História Ela Tem Olhos De Céu - Do I Wanna Know?

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Have you got colour in your cheeks?
Do you ever get the fear that you can't shift the type
That sticks around like summat in your teeth?
Are there some aces up your sleeve?
Have you no idea that you'r hie in deep?
I've dreamt about you nearly every night this week
How many secrets can you keep?
'Cause there's this tune I found
That makes me think of you somehow
And I play it on repeat
Until I fall asleep
Spilling drinks on my settee

(Do I wanna know)
If this feeling flows both ways?
         (Sad to see you go)
Was sorta hoping that you’d stay
        (Baby, we both know)
That the nights were mainly made
For saying things that you can’t say tomorrow day(...)

Do I Wanna Know?-Artic Monkeys.

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Eu estava no campo de batalha. Estava tudo escuro, e uma neblina fora do normal tomava conta de tudo, me empedindo de ver qualquer coisa. Mas eu sabia que estava lá. Então de repente uma luz iluminou um soldado. Era o meu pai. Eu chorei de alegria em vê lo. Mas não choveu. Eu tentava correr até ele mas não saia do lugar. Ele estava me olhando com um sorriso. Eu gritava o nome dele. Mas ele não escutava, porém continuava olhando para mim. Então de repente veio uma flecha e acertou em cheio a cabeça dele, que caiu de joelhos no chão. Meus olhos manejaram e um trovão aconteceu. Então me pus a chorar. Desesperadamente. Loucamente. E então eu acordei. Eu estava suando, tremendo e chorando. Chovia lá fora. Muito, muito, muito. Chovia muito. Eu não parava de chorar. Eu não conseguia. Ninguém foi ao meu quarto. Aquela cena. Era tudo muito horrível. E por esse motivo eu sentia meu coração bater disparadamente no meu peito. Eu estava com falta de ar. Eu não conseguia respirar. A os poucos meus olhos foram fechando. Tudo ficou escuro. 

" Por favor acorde, eu preciso de você. Por favor."

Eu escutei uma voz dizer isso a mim. Eu abri meus olhos lentamente. Então vi Kan, sentado em uma cadeira ao lado de minha cama.

-Ka... Kan? -Sussurei o nome dele com o pouco fôlego que tinha. Ele estava segurando minha mão.

-Mia??! 

Eu sorri fraco. Eu não estava com força o suficiente. Ele chegou o rosto perto do meu sorrindo e depois se afastou.

-O que aconteceu? Eu quero saber. -Disse a Kan.

-Mia aconteceu tanta coisa. Ah você quer saber? Você precisa.

Eu não me lembro de quase nada. Só de desamaiar e daquele pesadelo horrível.

-Sua mãe foi comer na minha casa. Convenci ela a comer. Depois que você desmaiou ela não tem fome. -A quanto tempo eu estava "desmaida?"

-Eu quero saber o que aconteceu!-Disse com a voz um pouco alterada. Estava recuperando o fôlego.

***

Kan On:

Eu estava em minha casa, dormindo, quando ouvi um grito desesperadador no portão, o que me fez acordar e ir para a sala. Minha mãe,  reconheceu a voz, foi atender. Era Anissa, ela estava chorando. Foi quando vi. Sabe quando a chuva está dando trégua? Quando ela esta parando, e da calha da telha da sua casa começa a respigar água? O clima estava assim, não havia chuva, mais o céu estava escuro, poças de água por todo lugar. Me fez pensar em uma única coisa. Mia havia chorado.

-Céus o que aconteceu?!-Minha mãe perguntou a Anissa. Eu saí de dentro de casa correndo para ver o que havia acontecido. 

-A Mia tá desmaida- O que? Como assim? Eu senti um arrepio da ponta do pé até o último fio de cabelo. Anissa não parava de chorar. E aquilo estava me deixando desesperado.

-Você chamou uma curandeira? alguém???!-Disse com a voz alterada. Anissa que não conseguia falar fez que "não" com a cabeça. Não pensei duas vezes. Sai correndo em direção a casa da senhora Finsley. Ela era a melhor curandeira que eu conhecia. Ela era uma mulher, não era velha, devia ter seus quarenta anos, porem tinha quatro filhos pequenos.(Notas Da Autora//: como na foto do capítulo. Os nomes serão ditos da direita para a esquerda) Nathaniel de doze anos, o ruivinho Juan de seis anos, Astrid (Notas Da Autora//: EU AMO O NOME ASTRID. SÓ PRA CONSTAR MSM) de oito anos e Georgie, gêmeo não idêntico de Juan com seis anos também. Ela era madrinha de Alice e de seu primo Charlie, que passaram o natal conosco. Eu entrei gritando o nome dela. Elionor Fools Finsley , ou só Sr. Finsley. Ela estava escovando o cabelo de Astrid enquanto os três meninos comiam mingal na mesa.

-Elionor! Elionor!-Eu gritava ao chegar no interior da casa. Elionor parou de escovar o cabelo de sua filha.

-Meu Deus o que aconteceu??!-Ela perguntou se a chegando a mim.

-A Mia! A Amélia, desmaiou. Ela precisa de socorro urgente!-Disse já puxando a mão dela para fora da casa.

-Uou... Espera, eu preciso pegar a minha bolsa. É rápido, juro. -Ela subiu as escadas na carreira e em poucos segundos já estava em minha frente.

-Crianças, fiquem aqui, eu já volto. -Ela disse. Vi Nathaniel fazendo um sim com a cabeça. Ela saiu correndo em minha frente e eu a segui.  Passei correndo em direção a minha casa pra ver se elas estavam lá. Não. Então fomos correndo a casa de Mia. Gerda estava chorando na sala e minha mãe a consola ra.

