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História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Aperto


Escrita por: T0ki

Capítulo 17 - Aperto


Alguma coisa estava errada, eu não deveria ter escutado corretamente, impossível que Yuri e o Egoist sejam irmãos! O Yuri é filho único e seus parentes vivos são somente a avó e o pai. Será possível que ele tenha mentido para mim todo esse tempo? Não, não quero acreditar nisso, talvez seja somente uma brincadeira do Egoist.

 — Claro que ele está mentindo, não é Yuri? — perguntei esperando que ele desfizesse tudo aquilo, mas o que ouvi foi totalmente o contrário.

— Infelizmente, é verdade.    — respondeu olhando furioso para o Egoist.

Eu fiquei petrificado, incrédulo! Que brincadeira de mau gosto seria essa? Por que eles estão fazendo isso comigo? Eu não posso confiar em mais ninguém nessa vida? Todos mentem para mim!

 — Estou me sentindo tão idiota, o que é verdade em toda sua história de vida? — perguntei para ele tentando entender os seus motivos. 

 — Gabriel, me deixe explicar direito... —  falou colocando as taças no chão da minha sacada e tentando me tocar, mas eu me afastei. Não queria ser tocado por ele.

— Se eu soubesse desse súbito interesse em você, teria contado antes. — disse Egoist .

 — Cala boca! — gritou Yuri furioso pra ele.   

 — Quem você pensa que é para querer me calar? Bastardo!

 — Você se acha o poderoso, um Deus, mas seu reinado não funciona aqui.— os dois começaram a se encarar, porém antes que começassem uma briga na frente da minha casa, desconsiderando totalmente minha presença, eu dei um fim a palhaçada.

 — Saíam daqui! — gritei, fechando a porta com força.

Fui para o meu quarto, e me joguei na cama. Na minha cabeça só passava a ideia de que fui enganado todo esse tempo pelo Yuri. Sempre acreditei que era um pobre órfão, que vivia viajando com seu pai viúvo, que lutava para ter uma vida boa como eu. Quando na verdade ele é um garoto rico, e todo o resto pode ter sido somente invenção. Será que a proprietária está participando também dessa farsa? Finalmente, o que é  verdade aqui, por que mentiu para mim todo esse tempo, o que ele lucra com isso? Ele e e o Egoist são aliados?

Estava em uma luta interna para entender todos esses acontecimentos, quando fui surpreendido por um toque na minha batata da perna. Olhei para trás, e era o Egoist, que sentou tranquilamente na ponta da minha cama, como se a presença dele ali fosse algo bem normal. Levantei de sobressalto.

 — Como... Como você entrou aqui?  — perguntei aos berros.

 — Com a chave. — respondeu sereno — Foi bom fazer uma copia dela.

 — Saia daqui seu playboy maluco! Você não tem o direito de entrar na minha casa! Chamarei à policia! — gritei procurando o telefone.

Ele levantou mostrando o meu celular em sua mão.

 — Vamos com calma, não desconte sua raiva pelo Yuri em mim.

— Por acaso, sou alguma piada para vocês dois? Acham que podem entrar e sair da minha vida quando tem vontade e eu irei aceitar tudo calado? Engano de vocês!

 — Não posso responder por ele, somente por mim. Eu estou sério em relação a você. Eu realmente gosto do seu jeito e atitudes — dizia diminuindo a distância entre nós dois — eu quero que você goste de mim também.

 — Eu estou ouvindo isso de um lunático que além de me perseguir e ameaçar, depois que transou comigo sumiu por uma semana sem nada dizer? Não seja ridículo! — respondi dando as costas para ele.

 — Posso considerar que sentiu saudades, por isso está furioso? — perguntou com um sorriso irritante nos lábios. — Diferente do bastardo que você chama de Yuri, eu tenho responsabilidades. Administro duas grandes empresas e precisei fazer uma viagem de urgência para resolver algumas questões e poder ficar livre para provocá-lo um pouco mais. Sai do aeroporto e vim direto para cá, somente para te ver, e acabo pegando aquela cena ridícula. — disse deitando na minha cama bem despojadamente deixando um pouco da sua barriga amostra com sua camiseta folgada.

