História EL Witch - Inspetora ranzinsa, quarto gigante e...colar brilhante? Hã?

        A inspetora do Colégio, Srta. Griselda, esperava- os na entrada principal do Colégio.

- Sejam bem-vindos à nosso internato Salézia. Renomada escola de Magia. Aqui aprenderão à controlar seus poderes e adquirirão todos os conhecimentos em magia. Relativos à sua raça, é claro. Bruxa e Feiticeiro, não é o caso de vocês?  

      Eliana e Pólus se entreolham e afirmar com a cabeça. 

- Então venham comigo. Vou mostrar os seus aposentos, onde poderiam acomodar suas coisas. 

        Griselda era alta e magra. Seu gato também era magro e comprido. Aparentava ter 40 anos, mas na verdade só tinha 525. Talvez se sorrisse mais e não passasse tanto tempo emburrada, pareceria mais jovem. Era aquele tipo de pessoa, que parece que vai aplicar uma advertência à qualquer momento. 

      Entravam e saiam por um labirinto de corredores e portas. Portas que faziam conexões aos mais variados cantos. Desde os jardins aos vestiários. Elina começava à duvidar se ela sabia mesmo o caminho. 

      O Colégio estava deserto, a não ser por professores e gatos que circulavam pelos corredores. Era tudo muito extenso, muito bem decorado e com cheiro de livro novo.

      Passou o tempo todo explicando regras da escola, advertências e castigos do descumprimento destas:

- Não é permitido vagar pela escola após às 10h, a não ser que seja para a enfermaria. Mas isso não é necessário. Basta um telefonema e automaticamente um feitiço de teletransporte o leva até nossos enfermeiros.  

- Podemos fazer um tour pela escola? - Pergunta Pólus. - Só pra nos familiarizarmos com os corredores e...

- Amanhã, quando todos os alunos tiverem chegado, haverá um tour pela escola. A professora Evelynie...

- Evelynie? Ela trabalha aqui? – “Suas tias disseram para procurá-la quando chegasse na cidade, lembra-se?”, “Claro, Polaris. Por isso estou perguntando.”

- Sim. Há muitos anos dá aula de poções. Amanhã, ela lhes mostrará todas as salas, quartos e corredores, jardins... Todos os locais onde devem ou não entrar. Receberão o manual de conduta do aluno e o quadro de regras. Terão hoje o prazer apenas de saberem seus quartos. 

"Espero que sejam individuais" pensa Elina. "Duvido muito." responde sua gata automaticamente. 

- Não pretendíamos chegar tão cedo. - Adonis se aproxima de Griselda para falar - Queríamos ver o festival dos Dragões, mas houve um ataque e...  

- Ah, sim. Mais um ataque das bruxas das trevas... Devem tomar muito cuidado com elas. Nossa cidade está cada vez mais perigosa com esses indivíduos. 

- Celina, a nova líder delas, é a pior e mais cruel Bruxa que já montou uma vassoura. - Foi a primeira vez que ouviram a voz do gato da inspetora. 

- Aqui estão seguros. Nossa escola tem uma barreira mágica contra qualquer tipo de magia maligna. Tiveram sorte de conhecerem um feitiço de teletransporte. - Elogia Griselda.

- Não tenho ideia do que teria acontecido comigo se Pólus não estivesse lá para me ajudar. Nem sei como agradecer. - Diz Elina pondo a mão no ombro alto do bruxo ao seu lado. 

      Ele não sorriu, mas olhou-a com ternura. Parecia não gostar muito de contato físico, mas na verdade só era fechado mesmo. 

- Esse é o quarto da senhorita. - Diz Griselda ao parar em frente à uma porta de madeira (com o número 403) cheia de detalhes e desenhos de estrelas, luas e gatos. 

     Elina adentra o enorme e largo cômodo decorado como temática vintage. As paredes e móveis eram pintados e decorados em preto e tons fechados de azul. Havia uma janela enorme na parede ao lado de sua cama onde havia poltronas e uma escrivaninha. Sobre a mesinha haviam cadernos e livros. Uma luminária em forma de meia lua estava sob a mesa de cabeceira com algumas flores em tons violeta. O lustre com pingentes em formato de estrelas era enorme e deslumbrante.

