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  3. Capítulo Onze.

História Ei Lucy, sabe que eu te amo né? - Capítulo Onze.


Escrita por: LunaHeartfilia3

Notas do Autor


Oie gente, tudo bom? Espero que sim :3
Quero agradecer a quem comentou e favoritou, vocês não tem noção do quanto eu fico feliz com isso <3
Boa Leitura :3

Capítulo 12 - Capítulo Onze.


Trim

Trim

Trim

- Ah que barulho do demônio.

Acordei com o barulho insuportável do despertador. Abri os olhos e sentei na cama, olhando para o nada enquanto a coragem de levantar chegava lentamente. Com um suspiro me levantei e desliguei o despertador que continuava fazendo o seu barulho chato. Caminhei lentamente até o banheiro e fiz minha higiene matinal, para em seguida colocar meu uniforme. Me acostumei com esse uniforme e até achava que ficava bem em mim. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e desci para o café da manhã.

- Bom dia mãe, pai.

- Bom dia querida.

Minha mãe me respondeu com um sorriso e meu pai se contentou em dar um leve aceno com a cabeça. Me sentei na mesa e peguei um copo para tomar leite. Eu sempre tomo leite quando acordo, a maioria das pessoas só acordam de verdade e começam o dia depois de uma xícara de café, eu só acordo e começo o dia depois de um copo de leite.

- Como está a escola? – Meu pai pergunta sem nem me olhar.

É o único assunto relacionado a mim que ele tem interesse em saber. Perguntar se eu estou bem? Perguntar se preciso de alguma coisa? Não. Isso não é importante. Meu futuro é importante. Aliás, o futuro da empresa é importante e infelizmente o futuro dela está ligado com o meu futuro que depende do quão bem eu vou na escola.

- Está tudo bem. – Respondi sem olha-lo também.

- Ótimo. Continue assim. – Ele se levantou – Vou pegar minhas coisas e saímos, Layla.

Ela concordou com a cabeça enquanto tomava seu café e jogava um jogo qualquer no celular.

- Mãe. – Chamei – Você ama o papai?

Ela pareceu estranhar minha pergunta. Não sei exatamente por que a questionei sobre isso. Pensando agora, acho que nunca vi alguma demonstração de afeto entre os dois e meu pai nunca foi muito ligado a família. Será que ela é feliz com ele e com essa vida que vivemos?

- Sim. Eu amo seu pai. – Ela deu um sorriso como se achasse graça da minha pergunta.

- É que nunca vi nenhuma demonstração de afeto entre vocês. Nem quando vocês vão nesses eventos importantes e são fotografados juntos para sair em alguma revista.

- Não precisamos demonstrar afeto para os outros. – Ela sorriu gentilmente – Sei que você e seu pai não tem uma relação amorosa de pai e filha, mas ele é um homem bom.

- Sei.

Me concentrei em tomar meu copo de leite. Meu pai voltou para a cozinha e chamou minha mãe para saírem. Ela se despediu com um beijo em minha testa e foi atrás dele.

Terminei de tomar o leite e decidi sair também. Me despedi de Virgo e fui calmamente caminhando até a escola. Seria mentira dizer que algumas vezes não me sinto chateada por não ter pais tão presentes em minha vida ou até mesmo um carinho de verdade de um pai, coisa que só tive de verdade quando era criança. Mas minha mãe faz o possível para ser a melhor mãe do mundo e ela faz um bom trabalho nisso, e meu pai, bem já me conformei e me acostumei com sua falta de interesse em mim. Não adianta me entristecer com esse assunto.

- Opa Luce. – Senti um par de mãos segurar meus ombros. – Está sonhando acordada? – Olhei para a pessoa a minha frente, Natsu sorria, me analisou e mudou sua expressão para uma preocupada. – Aconteceu alguma coisa?

- Ah oi Natsu. – Sorri de volta – Não aconteceu nada, só acordei um pouco sensível hoje.