Ele parecia muito relaxado em uma casa que não era dele, com uma pessoa que não tem intimidade, independente de termos transado, mas percebendo que ele não estava disposto me deixar em paz tão cedo, decidir tirar algumas dúvidas sobre essa história entre ele e o Yuri.

 — Vocês moram juntos naquela mansão?

 — O que te faz pensar que estou aqui para falar sobre outro homem com você?  — me perguntou, inclinando-se até onde estava em pé e me puxando para cama.

Acabei caindo em cima dele, que me prendeu pela cintura com os braços nas laterais do  meu corpo. Ele era bem forte.

— Só falo sobre ele, caso ele tenha feito algo com você nesses dias que estive ausente. Ele te tocou aqui? — perguntou apertando com uma de suas mãos fortemente minha bunda — Ou será que ele ousou a beijar esse lindo pescoço... — falou passando sua língua em meu pescoço até chegar a minha orelha.

Respirei fundo, e comecei a me contorcer para me desprender de seus braços, quando ele me soltou, quase cai fora da cama. Logo levantei, retomando a compostura.

 — Não tente distorcer a situação aqui, Egoist! Eu tenho certeza que vocês devem estar em alguma competição ridícula de irmãos mimados que não tem mais o que fazer na vida além de perturbar pessoas inocentes!

Ele voltou a se sentar na cama, e ficou me encarando, tentou umas duas vezes me puxar para perto dele, porém, me afastava ainda mais da cama quando ele tentava.

 — Não me compare com aquele inútil.

 — Vai fingir agora que vocês dois não se dão bem? — ironizei cruzando os braços, se ele pensa que cairei de novo em suas mentiras, está muito enganado.

 — Por que fingiria? Ele é um bastardo, filho de uma amante. Símbolo do grande tropeço do meu pai. Não tenho motivos para me aliar com ele para nada!

O jeito que ele falava aquelas palavras com desprezo, me fazia crer que poderia estar falando a verdade.

 — Se isso for realmente verdade, por que ele seria o culpado se foi seu pai que pulou a cerca? 

 — Ele não deveria existir por isso ele é culpado. Ele está sempre tentando roubar algo de mim. 

 — O que ele tenta te roubar?

 — Você. Tudo que é meu, ele tente roubar, mas eu não permitirei que ele te roube. — seu semblante mudou completamente, ele parecia possesso enquanto falava.

 — Não seja ridículo! Não sou sua propriedade para alguém me roubar de você, além do mais, você se acha demais. Vê se acorda! — disse dando as costas para ele e indo até minha cozinha tomar um copo com água para acalmar os nervos. — Como alguém que nem sei o nome, pode querer ditar alguma coisa para mim?  

 Assim que abrir a geladeira, ele me puxou para de encontro ao seu corpo, nossos rostos estavam muito próximos, sua respiração aquecia meu rosto. Estava sendo difícil para respirar normalmente. Olhando de perto depois de descobrir que ele e o Yuri são meio-irmãos, eu começo ver algumas semelhanças entre eles. O olhar penetrante, as sobrancelhas grossas.

 — Se souber meu nome, você será oficialmente meu. Está bem com isso?  — me perguntou.

 — Claro que não! Por que eu ficaria com alguém, só por descobrir o seu nome? Agora que eu sei que você e o Yuri são parentes, eu posso perguntá-lo, simples assim. — falei.   

 — Você fala com muita convicção para alguém que está tremendo embaixo dos meus braços. — seu rosto estava ficando cada vez mais próximo, e minha mente cada vez mais distante. Que tipo de feitiço ele usa para me fazer perder a razão dessa maneira? Não posso confiar nele, não sei nada a seu respeito, nem seu nome, além do mais, como posso acreditar que não esteja me usando para provocar o irmão mais novo? 

 — Me solte! — gritei virando o rosto e empurrando ele com força.

Aposto que peguei ele de surpresa reagindo dessa forma, ele estava confiante que iria sucumbir a sua investiga.

