1. Spirit Fanfics >
  2. Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. >
  3. Neuras

História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Neuras


Escrita por: T0ki

Capítulo 23 - Neuras


A festa já não tinha mas nenhuma graça para mim, o Yuri se recusava a dançar comigo porque tinha vergonha e me mandava para pista dançar com sua irmã Sayuri, mas essa estava rodeada de pessoas e eu não queria atrapalhar; afinal de contas a festa era dela e eu mal a conheço. Estava ficando nervoso de ficar sentado no bar com ele e aqueles caras que só falavam de coisas cultas demais nas quais eu não tinha nenhum interesse, além da minha mandíbula já está ficando cansada de ficar sorrindo sem vontade. Perto de seu ouvido, para que os seus amigos não escutassem, pedi ao Yuri para irmos em um local mais privado, como aqueles camarotes.  

Ele me olhou curioso com aquele pedido e disse que não era uma boa ideia, havia muitas pessoas conhecidas, além que ele não tinha acesso as salas vips e nem as chaves para entrar. Fiquei irritado, esperava uma atitude mais ousada dele, eu queria ouvir-lo dizer que estava esperando ansiosamente esse convite, que estava louco para me pegar em um canto escuro. Porém, ele me obrigava a ficar aqui, junto dele fingindo ser seu amigo de infância em frente aos seus colegas. Sua reação diante dos conhecidos me deixa uma má impressão de como será nossa relacionamento. Avisei a ele que iria dar um volta sozinho e sai sem esperar que me respondesse. 

Bem longe deles, comecei a pensar sobre a situação com Yuri. Estava irritado com seu comportamento diferente quando está perto de seus conhecidos. Pensei que estivéssemos namorando e ele que estivesse bem com isso. Quando estamos sozinhos ele costuma ser tão apaixonado, sedutor, não desgruda de mim nenhum momento. Muito diferente desse ser que só sorrir para mim e me manda pra longe. Para completar o estresse, eu estava me sentindo um pouco incomodado com o sumiço do Egoist. Fazia um bom tempo que ele subiu com aquela garota e não deram mais as caras. Eu estava tão curioso com isso que sem notar já estava abrindo espaço entre algumas pessoas que conversavam ou se pegavam em frente a escada, chegando em um pequeno corredor que dava para as portas dos camarotes, somente uma delas havia sinal de está ocupada. Olhei pela janela de vidro, mas pouco pude ver, sutilmente abrir a porta e dentro da sala ouvia-se o som de uma música bem sedutora ótima para se namorar em salas escuras como aquela. Disse "Oi", mas não recebi resposta então continuei andando, puffs, almofadas, um barzinho, foram tudo que consegui ver na sala com pouca iluminação; passei pela entrada que dava para outra sala e encontrei entre as almofadas no chão, o Egoist deitado com a camisa aberta e do seu lado aquela garota, completamente nua. 

Não sou inocente, eu imaginava que eles estavam fazendo esse tipo de coisa, só não queria acreditar. Lembrei da Sayuri dizendo que ele estava sofrendo, claro, um sofrimento e tanto esse o dele. Tentei voltar sem fazer barulho para eles não perceberem a minha presença ali, mas acabei me batendo no banco do bar que caiu no chão. Fiquei desesperado, não queria que o Ayato me visse, seria muito constrangedor se ele percebesse que o segui.  Adiantei meu passo, me esgueirando no escuro, estava preste a sair da sala quando senti um puxão em meu braço. 

— Está perdido, Gabriel? — perguntou ele desnudo, me segurando firmemente.

— Eu... Eu estava dando uma volta pela boate, não esperava encontrar alguém aqui, achei que estivesse vazio.  — respondi gaguejando.

— Deve estar muito entediado, não é? — perguntou me puxando para perto do seu corpo — Por que não fica e brinca com a gente?

Eu sentia o cheiro do álcool misturado com seu perfume importado, a garota com quem ele veio, continuava deitada preguiçosamente nas almofadas no chão. Ele deve ter feio um trabalho muito bem feito para ela não ter forças nem para se vestir na minha frente.

— Eu não curto esse tipo de brincadeira, além do mais, eu sou comprometido com seu irmão, caso tenha esquecido.— respondi me afastando.

— Eu não vejo ele com você. — disse fazendo pose de quem procurava alguém — Será que ele encolheu?  Eu não o vejo. — ironizou com seu sorriso maldoso. 

— Como eu disse, estava dando uma volta por aqui não esperava que você estivesse... 

— Claro... — ele mal me deixou terminar de falar e beijou meus lábios rapidamente. Tentei inutilmente me desvencilhar de seu beijo, mas ao tocar seu peito nu, minha pele parecia atraída como um imã.

Eu não acredito que estou cedendo a um bêbado, como ele pode dar em cima do namorado de seu irmão na frente de sua paquera? O que estou perguntando? Estamos falando do Egoist,  isso para ele é a coisa mais normal do mundo. Porém, eu não posso permitir que ele faça o que bem quer comigo.