Andava tão distraída que não percebi que já estava na frente da escola e pelo que parece, de alguma forma acabei trombando em Natsu. Ele entrou comigo e fomos caminhando até o armário.

- Conheço bem esse seu “sensível”. – Fez aspas com os dedos ao pronunciar a palavra sensível – É alguma coisa com seu pai?

- Não exatamente. De repente senti falta de ter pais mais presentes. Meu pai não me da a mínima e por mais que minha mãe seja maravilhosa, não é sempre que ela está presente.

Ele encostou no armário ao lado do meu, me escutando enquanto eu pegava meu material.

- E a Virgo?

- Eu amo ela de verdade, sou muita grata por ela sempre cuidar de mim, mas ela não é minha mãe e não me fornece o carinho de um pai. – Fechei o armário e me encostei ao seu lado. – Ela é uma pessoa importante na minha vida e tenho muito carinho por ela, mas ela não substitui meus pais.

Natsu se desencostou do armário e franziu a testa. Estranhei sua reação, mas suas próximas palavras me fizeram entender.

- Bom dia Minerva. – Segui seu olhar e vi a morena escondida atrás da porta do outro armário ao lado do meu. – Que eu saiba esse não é seu armário.

- Ahn bom dia Natsu. – Ela fechou o armário e deu um sorriso amarelo – É que eu troquei o meu por esse.

- Verdade? Ou estava só escutando nossa conversa? – Ele estreitou os olhos para ela.

- Claro que não. Eu só estava pegando meu material. – Ela mostrou alguns cadernos que estavam em suas mãos. – Já peguei tudo e agora estou indo.

Ela deu mais um sorriso amarelo e saiu andando. Natsu revirou os olhos e voltou a se encostar ao meu lado.

- Não ligue para ela. – Soltou um suspiro.

Revirei os olhos. Mal posso esperar para ver Jenny me caçoar com essa nova informação adquirida.

- Você não se sente como eu? – Continuei o assunto como se nada tivesse acontecido.

Os pais de Natsu são ocupados iguais aos meus, mas ele nunca pareceu se importar com isso.

- Já me acostumei. – Ele deu de ombros – Olha, não posso te dar o carinho de um pai ou ser uma mãe mais presente. – Ele ficou de frente para mim – Mas posso te dar o meu carinho e te garanto que ele nunca vai faltar para você.

Por fim, ele abriu aquele sorriso largo que deixa suas presas a mostra, meu sorriso favorito. Depois dessa, não pude deixar de sorrir também. Ele me puxou para um abraço, enlacei sua cintura com meus braços e apertei forte, aconchegando meu rosto em seu peito. Senti seus braços me apertarem na mesma intensidade.

- Não fique assim Lucy. Seu sorriso é tão bonito e preciso dele para iluminar meu dia. – Absorvi suas palavras e senti meu rosto corar levemente, sorte que ele não está vendo – Você sempre vai ter a mim e a Erza, Gray e todos os outros. Não há motivos para tristeza.

Me soltei dele e olhei em seus olhos.

- Você tem razão. – Abri um sorriso largo – Foi só um pequeno momento de fraqueza.

- Não é fraqueza você sentir falta dos seus pais, Lucy. – Ele falava sério. – É normal você se sentir triste por isso alguma vezes, mas lembre-se dos motivos que você tem para sorrir e que você não está sozinha, certo?

- Certo. – Concordei sorrindo.

Suas palavras mandaram toda essa energia triste que eu estava sentindo embora.

- Vamos para a sala então.

Ele passou um braço pelo meu pescoço e fomos andando em direção a sala de aula. Do nosso círculo de amigos, somente Erza estava na sala. Ela ouvia alguma música em seus fones e nem percebeu quando paramos ao seu lado, Natsu lhe deu um leve cutucão para chamar sua atenção.