 — Por quê?  — me perguntou tentando se aproximar.

 — Eu percebi aqui que você sente raiva pelo Yuri ter tomado seu posto de filho único, não que a culpa seja dele pela conduta de seu pai, mas eu não servirei de motivo para você brigar com ele. Não sei como chegou à conclusão de que ele se sentiria mal por você tentar me seduzir, porque entre eu e ele não existe nada! Se quiser provocá-lo, tenta a namorada ruiva dele, mas me deixe fora disso!  — apontei para porta indicando que ele deveria sair.

Essa situação estava me deixando estressado, minhas mãos suavam de tensão. Esperava que ele me pedisse desculpas e fosse embora, então tudo voltaria ao normal em minha vida. Ao invés disso, ele continuou parado encarando-me sem nenhuma expressão indecifrável e com as mãos escondidas dentro dos bolsos da calça. Eu não sabia o que esperar dele agindo dessa maneira.

 — Eu sou o filho mais velho, e tenho uma irmã caçula.— começou se esclarecendo — Conheci você muito antes dele. Por que o defende? Ele nunca te deu importância até perceber meu interesse por você. Não entende quem é o verdadeiro vilão aqui?

Sinto que esse rolo entre eles, não tem nada a ver comigo. Parece mais um problema interno de família, ciúmes de quem ganha mais atenção dos pais. Quando olhei para aquele homem sério, milionário, bonito, agindo como uma criança dengosa, me veio uma vontade enorme de ri, que cheguei tentar controlar, mas meus lábios tremiam tanto de vontade de rir que não resistir. Ele ficou me olhando gargalhar sem entender nada, acredito que tenha ficado até ofendido com minha ação.

— Qual o motivo do riso frouxo?

 — Ah! Desculpa! Mas você pareceu uma criança birrenta e ciumenta, tipo, não combina com seu porte de homem importante. 

Pensei que ele fosse bater em mim, quando me pegou pelo braço fortemente, porém, sua aproximação foi somente para forçar a entrada de sua língua em minha boca, com as investidas ousadas de suas mãos em meu corpo. Cheguei a ficar sem ar.

 — O quanto infantil eu fui agora? — sussurrou em meu ouvido enquanto mordia a ponta dele.

Um arrepio subiu pela espinha, e fiquei excitado com sua ousadia. Deixei me levar por seus beijos quentes que não queriam somente ficar nos lábios e exploravam todo meu pescoço e ombros. Sou um fraco por ceder tão facilmente as suas investidas, mas adorava o jeito que ele me tocava que simplesmente não conseguia mandá-lo parar.

  — Ayato — sussurrou entre beijos e lambidas na minha orelha — Apesar que adoro ouvi-lo me chamar de Egoist, meu nome é Ayato.

 — Ayato. — repetir quase sem voz, pois suas mãos obscenas invadiam minha calça e apertavam fortemente minhas nádegas. Quando achei que ele iria me deixar nu, e me possuiria no chão entre a sala e copa-cozinha, ele me surpreende se afastando de mim.

 — Não consigo tirar a imagem de você e o bastardo quase se beijando na minha frente. Pior ainda, de ver você defendendo ele! Eu não estou mentindo quando digo que eu gosto de você, não cheguei tão longe por capricho. Afaste-se dele! — tirou algo do bolso e me entregou — Caso sinta a minha falta e perceba que sou sua melhor escolha, me ligue. Esse é meu número pessoal. Boa noite, pequeno egoísta. Feliz ano novo.— disse dando um beijo na minha testa e se afastando.

Saiu do meu apartamento, deixando-me frustrado por ter começado a provocação e depois desistido. Fechei irritado a porta da geladeira ainda aberta. Pelo menos no fim disso tudo, eu fiquei sabendo seu nome. Encarei o cartão que havia me dado, era todo preto com somente os números do seu telefone em branco no meio. Joguei longe aquele pequeno pedaço de papel, não sei se posso confiar nele ou se ligarei para ele um dia. Nesse momento, eu não sei sobre nada.



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