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História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Desconfianças


Escrita por: T0ki

Capítulo 4 - Desconfianças


Depois daquele dia, eu parei de frequentar o Chat, meu relacionamento com a Janaína ficou abalado também, mesmo que ela tenha me pedido desculpas pelo o que falou. Ela tenta se manter como a de sempre, mas eu já não sou mais o mesmo.  Agora já não me sinto como alguém da família, me sinto um intruso causando problemas. Por esse motivo resolvi que iria me mudar, agora já tenho condições de me sustentar sozinho. Alugo um pequeno quarto ou apartamento, não precisa ser glamouroso, mas confortável e seguro. Tenho economias guardadas, e com meu emprego, terei o bastante para viver bem. 

O tal Egoist, parou de enviar mensagens, não sei se ele frequenta ainda o chat, já que não entro mais. Não sei explicar a razão, mas me sentir um pouco abandonado por ele sumir assim tão rápido. Acho que estou sensível com a situação que agora até sinto falta da perseguição. Sentei na cantina da faculdade com um jornal em mãos, olhando os classificados e marcando as possíveis locações para visitar. 

— Olá, Biel! Posso me sentar aqui com você? — perguntou Fernando. 

Fernando foi um dos meus namorados na escola, um daqueles que servir de consolo por um tempo, e depois me abandonou. Apesar de estudarmos na mesma faculdade, ele nunca veio falar comigo, até porque ele depois da escola, decidiu que era melhor não falar comigo. 

— É pública, não é? — respondi, fingindo não me incomodar com a presença dele.

— Desculpe se te incomodo, mas não consegui evitar reparar de longe que você está com um semblante de muito preocupado. É difícil te ver fazendo essa cara aqui na faculdade, está sempre sorrindo e alegre.— disse ele, inclinando-se em cima da mesa, para me ver mais de perto. 

— Você está me dizendo que anda me observando pelos corredores da faculdade? — perguntei intrigada, será possível que ele seja...

—Não é como se eu te vigiasse, sou apenas alguém observador. Além do mais, é impossível não reparar você quando passa, é tão lindo que hipnotiza. Apesar de não ser tão fofo como era mais novo, você continua lindo.

— É sério que estou escutando isso de alguém que terminou comigo e no dia seguinte estava namorando uma garota, sem menor cerimônia? Ah, e melhor ainda, que me mandou nunca mais lhe dirigir a palavra. — ele pensa que eu esqueci dessas coisas?

— Eu me arrependo muito por isso, você não sabe o quanto. Eu era uma criança naquela época, me deixava levar facilmente pelo o que as pessoas diziam, eu terminei com você por exemplo, porque ouvir dizer que você estava saindo com um cara do terceiro ano. E você namorava comigo, fiquei achando que tivesse me traído, então... Terminei com você e aceitei o pedido de namoro da Pâmela. Sem contar que depois que as fofocas começaram a se espalhar fortemente na escola, chegaram aos ouvidos dos meus pais, e eles mandaram eu me manter afastado de você. Hoje já não sou mais um garoto, decido as coisas por mim. 

— Fico feliz pelo seu avanço na vida, mas isso não me interessa agora. Eu gostava de você na escola, e foi duro perceber que você só me queria para sexo — respondi abaixando a voz, não queria um novo escândalo— Se você tinha alguma dúvida sobre meu comportamento, deveria ter conversado comigo, não terminar do nada e aparecer namorando outra.

Juntei  minhas coisas, e levantei, mas ele segurou minha mão.

— Por favor, me desculpe por isso. Não me culpe por ser um garoto ingênuo. Eu não sou mais criança e você também não. Naquela época, vivíamos dependendo de nossos pais para tudo, que eu teria que obedecê-los. Mas agora eu sou um adulto, e estou aqui sinceramente me desculpando com você, seja por favor adulto também, e entenda a minha situação.

Voltei a sentar na cadeira,  fiquei olhando aquele pedaço de mal caminho sentado em minha frente. Com o tempo ele se tornou mais bonito e másculo, estava com a barba pra fazer o que deixava ele mais sexy. Confesso que ele continua sendo meu tipo, não perco muito por ficar aqui escutando ele.

— Mas por que isso de repente? Todo esse tempo nunca veio falar comigo, e decide que agora é o melhor momento? 

— Achei que fosse uma boa oportunidade, já que estava aparentemente triste ei sozinho. Na maioria das vezes que te vejo, está acompanhado de alguém,  achava melhor não incomodá-lo quando estivesse com seus amigos.

— Por que? Tem medo que eles descubram que você é bastante intimo de um cara gay?