 - No momento, vou deixar para você a tarefa de não deixar esse sorriso ir embora. – Deu uma leve puxada no canto de minha boca, mostrando o sorriso que ela não deveria deixar ir embora. – Ela está um pouco sensível hoje. – Sussurrou baixo como se contasse um segredo. – Deixo ela em suas mãos, Erza.

- Não seja tão dramático. – Revirei os olhos – Isso não é uma cena de filme de drama na qual você está atuando.

Ele deu risada e saiu da sala. Me sentei atrás de Erza que me analisava calmamente. Encarei seu rosto, aparentemente ela não dormiu muito bem.

- Está tudo bem, Lucy? – Ela perguntou com o tom de voz preocupado.

- Sim. Natsu estava exagerando. – Ela balançou a cabeça como se entendesse e desviou seu olhar do meu para olhar em um ponto fixo – Mas você não me parece bem. Não dormiu bem?

- O que te faz pensar isso?

- As olheiras em baixo de seus olhos te entregam.

Ela voltou a olhar para mim e soltou um suspiro.

- Eu só estou pensando no que falar para o Jellal. – Ela falou de cabeça baixa.

- Vai conversar hoje com ele?

- Sim, mas ainda não sei exatamente o que falar.

- Você tem duas opções: contar o que sente ou falar para ele esquecer tudo e vocês voltarem a ser os mesmos amigos de antes como se nada tivesse acontecido.

- A segunda opção me parece bem agradável. – Ela respondeu com um pequeno sorriso como se realmente a segunda opção lhe agradasse, lancei um olhar de repreensão para ela – Eu não vou falar o que sinto, Lucy. – Me olhou séria. – E você não tem nenhuma moral para me cobrar isso quando está em negação sobre seus sentimentos pelo Natsu.

- Eu não estou em negação. – Revirei os olhos – E não tem esses “sentimentos pelo Natsu”.

Ela me olhou com uma expressão clara de que não acreditava em mim.

- Tudo bem. – Ela olhou em meus olhos – Continue negando o que sente. Eu sei exatamente o que sinto, só acho que não é o momento de viver esses sentimentos. Então, só o que vou fazer é normalizar minha relação com meu amigo.

O sinal bateu e os alunos foram entrando e se acomodando cada um em seu lugar. Gray entrou com Juvia e Levy entrou com Gajeel, os dois casais deram um aceno para mim e Erza, logo atrás chegou Jellal, a ruiva a minha frente abaixou a cabeça e o azulado me deu um sorriso antes de se sentar. Hoje teremos aula de biologia, a professora Aquarius já entrou com sua típica feição mal-humorada.

- Bom dia. – Ela parou e nos observou. – Decidi que hoje faremos uma aula prática no laboratório de biologia.

Os alunos se animaram. Pelo que eu soube, era bem difícil ela dar uma aula no laboratório, eu nunca fui lá, me animei um pouco também. Não sou muito fã de biologia e nem da professora, mas talvez hoje a aula seja divertida. Antes que ela continuasse a falar, uma batida na porta foi ouvida. Aquarius abriu a porta e fez uma expressão irritada ao ver Natsu e Jenny.

- O casal estrela está atrasado. – Natsu sorriu sem graça para ela.

- Desculpe professora, não vai acontecer novamente.

- Assim espero.

Ela deu espaço para os dois entrarem e continuou a falar sobre a aula de hoje.

- O objetivo de nossa aula é observar e identificar as estruturas celulares de dois tipos de células eucarióticas e diferenciar as células animal e vegetal. Formem duplas e vamos ao laboratório.

Cada aluno achou uma dupla e saiu da sala. Minha dupla é a Erza. Ela ainda estava pensativa e saiu da sala sem me esperar, como eu não sabia onde era, só segui na direção do fluxo de alunos. O laboratório fica no fim do corredor do andar de nossa sala, é uma sala grande com várias bancadas e um quadro branco, tinha um esqueleto humano ao lado do quadro e alguns pôsteres explicativos colados nas paredes. Passei meus olhos pelos alunos, procurando Erza, mas minha atenção acabou ficando presa em Jenny, Angel e Minerva que não estavam tão longe de mim. As três apontavam para Laki, uma garota de curtos cabelos roxos que usava um óculos igual ao de Harry Potter, elas pareciam tirar sarro da garota que estava em silêncio olhando seu caderno, não sabia dizer se ela fingia não ouvir as provocações das três ou se realmente não ouvia.

