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História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Estranho


Escrita por: T0ki

Capítulo 22 - Estranho


 A minha maior vontade no momento é de estrangular o Ayato, matá-lo para nunca mais estragar as coisas para o meu lado. Quando ele irá parar de tentar competir com o Yuri? Será que é tão difícil assim de entender que ele perdeu nessa competição? Que é do Yuri que eu gosto, ele deveria ter notado ,então por que simplesmente não me esquece e vai viver sua vida rica e glamourosa? Somos de mundos totalmente diferentes, nunca que daríamos certo; eu mal consigo pensar em viver namorando ele com seu jeito extravagante de fazer as coisas. 

Quando cheguei em casa ainda tinha esperanças de encontrar o Yuri, mas nenhum sinal dele, desci e bati na porta da proprietária perguntando se ele estava por lá, mas ela disse que ele havia saído fazia um tempo. Eu queria perguntá-la se ele estava muito furioso comigo, mas acho que isso seria impróprio no momento, eu não sei exatamente o que ela sabe sobre nossa relação. Entrei novamente em minha casa e liguei inúmeras vezes para o seu celular, mas só dava caixa postal. Enviei várias mensagens tentando explicar o que aconteceu, porém, não toquei no assunto de ter contado na frente de sua irmã mais nova que estávamos namorando. Penso que não demorará muito para ele descobrir, eu queria saber que tipo de relação ele tem com ela. Lembro que quando citei o nome dele, ela o chamou de "irmão" muito naturalmente o que significa que ela não tem o mesmo problema que o o Ayato com ele.

Ela é uma garota muito bonita, tem aspecto de modelo, penso que os genes dessa família são abençoados para fazerem tantos filhos lindos. Chega ser pecado contra pessoas normais como eu. Mesmo que ela tenha me dito que eu daria muito bem como modelo, sinal que me achou muito bonito também. Mas sendo irmã do Egoist, ela poderia estar muito bem somente me zombando. O mundo das pessoas ricas é diferente do mundo no qual estou habituado a viver, eles tem fetiches estranhos, o Ayato é um exemplo claro disso. Nada mais sou do que um hobby divertido para ele.

Fico com raiva de mim só de lembrar que quase cair na sua jogada, ele deveria tentar a carreira de ator, dramaturgia lhe cai bem. Aquele mentiroso, ele nunca retirou as câmeras da minha casa, continua me vigiando que nem um fanático, duvido que cumprirá com a promessa de removê-las de verdade. Eu já passei horas olhando cada canto dessa casa atrás delas, mas nunca encontro nada. Não faço ideia de onde estão, ou como são. Possivelmente, eu duvidaria de sua existência se não fosse pelas coisas que ele relata que somente estando aqui dentro ele poderia saber.

Eu não sei que diferença faz em invadir minha privacidade para me conquistar, será que ele não entende que a gente conquista pessoas através de boas ações e não com coisas forçadas como essa? Ele me deixa aterrorizado com suas atitudes impensadas e possessivas. Parece um desequilibrado absurdamente lindo, chega ser um desperdício de beleza ser tão bonito e se comportar como uma criança de dois anos fazendo birra. Depois de tudo que eu disse para ele, ainda me fala que não iria desistir de mim, o que posso fazer para que ele esqueça que eu existo?  

 É impossível que isso seja amor, está mais para uma obsessão e para mim isso é doença. Ele tem que parar de fazer essas coisas e seguir com sua vida, arranjar uma namorada, noivar e casar. Eu apresentaria algumas garotas que conheço, mas acho que o gosto dele deve ser muito refinado para que eu consiga algo a sua altura. Pensando bem, eu não sou lá essas coisas e ele se diz interessado em mim. Talvez alguma delas tenham chances. Ah, deixa isso para lá, eu quero é resolver minha situação com o Yuri, ele precisa atender a merda das minhas ligações. Eu já estava desistindo de explicar tudo que aconteceu para ele, quando minha campainha tocou. Corri para abrir a porta na esperança que fosse ele, e não o Egoist.