— Isso não tem nada a ver com rótulos! Eu já te disse, não sou como antes. Não me importo com o que as pessoas dizem. — disse passando suas mãos por cima das minhas na mesa, ele alisava elas me encarando. Não parece nem um pouco que só quer minha amizade de novo. Engoli em seco, não sou tocado faz muito tempo, mas me preocupo que ele  possa ser o Egoistboy tentando se aproximar de mim na vida real. Principalmente considerando que ele sumiu e do nada o Fernando apareceu, é muita coincidência.

— Humm. — foi a única coisa que saiu da minha boca, removi minhas mãos de baixo das dele. 

— Você ainda deve curtir filmes de ação não é? Vai estrear aquele filme "Fim de tempo", que tal irmos ao cinema assisti-lo juntos? — convidou.

— Eu falei outro dia que queria assistir esse filme com a Janaína em meu quarto, com tantos filmes lançados você me perguntou logo sobre ele.— Isso era muito suspeito — Por acaso você é  o Egoist que fica escutando  o que falo no meu  quarto?— perguntei diretamente.

. Ele me olhou como se não estivesse entendendo minha acusação.

— Ele é o único filme que está em cartaz de ação, não sabia que queria vê-lo com sua amiga, mas achei que por gostar de ação, ele seria uma boa indicação. E quem é Egoist?

— Desculpe, acho que estou ficando neurótico. — disse passando a mão pelos cabelos, e me jogando praticamente em cima da mesa, agora todos os caras que se aproximarem, serão suspeitos?

— Se está passando por algum problema, pode se abrir comigo. Adoraria poder ajudá-lo.— disse, passando a mão no meu cabelo. 

Me endireitei na cadeira, e me recompus .

— Deixa para lá, não é nada demais. Essa semana estou ocupado, e no fim de semana irei visitar umas casas para alugar, estou de mudança. — disse mostrando o jornal.

— Ótimo, sou estudante de arquitetura, posso te ajudar na  escolha de um local bom para morar sem ter problema com a estrutura e tal. Sem contar que estou livre esse final de semana.

— Se você diz... Então Sábado pela manhã? — perguntei.

— Fechado, me passa seu telefone e endereço para entrar em contato. Eu mesmo irei te buscar com meu carro.

—Tudo bem. — disse escrevendo em um papel e passando para ele.

— Até, Sábado, Gabriel. Irei para minha próxima aula agora. — disse dando uma piscadinha e levantando. 

Quando sumiu das minhas vistas, meu  celular começou a tocar, olhei no display e era uma ligação desconhecida. Número privado. Pensei que poderia ser a Jana, ela costuma fazer isso.

— Alô?

— Deve ser uma especialidade sua ser idiota. — disse uma voz masculina do outro lado da linha.

— Desculpe, mas acho que você errou de número. — já iria desligar quando ouvir meu nome.

— Não,Gabriel. É com você mesmo que estou falando. É o único idiota que deixa de ser babaca no mundo virtual para ser babaca na real também. Grande evolução!

— EgoistBoy?!!! — foi quase um grito de surpresa.

Ele tinha uma voz bonita e grossa, eu não reconhecia de lugar nenhum.

— Pelo visto não te incomodar falar apelidos da internet na frente das pessoas, Aloneboy.

— Te chamaria pelo seu nome, se eu soubesse qual é.

— Sinta-se à vontade em me chamar como quiser.

— Verdade? Que tal, Maníaco?

— Não é muito criativo, mas gostei. — disse rindo.

— Cara, qual é a sua? Por que me persegue, o que eu te fiz?

— Porque você é muito interessante.

— Impossível! Eu levo uma vida bem pacata no meu canto, mal ando com outras pessoas, é do trabalho para faculdade, da faculdade para casa. Como pode dizer que minha vida é interessante?— perguntei.

— E sua história de vida? O que aprontava pelos corredores daquele colégio renomado? Isso não conta?

— Você disse que não havia estudado comigo!— eu sabia que ele era alguém da escola! 

— Você acredita em tudo que lhe dizem? E porque fala como se suas lembranças só se resumissem na sua vida escolar? E antes dela, não tem mais nada que você deveria recordar?

— Não. — respondi furioso.

Quando percebi, ele tinha desligado o telefone na minha cara. Eu  ainda fiquei aguardando olhando para o celular, pensando que ele poderia retornar a ligação, mas isso não aconteceu. Eu não acredito que estou prestes a viver todo aquele horror que sofri na escola! Vai começar tudo de novo?! Pior que eu não faço ideia do que ele quer, qual sua intenção ou seus motivos. Lembro que alguns garotos se sentiram humilhados quando foram descobertos que eram  os meus amantes, e que isso causou constrangimento para muitos que se consideravam héteros. Só pode ser um deles que ainda não superou isso. Eu não sei o que fazer.



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