-O meu Deus Kan, obrigada Elionor. Anissa está desesperada no quarto.-Minha mãe disse.

-Obrigada por terem me avisado...-Elionor quase não olhou para minha mãe. Ela estava preocupada, dava pra ver. Não fixava o olhar em nada, só corria para o quarto. 

Mia estava deitada na cama. Mas ela não estava dormindo.

  E eu sabia disso...

A idéia que eu podia perder la me fazia arrepiar dos pés à cabeça. Como eu posso gostar tanto dela? Eu só tenho 15 anos. Eu nem sei o que é amar alguém. Bom, eu não sabia, até que eu me apaixonei pela minha melhor amiga.

Eu andava de um lado para o outro enquanto Elionor a examina ra. Anissa permanecia a uma cadeira de madeira que ela mesma havia colocado do lado da cama de Mia. 

-Por favor fale alguma coisa. Ela está bem? -Anissa perguntou em um tom desesperador na voz.

-Amélia sofreu de um ataque de pânico psicológico, não sei o que causou, provavelmente algum sonho, já que ela estava dormindo. Ou talvez alguma pancada forte durante o sono Ela apenas está recuperando os sentidos, ou seja, ela está dormindo, mas não acordem ela. Amélia está bem, vai acordar por conta própria.

As palavras de Elionor foram como uma bebida forte. Daquelas que quando descem pela garganta você sente ela passando pelos seus órgãos. Foi um alívio para mim. Eu dei um alto suspiro.

2 dias depois...

Já fazem dois dias que Mia está em seu sono. Estou na minha casa mas minha mãe já foi ver Anissa, que quase cometeu a loucura de acorda la. Eu não tenho sono, só durmo altas horas da madrugada. Sei que ela esta viva. Ontem mesmo fui em sua casa, segurei sua mão como se ela fosse vidro, como se pudesse quebrar se não fosse delicado. Eu senti o seu pulso. Mas queria estar lá a toda hora. Só para ver suas chamas de fogo caída sobre seus ombros e suas milhares de estrelas no rosto.

3 dias depois...

Minha casa hoje está o caos. É Gustav pra lá, Summer pra cá. EU NÃO AGUENTO MAIS. Porque eles não se casam e saiam logo da minha casa?

4 dias depois...

Ontem, Gustav Summer, Minha mãe e meu pai tiveram uma conversa de "adulto" e fizeram questão de me tirar da sala. Sou grande demais para entender algumas coisas e criança demais para outras, eu não entendo. E quer saber, nem me importo também. Devem estar falando de casamento, filhos, casa, mobília é blá blá blá. A única coisa que me importo no momento é quando vou ouvir a voz da Mia outra vez...

5 dias depois...

Hoje recebi a notícia que Elionor foi ver Mia. Disse que estava tudo bem. Que em poucos dias ela ja acordaria, também deu a notícia que sua afilhada, Alice Fools, havia conseguido um trabalho de modelo em Agnes, Sul do Reino, e que estava esperando confirmação do trabalho. Em alguns meses eles e mais algumas famílias que ela poderia escolher se mudariam pra lá, junto com ela. Aquilo não me surpreendia. Desde os três anos dela, os pais de Alice arriscam tudo para fazer a menina ficar famosa. Estrear em alguma capa de revista de moda, desfiles no centro de Camélia, eram tudo para eles. Alice era bonita, não posso negar, mas aquilo era uma decisão de "tudo ou nada" como apostar em algum jogo. Se ela ficasse famosa ela seria A FAMOSA, mas se ninguém gostasse de seu trabalho ela não ganharia absolutamente nada. No Reino, ou na parte mais rica de Camélia era exatamente assim. Tudo, ou nada.

6 dias depois...

Hoje fui ver a Mia. Ela estava na mesma. Respirando. E linda como sempre. Eu ficava sentado na cadeira, batendo o pé no chão. Qualquer coisa de diferente que acontecia com ela eu parava tudo e ficava encarando seu lindo rosto, pra ver algum sinal se ela acordava. Nada. A noite caiu. Pedi a minha mãe e a Anissa se podia dormir na casa dela, elas deixaram, mas pra falar a verdade eu nem dormi. 

7 dias depois...

Eu acabará de acordar. Nao aguentará mais. Ja havia se passado uma semana e nada. Eu já estava perdendo as esperanças. Anissa havia ido almoçar na casa de minha mãe, junto com Gerda, convenci elas a comer. E lá estava eu, na frente de Mia.

-Por favor acorde, eu preciso de você. Por favor.-Foi o que eu consegui dizer.Eu estava segurando na mão dela. Então vi Mia abrindo os olhos levemente. Pude ver o oceno na cor de seus olhos.

-Ka... Kan? -Ela sussurou. E aquilo me fez entrar em desespero de uma forma boa. Só de ouvir aquela voz, por mais que esteja fraca, já me consolava

-Mia??! 

Ela sorriu fraco. Eu queria beija la, mas não sabia o que ela pensava então recuei o meu rosto.

-O que aconteceu? Eu quero saber.- Ela me perguntou.

-Mia aconteceu tanta coisa. Ah você quer saber? Você precisa.-Respondi.

Eu não me lembro de quase nada. Só de desamaiar e daquele pesadelo horrível.-Elionor estava certa. Havia sido um pesadelo.

-Sua mãe foi comer na minha casa. Convenci ela a comer. Depois que você desmaiou ela não tem fome. -Disse.

-Eu quero saber o que aconteceu!- Ela disse com a voz um pouco alterada. Aparentemente ela estava recuperando o fôlego. Eu sorri e contei exatamente tudo, com a maior paciência possível a ela. Mia havia acordado. 

E eu não podia estar mais feliz...