 — Boa noite. — disse ele.

 — Yuri! — corri para abraçá-lo. 

 Fiquei surpreso por ele não ter me afastado, muito pelo contrário até retornou o meu abraço. 

 — Yuri, precisamos conversar, as coisas não são do jeito que deve estar pensando. 

 — Eu sei, o Ayato me ligou e explicou tudo.  

 — O Egoist? 

 — Por que fica chamando ele de Egoist?

 — Nada não, entra não fique aí na porta, sua avó pode te ver. — disse dando espaço para ele entrar.

Não entendi a atitude do Egoist depois de fazer toda aquela cena, no fim ligou para o Yuri e contou tudo que me obrigou a fazer. Porém, ainda tenho a impressão de que tudo não passa de uma armação dele.

 — O que ele exatamente contou para você? — perguntei curioso sentando no sofá.

 — Eu estava indo para a casa dele furioso, imaginei que ele estava aprontando algo de novo e tinha te forçado a fazer alguma coisa, daí antes mesmo de chegar em casa ele me telefonou  avisando que não era nada que eu estava pensando, que você foi ao encontro dele somente para dizer que não queria manter contato com ele por estar saindo comigo.  

 — Ele te contou tudo assim de boa? — era estranho ele tentar explicar as coisas para o Yuri já que o odiava.

 — Eu também não entendi o que estava acontecendo, ele não é do tipo que me explica nada. Pensei que fosse brincadeira da parte dele, mas então a parte mais engraçada aconteceu, ele me pediu desculpas por falar besteira no telefone. Gostaria muito de saber o que você fez para ele agir dessa maneira. 

 — Eu? Seu irmão não é alguém normal para se entender! Não faço ideia de como funciona seu cérebro.  — respondi cruzando os braços e me jogando no sofá. Tudo aquilo me parecia muito esquisito.

 — Sim, mas fiquei feliz por ele ter me explicado tudo. Não irei menti, fiquei nervoso de que você tivesse voltado atrás da sua promessa e desistido de ficar comigo. 

 — Não, não. — disse sentando ao seu lado no sofá e abraçando-o. — Eu sei o que escolhi, na verdade nunca teve nada realmente para escolher, eu sempre gostei de você.  — respondi encostando minha cabeça em seu ombro.

 — Fico feliz em ouvir isso. — disse me beijando.

 Eu estava feliz por nada ter sido estragado, eu temia que ele não quisesse nunca mais falar comigo. Milagrosamente dessa vez devo agradecer ao Egoist, alias, não devo. Para começo de conversa, foi ele que quase estragou tudo, não tenho nada para agradecer. Mas fico aliviado de saber que pelo menos ele voltou atrás.

 — Fiquei sabendo também que você conheceu a Sayuri. — disse ele.

 — Ah, sim. — tinha esquecido disso.

 — Ela me disse que gostou de você e que te achou muito bonito. 

 — É? Eu meio que falei na frente dela que estamos namorando, mas foi por causa do Ayato, ele me pressionou na frente dela e eu queria dizer logo a ele que não queria mais vê-lo, porém, ele usava ela como escudo.  

 — Era realmente necessário ir atrás dele ao invés de ignorá-lo? — perguntou ele. Senti a frustração dele contida.

 — Eu queria resolver as coisas diretamente, achei que seria mais tranquilo para ele desistir de qualquer ideia.

 — Por que não fez isso por telefone? Poderia simplesmente enviar uma mensagem ou ignorá-lo. Ir ao encontro dele te deixava vulnerável para que ele fizesse o que quisesse, até persuadi-lo.

 — Desculpe, na verdade eu não pensei nisso. Eu não gosto de resolver as coisas por telefone ou mensagem, achei que falando pessoalmente, ele ouvindo as palavras saindo da minha boca fosse convincente o suficiente para parar com aquilo.  