     Elina estava tão encantada com a visão que tomou um teve susto ou olhar pela primeira vez para a parte esquerda do quarto e notar que havia outra cama lá. Juntamente com a mesma quantidade de móveis de seu lado direito, mas com cores menos delicadas.

     Sabia o que isso significava. “Colega de quarto.”

- O quarto é de seu agrado?

- Sim. Eu amei o quarto, inspetora. É lindo e parece ter tudo que necessito. Muito obrigada.

- Aqui usamos magia para saber os gostos e preferências de nossos alunos a fim de organizar tudo da maneira como mais lhes agrada. Ele foi especialmente feito para você e para sua colega, visto que as duas têm gostos similares em relações a decoração.

- Quando poderei conhecê-la?

- Quando ela chegar amanhã. Agora levarei o senhor Pólus ao quarto dele. Eu recomendo desfaça sua mala e organize seus pertences hoje, antes da outra menina chegar. Até logo, senhorita.

- Tchau – diz Adonis. Pólus apenas sorri rápida e fracamente antes de se virar. Eles fecham a porta. Elina e Polaris estão sozinhas.

- Bom... É melhor começar a arrumar minhas coisas no armário. – ela abre a mala e começa a esvaziá-la.

- Vou explorar o ambiente. – sua gata caminha para a parte esquerda do quarto. Onde as cores são inclinados pro roxo-rosa.

- Como acha que deve ser essa outra garota?

- Não tenho ideia. Mas acho que nos daremos bem. Se Griselda disse que temos gostos similares...

- Em relação a decoração, ela disse. – a gata sobe na outra cama.

- Vamos torcer para que sejamos boas amigas e podemos começar a política de boa convivência com você saindo agora da cama dela.

- Ai, está bem, está bem!- ela pula pra fora da cama. – Você pretende falar com a tal Evelynie amanhã?

- Sim. Ela fará o nosso tour pela escola.

- Em que exatamente ela vai ajudar?

- Não sei... Mas as minhas tias disseram para procurá-la, então...

- Ei! O que está acontecendo??

- Hã?

- O seu colar! Olha!!

      Elina baixou os olhos para o pingente de sua mãe e se surpreendeu ao notar que este estava emitindo um fraco brilho esverdeado.

- Mas o que é isso?!

     A luz começou a diminuir a intensidade, até que se apagou completamente. Elina e Polaris esperaram para ver se não voltava a brilhar. Mas não brilhou.

- O que será que significa?

- Não tenho a menor ideia. As minhas tias não falaram nada sobre o colar acender verde aleatoriamente.

- Acha isso tem a ver com onde estamos?

- O reino das Bruxas, você diz? – a menina pega o pingente entre os dedos. – Não sei... Talvez. – larga-o de repente e volta a desfazer a mala. – Esqueçamos isso, por enquanto. Me ajude a arrumar isso?

- Vou tentar o melhor que puder. Mas não espere grande ajuda, eu não tenho mãos.

     Passaram o resto do dia arrumando o quarda-roupa, colocando objetos nas gavetas deixando a parte delas do quarto com mais personalidade do que já tinha. Entre tantas coisas desnecessárias que as tias haviam colocado em sua mala, havia o livro de magia. O grande e pesado livro recoberto em couro de Dragão.

- As Bruxas usam pele de dragão para fazerem couro?

- Acho que não atualmente. Ou pelo menos, não matam os dragões para tal finalidade. Acho q vem de dragões mortos. Certamente elas ter permissão do governo Dragon para isso.

Elina passa a mão por cima do grosso e áspero couro. O livro reconhece seu toque e abre instantaneamente. Mas não abre de qualquer maneira. Ele a leva a um capítulo específico.

- Capítulo 13: Revelai-vos os segredos. É um encantamento.

- Feitiço desmascarador. O livro parece saber do que você precisa. Vai usá-lo?