E isso me irritou.

- Perdeu alguma coisa aqui? – Jenny perguntou para mim.

- Que cara estranha garota. – Angel falou soltando risadinhas.

Eu sabia que a expressão que eu tinha no rosto enquanto as olhava era de irritação.

- Seus pais não te ensinaram que é feio ficar prestando atenção na conversa dos outros? – Jenny se aproximou de mim com as duas ao seu lado – Ah desculpe, me esqueci que seus pais não tem tempo para você e que você foi criada pela empregada.

Se possível, minha irritação aumentou. Mas eu já esperava por esse momento desde que Minerva ouviu minha conversa com Natsu antes da aula começar.

- O que sabe sobre minha vida? – Perguntei irritada.

- Ah eu fiz minha lição de casa. – Abriu um sorriso debochado – Você ficaria surpresa.

- Tenho certeza que sua lição de casa foi uma fofoca de uma morena de sobrancelhas estranhas. – Falei sarcástica.

- O que disse garota? – Minerva se aproximava com uma expressão ameaçadora.

- Algum problema por aqui meninas? – A professora apareceu ao nosso lado, fazendo a pergunta em tom sério.

- Comigo nenhum, professora. – A loira abriu ainda mais seu sorriso debochado – Algum problema, Lucy?

A fuzilei com os olhos e trinquei os dentes. Minha vontade era de arrancar esse sorriso na base de tapas e socos. Infelizmente eu não posso fazer isso.

- Nenhum, professora. – Respondi.

- Ótimo. Vão com suas duplas.

Aquarius saiu de perto e as três se afastaram também, não sem antes me lançarem um sorriso provocativo.

- O que aconteceu, Lucy? – Juvia perguntou, aparecendo com Levy e Erza.

- Só uma provocação, não se preocupem.

- Me desculpe por sair sem você. – Erza pediu, parecendo arrependida.

- Não tem problema, Erza.

- Não caia nas provocações dela. – Levy falou séria.

- Não vou. A aula vai começar, vamos.

Juvia voltou para o lado de Gray e Levy para o lado de Gajeel. Observei Natsu com Jenny na bancada da frente, ela estava agarrada em seu pescoço. Um pouco mais ao lado, Jellal estava em dupla com uma morena. Me sentei em uma bancada com Erza, ela ainda estava distraída. Suspirei. Acho que a aula não vai ser tão legal assim.

...

 Com o término das aulas, fui guardar minhas coisas no meu armário. A aula de biologia realmente não foi legal, Erza ficou enciumada ao ver Jellal com a morena e acabou atrapalhando na parte prática da aula. As outras aulas foram monótonas e agora na saída, Erza foi ter sua conversa com o Jellal e os outros já foram embora.

- Está melhor? – Natsu apareceu encostado no armário ao lado, com seu típico sorriso radiante.

- Estou. – Dei um sorriso fraco. – O que ainda faz aqui?

- Quis te esperar e ver como estava.

Fomos andando em direção a saída.

- Não precisava fazer isso.

- Claro que precisava. – Ele parou na minha frente e me olhou nos olhos – Tenho que ter certeza de que o sorriso que eu tanto gosto vai estar aqui. – Deu um leve puxão no canto de minha boca.

E ele sorriu ao terminar de falar, meio sem jeito, sorri também.

- Como você demora para sair Natsu-nii.

Nos viramos na direção da voz e vimos Wendy parada na frente de um carro ao lado de Grandine.

- O que faz aqui, pirralha? – Nos aproximamos das duas.

