso. Desculpe pela cena Gabriel.

— De onde se conhecem? — continuou a interrogação comigo, porém Mio respondeu por mim.

— Gabriel me ajudou a encontrar a Hope, que sumiu do meu lado na livraria, eu fiquei desesperado e ele a encontrou e a trouxe para mim, agora estou pagando o favor trazendo ele para lanchar e você está me envergonhando na frente dele com seu comportamento. Sem contar, que ele sabe que sou casado com você. Não precisa tanto drama.

— O Mio estava me ajudando com conselhos amorosos também, eu estou interessado em outra pessoa. — respondi para dar mais ênfase.

— Conselhos amorosos?— Ele olhou para Mio desconfiado, ao mesmo tempo com vontade de ri. — Também quero aconselhar o Gabriel, vamos trocar número de telefone? — disse pegando seu celular do bolso, mas Mio impediu que ele o fizesse.

— Melhor irmos embora antes que eu fique mais envergonhado do que já estou. Obrigado pela ajuda Gabriel, foi um prazer te conhecer. Hope agradeça ao tio Gabriel por ter nos ajudado.

— “Obigada tio Gabiel” — respondeu ela.

— Não foi nada!Tenham um ótimo dia, vocês. — sorri me levantando também.

— Desculpe interromper a conversa de vocês. — disse o Ian me estendendo a mão para cumprimentá-lo — Nos vemos depois.

— Tudo bem.

Eles foram embora e eu fiquei mais um pouco para terminar meu lanche.

Estava me preparando mentalmente quando cheguei na faculdade para encontrar o Caio, imaginei que ele fosse me procurar em minha sala, ou estaria me esperando no corredor assim terminasse minha aula, mas não teve nenhum sinal de sua presença. Segui minha rotina normalmente, conversando com alguns colegas de sala, assistindo minhas aulas, até que uma garota que não conhecia me chamou até a saída da sala, queria me passar um recado.

— Oi, em que posso ajudar? — perguntei a ela.

— Você é o Gabriel, correto?

— Sim, sou, mas existe muitos outros garotos com esse nome por aqui.

— Pela descrição e pela sala é você. Me pediram para te passar um recado, foi o Egoist. Ele disse que esse Natal você irá passar com ele, que não deve aceitar nenhum convite que fizerem.

— Você conhece o Egoist? Como ele é? Me conta tudo, garota! — pedi segurando os ombros dela.

— Me solta! Eu não o conheço! — disse ela se afastando.

— E como está me passando o recado dele?

— Recebi uma mensagem pelo celular, e ele depositou uma grana na minha conta. Simples assim. Já fiz o que tinha que fazer, vou nessa! — disse se mandando rapidamente.

Ele está ficando cada vez mais ousado, pegou uma pessoa aleatória e pagou para passar esse recado. Aposto que ele deve estar matriculado na faculdade também, assim saberia qual é minha sala e meus turnos. Os seus métodos é de uma  pessoa que tem muito dinheiro para sair distribuindo por aí, duvido que aquela garota iria aceitar dar um recado para um desconhecido depois de ter recebido uma mensagem no celular por pouco. Quantos garotos ricos eu conheço? Na escola que estudei, tinha muitos riquinhos, eu era um bolsista ousado me aproveitando da melhor educação que poderiam me oferecer. Fica difícil fazer uma lista desse jeito. E sobre esse evento do Natal? Ele finalmente vai se mostrar para mim?

— Gabriel! — ouvi alguém me chamando, olhei para trás e era o Caio. Eu tinha me esquecido completamente dele.

— Oi, Caio...

— Eu tentei não te incomodar à noite toda, mas precisava falar contigo. Sabe naquela vez a gente estava se dando tão bem e acabou que fomos atrapalhados pelos meus pais. Rolou uma briga hoje em casa e não quero mostrar esse meu lado fraco na frente dos meus amigos, e não quero voltar para casa hoje, poderia dormir em sua casa? Por favor, não me deixe na mão. — disse fazendo cara de cachorro abandonado.

Aquilo não me cheirava nada bem, mas acabei aceitando.



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