História Ele - Ela. Além das fronteiras - Capítulo 1

Acordo totalmente assustada com o barulho do despertador. São 8:00 horas. Daqui a dez horas estarei realizando o sonho de mais um casal apaixonado: o tão sonhado casamento na igreja. Diferentemente deles, nunca fui de me apaixonar loucamente por alguém, até porque meu pai, na minha fase começo da adolescência não deixava- me sair de casa para ir a festas, local onde a maioria dos jovens arruma um ficante. Falando um pouco mais sobre mim, sou filha única, meu nome é Sofia, moro com meus pais e daqui a sete meses farei os tão esperados 18. Assim, segundo meus pais, terei liberdade para ir e vir onde e quando quiser. Minha mãe tem um restaurante, que abre somente aos finais de semana. Junto com ela, eu e meu pai, cuidamos de lá. Mas você deve estar se perguntando como cheguei a parte de preparar casamentos, já que temos uma lanchonete, não é? Pois bem, esses dias estavam procurando pessoas acima de 18 para trabalhar na loja de decoração da minha cidade, e como estou a procura de um serviço, resolvi ir até lá. Assim que cheguei, notei que o local era da mãe de um colega meu de aula que eu gostava (Taylor), mas nunca tinha falado sobre isso com ele, até porque era o maior pegador do colégio e eu, sendo considerada a garota certinha, nunca chamei sua atenção. Júlia, a mãe de Taylor, logo me reconheceu e me contratou, mesmo sabendo que sou de menor. Portanto, hoje é o meu primeiro dia no serviço e já vou ajudar a organizar um casamento. Estou muito ansiosa, um pouco por ser iniciante no trabalho e segundo porque faz uns quatro anos que não vejo minha ex- paixonite. Sou tirada de meus devaneios pela minha mãe entrando no meu quarto.

-Bom dia meu anjo, dormiu bem?

-Sim mãe! Estou muito ansiosa para começar a trabalhar! Não vejo a hora!

-Garanto que vai se dar bem! Bom, vou para o restaurante, tenho muita coisa para fazer! Ahh… Júlia já ligou dizendo que é para estar às 8:40 lá no galpão para carregarem as coisas para o salão.

-Ok. Obrigado. O pai vai ajudar a senhora hoje?

-Sim. Não se preocupe.

-Está bem.

-Boa sorte filha. Se cuide.

-Pode deixar.

Após minha mãe sair, fiz minhas higienes e coloquei uma calça jeans com a blusa do Arctic Monkeys, uma das minhas bandas favoritas, além de uma sapatilha. Resolvi prender meus cabelos em um coque frouxo e passei apenas um gloss labial. Eram 8:30. Estava praticamente atrasada, pois teria que ir a pé até o galpão, que ficava a umas sete quadras de casa. Estava ferrada. Saí correndo de casa como uma louca e por mais incrível que pareça, cheguei às 8:41, esbaforida e suada.

Logo Júlia ouviu o barulho do portão e saiu de casa. Era a única que havia chegado lá.

-Bom dia Sofia! - falou animadamente.

-Bom dia dona Júlia! Tudo bem com a senhora?

-Sim querida! Pode me chamar de Ju. Fica mais fácil!

-Ok. - disse sentindo-me pouco à vontade.

-Bom, os outros já estão chegando, vou na padaria buscar alguns quitutes para lanchar e já volto. Ahh… entre, vou lhe entregar sua camiseta!

Ao entrar na casa, percebi que era muito agradável. Havia uma sala enorme, uma cozinha industrial e uma escada, que provavelmente dava para os quartos. Ela me entregou a blusa branca com o símbolo da empresa e disse:

-Bom, pode subir as escadas e achar o banheiro. Fique à vontade, já venho. Creio que está sozinha aqui. Meu marido já saiu e o Taylor não sei se voltou ontem à noite da festa de seu amigo. Portanto, vai ficar de dona de casa por uns minutos!

-Está bem, espero a se… você aqui Ju.

-Ok querida.

Quando ela saiu, resolvi ir colocar a camiseta. Subi as escadas e me deparei com três portas. Tentei abrir uma e estava fechada. Outra era o quarto de dona Júlia e seu Paulo. A terceira era o  luxuoso banheiro. Como estava sozinha, resolvi deixar apenas a porta encostada. Tirei a minha blusa, e comecei a reparar o quão era elegante aquela casa e como Júlia e Paulo eram pessoas simples e de bom coração. Fui tirada de meus devaneios quando alguém abriu a porta.