- Não fale assim com a sua irmã. – Grandine deu um tapa na cabeça dele, sorri ao me lembrar que era desse mesmo jeito que ela o repreendia quando ele me provocava quando éramos crianças. – Oi Lucy.

Ela me puxou para um abraço apertado.

- Faz um tempo que não te vejo. – Ela sorriu.

- Sim. Vocês adultos são muito ocupados. – Respondi.

- Você tem razão e é por isso que estou aqui. – Se virou para Natsu – Vou viajar para Tóquio com seu pai por duas semanas. A trabalho, obviamente. Wendy ficou triste, então eu busquei ela na escola e falei que você a levaria no cinema. – Ela terminou de falar, batia freneticamente os dedos uns nos outros.

- Fala sério, mãe. – Natsu revirou os olhos demonstrando seu descontentamento.

- Por favor, Natsu-nii. – Wendy olhou para ele com uma expressão muito fofa. Seus olhos brilhavam, estava parecendo o gatinho do Shrek.

- Não tem como resistir a essa cara, Natsu. – Puxei a pequena para um abraço.

Ele nos observou por alguns minutos e finalmente se rendeu. Talvez o olhar ameaçador de sua mãe tenha ajudado na sua escolha de rendição.

- Tudo bem, nós vamos ao cinema. – Revirou os olhos.

- Natsu-nii você é o melhor.

Wendy me soltou e se jogou em Natsu, pude ver um pequeno sorriso em seus lábios e sorri com essa cena e irmãos.

- O carro está aqui porque busquei Wendy na escola. Chamei um taxi para me levar ao aeroporto e você leva o carro de volta. – Grandine abraçou os dois filhos – Eu amo vocês. Se comportem e não deem trabalho ao Zeref que vai ficar responsável por vocês.

Os dois assentiram ainda nos braços de Grandine.

- Espero que possamos nos ver mais quando eu voltar de viagem, Lucy.

O taxi chegou, ela os abraçou mais uma vez e se despediu de mim, entrando no taxi em seguida. Ficamos observando o taxi sumir de vista.

- Lucy pode ir conosco ao cinema? – Wendy perguntou de repente a Natsu.

- Ah não quero atrapalhar o momento entre irmãos. – Neguei da forma mais gentil que consegui.

Wendy ia sentir falta de seus pais. Seria bom um momento só dela e de seu irmão.

- Natsu-nii é chato, Lucy. – Ela me olhou com a mesma expressão de antes – Vem com a gente, por favor.

Como alguém consegue negar alguma coisa a essa garota? Como falar “não” diante de um par de grandes e brilhantes olhos castanhos?

- Por mim seria ótimo. – Natsu respondeu achando graça de minha cara.

- Tudo bem. – Me dei por vencida.

Wendy abriu um enorme sorriso.

- Você pode me ajudar a escolher o filme. Natsu-nii só sabe escolher filme chato.

- É, mas ele também sempre compra aquele lanche besta e caro que você só quer por causa do brinquedo. – Natsu falou revirando os olhos.

- Ei, pelo brinquedo vale a pena. – Respondi séria.

- Ah que ótimo. Vou ter que comprar para duas crianças então? – Ele perguntou sarcástico.

- O papai uma vez disse que a melhor maneira de conquistar uma garota é comprando comida para ela. – A pequena cruzou os braços – Não deveria reclamar sobre comprar o lanche para Lucy. É a sua chance.

Ela quis dizer que Natsu tem uma chance de me conquistar? Para que ele iria querer isso?

- Ahn preciso ir para a casa e trocar de roupa. – Falei ignorando a fala de Wendy.

- Por quê? Tenho certeza de que Natsu-nii te acha bonita de qualquer jeito. – Ela disse com um sorriso travesso.

Com qual problema ela está hoje para ficar falando essas coisas?

- Eu não me arrumo para ele me achar bonita. – Respondi. – E não posso ir ao cinema com o uniforme da escola.