 — Tudo bem, irei aceitar essa sua explicação, mas por favor não volte a fazer isso. Eu não sei o quanto de paciência eu tenho para essas coisas. 

 — Está bem. Yuri, sobre sua irmã, tem algum problema ela saber do nosso relacionamento? 

 — Acho que não. 

 Acho? Essa resposta me suou estranha, esperava mais do que isso.

 — Você pretende assumir sua relação comigo na frente de seus amigos e familiares?  — perguntei meio temeroso da resposta.

 — Bem, como eu disse, tudo ainda é uma experiência nova para mim, gostaria de ir aos poucos. Não me incomodo que a Sayuri saiba, sei que ela não é de sair fofocando sobre mim, nos damos muito bem, então não precisa fica preocupado com ela. — respondeu me beijando.

Resolvi não pensar muito e deixar ser levado por seus beijos, até terminamos na cama. Naquela noite, ele dormiu na minha casa novamente, evitamos falar sobre sua família, namoro, problemas, só focamos em nós dois. Até me convidou para uma festa que sua irmã faria em uma boate, queria que eu o acompanhasse, fiquei muito feliz pelo convite. Quando ele foi embora pela manhã pois teria que trabalhar, eu fiquei pensando na nossa situação. Ele quer que nosso relacionamento vá aos poucos, o que isso significa? Devo me comportar somente como um amigo na frente de seus conhecidos porque ele nunca namorou um cara antes, mesmo que me diga que não há problema em que sua meia-irmã saiba sobre nós? Não faz sentido para mim. Estarei mentindo em dizer que essa situação não me deixa um pouco desapontado.

Tentarei me focar que sou sua primeira experiencia homoafetiva, e ser paciente com ele até ter coragem de me assumir para todos. Para quem achava que não teria chances, preciso ser calmo.

 Mandei uma mensagem para a Janaína contando tudo que aconteceu, ela ficou feliz por eu ter escolhido o Yuri, e também me aconselhou ser mais paciente com ele, porque era normal ele não querer se assumir abertamente para seus amigos e família de uma hora para outra. Sem contar que isso é algo nosso, nós que temos que nos sentir bem um com o outro, o resto não importa. Essas palavras acalmaram meu coração, fui para o trabalho e depois para a faculdade me sentindo aliviado e extremamente feliz. 

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 A festa da Sayuri foi em uma boate bem badalada da cidade, com convidados exclusivos. Você percebe a influência dessa família quando um de seus membros faz uma festa privada em um local caríssimo. Entre os convidados, um monte de gente famosa, tive que me controlar para não sair pedindo autógrafos, não queria humilhar o Yuri. Ele por sinal estava lindo, pelo visto ele se acostumou rápido com esse tipo de vida, não parecia desconfortável como eu estava.  

 — Ah, você veio! — disse a Sayuri me abraçando. 

 Ela estava deslumbrante em um vestido de lantejoulas preto e curtíssimo, parecia uma celebridade. 

 — Obrigado por me convidar, sua festa é bem vip. 

 — Obrigada, sinta-se à vontade a bebida é free! Maninho! — disse ela abraçando o Yuri — Seu namorado é uma graça, estou morrendo de inveja de você. 

 Eu fiquei tímido e nervoso, olhei para cara do Yuri e ele estava sorrindo, acho que ele não se importou em ela dizer aquilo em voz alta, até porque o som da festa estava ensurdecedor. Queria dar as mãos, ficamos perto um do outro a festa toda, mas algumas pessoas vinham falar com ele sobre o seu trabalho em uma cafeteria. Lembrei que ele me contou que era dono de uma, até me chamou para comer de graça quando quisesse, prometo que irei um dia visitar o seu trabalho, mas o que eu queria agora, era ficar junto com ele nessa festa, mas parecia um trabalho difícil. Então, eu só bebia e ria da situação.

 — Está rindo de quê? — me perguntou ele oferecendo mais uma taça de Martíni. 

