1. Spirit Fanfics >
  2. Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. >
  3. Noite angustiante

História Egoist- Sua vida cabe em minhas mãos. - Noite angustiante


Escrita por: T0ki

Capítulo 7 - Noite angustiante


A primeira semana em minha linda casinha foi um tanto assustador. Dormir sozinho em um lugar que não estou acostumado, me fez lembrar dos tempos de que eu era criança e tinha medo do escuro. Mas fui me acostumando, afinal, a liberdade de fazer o que quiser sem se preocupar com outras pessoas é uma sensação que todos deveriam experimentar um dia.  Além do mais, o meu apartamento estava ficando muito bonito,  bem minha cara, mesmo que não tivesse muita coisa para acrescentar. Queria deixar uma boa impressão para a proprietária de que sou um excelente inquilino e, para o Yuri também, que nunca mais apareceu. Sei que é idiotice da minha parte esperá-lo já que sua avó informou que ele raramente a visitava, mas confesso que fui ingênuo o suficiente para achar que agora que moro aqui, ele viria mais vezes.  Ele ficou ainda mais bonito com o tempo, e o seu charme aumentou , é uma pena que tenha algo chamado “namorada” em sua vida. Tenho que fixar isso e minha mente para evitar desvaneios desnessários.

Estou tão entediado sozinho nessa casa  que me deu vontade de entrar no chat de novo, mas estou sem internet, então mesmo que quisesse não seria possível. Prometeram enviar um técnico amanhã para instalar, o que é bom, mas o que faço enquanto isso?  Quando fico ansioso ou nervoso demais  a mente só pede comida, o problema que toda a mudança teve seu custo, sem contar que precisei comprar alguns eletrodomésticos que não tinha aqui  Se não fosse pela Tia Ceci me lembrar que preciso comer, quase não me sobrava muito para fazer as compras para minha dispensa. Tenho que maneirar na alimentação para render o mês inteiro. Não posso sair comendo tudo como se não houvesse amanhã, agora tenho aluguel para pagar, além do cartão de crédito e conta do celular mais a faculdade.

Depois de ter me mudado, eu percebi que o EgoistBoy não entrou mais em contato . Faz mais de uma semana! Será que ele finalmente desistiu de me perseguir e foi viver sua vida? Ainda me pergunto que tipo de tecnologia do James Bond ele usava para escutar e ver as coisas. Aquilo era assustador.  Sem perseguição, sem amiga, sem internet, estou muito entediado, dei quatro voltas pela casa até parar em frente a TV que também não passava nada interessante. Resolvi tomar um ar em frente a janela, o pequeno jardim de rosas vermelhas que a proprietária tem é realmente belo. Rosa é minha flor favorita, roubava muitas delas na mansão vizinha que minha mãe trabalhava.

 Ela sempre me deixava na casa ao lado da mansão que trabalhava com uma amiga dela tomando conta de mim.  Foi nessa época que dei meu primeiro beijo. Eu quase havia me esquecido disso, foi  com o  garoto que morava na mansão.  A amiga de minha mãe não se importava em me deixar vagando pelo quintal, eu acabei descobrindo uma entrada no muro de trepadeiras da casa, que dava para o jardim cheio de rosas. Eu sempre colhia algumas rosas para o meu quarto, ou para dar a minha vozinha que era viva naquela  época. Por vezes, via um garoto sentado entre as rosas em um banco, lendo um livro. Ele parecia aqueles meninos ricos filhos de reis, eu secretamente chamava ele de príncipe. Ele era muito bonito, tinha lindos cabelos lisos e pretos, sombrancelhas um pouco grossa dando um olhar potente ao seus olhos azuis turquesa. Sempre muito sério, até lendo um livro. Um dia, distráido em não me cortar com os espinhos, acabei sendo surpreendido por ele, que ficou bastante irritado ao me ver roubando suas rosas. Eu fiquei desesperado na hora, não poderia deixar que ele chamasse algum adulto, que por vez descobriria que eu era filho de uma de suas empregadas. Minha mãe poderia perder o emprego e eu ser preso, sei lá, já tinha nove anos, pensava que poderia ir para cadeia com essa idade.  Eu lembrava que tinha algumas moedas no bolso, e resolvi trocar elas pelas flores arrancadas, mas ele não gostou da ideia, e jogou as moedas longe, dizendo que não precisava de dinheiro. Eu fiquei bem zangado com a atitude dele, mas ao mesmo tempo achei que ele furioso ficava ainda mais lindo, e em um ato impensado, dei um beijo nele e sai correndo. Ele ficou lá parado com cara de idiota. Pensei que já que as minhas moedas foram negadas porque ele não precisava, o meu primeiro beijo serviria de pagamento.