- Apesar de que ele fica muito bem em você. – Natsu falou com um sorriso provocante nos lábios.

Wendy deu uma risadinha.

- Vamos, eu te levo embora.

Ele abriu a porta de trás do carro para Wendy entrar e depois abriu a porta do banco do passageiro para mim. Wendy foi o caminho todo contando sobre sua escola e falando dos possíveis filmes que poderíamos assistir. Não demorou e eu já estava em casa.

- Cheguei Virgo. – Anunciei ao passar pela porta.

- Oi princesa. Vem almoçar.

Me sentei na mesa com Virgo e começamos a comer.

- Você parecia um pouco triste de manhã, está bem? – Ela perguntou com cautela.

- Não se preocupe, estou bem. – Respondi com um sorriso. – Vou ao cinema com Natsu e Wendy. Então preciso me arrumar.

Não irá demorar para Natsu vir me buscar. Combinamos de ir daqui a uma hora. Tomei um banho calmamente, coloquei uma calça jeans e uma blusa branca soltinha e nos pés uma sapatilha preta. Deixei meus cabelos soltos. Quando desci, vi Virgo no sofá conversando com a Wendy e Natsu ao lado mexendo no celular.

- Não sabia que já estavam aqui. – A atenção dos três se voltou para mim.

- Wendy quis vir logo. – Natsu respondeu me olhando.

- Você está bonita, Lucy. – A pequena me elogiou.

- Obrigada. – Sorri – Você também está linda.

- Podemos ir? – Natsu se levantou do sofá.

Concordei com a cabeça.

- Não volte tarde, princesa.

Dei um beijo em Virgo e saímos. O cinema daqui de Magnólia fica no shopping e é para lá que estamos indo. Não demorou para chegarmos, fomos direto comprar nossos ingressos.

- Que filme você quer ver, Wendy? – Perguntei olhando a programação do dia.

- Não tem muito filme legal passando. – Ela respondeu desanimada.

- Quero assistir Transformers. – Natsu se pronunciou.

- Transformers é chato. – Respondi sem interesse. – Prefiro Homem-Aranha.

- Não é uma escolha tão ruim. – Ele respondeu de volta.

- Qual você prefere Wendy? – Perguntei.

- Meu Malvado Favorito 2. – Ela respondeu animada.

Eu e Natsu a encaramos. Sei que o objetivo é deixa-la feliz, mas Homem-Aranha parece ser tão mais legal que essa animação e eu estava com muita vontade de assistir.

 - Você não vai me fazer assistir a esse desenho, certo? – Ela emburrou a cara para Natsu – Te compro dois lanches. – Ele estendeu a mão direita.

- Feito. – Eles deram as mãos como se tivessem selado um acordo.

Não achei que seria tão fácil e não imaginava que o segredo era lhe comprar comida.

- Três ingressos para a próxima sessão do Homem-Aranha. – Natsu pediu.

- Mas você não quer ver o Transformers? – Perguntei estranhando o seu pedido. Se ele fez um acordo com Wendy, poderia assistir ao filme que quisesse.

- Você quer ver o Homem-Aranha. – Ele deu de ombros.

Com os ingressos em mãos, era a vez de comprar pipoca. Eu não gosto muito de pipoca, então só peguei um refrigerante e uma barra de chocolate. Natsu comprou uma pipoca grande para ele e outra para Wendy, dois copos grandes de refrigerante e duas barras de chocolate para cada. Parece que ela come tanto quanto ele.

Entramos na sala e procuramos por nossos lugares. Wendy se sentou entre nós dois. O filme começou. Nos concentramos em assistir, a pequena ao meu lado aparentemente estava gostando, riu nas cenas engraçadas e parecia feliz. Hora ou outra Natsu jogava pipoca em mim, eu o ignorei em todas as vezes e só me concentrei no filme, em uma dessas vezes consegui vê-lo bufar pela falta de atenção.