 — De como sou sortudo em te namorar. — ele aproveitou a escuridão da festa e me deu um beijo na bochecha, coisa bem rápida, mas fez meu coração disparar. 

 — Você é muito bobo, Gabriel. 

 Foi nesse momento descontraído que vi do outro lado do salão, sendo iluminado pelas luzes coloridas aquele ser que se destacava mais do que todos. Rodeado de mulheres e pela irmã, Egoist estava pomposo enquanto bebia e me observava de longe. Dei um frio na espinha somente em sentir aquele olhar em focado em mim. Ele levantou a taça em sinal de brinde, e eu não reagi, desviei os meus olhos dele, dando atenção ao Yuri.  

 Mais tarde fui para pista de dança com a Sayuri, ela era super divertida e espontânea, me fazia senti bem tranquilo ao seu lado. Uma cunhada perfeita. 

 — Então, cunhadinho — disse ela perto do meu ouvido, já que o som estava muito alto — Você escolheu o meu irmão Yuri ao invés do Ayato? 

 Fiquei chocado com sua pergunta, o que ela sabia sobre a gente?

 — Na verdade, eu não tive que escolher, sempre gostei do Yuri desde a época da escola. Não existe nada entre mim  e o Ayato. — respondi sorridente. 

 — Eu gosto do meu irmão Yuri, ele é muito bom comigo, mas também gosto do meu irmão Ayato, e sei o quanto ele está sofrendo calado porque você não escolheu ele.  

 — Pensei que por ser irmã dele, o conhecesse bem, para saber que ele não é do tipo que sofre por conta de ninguém. Sei que tudo não passou de uma competição na cabeça dele para perturbar o Yuri, já que os dois não se dão bem. 

  — Engano seu, mas se pensa assim, o que eu posso fazer? Já que você diz que não tem nada entre você e meu irmão mais velho, acho que não tem problema apresentá-lo para uma amiga que está muito afim dele.  Eu só queria ter certeza de seus sentimentos. — disse sorrindo e me abraçando. 

 Depois ela pegou uma garota muito bonita que estava dançando no meio da pista com várias outras e levou até o Ayato que estava sentado em um dos bancos do bar. Fiquei olhando a cena fingindo não estar interessado, eles ficaram um tempo conversando e pareciam estarem se dando muito bem. Decidi ir para perto do Yuri que conversava com alguns amigos.

Disfarçadamente, meus olhos acompanhavam aquela cena, a garota era muito linda, e ficava conversando com o Egoist grudada em sua orelha. A conversa parecia animada, já que os dois não paravam de rir, foi nesse momento que ela o beijou. Eu pensei que ele fosse afastá-la, já que sua irmã tinha me dito que ele estava "sofrendo por mim", mas ele não a afastou, pelo contrário ambos começaram a se pegar ali mesmo. Logo em seguida, ele levantou e a levou para parte de cima onde ficava os camarotes VIPs, sumindo da minha vista. Eu entornava uma bebida atrás da outra, me sentia inquieto. O Yuri falava sobre trabalho e politica assuntos chatos com pessoas chatas. Aquela festa já estava ficando um saco, só me restava beber. Eu queria fazer a mesma coisa que o Egoist  e levar o Yuri  para uma daquelas salas vips e transarmos. Mas seus amigos pareciam mais interessantes do que eu.

 Aposto que se eu estivesse com o Egoist ele já teria tentando me agarrar em um canto escuro desse lugar, ou até mesmo me levado para um camarote privado como fez com a garota. Eu não deveria ficar comparando os dois, são personalidades completamente diferentes. A bebida deve estar afetando meu julgamento. Estou começando a ficar entediado, queria que o Yuri focasse mais em mim, o quanto eu tenho que ser paciente? Não achei que viveria novamente a fase da escola, e voltaria a namorar escondido. Não estou gostando de como as coisas estão andando.

 

 



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