- Claro que não! Mal sei controlar meus poderes, que dirá fazer um feitiço. Não vou nem tentar ou posso acabar explodindo a escola.

     Não demorou muito para que ambas se rendessem ao cansaço e ao sono depois de um dia agitado. Dormiram encolhidinhas e juntinhas na noite fria. A lua cheia pairava no alto do céu, rodeada por nuvens que desejavam diminuir a sua luz.

Elina e Polaris levantaram cedo. Era 7h da manhã quando resolveram sair para tomar o café da manhã.  Ao contrário do dia anterior, a escola não estava vazia. Assim que pusera o pé pra fora do quarto notou movimento de vários alunos pelo corredor. Como seu quarto ficava na ala feminina, só haviam bruxas ali. Umas aparentavam ter a sua idade, outras ser bem mais velhas.

     Elina andava com cuidado para não pisar em nenhum gato. Como não sabia onde ficava a cantina ou refeitório resolveu pedir informação para uma menina baixinha e gordinha que se encontrava no canto mais próximo a ela. A garota estava concentrada olhando um folheto, provavelmente um mapa do colégio, e se assustou ao notar a presença de Elina.

- Ah, com licença. Desculpe atrapalhar, mas eu queria saber onde fica o refeitório.

A garota leva uns segundos encarando Elina com uma expressão curiosa antes de responder:

- Ah? Refeitório? Ah, sim – ela responde afobada e analisa seu mapa. – Fica no andar debaixo. Seguindo esse corredor, vire a esquerda e você vai encontrar as escadas.

- Obrigada. – Elina vira-se e começa a caminhar na direção indicada por ela. De repente para e volta. – Está procurando seu quarto?

- Na verdade, sim. – responde suspirando e com olhar de desistência.

- Quer ajuda? – oferece. O rosto da menina se ilumina.

- Ah, você poderia? Por favor. – ela sorri agradecida- Eu sou Janine.

- Elina. – elas apertam as mãos.

- Eu estou perdidinha aqui. Essa coisa de primeiro dia... Ai.

- eu tive sorte de chegar ontem. A escola estava vazia.

- O meu primo também chegou ontem. Púlos, o nome dele.

- Ah, foi o garoto que me ajudou a chegar. Tivemos problemas por causa do ataque das bruxas.

- Vocês estavam no festival de Dragões?? Ah, estavam todos falando disso ontem! Talvez até adiassem o primeiro dia por causa do ocorrido... A Celina estava lá mesmo? O cabelo dela é tão intensamente azul como dizem?

- Eu só vi um borrão! – disse entre gargalhadas.

- Notaram que vocês tem a mesma cor base de cabelo?

     Elina olha pra baixo pra ver de onde veio a voz. O gato preto de Janine tinha o preto tão brilhoso que parecia até mais preto que Poláris.

- O da Elina é bem mais claro tipo lilás. E o meu é roxo, roxo mesmo. – Jani toca num de seus cachos. – Mas ambos são lindos.

      O cabelo de Janine de tranças longas roxas, estava meio preso. Era muito bonito e era difícil para Elina não ficar olhando vidradamente. Na verdade, era difpicil não olhar vidradamente pra Janine no geral. Era alta, magra, negra (mas de uma cor ainda mais intensa do que a de Pólus) e olhos da mesma cor magnífica dos cabelos... Usava uma saia plissada com pregas (xadres, branco e roxo), meias brancas até o joelho. A blusa era preta e o gato também (pelo menos isso).

“Agora que presto mais atenção, ela se parece um pouco com Pólus, quando sorri.” Poláris faz uma observação.

 “Eles são lindos demais... Só podiam ser parentes mesmo. Até os gatos deles são lindos.”

“Para de jogar na cara!”

“Haha, você é linda também, meu amor.”

- Alunos e alunas!! Todos, por favor, se dirijam ao salão principal no primeiro piso para apresentação. Não se preocupem com suas malas. Podem deixá-las no corredor. Quando voltarem, tudo estará em seus respectivos quartos. Agora, por favor! Todos no salão principal! – a voz estridente parecia vir das paredes.