- O filme acabou, vamos sair. – Natsu se levantou.

- Você é idiota? – Perguntei revirando os olhos – Não se sai do cinema em um filme da Marvel antes das cenas pós-créditos. Senta ai e espera.

Contrariado, sentou de volta e revirou os olhos.

- Agora sim podemos ir.

Sorri e me levantei para sair. Fomos andando devagar até a praça de alimentação.

- Vou comprar alguma coisa para comer, procurem uma mesa.

Natsu foi para algum lugar e eu me sentei na mesa mais próxima com Wendy que comia sua segunda barra de chocolate. Era realmente necessário comprar mais coisas para comer? Eles já não comeram o bastante?

- Gostou do filme, Wendy? – Perguntei.

- Sim. O filme foi bem legal. – Ela respondeu. – Seu gosto é melhor que o do Natsu-nii.

Sorri para ela. Ela parecia confortável. Será que no fundo ela estava triste por sentir falta dos pais?

- Wendy. – Chamei – Você sente falta de ter mais tempo com seus pais?

Ela me olhou curiosa.

- Na verdade não muita. – Arqueei uma sobrancelha – Aquilo que mamãe disse foi só para o Natsu-nii me trazer ao cinema, eu estava com vontade de vir e ele estava disponível. – Ela deu de ombros – Eles fazem de tudo para sempre estarem presente e me dar o carinho que preciso, quando precisam viajar assim, Zeref e Natsu suprem a falta que sinto deles. Então está tudo bem.

- Eu não tenho nenhum irmão para me fazer companhia ou suprir a falta de meus pais. – Sorri olhando para baixo. – Você tem sorte de ter irmãos como eles.

- Você tem o Natsu-nii e tenho certeza que ele sempre vai fazer companhia para você. - Ela respondeu analisando o final de sua barra de chocolate. – Acho que não aguento mais o chocolate.

Dei risada de sua careta e nesse momento Natsu voltou.

- Três lanches caros com brinquedos bobos e um lanche de verdade em que o dinheiro gasto valeu a pena.

Ele se sentou ao meu lado e colocou a bandeja com os lanches na nossa frente.

- Por que três lanches? – Perguntei.

- Dois para a Wendy e um pra você. Você não queria?

- Mas não precisava comprar.

- Só aproveite o seu lanche sem graça.

Cada um comeu o seu lanche em silêncio. Natsu terminou e ficou mexendo no celular, ele parecia um pouco irritado. Tentei ver o que estava fazendo, mas não consegui.

- Natsu-nii. – Wendy chamou enquanto limpava sua boca – Quero ir nos jogos que tem aqui.

Ele soltou um suspiro e concordou. Ele está mesmo querendo agrada-la. Fomos até a parte que só tinha jogos. Wendy rapidamente puxou Natsu para ir no jogo de dança, ela queria dançar contra ele. Ele tentou negar, mas como sempre, a pequena o convenceu. Observei os dois competindo um contra o outro, Natsu merecia créditos pelo esforço, mas não adiantou, pois depois de duas rodadas, Wendy foi quem venceu.

- Sua vez, Lucy. – Ela me chamou – Quero ganhar de você também.

- Ahn não sou boa em dançar, vai ser muito fácil você vencer.

- Não seja tímida, Lucy. – Natsu me empurrou para o lado de Wendy.

Olhei irritada para ele que só riu da minha cara. A música escolhida para a dança foi Poker Face da Lady Gaga, me esforcei para conseguir ganhar, mas Wendy tem mais prática e mais habilidade do que eu. No fim, eu também perdi. Ela saiu correndo para ir em outro jogo.

- Dançou bem. – Natsu falou sorrindo de lado.

- Você também não foi nada mal. – Respondi sorrindo.

- Claro. Eu fui péssimo mesmo. – Dei risada de sua expressão.