Eu era muito atrevido, mas inocente também.  Acreditava que iria encontrar um príncipe que nem ele que seria perdidamente apaixonado por mim, e me faria muito feliz.  Essa ideia me custou toda minha adolescência, tomei tantas decisões erradas que hoje, um sapo educado e de bom coração, já basta. Levei um susto quando meu celular começou a tocar de repente, fui até a mesa onde havia o deixado pegá-lo.

— Alô? — falei.

— Já se adaptou a casa nova, Alone boy?

Meu coração quase parou, era ele, o Egoist, ele voltou a me atormentar! E pelo visto a me perseguir também.

— Pensei que finalmente você tinha me deixado em paz. — estava chateado e ao mesmo tempo meio aliviado. Acho que o medo de ficar sozinho em casa não passou completamente.

— Eu tenho certeza que sentiu minha falta.

— Existe coisas mais importantes em minha vida para sentir falta, te garanto que você não é uma delas. —respondi me sentando no sofá com o celular no ouvido.

— Não duvido,  esse cara estacionado do outro lado de sua rua, com um binóculos apontado para sua janela, deve ser um deles.

— O que você está falando? — comecei a ficar assustado, levantei correndo do sofá e fui para a janela novamente, tentei ver se havia alguém me observando em algum carro. Eram poucos os carros estacionados na rua, e ela era bem larga. — Eu não vejo ninguém, aposto que está falando de você mesmo ou está somente tentando me assustar.

— Eu sou muito mais sutil, ficar com um binoculos dentro de um carro por horas, é muito desconfortante. Prefiro fazer isso no conforto da minha casa, esse cara é um amador. —

Gabou-se ele.

— Como assim, no conforto de sua casa? — perguntei me sentindo muito mais amentrontado.

— Isso não importa, o aviso foi dado. Parece que não sou o único a ter interesse em você. Seja mais cuidadoso, meu pequeno egoista. — disse antes de desligar em minha cara.

Ele queria dizer que havia mais uma pessoa me espionando? O que é isso? Eu sou dono de alguma milionaria herança e ainda não fui informado? O que está acontecendo para essas pessoas começarem a me seguir? Respirei fundo, tentei ficar calmo o máximo que consegui, não poderia deixar transparecer que estava ficando com medo. O Egoist eu meio que já sei como trabalha, mas esse novo, não faço ideia. E se for perigoso? Do tipo que está aguardando eu dormir para invadir a casa e me matar com machadadas? Eu vi algo assim em um documentário uma vez! Se for para morrer, não irei morrer sem lutar! Peguei uma faca de cozinha, e sai, desci as escadas e fui para a frente da casa, fiquei olhando para todos os carros com a faca suspensa na mão para que ele visse que eu não estava de brincadeira.  Depois de dois minutos descalço, passando vergonha com cara de louco, percebi que tudo não passou de uma pegadinha  idiota do Egoist. Aposto que deve estar morrendo de ri da minha cara agora. Resolvi voltar para casa, assim que abri o portão, um carro de cor grafite que estava  quase no final da rua,  saiu rapidamente catando pneus. Aquilo me deixou assustado, eu realmente estava sendo vigiado.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...