— Me solte! Egoist! — gritei empurrando ele para bem longe de mim.

— Adoro quando me chama assim... — sussurrou em meu ouvido, quando me puxou de volta, passando sua língua atrás da minha orelha e descendo pelo meu pescoço.

 Dei um pulo para trás, naquele ambiente escuro, proibido, com aquela garota nos olhando com interesse, toda essa sensação quase  me fez ceder ao clima ousado que ele propunha. Usei toda minhas forças para acordar daquele sonho e me afastar dele de uma vez.

— Eu disse que não!— gritei novamente sendo mais violento dessa vez em afastá-lo. 

— Você sabe que sou melhor que ele, por que não me escolhe então? Fica brincando de adolescente com esse bastardo, você não está mais na época da escola sabia? — falou rispidamente.

— O que eu sinto pelo Yuri, não é uma fantasia da época de escola, você é o único se iludindo aqui. — defendi.

— Verdade, talvez eu esteja mesmo. — fiquei surpreso pela sua reação, ele parecia abalado pelas minhas palavras. 

Por um momento meu coração pensou em acreditar em sua tristeza, porém, a garota veio até onde estávamos e o abraçou por trás, ainda sem roupa.

— Você estava demorando para voltar, Ayato. — disse .— Ele vai brincar ou não conosco? — perguntou ela.

— Ele não quer brincar com a gente. — respondeu ele.

— Eu já estou de saída! — respondi irritado, assim que dei a volta para sair de vez daquela sala, dei de cara com o peitoral de Yuri. 

— Então era aqui que você estava. — disse com uma cara bem séria.

Fiquei assustado, o Egoist estava logo atrás e se ele nos visse juntos poderia pensar alguma merda. 

— Eu estava vendo as salas e...  

— Essa já está ocupada, mas se quiser juntar-se a gente para uma suruba, não me incomodo. — respondeu Egoist provocando.

Yuri olhou para ele e para a garota.

— O que faz aqui, Gabriel?— me perguntou.

— Estava olhando os camarotes e acabei me batendo com eles... — tentava explicar muito nervoso.

— Se isso é tudo, vamos embora. — disse pegando minha mão e me arrastando para fora da sala. 

De mãos dadas, ele passou por todas as pessoas na escada até a saída da boate, fomos para seu carro e ele me encostou na porta. 

— Por que sempre que eu  viro as costas você corre para o Ayato? 

— Eu não corri para ele, só nos encontramos sem querer! 

— Verdade? Em uma boate tão grande, você caiu sem querer aonde ele estava? 

— É, ué! — tenho certeza que a mentira estava estampada em minha cara. 

— Eu fiquei realmente preocupado achando que você tinha ido embora sem me avisar, sai procurando você por todo canto e perguntando se alguém tinha visto alguém com sua aparência até que me apontaram para aquela sala. Eu fiquei nervoso só em imaginar o que você estaria fazendo em um camarote sozinho, daí te encontro com o Ayato. O que você espera que eu pense? — perguntou ele muito bravo.

— Tinha uma garota com ele, esqueceu? Não notou o que eles faziam lá? Não entendo o seu motivo para está irritado, não é como se tivesse me pego com ele sozinho naquela sala.

— Estou com ciúmes, tudo bem? Eu não gosto de ver vocês juntos, eu sei que você sente alguma coisa por ele e não admite. 

Fiquei em choque com sua confissão, ao mesmo tempo me senti mal porque deixei que o Egoist me beijasse, parecendo que suas afirmações sobre eu sentir algo por ele fosse verdadeiras.

— Desculpe, eu estava entediado e nervoso porque você não me dava atenção, só ficava com seus amigos e me tratava como um amigo de infância, senti como se estivesse me escondendo deles, com medo que eles descobrissem que você está namorando um homem. Por causa disso, sai para espairecer pela boate e acabei me batendo com o  Egoist, mas foi só isso.

— Desculpe por fazer você se sentir tão desconfortável. — disse ele me abraçando — Eu não tenho vergonha de você, muito menos me preocupo com a opinião dos outros, eu só estava evitando ser possessivo. Passei à noite toda controlando minha vontade de exigir que não falasse ou dançasse com ninguém, ficasse somente comigo. Porém, não queria que se sentisse sufocado pelo meu jeito, então tentei ser o namorado despreocupado que confia no seu parceiro. Quando eu te beijo, eu não consigo parar, por isso evito de fazer isso na rua. — esclareceu.

— É sério que é somente isso? Não está arrependido ou envergonhado de que as pessoas descubram? 

— Claro que não! Se quiser podemos voltar agora mesmo de mãos dadas. 

Eu estava tão feliz e tão calmo por ouvir aquelas palavras saindo de sua boca que a única coisa que queria naquele momento era voltar para casa com ele e fazermos amor à noite toda. Mas, naquela hora eu só consegui beijá-lo, jogando fora todas as minhas neuras sobre nosso relacionamento.  

— Eu te amo, Yuri. 

— Eu também te amo, Gabriel.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...