Ele foi atrás de Wendy. Andei pelo lugar e achei um jogo de tiro ao alvo com flechas. Tenho uma péssima mira, mas sempre gosto de tentar. Fui nesse. Eu sabia que não iria conseguir, mas sempre fico frustrada e depois de cinco tentativas de acertar o alvo, estava quase desistindo.

- Você é tão ruim de mira quanto eu sou na dança.

Me assustei com a voz de Natsu atrás de mim.

- Não apareça atrás de mim igual uma assombração. – Dei um tapa em seu braço e ele riu da minha cara – Onde está Wendy?

- Concentrada em ganhar uma corrida de moto.

- Eu queria ganhar aquele pássaro grande amarelo, - Apontei para um pássaro de pelúcia amarelo - mas pelo jeito não vou conseguir. Só tenho mais uma flecha. – Falei meio desanimada.

- Eu te ajudo.

Achei que ele pegaria minha flecha e tentaria acertar o alvo, mas ao invés disso ele fez eu ficar na posição de atirar.

- Fique relaxada, Luce.

Ele estava atrás de mim e quando falou, sua boca estava bem próxima de meu ouvido. Passou delicadamente a mão pelo meu ombro e arrumou meu braço na posição certa, desceu as mãos para a minha cintura, arrumando-as também e as deixando ali.

- Solte.

Falou novamente próximo ao meu ouvido. Me arrepiei com sua fala e com sua aproximação. Soltei a flecha e inacreditavelmente ela acertou o alvo. Não contive minha reação de surpresa.

- Eu consegui. – Falei ainda sem acreditar. – É a primeira vez que eu acerto.

Natsu só deu risada de minha reação. Talvez tenha sido impressão minha, mas vi ele olhando para o lado e fechando a cara. Segui seu olhar, mas não vi nada.

- Aqui está seu prêmio senhorita.

O senhor que tomava conta desse jogo me entregou o pássaro amarelo que eu queria.

- Ele não é fofo? – Mostrei o pássaro para Natsu que me olhava com um sorriso bobo – Ele vai se chamar Momon.

Falei abraçando a pelúcia.

- Da onde tirou esse nome?

- É um nome fofo para combinar com uma coisa fofa.

Falei olhando a pelúcia. Wendy apareceu correndo em nossa direção.

- Olha o que eu ganhei Natsu-nii. – Ela mostrou uma gata branca de pelúcia com um vestido rosa. – Consegui pegar naquela máquina de agarrar bichos de pelúcia.

- Também ganhei um bichinho de pelúcia, Wendy.

Mostrei o Momon para ela. Sorrimos uma para a outra. Compartilhávamos da mesma felicidade, a felicidade de ter a pelúcia que queríamos.

- Muito legal os prêmios de vocês, mas é melhor irmos. Zeref não vai gostar se voltarmos tarde.

- Verdade e ainda temos aula amanhã cedo. – Concordei com ele.

- Já ganhei o que eu queria. Estou satisfeita. – Wendy apertava a gata em seus braços.

Saímos do shopping e fomos para o carro. O caminho até minha casa foi silencioso, Wendy estava ocupada abraçando sua gata e Natsu estava concentrado em dirigir. Quando chegamos, os dois desceram do carro e me acompanharam até a porta.

- Foi muito legal passar esse tempo com você, Lucy. – A azulada me abraçou.

- Também gostei muito, Wendy. – Retribui o abraço.

Ela me deu um sorriso e voltou para o carro.

- Wendy é a irmã que eu não tenho. – Falei sorrindo para Natsu.

- Provavelmente ela te considera a irmã mais velha que não tem. – Respondeu sorrindo também.

- Fico feliz. – Abri mais meu sorriso.

- Então, até amanhã?

- Sim. Até amanhã.

Ele sorriu uma última vez e voltou para o carro, saindo em seguida. Observei o carro desaparecer pela rua.

Foi ótimo passar esse tempo com eles e eu me sentia feliz com isso.


Notas Finais


E ai? Gostaram? Me falem o que acharam ^^
Até a próxima o/


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