História Ela é o cara! - Imagine BTS - Pique-esconde pt.2

S/N POV ON

Estávamos nos olhando fixamente, sem desviar o olhar para exclusivamente nada.

Meu coração estava batendo muito rápido(por um segundo, a ideia de uma parada surgiu na minha mente)– cheguei até a cogitar que ele podia ouvir os batimentos, ou até sentir, já que estávamos tão – muitos, demais – colados, tipo, peito à peito.

Eu estava emprensada entre ele e a parede e, vez ou outra, tentava me expremer até meus órgãos virarem papa para quebrar aquele contato que me deixava muito nervosa. De tanto tentar – até tive de parar de respirar com tanta liberdade, para ver se, né, descolava – finalmente, consegui desencontar dele.

Entendam, garotada. Eu não tenho nojo, medo ou repulsa de Yoongi. Mas é muito estranho quando se você é uma garota e, bom, está quase se fundindo com um rapaz que mal conhece. Eu achava que, sei lá, ele conseguia sentir as ataduras pelo tecido não tão grosso da minha camisa. Se ela sentisse, meus irmões...

Era, literalmente, o fim da minha existência. Tudo o que eu fiz, o que meus pais fizeram, iria por água abaixo.

Não seria legal.

Ele provavelmente perguntaria o que é isso, provavelmente eu não saberia o que dizer e ele provavelmente iria querer ver e eu não iria querer mostrar, então ele convocaria todo mundo pra tirar minha camisa à força e iriam me descobrir e eu não sei o que diabos aconteceria comigo – fora que eu provavelmente sairía do grupo. Ia ser um barraco só na tevê. "Garota se passa por garoto e entra em grupo de kpop". Além se ser ridicularizada, eu iria ser morta, isso sim. Iriam me mandar para a Coreia do Norte e tudo, exatamente tudo estaria acabado. 

Provavelmente.

Bom, voltando ao aperto de antes, Jimin resolveu se revelar pela brecha, o que dificultou minha vida, porque se antes, já estávamos correndo perigo, com ele ali tão perto estávamos à beira da extinção.

Ele chegou mais perto, e eu senti uma dose de dois litros de adrenalina serem injetados em minhas veias. Eu queria gritar de tanta empolgação!

— S... – Iria alertá-lo, mas ele tampou minha boca com a mão esquerda e fez sinal de silêncio com o dedo da direita, antes que minha voz de fato fosse ouvida.

Eu apenas assenti devagar, sem tirar o olho dele.

Jimin! Sai logo daqui!! Por favor!! – quase gritei em pensamento, começando a recitar todas as orações, rezas e presses que conseguia lembrar, também em pensamento.

Até que, milagrosamente, ele saiu dali. Suga retirou a mão da minha boca e suspiramos juntos, sentindo um alívio absurdo. 

— Nem uma palavra, ouviu? – o moreno sussurrou, bem baixinho – crianças, a voz dele tremeu minha base, mas dusfarcei – e eu apenas assenti novamente, tão cúmplice quanto. Ele deu uma rápida olhada na área e depois voltou na antiga posição, voltando a colar nossos corpos. Céus, voltou àquela baixaria de antes.

— JÁ ACHEI O JIN HYUNG, O  HOPE HYUNG, O NAM HYUNG E O V! – Jimin berrou, alertando a quem quer que seja que achou quase todo mundo. – AH E O JUNGKOOK TAMBÉM!

É. Ao que parece, apenas restam Yoongi e eu.

— Agora, só faltam o Mister em se esconder e o Yuki. – Ouviu a voz de Jeon, o que fez o branquelo sorrir. Quer dizer que ele já tinha um histórico? Mas aquele lugar o de estavam escondidos era tão óbvio...

— Há, acho num' instante! – Jimin disse, mais convencido do que sua altura permitia.

Olha, eu sei que sou a mais baixa de todo o grupo, mas posso sim fazer piada com o mais baixo dos meninos, falô'? Falô'.

Enquanto isso, o Park foi nos procurar no andar de cima. Vendo essa oportunidade única e perfeita, eu e o Suga fomos salvar o resto. Saímos de nossos esconderijos rapidamente e fomos na direção da cambada. 

Só que tudo foi uma tremenda armadilha, arquitetada friamente pelo baixinho do mal. Ele voltou da escada e nos pegou no flagrante, com a mão na botija, quase como se estivéssemos comentendo o mais vil dos crimes.

Estou levando essa brincadeira a sério demais? Talvez.

Com o susto, todos começamos a rir, e assim finalizamos nossa brincadeira.

Porém, no meio daquela folia toda, pude perceber algo. O olhar de Suga sobre mim estava, digamos assim, diferente. Agora, não era mais arrogante, mas, okay, deixo vocês me chamarem de retardada, é doce! Por isso o apelido “Suga”... Né?

[...]

No momento, estamos todos em uma vã, indo na empresa tirar as tais fotos de "aegyo". Foi algo totalmente aleatório. O CEO só ligou pra gente e antes que pudéssemos pensar em uma resposta, tinha uma vã na porta.

— Yuki, presta atenção. Tirar fotos de aegyo é fácil, você só precisa ser fofo! V, faz uma demonstração pra gente!! – Ri de desespero da mini-aula que Hoseok se deu ao trabalho de fazer. “Você só precisa ser fofo!” O cara fala como se eu, do nada, virasse uma PhD* sobre o assunto.

Pode isso?

Tae colocou suas mãos no queixo e fez uma carinha fofa, que céus, me apaixonei.

— É... Acho que peguei. – disse, meio hesitante.

— Então mostra pra gente! – O ruivo pediu, animado.

Cara... Me arrependi na hora. Devia ter dito que era incapaz e pronto. Mas a merda já tava feita, irmões. Lentamente, sorri apertando os olhos. Mesmo com os olhos fechados, vi um clarão do nada, rápido, que me fez abrir os olhos de imediato.

Adivinha quem tirou uma foto minha no meu pior momento da vida?

Ponto para quem disse Taehyung.

— Viu? Você tem talento. – O loiro disse, rindo, enquanto olhava o celular, junto dos outros. Logo, ele me deu o celular e eu vi minha foto, ali. 

É... De todo, não estava tão ruim...

Do nada, um certo Jimin bagunçou meu cabelo, sorrindo, e eu apenas retribui o sorriso. Parece, que aos poucos, todos estão me aceitando. Ver eles tão animados e tão relaxados comigo ali, me fez sentir como se eu já fizesse parte daquela família.

Meu coração, finalmente, está alegre!